O cheiro da comida da minha mãe perfumava toda a área externa da casa e me deixava com ainda mais fome. Escutar o senhor Akimichi narrar o cardápio que ele estava preparando para o meu aniversário na próxima semana não estava nada fácil, já tinha perdido o números de cortes de carne diferentes que o homem citou, animado com o churrasco.
Sim, na próxima semana eu faria 30 anos e era tradição que comemorássemos a data com um bom churrasco. Meu pai, assim como seus amigos de longa data, Chōza e Inoichi, faziam questão de comandar a churrasqueira tarde a dentro.
E eu estava tentando a todo custo desviar do assunto e sugerir outra comemoração, mas estava difícil. Como você fala que não vai comemorar seus 30 anos com a dona Yoshino?
Não era nem louco de tentar!
— Isso vai ser engraçado — Chouji comentou baixo do meu lado com um sorriso no rosto vendo minhas caras e bocas com todo o falatório da festa, sabendo certinho qual era meu drama interno.
Como eu iria apresentar a nora palmeirense para o meu pai corintiano roxo? Ou melhor, como iria desmentir todo aquele imbróglio que eu fiz com a Sakura?
— O que vai ser engraçado? — A enxerida da Yamanaka, que tomava uma caipirinha, levantou as sobrancelhas perguntando e nos encarando diabolicamente.
— O Shika tá comendo uma palmeirense. — meu amigo comentou baixinho, mas minha amiga, que não era nada silenciosa, soltou um “porra” alto o suficiente para nossos pais desviarem a atenção para nós.
— Vocês podem falar mais baixo ou querem que eu saia gritando sobre a vida sexual dos dois também? — Encarei os dois mortalmente, igual quando éramos crianças e eles me metiam em furadas. — E, na verdade, a gente está quase namorando e por isso eu vou ter que convidá-la para vir.
— O que o gênio aqui está omitindo, é que falou para a namorada palmeirense fanática que não gostava de futebol. — O Akimichi completou dando risada antes de tomar mais um gole de sua cerveja.
— Você tá muito ferrado, mano. — Ino segurava uma risada com a mão para abafar os sons estranhos que ela fazia quando ria. — Seu pai não descansou até que eu virasse corinthiana de tão fanatico que ele é, e isso que eu sou só a afilhada dele, imagina o que ele vai fazer quando descobrir a nora palmeirense?
Grunhi me enfiando ainda mais na cadeira, considerando todas as possibilidades para o encontro da próxima semana. O pobre do Inoichi, um santista tranquilo, sofreu com o amigo, que logo de cara já deu um macacãozinho de bebê do corinthians quando descobriu que seria o padrinho da loira.
— Filho, a Sakura já confirmou se vem? — minha mãe apareceu trazendo uma travessa de arroz e sorrindo para nós, e eu só conseguia escutar os risos abafados dos meus amigos que tentavam fazer cara de paisagem.
— Se prepara filhão, que a gente vai passar seu aniversário comendo porco no rolete! — meu pai falou rindo e batendo nas minhas costas, me fazendo prender todo o fôlego que eu tinha com medo da resposta.
— Por quê? — perguntei sucinto, tentando esconder o nervosismo na minha voz.
— Oras, esqueceu que domingo vai ter clássico? Dia de Derby, Shikamaru! — Ele continuou dando risada tentando pegar um pedaço da carne do prato que minha mãe arrumava na mesa e recebendo um tapa na mão, mas a tempo de filar um pedaço da linguiça, colocando na boca. — Ou melhor, dia de acabar com a raça de porco.
Soltei um suspiro derrotado, só tendo forças para ralhar com a Ino que já abria a boca para fazer uma piadinha infame com a minha cara.
— Nem fala.
Sim, eu já sabia que estava fudido e ia ter muito que me virar nos 30 para remediar os dois fanáticos em dia de jogo.
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