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História Compass - Under The Wild Skies: Capítulo Único


Escrita por: UselessGirl

Notas do Autor


Bom dia, tarde, noite ou bom qualquer horário que você estiver lendo a oneshot.
Já vou deixar avisado que essa é minha primeira fanfic e que não sou uma das melhores quando se trata da língua portuguesa, então se encontrarem algum erro me avisem para que eu possa arrumar, okay?

Capítulo 1 - Under The Wild Skies: Capítulo Único


Quatro meses. Já tinham se passado quatro meses desde a “morte” de Amberle, dois desde que Allanon veio até mim dizendo para não me preocupar e que tudo ia dar certo em seu próprio tempo.  Sim, eu ainda estava abalada depois que descobri o que acontecera e isso faz com que meu humor fique cada vez pior. Wil já nem tentava mais me ajudar e eu o agradecia mentalmente por isso. Ele também não aceitou muito bem a ida de Amberle, mas pelo jeito ele lida com isso melhor do que eu. Muito melhor, alias.

Eu já não me reconhecia mais, não pensei que ficaria nesse estado por tanto tempo por causa da garota élfica. Nesses meses que se passaram a melhor saída que eu encontrei para pensar foi afiar cada faca que encontro por ai já que a que sempre levo comigo foi, provavelmente, roubada por ladrões. O que é bastante irônico.

Hoje não ia ser diferente, peguei uma faca qualquer e os utensílios que ia precisar e sai do meu quarto. Eu e Wil estamos vivendo no castelo a pedido de Allanon, por motivos os quais eu nem me dei o trabalho de saber.  Eu só lembro-me de ouvi-lo dizer que era necessário que nós ficássemos aqui, mas não tenho me importado muito com isso ultimamente. Passei pelos portões ignorando os guardas e segui para dentro da floresta que, depois de uns minutos de caminhada, acabava em uma pequena clareira um pouco mais elevada que tinha uma visão do castelo e, bem... De Ellcrys.

Descobri esse lugar em um dos meus piores dias e desde então venho aqui para pensar, na maioria das vezes, antes do sol nascer.  Depois de um tempo vindo aqui, ninguém nunca mais perguntou aonde eu ia e nas vezes em que alguém perguntava recebiam uma resposta não muito esclarecedora, e nem um pouco humorada ou, muito menos, educada. Wil sabia o porquê das minhas saídas, mas ele não sabia aonde eu ia. Já Allanon sabia, ele uma vez apareceu aqui e se sentou sem dizer uma palavra e nós observamos o nascer do sol em total silêncio e em algum momento eu caí no sono e, quando acordei, ele já não estava mais ali. Tudo o que deixou um pequeno papel escrito: “Ela esta aqui, não se preocupe”.

Eu nunca o perguntei sobre a estranha tentativa de me consolar, e ele não fez questão de tocar no assunto. Druida maluco.

Encostei-me à mesma árvore de sempre e comecei a deslizar a pedra lentamente na lamina enquanto olhava para a minha esquerda observando os raios de sol que surgiam e tocavam as árvores.

 A cada dia que se passava eu tinha mais certeza de que a Ellcrys fica mil vezes mais bonita na parte da manhã. As suas folhas, já vermelhas, com o sol pareciam pegar fogo e uma áurea alaranjada fazia o contorno de todo o resto da árvore. É como um calmante que me faz parar o que eu estou fazendo somente para observar o sol subindo e o brilho de Ellcrys aumentando lentamente.

Eu não posso evitar se não deixar um pensamento sobre Amberle me atingir, eu sinto falta da garota de orelhas pontudas, mas não sei se iria admitir isso a ela se ainda estivesse aqui. Se o fizesse ela provavelmente iria jogar isso na minha cara por um longo tempo com aquele sorrisinho de canto.

Isso me faz soltar uma pequena risada e voltar a minha atenção para a faca. Então eu escuto um barulho, algo vindo da floresta a minha direita. Eu não dou muita atenção no inicio, mas então eu escuto de novo.

É curto e levemente agudo, e parece... Feliz?

Eu escuto mais uma vez e me dou conta que não é algo, mas sim alguém. A tensão toma o meu corpo e eu me escondo atrás de alguns arbustos à frente da árvore. Prestando mais atenção em qualquer movimento que venha do interior da floresta e então eu escuto mais uma vez.

A única resposta que me veio me pareceu tão impossível quanto à velocidade da faca que veio de dentro da floresta.

A adrenalina tomou meu corpo em tempo recorde e eu praticamente joguei-me de encontro à árvore com meu olhar fixo na arma a centímetros do meu rosto, na altura dos olhos.

Não era uma faca comum. Era a minha faca, a qual eu achei que tinha sido levada por alguém. Eu já tinha visto isso uma vez. Com a respiração acelerada e alternando o olhar entre a arma e o local de onde ela veio, eu escuto o som novamente.

Uma risada, dessa vez mais alta e longa vindo de não muito longe de onde eu estava.

Meus olhos se arregalam abruptamente e o meu coração erra inúmeras batidas. Eu só podia estar ficando louca, é a única explicação plausível.

E mais uma vez eu escuto a contagiante risada de Amberle.

Eu retiro a faca da árvore e me levanto. Olho para os lados e depois para o aperto firme da arma em minhas mãos tremulas. Eu escuto a risada novamente e minha atenção se volta completamente para a mesma. Eu começo a dar passos rápidos na direção que ela veio, mas de repente eu a escuto vindo de outro canto da floresta e não hesito em seguir na nova direção. E então ela muda de novo.

“Mas que inferno!” sigo a risada e ela muda de origem mais uma vez. Tento seguir mais algumas vezes, mas sempre acontece a mesma coisa. Suspiro irritada e nervosamente enquanto a frustação toma o meu ser e decido parar e fechar meus olhos para tentar me acalmar.

“Aqui!” escuto a voz de Amberle novamente, mas dessa vez mais perto. Muito mais perto. Abro os olhos rondando rapidamente a minha volta a procura dela, mas não encontro nada além de árvores e mais árvores. Começo a caminhar mais uma vez na direção dela, mas algo me faz parar.

Tem algo errado ou eu estou fazendo algo errado.

Olho para as árvores, para cima, ou para qualquer lugar de onde a voz dela venha. Nada me parece fazer sentido, até que uma ideia me ocorre e eu me agarro a ela como se fosse minha ultima chance.

“Vamos, isso tem que funcionar.” Sussurro para mim mesma enquanto fecho os olhos e me concentro. Nada. Controlando a frustração e a vontade de gritar eu tento mais uma vez. “Anda Eretria, vai dar certo. Tem que dar certo.” eu falo para mim mesma novamente e deixo meus pensamentos recaírem sobre Amberle.

“Aqui, Rover Girl!”

Um sorriso se forma no meu rosto e eu abro os olhos, quase não acreditando que realmente funcionou. Me viro na direção da voz de Amberle e quando vou começar a andar um pensamento me para novamente.

Eu estou no meio de uma floresta e vou começar a andar de olhos fechados atrás da voz de Amberle que, misteriosamente, começou a me chamar. Isso me parece muito com a competição que os guardiões da Ellcrys têm que comparecer e então lembro que Amberle foi a primeira mulher que já participou dessa competição.

Ela tinha que dificultar a minha situação, não tinha?

Pego a pequena bolsa que está atravessada em meu corpo e tiro de dentro um pano longo o bastante para me vendar. Quando termino me viro para na direção da risada de Amberle. “Você me paga por essa, orelhas pontudas.” Digo a mim mesma com um sorriso divertido, pensando na ideia de encontrar ela e finalmente começo a caminhar.

Vou aumentando a velocidade a cada passo sem realmente pensar em onde estou indo, então eu piso em falso e vou de encontro ao chão. Xingo baixinho e logo escuto a risada de Amberle ainda mais alta.

Precisa de alguma ajuda por ai, Rover Girl?” A dor que antes estava sentindo nos meus pulsos e mãos logo some e um sorriso debochado toma meus lábios. Nem um pouco, Amberle.

Levanto-me e volto a caminhar ainda mais rápido seguindo a risada da elfa e, depois de perceber, nem ligo se estou correndo e esbarrando em todos os obstáculos possíveis. Mas o que me fazia continuar era o fato de que a voz de Amberle ficava cada vez mais perto e eu já não conseguia controlar a felicidade no meu rosto vendado pelo pano. Não ligo se vou me perder, eu não estou sozinha.

 Eu agora estava desviando de tudo, fazendo com que eu fosse mais e mais rápido. Eu nunca vou saber como isso aconteceu, mas tenho uma leve impressão de que Amberle é a responsável. Continuo correndo quando bato de frente em algo, provavelmente uma árvore, e vou novamente de encontro ao chão. Esfrego minha cabeça e me sento recuperando os sentidos. Antes mesmo de pensar em enviar os comandos para meu cérebro a fim de me levantar eu a escuto.

“Tem certeza que não precisa de ajuda?” Eu ainda estava vendada e ela estava muito perto. Arrisco a dizer que ela estava na minha frente. Como se eu tivesse perdido a habilidade de falar tudo o que faço é gaguejar e isso resulta num riso baixo e divertido da suposta Amberle.

 “Vem aqui, me deixa tirar isso dos seus olhos.” Ela diz e eu escuto passos vindos em minha direção. Eu rapidamente rastejo para trás me afastando. Mesmo que eu esteja escutando a voz dela não quer dizer que eu não esteja louca e isso é só uma alucinação ou que pode não ser ela.

“Wow, o que foi?” Escuto ela dizer com a voz em um tom diferente, parecia surpresa e ao mesmo tempo chateada. “Rover Girl, sou eu. Amberle.” Ela diz novamente.

“Qual é o meu nome?” pergunto e escuto ela soltar o ar pelo nariz em tom de divertimento e começar a se aproximar novamente.

“Qual é o meu nome?” Eu repito um pouco mais alto e ela para de se aproximar no mesmo momento. Escuto ela suspirar e meu coração começa a bater descompassado esperando pela resposta.

“Eretria” Ela fala e meu coração para por longos segundos. Eu posso ver o sorriso no seu rosto só pela forma que ela me respondeu. “E eu realmente quero ver seus olhos.”

Sinto meu rosto arder com o comentário e abaixo a cabeça, se eu não estivesse vendada iria olhar para as minhas mãos. Esse movimento tira outra risada vindo de Amberle. O que acabou de acontecer aqui? E desde quando ela é tão confiante assim? E o que diabos está acontecendo comigo?

“Cale a boca, Princess.”

“O que foi? Eu não falei nada!” ela diz em um tom sarcástico.

“Claro que não falou.” Respondo da mesma forma e levanto as mãos para tirar o pano dos meus olhos. Meu coração parecendo querer saltar do meu peito. Logo a minha visão é tomada pela luz do sol e árvores e tenho que forçar os olhos para notar que estamos em outra clareira um pouco maior que a de antes. E mesmo com todas essas coisas tudo que eu vejo é uma Amberle de braços cruzados, encostada na árvore que eu supostamente bati, com uma das sobrancelhas arqueada e um dos seus sorrisos travessos no rosto.

“Acredita que sou eu agora?” ela pergunta.

“Não.” Eu respondo me levantando sem tirar meus olhos dela. Ela se finge de ofendida e eu rio internamente por isso. É claro que eu acredito.

“O que eu tenho que fazer para você acreditar?” ela pergunta com um sorriso de canto.

Eu vou me aproximando lentamente dela e vejo que seu sorriso diminuiu levemente e ela se ajeita nervosamente na árvore me fazendo sorrir de canto dessa vez. Paro nos deixando a alguns centímetros de distancia e olho para ela aumentando meu sorriso e a vejo imitar o ato. Não tão rápido, Princess. Quando vejo que ela vai abrir a boca para começar a falar desfiro um tapa no seu braço, fazendo-a soltar um pequeno grito de dor e ficar com uma cara de espanto.

“Qual foi a necessidade diss... AI!” não deixo terminar e continuo dando repetidos tapas nos braços da elfa.

“Meu deus, Eretria! Pode, por favor, parar e me explicar o porquê disso?!” ela fala enquanto tenta se proteger ou segurar minhas mãos que continuavam a atingir-lhe.

“Isso...” bato nos braços dela mais uma vez “... é por me fazer pensar...” outro tapa “... que tinha morrido...” mais um “... e me deixar...” dou um ultimo tapa em seus braços “... PREOCUPADA!” digo sem pensar.

Vejo-a fixar seus olhos em mim e abrir um pequeno sorriso de canto e só então me dou conta do que eu falei. Malditos sentimentos. Percebo que ela ainda não soltou meus pulsos que em algum momento conseguiu segurar para parar de batê-la e não faço questão de me soltar.

“Preocupada, huh?” ela fala num tom de brincadeira e a encaro séria ficando impaciente com a situação.  

“Eu não disse preocupada!” tento me defender e vejo-a rir levemente e arquear uma sobrancelha claramente se divertindo com a situação. “Eu quis dizer qu-... Eu nã-... Argh!” suspiro frustrada e desvio meu olhar para um ponto atrás dela.

“O que você quis dizer, Rover?” ela pergunta divertida e meu rosto suaviza. Volto meu olhar para ela e sua expressão se torna mais séria. Meus olhos caem em sua boca e sobem novamente encontrando seus olhos castanhos claro. Ela percebe o ato e posso ouvi-la prender a respiração e sinto o aperto em meus pulsos afrouxarem levemente. “O que er-” ela começa novamente em um sussurro e não a deixo terminar de formular a pergunta quando levo minhas mãos, ainda sendo segurada levemente nos pulsos, para os lados de seu rosto juntando nossos lábios por longos segundos que mais pareciam décadas. Sinto como se tivesse recebido uma grande dose de anestesia, e a adrenalina preenche o meu corpo juntamente de um frio na barriga. Movo meus lábios lentamente contra os dela e logo depois os separo.

Abro meus olhos e percebo que os dela ainda estão fechados e ela está imóvel com uma expressão de surpresa, fazendo com que meu corpo seja tomado pelo nervosismo, mas logo depois a vejo abrir seus olhos e um sorriso tímido tomar seu rosto.

“Bela resposta.” ela diz rindo e eu a acompanho soltando minha respiração que nem percebi que estava prendendo. Nós ficamos em silêncio por poucos minutos até que eu resolvi falar.

“Como você conseguiu voltar?” digo franzindo o cenho. “Pensei que você tinha se fundido com aquela árvore.”

Ela agora segura minhas mãos lançando um olhar para as mesmas e depois se volta para mim. “Eu tinha, na verdade. Mas então alguém me fez uma visita e me disse que podia me ajudar a voltar a minha forma normal.” Ela disse enquanto entrelaçava nossos dedos. Eu me sinto sair de órbita com o ato, mas logo volto minha atenção à elfa.

“Mas... Quem?” pergunto querendo realmente saber a resposta. Essa pessoa não podia ser qualquer um.

Ela sorri para mim enquanto da um leve aperto em minhas mãos e se desencosta da árvore somente para olhar para trás. Mas é claro. Quem mais poderia ter sido?

Vejo o Druida, nem tão maluco assim, sentado em uma pedra olhando para Ellcrys enquanto segurava seu cajado. Então ele vira o olhar em nossa direção e lança um aceno de cabeça para mim. Agora tudo faz sentido. Desde que ele me disse que tudo ia dar certo até o dia em que ele apareceu na clareira que eu costumo ir todas as manhãs e deixar aquele bilhete sobre Amberle. Ele estava procurando um jeito de trazer ela de volta. E ele conseguiu.

Volto meu olhar para Amberle e ela está me encarando com o maior sorriso que eu já vi. Ela solta uma risada, mas não igual a que eu estava escutando antes. Essa era mais viva e mais feliz.

“Você provavelmente quer uma explicação, certo?” eu afirmo com a cabeça. “Bom, como você mesma disse, eu me fundi com Ellcrys, mas eu ainda estava lá dentro. Eu só não tinha como sair porque, se eu o fizesse ou chagasse a tentar, a árvore morreria. Então um dia aconteceu de Allanon aparecer e me disse que talvez soubesse um jeito de me tirar lá de dentro sem matar ou danificar a vida de Ellcrys ou a minha.” Ela disse e eu a encarei esperando pela continuação. “Ele me explicou que se eu deixasse algo importante para mim dentro da árvore e carregasse uma parte da mesma sempre junto comigo eu poderia sair. Mas ele disse que ambas poderiam morrer se algo estivesse errado e eu tentasse sair, então eu disse para ele que iria correr o risco e, bem... funcionou!” ela terminou de falar e me mostrou um colar que só agora eu tinha percebido. Tinha algo parecido com uma lasca de árvore no formato triangular como pingente, sua ponta inferior era mais longa do que as outras e era de um tom vermelho parecido com as folhas de Ellcrys. Era lindo.

“E o que você deixou lá dentro?” pergunto.

“A espada do meu pai.” Ela fala e continua logo em seguida “Perguntei a Allanon se iria servir e ele disse que somente uma coisa que significasse muito para mim iria fazer dar certo, então eu a deixei lá.” Disse por fim.

“Mas o que acontece se você perder esse colar? Ou se alguém tentar rouba-lo de você?” pergunto preocupada. Por favor, não perceba o desespero na minha voz.

“Alguém está preocupada de novo.” Ela diz divertida e eu desfiro um leve tapa no ombro dela “Você, por acaso, tem algo contra os meus braços?” ela pergunta fingido estar chateada, mas logo depois ri.

 “Fale de uma vez, Amberle!” digo fingindo estar irritada e volto a segurar suas mãos. Escuto ela suspirar e olhar para mim.

“Eu não sei.” Ela diz por fim.

“O que?” pergunto.

“Eu não sei. Allanon também não sabe, ele disse que as consequências são imprevisíveis até para ele.”

“Mas e se algo acontecer com você?”

Ela olha para um ponto distante parecendo pensar e logo depois se volta para mim “Vamos cuidar para que isso não aconteça.” Diz ela. “Mas seria bom ter alguém que possa ficar sempre por perto, certo? Alguém que possa me ajudar se algo grave acontecer.” Termina ela.

“Talvez eu já tenha uma ideia de quem seja.” Digo me aproximando dela. “Na verdade eu conheço uma pessoa que talvez queira muito ficar com esse trabalho. Mas ela é uma Rover, então você vai ter que confiar nela.”

“Hm... Rover certo? Eu pensei em chamar Wil, acho que ele aceitaria. O que acha?” ela diz e eu fecho a cara antes de, mais uma vez, dar um tapa nos braços da elfa.

“Você estava pedindo dessa vez.” Digo e ela ri me aproximando para si mesma.

“Mas... voltando para essa sua amiga Rover, eu acho que já confio o bastante nela. Você tem alguma ideia de qual pode ser a resposta dela?”

“Sim.” Digo.

“Sim?”

“Sim.” Repito.

“E qual seria a resposta?” pergunta ela.

“Sim.” Digo mais uma vez, colocando meus braços em sua cintura.

“Para qual das perguntas essa resposta se aplica?” diz ela provocando.

“Meu deus, Amberle. Você já sabe a resposta.” Digo e ela mais uma vez ri animada, tirando um sorriso dos meus lábios “Você ia mesmo chamar o orelhas curtas?” pergunto.

“Por um momento sim...” começa e eu abaixo a cabeça com essa afirmação. Ela percebe o movimento e volta a falar rapidamente “... Mas então eu pensei que seria melhor ter a sua amiga no caso de alguns trolls aparecerem e eu precisar de uma ajuda e pensei ‘Porque não chamar aquela Rover já que ela conhece tão bem como lidar com aquelas criaturas e tem mais coragem do que Wil?’ e então aconteceu que ela disse sim.” Terminou.

Eu olhei para ela e neguei com a cabeça. Ela sabe como fazer esses joguinhos. Só então me dou conta que ainda estamos na floresta e Allanon tinha sumido, como sempre. O sol já estava no seu ponto mais alto e o céu tinha tomado seu tom de azul. Lanço meu olhar para Ellcrys, para o castelo e por fim para Amberle.

“Você vai querer voltar agora?” pergunto a ela.

Ela se volta para o castelo e parece pensar por um momento. “Você não vai se livrar assim de mim tão cedo dessa vez, Rover Girl.” Diz ela enquanto começa a caminhar até um tronco caído cuja vista dá para Ellcrys e o resto do reino.

“E quem disse que eu quero, Princess?” digo um pouco mais alto e escuto a risada dela enquanto a observo se sentar no chão e se encostar no tronco. Ela se vira para mim logo depois e pergunta “Você vai ficar ai parada ou vai vir aqui se sentar comigo?” pergunta a garota.

“Vou ficar aqui parada, é claro.” Digo sarcástica e a vejo revirar os olhos. Caminho na direção do tronco e Amberle passa um de seus braços pela minha cintura e deita sua cabeça em meu ombro logo depois que eu me sento. Eu poderia me acostumar com isso. Escuto ela suspirar e relaxar quando eu passo meus braços ao redor de seu corpo e olho para Ellcrys.

Depois de um longo tempo em silêncio, a voz de Amberle se faz audível novamente.

“Antes de voltarmos eu queria te levar em um lugar. Você vai?” pergunta ela levantando seu olhar para mim.

“Claro.” digo “Posso saber onde é?” pergunto olhando para ela.

“É uma daquelas torres nos limites do reino. A que fica mais distante é a minha preferida, você consegue ver muito mais além do que as outras. Podemos ir depois que sairmos daqui e não vai ser muito longe se formos rápido.” Ela diz encostando sua cabeça no meu ombro novamente. 

O meu corpo responde rapidamente depois que a imagem daquelas malditas construções passa pela minha cabeça, tencionando a maior parte dos meus músculos. Sério, Amberle? Ela percebe e olha novamente para mim.

“Você está bem?” ela pergunta.

“Quem está preocupada agora, huh?” digo e a vejo arquear uma sobrancelha “Eu estou bem, orelhas pontudas.” Finjo não notar o olhar de Amberle sobre mim. Ela não acreditou. A última coisa que eu preciso agora é que alguém jogue na minha cara que eu tenho medo de altura.

Nós voltamos a olhar para o horizonte e ficamos em silêncio até Amberle se pronunciar novamente.

“Eretria?” fala.

“O que foi agora, Princess?” pergunto enquanto encostava minha cabeça na de Amberle e continuava a observar a vista à minha frente.

“Você não tem medo de altura, tem?” ela pergunta. Eu agradeço por ela estar olhando para frente e não para mim se não ela teria uma resposta imediata só de olhar para o meu rosto.

“Não!” respondo um pouco rápido demais. E mais exasperada do que o normal. Ela não diz nada, como se esperasse eu terminar de falar. O silêncio se torna presente por poucos minutos até que eu solto um suspiro me dando por vencida.

“Eu tenho.” Falo em um tom baixo e derrotado e escuto a risada curta de Amberle ao meu lado. “Hey! Não se atreva a fazer brincadeiras com isso. É sério, Princess, se fizer eu não respondo pelos meus atos.” Tento me defender inutilmente.

“Ok! Eu não vou falar nada. Prometo.” Ela diz e volta sua atenção para o horizonte. Eu a trago para mais perto e apoio minha cabeça no tronco, ainda olhando para frente.

"Eu não acredito.” Escuto Amberle dizer baixinho e sinto seus ombros se mexerem minimamente. Ela estava rindo? Claro que estava.

“Amberle!” falo a reprendendo e isso só faz com que ela gargalhe e enterre seu rosto no meu pescoço.

“Desculpa é que...” ela se senta e limpa uma lagrima dos seus olhos “...não dá para evitar. Me desculpa.” Ela diz ficando séria, mas voltando a rir logo depois me fazendo revirar os olhos e me levanto caminhando na direção dos limites do castelo.

“Ei! Eretria!” escuto ela se levantar e me seguir “Eu estava brincando! Eretria! Aonde você vai?” ela pergunta e eu paro me virando para ela.

“Nós não íamos naquela tal torre? Então. Eu estou indo para lá.” Respondo observando ela me alcançar. A feição preocupada de Amberle suaviza e ela chega perto de mim.

“Você não precisa ir se não quiser. Sabe disso, não é?” disse.

“Eu vou ir.” Digo e volto a caminhar.

“E se você cair?” ela pergunta me acompanhando.

“Eu morro, não é meio óbvio? Ou você nunca parou para ver a altura daquela coisa?” pergunto ironicamente, olhando rapidamente para ela.

“Você poderia ter dito que eu iria te segurar, talvez?” ela responde.

“Ah, claro! Vamos melhorar a situação. Eu caio e você tenta me segurar. Então nós duas caímos e nós duas morremos. Melhor?” eu falo parando de caminhar e a encarando. Vejo ela me olhar com os olhos cerrados, ponderando sobre a minha resposta e logo depois começa a caminhar.

“Resolveu ir para o castelo, Princess?” pergunto e começo a segui-la.

“Não.” Ela responde “Estamos indo para aquela coisa. Não quero voltar agora.” fala decidida.

“Então vai aproveitar a vista lá de cima sozinha.” Digo e ela para.

“Deixa de ser medrosa. Você queria subir naquela torre não faz nem dois minutos.” Disse ela pegando minha mão e voltando a andar. “E eu não vou te deixar cair. Prometo.” Ela fala olhando rapidamente para mim com um sorriso divertido no rosto e voltando a olhar para frente.

Eu sorrio e a acompanho em direção daquela maldita torre.

É bom ter você de volta, Princess.


Notas Finais


Bommm eu tentei :)

Como eu sempre procuro fanfics dos shipps que, na maioria das, vezes não da certo (swanqueen/karmy/clexa/elycia) eu venho catar aqui no site qualquer coisa que me faça esquecer que na série/filme o shipp não rolou. E quando vim procurar sobre Princess Rover tinha bem pouco, quase nada. E não sei o que me deu, mas eu escutei uma música e essa história curtinha se formou na minha cabeça e eu sabia que não poderia deixar passar.

Então é isso, o que acharam? Amostrem prazamiga e, se tiverem alguma coisa que queiram adicionar ou criar, ou até dar uma continuação para essa one é só chamar.

Kisses e até qualquer dia que eu tiver inspirada e resolva postar outra fic.


P.s.: o título e o nome do capitulo são nomes de músicas:
Compass - Zella Day
Under The Wild Skies - lúisa


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