História Companheiros de alma - Um encontro em Seattle

Apesar do desejo de ser um bom guarda Volturi antes de ir atrás de sua companheira, Demitri teve o destino do seu lado, disposto a fazê-lo ver o caminho certo.

Assim que colocou os pés em Seattle, foi atingido por uma nova dor, que o fez se inclinar, segurando o peito, sem forças para continuar andando naquele momento.

- Você esta bem? - perguntou uma voz feminina, e estranhamente familiar.

Demitri tentou se erguer, mas ao colocar os olhos na mulher a sua frente, desistiu de ser forte. Era ela.

Bella estava pronta para voltar para casa quando viu aquele homem quase cair na rua, parecendo com dor. Quando seus olhos se encontraram, ela sentiu a conexão.

Ele era o vampiro que não parou de encara-la enquanto esteve em Volterra. Demitri. Ela se lembrava dele, não podia esquece-lo.

- Você não está bem. - disse ela, o vendo sem palavras, por mais que tentasse se erguer.

Apesar do receio, se viu pegando a mão dele e o puxando. Ele se deixou levar, parecendo chocado com a iniciativa.

- Vamos, tenho certeza que vai se sentir melhor sentado. - disse Bella, ao chegarem ao carro dela. Ela abriu a porta do carona e fez sinal para que ele entrasse.

- Por que quer me ajudar? - perguntou Demitri, fazendo o que ela queria.

- Sou boa demais para ser confundida com uma idiota.

Ela piscou, arrancando um sorriso sincero do vampiro.

Demitri quase não acreditava no que estava vendo. A dor foi desaparecendo a cada segundo que estava em frente a Isabella Swan e precisava admitir a si mesmo que não conseguiria se afastar, nem se quisesse.

- Então... o que o trouxe a Seattle? - perguntou Bella, sentada atrás do volante, ao lado de Demitri.

Ele a encarou, pensando se deveria falar a verdade ou não.

- Tenho uma missão aqui. Preciso eliminar um vampiro. - acabou respondendo, vendo o medo aparecer nos olhos castanhos da humana.

- Ele é tão perigoso assim?

Demitri pegou sua mão, admirado que ela sequer tremeu pela diferença de temperatura.

- Apenas está causando problemas, com os próprios vampiros. Não se preocupe Isabella.

- É Bella.

Demitri sorriu.

- Acho Isabella muito melhor. É quase... italiano.

Bella sorriu, e ele a viu corar pela primeira vez.

- Eu preciso ir para casa. Prefiro evitar chegar muito tarde, agora que sei o que está a espreita na escuridão. - disse ela, depois de um silêncio confortável entre eles, quase como se tivesse se desculpando.

Demitri hesitou, mas sabia que precisava tentar. Ele estava ali para isso também, afinal de contas.

- Quer que eu vá com você até sua cidade? - ofereceu, vendo a surpresa no olhar de Bella.

- Por que você faria isso?

- Porque eu quero.

- Demitri... Você está aqui para saber se eu realmente vou me tornar uma vampira?

Demitri rosnou, não conseguindo segurar sua raiva ao vê-la duvidar dele.

E antes que ela fugisse, a puxou de volta para dentro do carro.

- Eu não preciso mentir. Se estivesse aqui para ter certeza que os Cullen vão cumprir a parte deles, eu diria. Não sou aqueles...

- Está bem! Eu acredito em você.

Ela o deteve antes que ofendesse os Cullen.

- Vai me deixar acompanha-la então?

Bella suspirou, mas não disse nada, apenas colocou o cinto de segurança, ligou o carro e seguiu de volta para Forks.

A viagem inteira foi feita com ambos em silêncio, apenas com o som da música que Bella ligou.

Ao estacionar atrás da viatura de Charlie, Demitri enfim voltou a ouvir a voz de sua companheira.

- Sou muito estúpida por estar mostrando onde eu moro para um Volturi? - disse ela, o fazendo rir.

- Eu sou um rastreador Isabella. Não faria diferença. - respondeu, ainda sorrindo, confiante.

- Você consegue usar seu poder em mim? Pensei que não funcionasse. Jane e Alec não conseguiram...

- Eu não sou como eles.

- Você tentou?

Demitri iria responder, até perceber que não havia tentado. Bella sorriu com seu silêncio.

- Tenho que entrar. Obrigada por ter vindo comigo até aqui, quando não precisava. - disse ela e ele assentiu.

Os dois saíram do carro e depois de se despedir, Demitri tentou se afastar dela, apenas para ser atingido por uma dor, como se estivessem tentando arrancar seu coração morto do peito.

Ele tentou não demonstrar e seguir em frente, mas já tinha entendido que Isabella Swan era observadora demais, para o próprio bem.

- O que está acontecendo com você?! - disse chocada, indo até ele e o segurando.

- Eu não consigo ir embora. Não consigo! - confessou Demitri, derrotado, sentindo algo escorrer de seus olhos.

Ao vê-la estender a mão e limpar seu rosto, percebeu que pela primeira vez em toda sua eternidade estava chorando.

Ela suspirou, parecendo lutar contra sua consciência.

- Me deixe na floresta. - pediu ele, ao vê-la tentar movê-lo.

Determinada ela assentiu, mas o surpreendeu ao começar a guia-lo para sua casa.

- Isabella, não. Você não me quer dentro da sua casa.

- Quem decide isso sou eu e você vem comigo.