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História Condenados - Captain Swan - Segredos


Escrita por: chimfairy

Notas do Autor


Olá, olá! Hoje o capítulo saiu um pouco mais tarde, pois eu demorei a revisar hsuahsa, mas o importante é que tá aí, e sim, ficou grande (para o que eu costumo fazer), mas espero que vocês gostem!
Título super criativo, sqn. KKK
Tá, sem mais enrolação, boa leitura!!

Capítulo 5 - Segredos


A Corte nunca aceitou muito bem o fato de haver pessoas com habilidades peculiares no Reino. Qualquer um que fosse diferente seria tratado de forma diferente. E não era do tipo que te levava para um tratamento ou à outras pessoas para oferecer ajuda; os capturavam e os mantinham em masmorras por anos, como se fossem aberrações que deveriam se manter afastadas do mundo. E talvez sejam, mas nem todos são iguais. 

Rumplestiltskin era diferente. Ele era um feiticeiro, mas não do tipo amigável que fazia tudo por benevolência. Rumplestiltskin era egoísta, importava-se somente com si mesmo, e a regra mais básica que ele impunha era que tudo tinha seu preço. Ele o ajudava, porém sempre com algo em troca, é claro. Este feiticeiro era imortal, vivia há muito tempo causando terror pelos Reinos, apenas para conseguir suas próprias coisas. Havia histórias sobre Rumplestiltskin, algumas diziam que durante os primeiros séculos ele conseguiu atravessar mais de cinco Reinos, destruindo tudo sem ter uma causa, apenas por palha, que transformava em ouro. Outros, contavam como ele incendiava às vilas somente para que as pessoas o procurassem para lhe pedir ajuda e ele recebesse algo em troca. 

Louco. Talvez essa fosse a melhor definição. Mas depois de séculos à solta, meus pais, com a ajuda dos reis aliados  cujos são pais de Baelfire , conseguiram capturá-lo por fim. Hoje ele está preso em uma das masmorras do castelo, a qual é a prova de suas magias, por ser enfeitiçada. Neste momento, deve estar fedendo à poeira, e apodrecendo junto com os insetos que vivem por lá há anos. 

Convencer meus pais a me permitirem falar com Rumplestiltskin, não foi nada fácil. Uma luta ideológica foi posta somente por eu citar o nome do feiticeiro. Eles achavam um absurdo, um completo perigo eu ou qualquer um se submeter a falar com ele. Mas era a única opção de provarmos a inocência de Gancho. Não queria que o Capitão Jones fosse preso sem motivos, sendo que ele não poderia me dar a Pedra Azul ou todos os outros objetos saqueados do Reino. 

Depois de muita insistência, meus pais concordaram em me deixar conversar com o feiticeiro, no entanto, eles teriam que ir junto. Concordei, afinal, não havia outra escolha. Capitão Gancho veio seguido de nós. 

Ao atravessarmos as celas, não pude evitar meu olhar triste sobre os prisioneiros. Eles me olhavam com súplicas para que eu os tirassem de lá, as vozes me pediam constantemente junto com seus braços sendo esticados dentre as grades, pedindo para serem libertados. Não podia ter pena. Muitos deles fizeram e estão a pagar. Mas outros, sabia que foram presos sem realmente terem feito algo; além disso, viviam em péssimas condições, e por mais que fossem seres horríveis, ninguém merece sofrer. Ninguém.

Andamos mais um pouco, até nos depararmos com uma última cela aos fundos do local escuro. As tochas dos guardas foram acendidas, enquanto os mesmos seguravam-nas ao nosso lado. Olhei com mais cautela para dentro da cela, mas não via nada, senão um grande e imenso breu. 

 Onde ele está?  perguntei, tentando encontrar algo com os olhos. 

 Tem de chamá-lo pelo nome, Vossa Alteza  disse um dos guardas. 

Pigarreei um pouco, mas logo me recompus. Olhei um pouco amendrontada para meus pais, que apenas assentiram com a cabeça, para que eu continuasse. Dei uma olhada para Gancho, que tinha em seu rosto uma expressão séria, por incrível que pareça. Então, direcionei meu olhar à cela. 

  Rumplestiltskin  chamei pelo seu nome.  Aqui é a Princesa Emma Swan. Gostaria de vê-lo.

Não demorou muito para um som afoito soar pelas folhas secas que estavam no chão. Barulhos de passos aumentaram a ecoar, até que foi possível enxergar sua imagem. Dei um passo para trás, levando a mão à boca pela surpresa. Ele realmente não era nada agradável. Sua aparência era horrível. A pele era como a de um crocodilo, banhada de sujeira. Os cabelos sujos e compridos, chegavam até os ombros. Usava vestes de couro marrom, vestes antigas; seu olhar era carregado de curiosidade. Logo, ele começou a rir, de um jeito muito estranho; uma risada fina e sínica. 

Olhei um tanto enojada para meus pais, que o olhavam com indiferença. Talvez isso se deva ao fato de que eles já o viram antes. Desviei involuntariamente minha atenção para Gancho, que olhava o feiticeiro da mesma forma que eu.

 Ahn...  Virei-me para Rumplestiltskin.  Nós precisamos de sua ajuda. 

 Da minha ajuda? — ele disse, colocando uma das mãos no peito e soltando uma risada irônica.  Achei que os feiticeiros fossem aberrações para os nobres, e veja... Aqui estão, pedindo-me ajuda.

 O que você quer em troca?  Branca perguntou. 

 Vamos com calma, nem sei a proposta  disse ele, e então desviou seu olhar para Gancho.  Vejamos, um rei, uma rainha, sua princesa... e um... pirata. Interessante.  Soltou mais um riso, em meio a todo silêncio.   Isto o envolve?  Debrussou-se sobre as grades de madeira da cela, olhando com intensidade para Gancho. 

 Sim  afirmei.

 Sua alma é tão escura  falou, ainda para Gancho.  Mas toda escuridão pode ser apagada. A luz está mais próxima de sua vida do que você pensa, pirata.  Então soltou mais uma risada, fazendo Jones dar um passo para trás. 

 Precisamos que você diga se ele está falando a verdade  disse meu pai, seriamente.  Vai nos ajudar?  Ele deu um passo para frente, ficando próximo ao feiticeiro.

 Claro. Posso fazer isso. Mas como toda magia, esta vem com um preço. E por sua vez, irei pedir algo em troca. 

 O que você quer?  perguntei, revirando os olhos.

Seu sorriso abriu de forma que pude enxergar todos seus escuros dentes. Ele conseguiu, de alguma forma, aproximar ainda mais o rosto perturbado da cela, então, soltou de forma sussurrada sua resposta:

 Liberdade. 

Pude ouvir o riso debochado de meus pais logo atrás de mim. Não me virei, apenas continuava a encarar a feição velha e retorcida à minha frente. Libertá-lo de lá seria algo estúpido por uma simples comprovação de inocência, mas se não comprovássemos, não teríamos como saber se Gancho realmente estava com a Pedra Azul.

 Nós não vamos libertá-lo!  minha mãe disse com arrogância na voz. Virou-se e começou a andar em direção à saída. 

 Mãe, espera  pedi, puxando seu braço. Ela me encarou com reprovação, mas dei de ombros.  Se você não aceitar, nós não vamos recuperar...  Olhei para os lados, para me certificar que ninguém fosse ouvir, então disse, de forma sussurrada:  A Pedra Azul.  

Ela olhou para Rumplestiltskin, enviando-o um olhar irritado. Logo, voltou-se para mim. 

 Está bem. 

Assenti, formando um sorriso nos lábios. Meus pais sabiam que por mais que eu não quisesse também libertá-lo, eu queria muito assumir meu trono algum dia. E logicamente, eles também queriam. E a única maneira, era recuperar a Pedra Azul. 

Andei até o feiticeiro, ficando bem à sua frente. Encarei-o bem nos olhos antes de me pronunciar. 

 Guardas  chamei-os, ainda encarando Rumplestiltskin.  Libertem-no. Depois levem-no para a Mesa de Discussão. Levem Gancho também. 

 Sim, Vossa Alteza  eles disseram em uníssono, fazendo uma breve reverência. 

Apenas me virei e saí andando, rumo à Mesa de Discussão, sem olhar para trás. Senti os passos de meus pais atrás de mim, todavia apenas continuei seguindo com passos apressados. 

Ao adentrar a sala onde conversaríamos com Rumplestiltskin, sentei-me na Mesa e esperei pelos outros. Enquanto isso, batucava os dedos na superfície de mármore, tentando me desvincular de qualquer pensamento ruim. Mas sempre me vinha à mente que eu teria que libertar Rumplestiltskin somente para libertar outro pirata, que tecnicamente também era um criminoso, mas não o que procurávamos. 

Minha mente já divagava por pensamentos afastados da realidade, quando vozes me despertaram de meus devaneios. Olhei para os lados, e percebi que meus pais se sentaram ao meu lado, Gancho estava em pé acompanhado de um guarda e Rumplestiltskin também em pé acompanhado de dois guardas, o que era um tanto estúpido, já que o mesmo era um feiticeiro, e quando quisesse poderia estalar os dedos e matá-los. Mas ele parecia calmo. 

— É... — Limpei a garganta e voltei a falar. — Por favor, Capitão Jones, sente-se, e Rumplestiltskin também. Guardas, podem esperar ao lado de fora. 

Os guardas olharam para meus pais, que assentiram com a cabeça. Logo, os homens de armaduras pesadas se retiraram, fechando a porta. 

— Então, o que exatamente querem que eu faça? — Rumplestiltskin perguntou. — Acho que é um tanto injusto eu ajudá-los depois de terem me deixado aprisionado por tantos anos, mas um acordo é um acordo. Então, digam. — Ele entrelaçou os dedos das próprias mãos e apoiou os cotovelos em cima da mesa, abrindo um sorriso sem mostrar os dentes.

— Precisamos que você diga se Gancho realmente está envolvido com os crimes contra o Reino — meu pai disse. — Precisamos saber quem é o culpado. 

— Hum... — O feiticeiro alinhou o corpo mais próximo ao centro da mesa, e encarou meus pais. — Isso não me parece apenas interesse em prender um criminoso qualquer. Se precisaram de minha ajuda, deve envolver algo mais sério, estou errado? 

Remexi-me um pouco na cadeira, desconfortável. Não poderíamos contar sobre o que realmente procurávamos, contudo, ele é um vidente também, provavelmente descobrirá, isso se já não descobriu.

— Tudo bem. — Rumplestiltskin voltou a se encostar na cadeira, ainda com as mãos entrelaçadas. — Vejo que vocês não querem dizer, mas isso não me importa. Já imagino o que seja. 

Olhei para meus pais, um pouco aflita. Seus semblantes estavam tentando se manterem calmos, mas eu sabia que não estavam. 

Rumplestiltskin começou a mexer os dedos na frente de seu rosto, formando uma bola de energia cor vinho. Ainda concentrado, continuou a fazer os movimentos contínuos com as mãos. Encarei meus pais, procurando pelo quê eu devesse fazer, eles apenas ignoraram e continuaram a olhar para o feiticeiro. Subitamente, ele jogou esse flash de luz em cima de Gancho, que saltou para trás, caíndo da cadeira. 

— Mas que merda é essa?! — o pirata perguntou, se levantando. 

— Sente-se — Rumplestiltskin falou para Gancho, que olhou desconfiado para a cadeira onde estava. 

— Não. O que foi isso? — indagou, insistente e estupefato.

— Isso fará você responder às perguntas da princesa com sinceridade. Não conseguirá mentir. Não se preocupe, o efeito será passageiro. Durará apenas alguns minutos — Rumplestiltskin concluiu. 

Gancho ainda parecia hesitante.

— Se você quer se livrar disso logo, faça o que ele pediu — falei, enviando um olhar impaciente para o Jones. 

Ele se sentou, me encarando com um súbito sorrisinho. 

— Então, me responda com toda a sinceridade — comecei, sem saber exatamente como faria aquilo. — Houve crimes generalizados e assassinatos pelo Reino durante sua estadia por aqui. Você foi o responsável por isso, Capitão Jones? Você ou alguém de sua tripulação?

— Não — respondeu, convicto. 

Olhei para meus pais, e não pude deixar de abrir um sorriso. Eu estava certa. Meus pais continuaram inexpressivos, logo, minha mãe se pronunciou. 

— E você sabe quem está por trás disso? — indagou ela. 

O Capitão não respondeu nada, o que fez Rumplestiltskin soltar uma gargalhada. 

— Ele só responde às perguntas da Princesa, queridinha — disse ele, esclarecendo.

Minha mãe devolveu um olhar frustrado. Suspirei.

— Gancho, você sabe quem está por trás desses crimes contra Itália? 

— Por favor, não me obrigue a dizer isso — Gancho disse, com o maxilar trincado. Seu semblante era de súplica. 

— Nós precisamos de um culpado, de uma resposta, Capitão — falei, impaciente. — Infelizmente quem você está protegendo é alguém que pode levá-lo à forca caso não nos diga. Mas você não tem essa opção. Tem que se lembrar, de que esta pessoa a quem protege, é alguém que não merece misericórdia pelos atos ruins que praticou. 

— Por favor... — ele pediu mais uma vez, ignorando o que eu disse. 

Suspirei. 

— Gancho, você conhece a pessoa que está por trás disso? — indaguei mais uma vez, firmemente.

Ele mordeu o lábio inferior, e abaixou o olhar. Tentava se manter calado, mas percebi que ele não podia; não conseguia. 

— O nome... O nome... do capitão... é... é... — Hesitou mais uma vez, mas já era ineficiente. — É... Blackbeard. É assim que ele é chamado. — Cuspiu as últimas palavras, como se o ar fosse finalmente devolvido a seus pulmões. 

Olhei confusa para todos. Por que ele tentava manter esse outro pirata em segredo? 

— Blackbeard. Deveria saber. — Meu pai suspirou, pondo as mãos na testa. 

— Espere... — Levantei-me, ficando em frente a Gancho. — Por que você não queria nos contar que era a tripulação de Blackbeard? — indaguei, franzindo o cenho. — O que você está nos escondendo, Gancho? Quem você está protegendo lá?

— Isso não lhe interessa, Alteza — Gancho falou, ríspido. Pelo visto, o efeito do feitiço já havia passado. 

— O que importa é que os pegaremos. — Meu pai falou, abrindo um sorriso. — Branca, anuncie para os guardas que já sabemos quem é o culpado, dê ordens para enviar navegações para a costa, e procurar pelos mares. Podemos contar com a ajuda dos reis da França, e os pais de Baelfire, na Espanha, nossos aliados, que podem nos ajudar enviando algumas tropas pelo Mediterrâneo. Não temos tempo a perder. — David levantou-se e começou a andar em direção à porta, ao lado de Branca.

Rumplestiltskin soltou uma risadinha sarcástica, fazendo meus pais se virarem para ele. 

— Você já está livre para ir, Rumplestiltskin — disse minha genitora, a contragosto. 

— Achei que precisassem saber de algo, mas já que não querem...

— Espere! — gritei. — O que precisamos saber? — perguntei, ficando parada na frente do feiticeiro. 

— Bem, nenhuma tripulação, nem de três nações em conjunto, seriam capazes de parar Blackbeard — Rumplestiltskin disse, e começou a andar pela sala, analisando cada objeto ali presente com os dedos. — Nem com centenas de tropas, nem com a melhor força armamentista, ou com o melhor arsenal de todo o continente vocês conseguiriam. 

— E por que não conseguiríamos? — perguntou meu pai, ao passo que se aproximava dele. 

— Porque Blackbeard não trabalha sozinho. Ele trabalha com algo muito maior, meu querido.

— E com o que ele trabalha? Com quem? — perguntei.

O homem de pele esponjosa abriu mais um sorriso. 

— Há coisas que estão longe do meu entendimento — disse ele, e logo voltou seu olhar de supetão para mim. — Você! Princesa Emma... A única capaz de pará-lo. 

— Eu? — Foi a minha vez de dar uma gargalhada. — Sou tão fraca quanto uma formiga. 

— Não esse tipo de força. Mas você tem uma habilidade. Uma habilidade peculiar, assim como... eu! — Rumplestiltskin disse. — Você só ainda não a descobriu. Mas na hora certa você verá, você entenderá tudo que é capaz de fazer. 

— Está dizendo que eu sou como você? Feiticeira, de pele estragada? — perguntei, com um pouco de gozação na voz. 

Ele riu.

— Não, não desse tipo. Não diria feiticeira. Você nasceu com uma habilidade, Emma. E não tardará a descobrir.

— Do que você está falando, seu ser imundo? — Minha mãe se intrometeu. — Ela não é como você! Emma é normal. 

— Não conhecer a própria filha é um pecado muito grande, senhora Rainha — disse ele, com sarcasmo. — E como disse, é inútil você mandar esse soldados impotentes para combater algo que só Emma Swan está destinada a fazer. 

Do que ele estava falando? Estou extremamente perdida. 

— Como posso acreditar nisso? Como podemos acreditar nisso? — meu pai perguntou. 

— Não tem uma prova, apenas a minha palavra. Sabem que eu nunca erro em uma previsão, e não estou equivocado nesta. Emma sempre foi diferente de todas as outras pessoas, ela apenas não soube disso, porque sempre viveu condenada a esse castelo, a essa rotina frustrante demais para alguém brilhante como ela. Nunca se perguntaram se sua filha queria algo mais para si do que uma vida de máscaras? 

Meus pais me olharam tristes. Eu sabia o quanto suas vidas eram agitadas para que eles conseguissem me dar cem por cento de atenção, e sabia o quão difícil era administrar um país, sem ajuda palarmentista ou qualquer outra. Era muito peso para seus ombros, e ter uma filha com sonhos além da realidade não colaborava muito. Apenas forcei um sorriso. 

— Mãe, pai, se esta é a única maneira, eu aceito — murmurei. 

— Não, Emma, isso é perigoso — meu pai falou. 

Andei até eles, e os levei para um canto mais afastado, olhando para os lados para me certificar de que Gancho e Rumplestiltskin não me ouvissem. Duvido que ouviriam, Jones estava sentado concentrado em seu gancho, e Rumplestiltskin entretido com os objetos do local. 

— É a única chance de recuperar a Pedra Azul. Não sei se poderei ter outra oportunidade. Se eu não recuperá-la, nunca poderei me tornar rainha. Quando vocês precisarem sair do trono, o que eu farei? Deixarei meu país com um regente qualquer? Não, eu não posso fazer isso. 

— Filha, você tem um papel muito importante aqui. Deveria se casar com Baelfire e...

— Mãe, as coisas mudaram. Eu acabo de descobrir que posso possuir algo diferente em mim, e que eu sou a única capaz de pegar a Pedra Azul e impedir Blackbeard e seja lá mais quem estiver por trás disso. Se eu me casar agora com Baelfire, serei impotente, não poderei sair daqui para fazer nada, tampouco me tornar Rainha. Não vejo muitas alternativas para elegirmos. Mas quando voltar, eu me casarei, assumirei o trono com Bae, fortalecerei nossa aliança com a Espanha e nosso país crescerá. Mas se eu não for, nunca me tornarei Rainha. Farão de tudo para vocês serem depostos, e qualquer outra nação tentará tomar nosso trono, pondo um regente qualquer em nosso país, deixando -o na lama. — Olhei para seus rostos preocupados e hesitantes. — Eu ficarei bem. 

— Nem sabemos se isso que Rumplestiltskin disse é verdade, Emma. E se...

— Pai, se não for verdade, eu descobrirei. Voltarei, e pedirei ajuda a Corte, e então começaremos nossa busca novamente. Mas não dá para esperar o fracasso para começar o triúnfo. Eu preciso confiar em Rumplestiltskin, porque ele sempre está certo. Nós demos a liberdade a ele, por que ele mentiria? — Peguei nas mãos dos dois, e abri um sorriso. — Vou ficar bem. Mandarei-lhes cartas todos os dias. Não sei se chegarão, mas prometo escrever sempre. Não vai demorar, tudo bem?

Meu pai olhou para minha mãe, com o cenho franzido. Deram um suspiro, e finalmente minha mãe se pronunciou:

— Acho que podemos aceitar isso. Mas você tem que prometer que se cuidará, porque acima de você ser nossa única herdeira, você é nossa filha, e nós te amamos. E precisamos de você bem. 

— Posso fazer isso. — Soltei uma risada, e logo os puxei para um abraço. 

Logo, afastamo-nos. Meu pai pareceu se lembrar de algo.

— Mas, como você os procurará? Não é melhor enviarmos uma tripulação com você? Não pode sair sozinha mundo afora. 

Fiquei pensativa. Realmente não tinha ideia de como iria. Não conhecia nada sobre mares, tampouco sabia onde Blackbeard e sua tripulação estavam. Não conhecia nada sobre sobreviver nos oceanos. 

— Acho que o único que pode lhes ajudar com isso, é Gancho — Rumplestiltskin disse, do outro lado da sala, ainda com os olhos passando pelos objetos valiosos. Ele estava nos escutando a todo este tempo?

— Eu? — Gancho levantou-se, se aproximando de nós. — O quê?

— Você navegará com Emma e a guiará para encontrar Blackbeard. — Rumplestiltskin continuou, soltando mais uma de suas risadinhas. — É o único que conhece onde esses piratas imundos vivem indo, e provavelmente sabe do paradeiro de Blackbeard, já que você tem alguém muito especial em sua tripulação. 

Capitão Gancho riu. Riu como nunca. Olhei com a testa franzida para ele, que cessou a risada.

— Não vou ajudá-la com mais nada. — Foi o que ele disse.

— E por que não? — indaguei.

— Você está tentando caçar um capitão cujo quero manter distância. Não faria isso.

— Mentira — eu disse, fazendo-o erguer uma de suas sobrancelhas. — Você está com medo de eu capturar a pessoa a qual protege. 

— Não vou guiá-la nessa loucura — ele disse novamente. — Não para a pessoa que está disposta a ser morta por você. 

— Ela deve merecer, por conspirar com Blackbeard — minha mãe disse.

— Mas não merece. Porque isso não foi escolha dela — Gancho disse, trincando o maxilar. — Acho que já acabei o que tinha para fazer, não? — Então ele começou a andar para a porta da sala, iria sair, se não fosse por uma fumaça cor vinho que se fez presente logo à sua frente. Logo, Rumplestiltskin apareceu no meio da fumaça, se teletransportando. — Mas que diabos...

— Você e eu precisamos conversar. — Rumplestiltskin disse, gargalhando logo ao final. Acho que ele tinha algum neurônio a menos, porque sempre ria desse jeito, sarcástico. — Há coisas que podem lhe fazer mudar de ideia. 

— Você não faz ideia do que fala — Gancho disse, empurrando-o para o lado, e cruzando a porta, mas parou logo quando ouviu um nome ser pronunciado à suas costas.

— Milah — Rumplestiltskin disse, em um tom melancólico. 

Gancho virou-se para ele, fitando-o com um olhar nada agradável.

— Quem é essa? — perguntei. 

— O que você sabe sobre ela? — Gancho indagou ao feiticeiro, ignorando minha pergunta.

— Sei de muitas coisas. — Rumplestiltskin disse, vagamente. — Se me permitem, Vossas Majestades, há algo que gostaria de falar com este pirata em particular. Posso fazê-lo mudar de ideia quanto à levar Emma. 

Meus pais assentiram. Logo, Rumplestiltskin balançou as mãos, fazendo o lugar onde estavam seu corpo e o de Gancho, serem preenchidos pela mesma fumaça cor de vinho. Logo, ambos desapareceram. 

— Eles vão voltar? — minha mãe perguntou. 

— Acho que sim. Parece-me que Rumplestiltskin realmente sabe de algo que fará Gancho mudar de ideia — disse. — Só sei que depois disso tudo, preciso tomar um banho. Quando eles voltarem, chamem-me em meus aposentos, por favor. 

— Pode ir — meu pai disse, formando um sorriso em seus lábios. — Sei que está exausta.

Assenti, e saí pela porta. 

Ao subir para meu quarto, a primeira coisa que fiz foi chamar uma de minhas criadas. Despi-me com sua ajuda, livrando-me daquelas vestes sujas que me apertaram por todo o dia. Por mais que usar vestidos e espartilhos fossem doloroso e cansativo, sentia-me mais a vontade com eles do que com estas roupas de montaria. 

A criada anunciou que a banheira estava preparada, e eu a dispensei, enviando-lhe um sorriso agradecido. Adentrei com os pés na água, e senti ela quente, era tudo o que precisava no momento para relaxar. 

Depois de meu banho, separei minha veste para usar. Um vestido azul claro, com rendas brancas. Era lindo. Ele me lembrava muito de dias ensolarados e felizes, o que faltava ultimamente por aqui.

Depois de vesti-lo, desci as escadarias e fui para o jardim. Adorava passar o tempo aqui quando não tinha outra atividade para fazer, ou quando esperava por algo. Sentei-me ao lado de uma árvore, no próprio gramado, fazendo vários olhares curiosos se voltarem contra mim. Não me importava com isso, sabia que despertava esses olhares porque "uma princesa sempre deve ser bem vista", não estar sentada em seu jardim. Mas eu já estava acostumada com isso, e realmente não me importava. Sentir o vento refrescante chocar contra minha pele, bagunçando meus cabelos, juntamente com o aroma das plantas que ali estavam, é o que realmente me acalma. 

À medida que sentia todas estas sensações boas que a natureza me proporcionava, eu observava as pessoas da corte caminhando de um lado para o outro. A euforia de todos ali para adentrarem logo o castelo, outras saíndo para a cidade... Como queria me ver longe disso tudo. Sempre quis. Talvez não devesse, mas eu queria. Queria saber o que é viver.

Agora, meus pensamentos inundaram novamente com as lembranças de que eu era a única que poderia encontrar a Pedra Azul. As palavras de Rumplestiltskin vinham em minha cabeça repetidamente, e eu não conseguia entender o porquê de eu ser, segundo ele, a única a poder deter esse "algo maior". Sei que não foi fácil para meus pais concordarem com isso tudo, mas eles sabiam que era por uma causa maior. E eu também sabia, por isso aceitei. Agora dependo de Gancho para me ajudar. O que poderia me tornar tão especial ao ponto de ser a única que poderia recuperar a Pedra Azul? O que quer que Rumplestiltskin tenha proferido, é algo que desconheço. 

Meus pensamentos não duraram muito mais. Logo fui despersa por mãos tocando meu ombro. Virei-me, e encontrei um homem, de estatura um pouco baixa, que brincava com os cabelos, um pouco tímido. 

— Vossa Alteza, os Reis solicitaram que você os encontre na mesma sala que estava há pouco. 

— Obrigada por me avisar, estou indo. — disse, abrindo um sorriso sincero.

Ele se reverenciou, e saiu correndo. Levantei-me, batendo a mão na parte de trás de meu vestido, para que as gramas se soltassem dele. Logo, fui até o local solicitado.

Ao adentrar a sala, encontrei meus pais sentados na Mesa de Discussão. Caminhei até eles, parando em suas frentes, mas ainda em pé.

— Notícias? — perguntei.

Não deu tempo para resposta. A porta da pequena sala se abriu, revelando Capitão Gancho e o feiticeiro. Ambos estavam lado a lado, Rumplestiltskin com seu habitual sorriso, e Gancho com uma expressão séria. Ele caminhou até onde estávamos, parando a minha frente.

— Eu aceito — disse ele, e era nítido a raiva em sua voz. — Eu aceito levá-la em minha tripulação para que encontre Blackbeard. 

Isso me fez dar um passo para trás, surpresa. O que quer que Rumplestiltskin tenha falado a Gancho, o fez ficar com muita raiva, era perceptível em sua fala e seu olhar. Contudo, o havia feito me ajudar. E era isso que importava. 


Notas Finais


Cansativo?! Prometo que vou tentar fazer um pouco menor, mas é que me empolguei Hahaha
Enfim, a Emma não sabe de várias coisas sobre ela e a vida dela, segredos que ela nem imagina. Além do segredo que o Gancho esconde, é claro e.e

Obrigada pra quem leu até aqui, gostaria muito de saber o que estão achando, se sintam à vontade para comentar, mordo não hahaha responderei todos <3
Beijos e até o próximo!! ♡


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