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História Conexões Paralelas - Capítulo Um


Escrita por: cintialilian

Notas do Autor


Apenas uma Harlanlover tentando escrever u.u

Capítulo 1 - Capítulo Um


— ISSO NÃO VAI FICAR ASSIM GAROTA!  VOCÊ VAI SE ARREPENDER. VOCÊ NÃO SABE COM QUEM ESTÁ SE METENDO! — gritou ele com a mão ensanguentada cobrindo o nariz quebrado.
Com o coração acelerado, dedos e mão doloridos, com a mão boa ela pegava o filhote assustado no chão e foi embora para casa.

                                   ***
— Garota, quantas vezes tenho que te dizer que você não pode resolver tudo na briga. Estou pensando seriamente em tirar você dessa aula de Muay Thai... — disse Amanda cuidando dos machucados da filha que havia se metido em uma briga com um garoto.
— Pelo amor que a senhora tem por mim, não faça isso! A culpa não foi minha...  — implorava Gabriela.  — Eu tive que fazer algo, ele estava maltratando o gatinho. — dizia ela acariciando um filhote de gato preto no colo que estava ferido.  — Ele é doente e cruel e mereceu o olho roxo e o nariz quebrado. — Ela olhava para a mão enfaixada. — Só não imaginei que fosse quebrar meus dedos. Só que eu estava com tanta raiva que dei um soco sem pensar duas vezes.
— Querida, você deveria te chamado ajuda. Ele iria pagar pelo crime. No final você acabou se machucando e nem podemos dar queixa porque você começou a briga e o machucou... — Amanda estava cuidando da ferida no rosto dela, a bolsa de um dos olhos estavam inchadas por causa do soco que ela levou, e a boca cortada. — Você é uma moça. Moças não saem por ai brigando com rapazes. E o Muay Thai não é para ser usado para violência.
— Foi autodefesa. — retrucou.
— Ele não te agrediu.
— Pior! Ele agrediu um ser que mal pode se defender... — Ela fazia carinho no pescoço do gato. — Ele é um covarde.
— Eu sei. Mas não é você que tem que bancar a justiceira. — disse Amanda jogando os curativos usados fora. — Vou pra academia dar aula...
— Eu só vou dar um banho e arrumar uma caminha para o... — Ela levantava o gatinho no ar e via os olhos cinza e o pelo completamente preto. — Batman!
Amanda voltou e encarou a filha. —Batman?
Ela assentiu. — Combina com ele. Mesmo sendo atacado ele não recuou. Um exemplo de bravura.
Amanda sorriu. — Ok... Depois de cuidar do Batman, descansa tá?
— Que isso? Eu vou dançar com você na academia, já, já estou lá. — disse ela.

 

Depois de dar banho no Batman, cuidar das feridas e arrumar a cama Gabriela foi se arrumar, ela tomou banho trocou de roupa e foi arrumar o cabelo.
Ao se olhar no espelho viu que as feridas estavam feias, ela também tinha apanhado um pouco, feridas na bochecha, o beiço inchado e cortado.
Ela prendeu seus cabelos longos e loiros em um rabo de cavalo, e começou a se maquiar para disfarça as feridas.
Passou base, blush, lápis de olho que realçou seus olhos azuis e batom rosa que ficou bem em sua boca e disfarçou o inchaço.
— A magia da maquiagem. — disse ela sorrindo ao olhar o resultado no espelho.
Batman estava na cama dela brincando com a bolinha do casaco dela.
Ela sorriu ao vê-lo rolando. — Eu vou comprar uns brinquedinhos para você.
Gabriela deixou água e comida para Batman e pegou a mochila e seguiu para academia da sua mãe.

                                      ***
Gabriela havia chegada á academia nos 15 últimos minutos ao final da aula da sua mãe. Ela entrou pelo estacionamento que era o caminho mais rápido, ela atravessou com a bicicleta olhando apenas para um lado e foi atropelada por um carro que vinha do outro lado.
O motorista e um rapaz de pele parda, cabelos encaracolados e pretos desceram do carro correram até ela, Gabriela estava se levantando um pouco tonta e o motorista a ajudou.
— Ai meu Deus! Está tudo bem? — perguntou o motorista.
— O senhor acaba de me atropelar, o que acha? — disse ela.
— É melhor chamar uma ambulância. — disse o garoto pegando o celular.
— Não, tudo bem. Eu estou brincado, estou bem. — dizia ela olhando os arranhões no cotovelo e pernas. — Foi tipo um empurrão. Só que de um carro.
— Eu sinto muito. Tem algo que eu possa fazer?
— Não. Na verdade a culpa foi minha, eu não devia andar de bicicleta pelo estacionamento.  — ela levantava a bicicleta que estava um pouco danificada.
— Eu vou indo, estou atrasada. E desculpe pelo acidente! — disse Gabriela montando na bicicleta.

Ela estacionou a bicicleta e a trancou e entrou na academia, a turma de tarde da sua mãe já estava deixando o salão.
Amanda estava conversando com algumas alunas e via Gabriela entrar e ia até a filha.
— Desculpa, mãe. — disse Gabriela.
— Tudo bem, querida.
Uma fila de cerca de 20 pessoas estavam entrando para o salão de Muay Thai.
Gabriela fitou a fila.
— Posso ir? — perguntou ela olhando para a mãe.
Amanda respirou fundo. — Tome cuidado!
Gabriela correu até a sala antes de o professor fechar a porta.
Ela olhou em volta e entre os alunos estava o rapaz do carro que a atropelou.
Ele também estava encarando ela quando o professor chamou atenção.
— Hei, você dos cachinhos! Acorda! — Chamou o professor cruzando os braços.
Ele deu um passo a frente.
— Aqui não é lugar para paquerar não. Você veio para aprender Muay Thai ou o que? — perguntou o professor.
— Aprender Muay Thai. — disse ele
— Ótimo. Sobe aqui. — disse o professor. — Vou fazer uma demonstração.
Ela se ofereceu como voluntaria e o professor aceitou.
O professor deu aulas de defesa, mostrando como se defender de golpes agressivos.

Houve um intervalo de alguns minutos para dar continuidade a aula.
O motorista do garoto veio até ele com um telefone.
— É o Carlos. — disse o motorista.
O garoto pegou o celular e atendeu.
— Fala.
— Eu tenho duas recomendações muito boas para você. É um agente muito bom, e também um consultor financeiro muito bom também.
— Acho que você já tinha me falado. — disse garoto.
— Então, eles estão no Brasil. Que tal uma conversinha com eles?
— Beleza, os mande para cá. A Academia Fascinium.
— O que? — perguntou Carlos.
— Aqui, perto tem um lugar bem bacana para comer. Mande eles me encontrarem na academia. Depois da minha aula de Muay Thai, daqui a uns... — ele olhava no relógio. — 30 minutos.
— Mas, mas eu marquei um jantar em um restaurante para amanhã... — disse Carlos.
— Então desmarca. Amanhã eu tenho uma festança para ir. — ele desligava o celular e voltava para a aula.
                                       ***
Myron e Win viajaram para o Brasil para conhecer um jogador de futebol que foi indicado por um amigo do Win no Brasil.
Ele disse que o garoto era o novo Pelé dos tempos de hoje.
Nem Neymar, Messie ou Cristiano Ronaldo estariam aos pés desse garoto.
Chegaram alguns dias antes para poder visitar o Brasil.
Win alugou dois quartos no Copacabana Palece para passarem os dias.
Copacabana Palace era um dos hotéis mais sofisticados de luxo do Rio de Janeiro.
Seus clientes eram grandes estrelas mundialmente famosas e podres de ricas.
Windsor Horne Lockwood III não era famoso, mas é podre de rico.
Win e Myron estavam na sacada aproveitando a vista.
— E você disse que era desnecessário. — disse Win apontando para vista.
— Ainda acho desnecessário. Não vamos ficar aqui mais do que uma semana. — disse Myron
— Talvez fiquemos. Ouvi dizer que o pirralho é egocêntrico. Não aceita qualquer um para representa-lo. Ele já recusou muitos pelo passado sombrio com outros atletas. — disse Win sem tirar os olhos da vista. — E muitos tinham nome no mundo dos esportes.
— Qual é o nome dele mesmo?
— Gustavo Duarte.  Tem 17 anos, com um contrato bem generoso. — respondeu Win entrelaçando os dedos. — Ele joga no reserva do flamengo... Carlos disse que ele é muito talentoso. Vale a pena o esforço para conquista-lo, sei que pra você será fácil.
— Sou muito carismático. — respondeu Myron
— Com certeza. — Win ficava ereto. — Vou dar uma volta na praia. Você vai ficar por aqui mesmo?
Ainda olhando a vista. — Acho que também vou dar uma volta. — respondeu Myron por fim.
O celular de Win tocava antes de ele conseguir alcançar a porta, ele atendia. — Articule.
Myron ficava o olhando assentir.
— Eu vou falar com ele. — disse Win e depois desligou e encarou Myron. — É o Carlos. Ele disse que o garoto mudou o dia porque tem uma festa para ir amanhã.
— Para quando?
— Agora. — Respondeu Win.
— O que? — Questionou Myron. — Agora? Como assim?
— O que significa agora para você? — perguntou Win. — Eles estão nos esperando em uma academia. Eles enviaram um motorista para nos buscar, ele está nos aguardando na recepção.
— Então vamos né.

                                     ***
Eles chegaram a uma academia onde foram instruídos a aguardar.
A academia era bem grande e sofisticada, tudo muito novo e de alta qualidade.
Eles avistaram o provável futuro cliente que estava sentado batucando os dedos inquietos no balcão ao lado de uma moça, não muito mais velha, devia ser uns cinco anos mais velha que o garoto.
Win foi a frente e Myron o seguiu.
A jovem moça já estava sorrindo.
— Olá. Os senhores devem ser Windsor Horne Lockwood III e Myron Bolitar. Eu sou tutora de Gustavo, meu nome é Patrícia Duarte. — disse ela ainda sorrindo
Gustavo franziu a testa. — Windsor Lockwood III e Myron Bolitar. Nomes engraçados. — ele apontava para Win — Ainda mais o seu. Não parece nome de agente esportivo.
— Eu não sou. Ele é. Sou consultor financeiro. — respondeu Win
— Win é consultor financeiro da maioria dos meus clientes. — disse Myron
Gustavo deu os ombros. — Que seja.  Vamos começar logo isso, estou com fome. — dizia ele ficando ereto.
— Bom, ouvimos dizer coisas boas sobre você Senhor Bolitar. — disse patrícia. — Ligamos para alguns de seus clientes para saber a sua relação e eles disseram coisas ótimas sobre você.
— Ligou? — Questionou Myron surpreso.
— Eu gosto de saber o passado dos meus agentes. Quero saber quem é ele de verdade por trás de todas as câmeras, tá ligado? — disse Gustavo. — Você passou na etapa um, por isso estamos aqui. Pelo que eu ouvi dizer você parece um cara bom. Mas não temos certeza, certo. Eu não conheço você. — enquanto falava Gustavo estava olhando em volta.
— A senhorita não é muito jovem para ser a mentora dele? Desculpe a pergunta. — disse Win
— Eu sou a irmã dele. Estou aqui no lugar da minha mãe, ela não estava passando muito bem e não pode vir, e ás vezes eu fico no lugar dela, mas não sou amadora como pensa. — disse ela.
Eles conversaram e Myron respondeu  todas as perguntas de Gustavo. E depois ele conversou com Win.
E depois também conversaram com Patrícia.
O garoto estava gostando do rumo da conversa e sentindo firmeza em Myron e Win, depois de 30 minutos, ele chamou o motorista.
Era o mesmo motorista, que os buscou no hotel mais cedo.
— Olá novamente Sérgio. — disse Myron
Sérgio acenou em comprimento a Myron e acenou a cabeça em comprimento a Win que fez o mesmo.
— Vamos á aquele lugar que eu falei. — disse Gustavo.
Sérgio assentiu e abriu as portas.
Ao sair do estacionamento, duas ruas depois alguém saiu correndo de um beco e foi na direção do carro, o motorista diminui a velocidade, mas a batida foi inevitável.
Todos saíram do carro novamente para ver o que aconteceu.


                                         ***
Gabriela estava acordando, ela estava sentada em uma ambulância, e já estava com curativos e ela estava vestindo uma camisa grande e masculina por debaixo de sua blusa que estava com a alça rasgada.
Um médico perguntava para ela o que tinha acontecido.
Ela estava tentando se lembrar o que aconteceu...
***
Flashback on
Gabriela estava saindo da academia para comprar os brinquedos do gato, assim que ela se lembrou que sua bolsa estava no armário da sua mãe na academia, ela teve que sair do ponto de ônibus e voltar para a academia. Ela estava já a duas ruas da academia e der repente um grupo de garotos a arrastou para o beco mais próximo da li e a seguraram pelos braços.
— ME SOLTA! ME SOLTA AGORA! — GRITOU ELA.
— Não adianta gritar, garota. Ninguém vai te ajudar agora. — disse um garoto se capuz.
Ela sentiu seu coração acelerar olhando para o rapaz encapuzado e quando ele tirou o capuz ela teve vontade de rir.
— Ah, cara. Você? Fala sério.
O garoto estava de óculos escuros e com o nariz com um curativo.
— Você achou mesmo que isso que você me fez ia ficar por nada? — disse ele tirando uma maquina de cortar cabelo do bolso. Ele se aproximou dela e acariciou o rosto e desceu até um dos seios e apertou de leve. — Você até que é gostosinha. Não é de se jogar fora.
Ela começou a sacudir — Não toque em mim, seu bosta! — gritou ela.
— Eu vou fazer bem mais do que tocar. — disse ela puxando a alça da blusa dela e deixando parte do sutiã a amostra. E tentou rasgar o outro lado da blusa dela.
Ela começou a se remexer ainda mais e acertou um chute na barriga dele.
— Porra! Segurem-na direito! — gritou ele voltando com a mão na barriga e depois deu um soco no estômago dela  — Fica quieta sua piranha! 
Ela gritou tentando se contorcer, mas os garotos a seguraram firme.
— Vamos ver se vai continuar atraente quando estiver careca. — disse ele ligando a maquina de cortar cabelo — E depois ela é toda de vocês.
Gabriela começou a ficar desesperada e começou a se agitar freneticamente e conseguiu que um afrouxasse o braço e nesse momento ela acertou uma cotovelada na barriga do que afrouxou, e jogou o outro para frente com um golpe que aprendeu na academia e saiu correndo do beco desesperadamente.
A última coisa que ela viu uma luz de um farol e foi atingida. Ela foi lançada para alguns centímetros a frente do carro, bateu a cabeça no asfalto e apagou.
Flashback off.
                                         ***
— Ei? — Chamou o médico.
— Oi? — respondeu ela desnorteada.
— Como está a sua cabeça? — perguntou o médico.
— Rodando. — respondeu ela. — E doendo.
— Você bateu a cabeça com força no asfalto, só não teve um trauma porque o carro estava em baixa velocidade. — disse o médico. — Encontramos o seu celular e a sua mãe está a caminho.
— Obrigada. — assentiu ela.
Ela olhou para o lado e viu o motorista, o garoto e os dois homens que estavam conversando com o motorista.
Era o mesmo motorista que tinha a atropelado na primeira vez.
Um dos homens era bem alto, se vestia de forma simples. O outro era um pouco mais baixo e se vestia de forma mais... Extravagante.
E o garoto, era o mesmo que da aula de Muay Thai mais cedo.
O motorista se afastou deles e foi até ela
— Desculpe por tudo. Se houver alguma forma de te recompensar...
— Não! Não! A culpa foi minha. As duas vezes na verdade. — respondeu ela.
— Se tiver algo que eu possa fazer...
— Ah, por favor. Não aconteceu nada, estou ótima. — disse ela
Quando o motorista se afastou o rapaz se aproximou.
— Uau. — Começou ele. — Deus quer mesmo que você viva. Atropelada duas vezes no mesmo dia. Acho que dá próxima, o meu carro que não sobrevive. — disse o garoto.
Gabriela riu.
 — E a propósito, minha camisa ficou bem em você. — disse ele
— O que você esperava? Com o meu corpitcho qualquer coisa cai bem. — disse ela piscando. — E a propósito eu pretendo viver muitos anos ainda.
Ele riu e a olhou de cima a baixo. — Devo concordar.
Ela desviou o olhar para baixo um pouco sem graça.
— Você é engraçada. — disse ele.
— Eu? Por quê? — Questionou ela.
— Olha, se queria chamar a minha atenção, não precisava se jogar em cima do meu carro duas vezes. Era só pedir o meu telefone. — disse ele. — eu sei que é difícil se controlar quando se vê um cara tão bonito como eu, ainda mais um futuro astro do futebol, mas fazer isso não é saudável, nem para você e muito menos para o meu carro. Eu pretendo dirigir ele quando tirar a carteira, então... Olha... — ele tirava um cartão do bolso. — Então toma aqui, assim não precisa se jogar de novo... E é bom para a sua saúde e a do meu carro.
Gabriela não conseguia conter o riso.
— E assim você pode espalhar para as suas amigas que conheceu o Grande Astro do futebol, antes dele ficar mundialmente famoso.
Um carro estacionava desesperadamente chamando a atenção de todos.
— é a minha mãe. — disse ela.
— Vou deixar a sua mãe te ver agora... Você poderia me dar o seu número?
Ela riu.
— Me dá o seu celular. — pediu ela, depois de uns três minutos ela devolvia o celular dele. — Prontinho, meu número está ai.
Ele olhava o número dela. — Humm, Gabriela? Só um minuto... — dizia ele digitando algo, segundos depois o celular dela vibrava, e ela olhava.

Só para confirmar.
 

Ela olhou para ele.
— Queria ter certeza de que você não me deu um número falso. — disse Gustavo.
— E como eu ia falar para as minhas amigas que conheço o grande futuro astro do futebol? — disse ela.
Ele sorriu e se afastou.
Ela viu ele se aproximar do motorista, e dos outros dois homens, e foi surpreendida por um abraço.
— Mãe! — disse ela. — Devagar, ainda tô meio dolorida.
Amanda segurava no rosto da filha. — Me desculpe, meu amor. É que quando ligaram para mim do seu número me falando que você sofreu um acidente eu quase tive um infarto. Você é a minha vida, sabia? A razão do meu viver. Se algo acontecesse com você eu não sei o que faria da minha vida. — dizia Amanda a abraçando.
— Ah, mãe. Eu digo mesmo.
Amanda beijava a testa de Gabriela.
— Eu vou falar com o médico, para ver se você já pode ir para casa. — Amanda e ia falar com o médico.
— Doutor, como minha filha está? Ela vai precisar ir ao hospital?
— Ela está bem. Teve sorte. Só recebeu alguns arranhões, e uma batida de leve na cabeça. Talvez ela sinta algumas enxaquecas de leve, mas nada para se preocupar. — disse o médico. — Ela já pode ir para casa.
— Obrigado doutor. — dizia Amanda apertando a mão dele e levou a filha para o carro.
Antes de entrar Amanda ficou observando aqueles dois homens e o motorista entrando no carro.
— O que foi mãe?
— Nada. — respondia ela entrando no carro.


                                    ***

No dia seguinte Myron acordou e já não havia encontrado o amigo no quarto ao lado.
Ele tomou café da manhã sozinho e, ligou para Esperanza contando sobre o encontro com o Gustavo e depois ligou para Terese contando sobre o Brasil aproveitou a praia.

Mais tarde, Myron e Win se encontraram no horário do almoço.
Eles estavam almoçando e conversando sobre o encontro com Gustavo.
— O que achou do garoto? — perguntou Myron
Win partia seu bife. — Ele nos levou para comer em um Fest Food.
— Não qualquer Fest Food, a gente comeu no Buger King, ganhamos até uma coroa. — disse Myron. — Não foi tão ruim assim...
— Ele gostou de você. Achou você engraçado.
— Eu sou muito engraçado. — Concordou Myron.
— Extremamente. Comediante seria sua terceira profissão se não fosse Agente esportivo.
— Terceira? Qual seria a segunda? — perguntou Myron.
— Super-herói. Justiceiro. O que você achar mais apropriado.
Myron riu. — Então acha que temos chances de ter o grande futuro astro do futebol brasileiro no nosso time?
Win assentiu. — Ele é praticamente nosso cliente. Quando falamos sobre as vantagens de ter a Horne-Lockwood Seguros e Investimentos e a MB Representações ele ficou bem interessado, e também desconfiado. Acho que ele vai pesquisar para saber se falamos a verdade. É um garoto bem inteligente. Ele não quer se representado por qualquer um. 
Myron assentiu. — Muito inteligente e bastante maduro para idade dele, e ainda sim ele age como um adolescente.
— Amanhã teremos uma resposta. — disse Win se levantando — E provavelmente um contrato.

                                   ***
Mais tarde, depois do treinamento com o time do flamengo, Gustavo estava saindo do campo com uma garrafa de água na mão, ao ver os fotógrafos ele dava sorrisinhos e fazia sinal de paz para as câmeras e entrava no vestiário.
Na porta da saída do vestiário Sérgio estava aguardando Gustavo.
— Ah, cara. O que você faz aqui?
— Eu vim te buscar para as aulas, lembra? Todo o dia depois do treino, você tem aulas particulares com a Dona Raimunda.
Gustavo revirou os olhos.
— Você nunca ouviu que Futebol não se aprende na escola? — Disse Gustavo piscando.
Sérgio não riu.
— Sua mãe tira você do futebol se te ouvir falando isso.
Gustavo correu e bateu na madeira da porta. — Isola! Deus me livre, Serginho, nunca mais diga isso. 
Sérgio cruzou os braços rindo. — Vamos?
— Beleza. Só vou buscar a minha mochila, lá dentro... — Gustavo apontava para o vestiário.
— Nada de fugir pela janela de novo. — Advertiu Sérgio.
— Ah, fala sério, isso eu fazia quando tinha 16 anos. Coisa do passado, agora eu sou mais maduro. — disse Gustavo.
— Faz dois meses que você fez isso. Você fez aniversário mês passado.
— Por isso digo que sou mais maduro. — disse ele entrando.
Sérgio se sentou no banco á espera de Gustavo, depois de meia hora todos os jogadores estavam saindo depois do banho, Sérgio se levantou a procura de Gustavo, quando não o vi, entrou no vestiário.
— Gustavo... — chamou, e não recebeu nenhuma resposta.
Ele foi procurar em todos os chuveiros, box e nada.
Depois de mais meia hora procurando Sérgio desistiu e saiu do banheiro e foi embora.
Gustavo saiu do seu próprio armário, todo dolorido e se espreguiçou pegando a sua mochila.
— Estou ficando velho demais para fazer isso. Mas hoje eu tenho coisa melhor para fazer do que aturar aquela velha... — dizia ele pegando o celular e verificando as mensagens, só havia mensagens de seu amigo Júlio César.
Ele começou a escrever uma mensagem curta.

De: Gustavo
Tô indo para a sua casa.
Para: Júlio César


A resposta veio em segundos.

De: Júlio César
Eu estou no curso agora.
Para: Gustavo.


De: Gustavo.
Sai do curso uai.
Para: Júlio César.

De: Júlio César.
Eu mando você sair do treino?

Para: Gustavo.

De: Gustavo.
Ihhh. Vai com calma cara.
Eu posso te esperar na sua casa então?

Para: Júlio César.

A resposta demorou uns 5 minutos.

De: Júlio César.
Você fugiu da sua professora de novo?
Para: Gustavo.

De: Gustavo
MANO, HOJE É SEXTA-FEIRA. NÃO VOU PASSAR O RESTO DA MINHA SEXTA-FEIRA ESTUDANDO COM A VELHOTA.
Para: Júlio César.



De: Júlio César.
Ah, claro. E fugir para a casa do seu único e melhor amigo. Sua mãe nunca vai descobrir...
Para: Gustavo.

De: Gustavo
Mano, eu me escondo até na casinha do cachorro, blz?
Tá liberado ou não?

Para: Júlio César.

De: Júlio César
Tá, tá bom. Pode ir.
Você já sabe onde fica a chave reserva.

Para: Gustavo.

De: Gustavo.
Jú, eu te amo. <3
Para: Júlio César.


                                 ***
— Que loucura menina!
Gabriela estava conversando com sua melhor amiga Dayana.
Elas estavam na cozinha, e Gabriela estava terminando de lavar os pratos.
Gabriela lavava e Dayana secava a louça.
— O que você vai fazer a respeito. Que eu saiba você ainda não é a mulher maravilha! Você precisa denunciar isso.
— Com que prova, garota!? O pai dele é politico, ele pode comprar milhares de álibis e como eu fico? Se bobear eu que vou ter que pagar. — Gabriela colocava a panela na mesa e Dayana pegava para secar.
— Mas isso não vai ficar assim. O Marcos Paulo, me paga! — dizia ela.
— Ai, baixou V de Vingança nela. — disse Dayana guardando a panela. — Cuidado. Você luta, mas não é a mulher de ferro.
— Eu não vou usar o Muay Thai para dar uma lição nele. Podia pagar uns caras para surrar ele...
— Isso te tornaria, igual a ele... — disse Dayana.
Gabriela olhou bem para a amiga, Dayana era morena e tinha cabelos ondulados com californianas que batiam nos ombros. Seus olhos eram grandes e castanhos claros.
— Jamais diga isso!
— Cuidado para esse ódio não virar amor. — disse Dayana.
— Por acaso sou alguma sadomasoquista? — Questionou Gabriela.
— Nunca ouviu falar em Cinquenta tons de cinzas? — disse ela.
— Você é podre.
Dayana gargalhou. — Tô zoando. Não tem como gostar de um troglodita daqueles. Bobear ele bate até na mãe... Mas o desgraçado é lindo, aqueles cabelos lisos, olhinhos verdes... — Dayana já estava aos suspiros.
 — Dayana!
— Mas é um grande FDP!
— A mãe dele não tem culpa. — disse Gabriela.
— Mas ele continua sendo um grande FDP.
Gabriela encarou a amiga.
— Filho do Puto, dã. — disse ela
Gabriela riu.
— Eu te falei sobre o garoto que conheci? — perguntou ela
— Não, quando você ia começar a falar dele, você disse que tinha que desligar. — respondeu Dayana
— Ah, minha mãe tinha chegado. — explicou Gabriela. — Enfim, ele era tão lindinho. Tinha os cabelos enroladinhos, super simpático e bem engraçado. E muito, muito gato. Ele disse que eu me joguei duas vezes na frente do carro para chamar a atenção dele, mas que eu não precisava fazer isso, que era só falar com ele... — disse ela animada e der repente o celular dela vibrou.
Era uma mensagem.


De: Gustavo. 
Aposto que ainda está vestida com a minha camisa...


Automaticamente Gabriela olhou para o que estava vestindo, e ainda estava usando a camisa dele.
— É ele. O garoto que eu falei...
— Sinistro. Responde! — disse Dayana.

De: Gabriela
Então você me deve dinheiro.
Para: Gustavo

De: Gustavo
HAHAHA. Manda uma foto em dois minutos. Só acredito vendo!
Para: Gabriela.

 
Elas trocaram olhares.

De: Gabriela.
Eu não preciso provar nada.
Para: Gustavo.

De: Gustavo
Olha, amanhã tem uma festa bem legal. É festa a fantasia, quer ir?
Para: Gabriela

De: Gabriela
Hmmm, eu não sei não. Não sei de quem é, e também não conheço ninguém.
Para: Gustavo

De: Gustavo
Nem EU conheço direito o aniversariante, mas sei que a festa vai bombar. E você me conhece ué. Se quiser leva alguém também.
Para: Gabriela.

 
Ela olhou para Dayana que assentia animada.

De Gabriela.
Eu vou ver. Não prometo nada.
Para: Gustavo.

De: Gustavo.
Tá bom. Pensa com carinho ;)
Para Gabriela.

 

                                            ***

Na casa de Júlio César, Gustavo estava guardando o celular no bolso.
Júlio César tinha a pele branca papel, olhos verdes claros, cabelos pretos carvão e bem lisos.
— Eu acho que ela vai.
— Será? — disse Júlio César.
Gustavo pegava uma bola de futebol que estava em cima do armário e começava a fazer embaixadinhas.
— Eu tenho certeza. Quem é que recusa uma festa de fantasia? Comes e bebes de graça? — dizia ele sem mudar a bola de pé e passou para Júlio César que dominou com o peito e passou para os pés fazendo embaixadinhas.
— Cara, você atropelou ela duas vezes. Se eu fosse ela eu fugia de você. — disse Júlio César e depois passou a bola para Gustavo que dominou com a cabeça.
— Foi acidente. E não fui eu. E a culpa foi dela. Estou dizendo, ela praticamente se jogou no meu carro. Duas vezes Ela me quer.
Júlio riu.
— Falando sério agora. A segunda vez foi estranha, ela veio correndo... — disse Gustavo ele chutou a bola com força para Júlio sem querer.
— Estava com pressa? — sugeriu Júlio César agarrando a bola que Gustavo chutou.
— Uau, você podia ser goleiro. Eu posso falar com técnico...
— Já falei que não quero entrar nas estáticas do futebol. — disse Júlio César o interrompendo.
— Você podia ser Júlio César II. Cara, o próximo maior goleiro do Brasil. — disse Gustavo.
— Eu prefiro ser o melhor arquiteto do Brasil, ou mais um arquiteto que é mais provável que dê certo para mim. Vamos voltar ao assunto da garota. — disse Júlio.
— Chato... — Cantarolou Gustavo. — Tá bom... Ela parecia estar, sei lá. Fugindo. Parecia assustada...
— Se eu atravessasse a rua sem olhar e visse um carro prestes a bater em mim, também ia ficar assustado. — disse Júlio César jogando a bola em cima do armário.
Gustavo colocou a língua para fora. — Precisa ser tão categórico?
Júlio sentava á mesa de desenhos, ele estava tentando fazer uma planta de uma maquete para o curso de Arquitetura e Urbanismo. Ele girou a cadeira em direção ao amigo e disse:
— Podemos procrastinar.
— Concordo. Mas fazendo o que? — perguntou ele
Os dois ficaram pensativos olhando para o teto.
— Boate? — sugeriu Gustavo.
Júlio colocou a língua para fora. — Fomos a uma boate semana passada. Seja menos clichê, por favor.
Gustavo deu os ombros — Sua vez.
Júlio respirou fundo.
— Surfar? — Sugeriu Júlio. — Á noite as ondas ficam, como dizem? — Júlio César deixou a voz roca — O bicho, mano... Ficam monstros.
Gustavo riu. — Com certeza não dizem isso. Melhor não, a gente está no inverno cara. E estão me procurando por ai.
— Então, eu não sei. — respondeu Júlio César dando os ombros. — Teria que ser uma coisa feita em casa.
— Podemos jogar. — disse Gustavo.   

 Os dois ficaram jogando até tarde, e foram acordados ao meio dia pela mãe de Júlio César.
 — Então é aqui que o senhor se meteu? — disse ela olhando para Gustavo que estava se espreguiçando.
— Mas onde você se escondeu que quando eu te procurei não te achei?
— Ah, Dona Jasmine, isso é segredo. — disse Gustavo.
— Acorda o Júlio e vem almoçar, vou ligar para a sua mãe também. — disse Jasmine
— Vai dar meu pescoço para o carrasco? — perguntou Gustavo.
— Foi bom te conhecer, Gustavo. — disse ela saindo quarto.
Gustavo puxou os pés de Júlio César, e o derrubou no chão.
— Porra Gustavo! — disse ele se sentando no chão. — Eu ouvi a minha mãe chegando.
O celular de Gustavo começava a vibrar, era Carlos.
— E ai, Gustavo? Qual é a resposta?
— Olha, por mim tudo bem. Eu contrato eles, mas ainda não falei com a minha mãe. — respondeu Gustavo. — Sabe como ela é né?
— Tudo bem, eu vou marcar uma reunião com a sua mãe. E olha, fiquei sabendo da sua fuga. Se ficar se comportando assim você não vai poder jogar. Você lembra-se do acordo, apenas com notas acima de oito e você pode jogar.
Gustavo respirou fundo. — Eu sei. Eu sei. Mas era sexta-feira. Passar sexta-feira á noite com uma professora chata, ninguém merece né?
— Vá para casa. — disse Carlos e desligou.

— E ai? — perguntou Júlio César
— Depois do almoço vou para casa. — respondeu ele.
— E o agente? Ele é bom?
— Eu gostei dele. Pareceu sincero, e é parece ser do mesmo jeito com os outros clientes. Parece um cara legal. — respondeu Gustavo. — E ainda vem com um consultor financeiro também. Com eles dois vou ganhar tipo, três vezes mais.
— Isso é ótimo. Vai poder me comprar aquele console que você estragou!  — disse Júlio César.
— Só falta a minha mãe aprovar... — disse Gustavo.

                                 ***
Win bateu na porta do quarto de Myron ás 10h30m.
— Bom dia. — disse Win sorrindo.
Myron franziu a testa o encarando. Win geralmente não levantava depois do meio dia.
— Carlos está aqui. — disse Win — Está te esperando na sala.
Myron estava vestindo um roupão do hotel, ele havia acabado de sair do banho.
— Diz para ele que estou indo em um minuto. — disse Myron entrando.

Depois de alguns minutos Myron chegou á sala e viu Win e Carlos conversando.
Carlos se levantou para cumprimenta-lo
— Senhor Bolitar, Win me falou muito bem de você. Então eu vou confiar esse garoto a você.
— Por favor, me chame de Myron. Win costuma exagerar, obrigada por ter toda essa confiança, eu não vou desaponta-lo. — disse Myron
— Por mim e pelo Gustavo o contrato com vocês já estava fechado, mas a mãe dele quer conversar com vocês antes disso. — disse Carlos. — Ela quer almoçar com vocês.
— Podemos marcar um almoço...
— Hoje. Na verdade, agora. — disse Carlos olhando no relógio. Eu vim buscar vocês.


                                           ***
Gustavo chegou a sua casa e encontrou sua mãe rindo com mais alguém, ao chegar á sala de jantar ele encontra Myron e Win sentados á mesa bebendo e rindo junto a sua mãe.
Ela se levantava ao vê-lo.
—Gustavo! — disse ela dando uma tapa na nuca de Gustavo.
— Aí! — exclamou ele esfregando a nuca. — Pelo visto de deram bem...
— Ah, sim. O contrato está fechado com a MB Representações e Horne-Lockwood Seguros e Investimentos. — disse ela.
— Aê! Dona Mirian, nós já podemos assinar contratos com outros grandes times internacionais. — disse Gustavo animado.
— Eu já expliquei para eles. Sobre seu desempenho escolar. E sua cota de jogos por ano. — disse Mirian cruzando os braços. — Fez a pesquisa que eu mandei?
Ele assentiu. — Sim senhora.
— Então, Myron também foi um grande atleta, mas com a fatalidade que ocorreu, sua carreira não pode decolar, mas mesmo assim ele não se deixou abalar, fez faculdade, e agora é um grande agente de sucesso. É claro que a carreira no universo de esportes pode decolar, e também pode acabar tão rápido como começou. — Mirian olhou para Gustavo. — Por isso digo, quando ela começa tão bem assim e de forma tão rápido como aconteceu com você querido, ela também pode acabar com a mesma rapidez que decolou. Você deve ter um plano B.
— Eu sei mãe. Eu sei. — disse Gustavo indo até Myron e Win. — Somos oficialmente cliente e empregados. — disse Gustavo animado. — Quando vamos viajar?
— Nem tão cedo, querido. — disse Mirian. — Você fugiu. Perdeu aula, matérias novas. E a propósito está de castigo.
— Sério? E a festa que o Carlos falou? — perguntou ele.
— Ah, é uma festa beneficente. Vamos ir sim, mas você ai ficar colado em mim. Agora suba.
Ele subiu resmungando.
— Adolescentes... — disse ela cruzando os braços.
— É mesmo difícil lidar com essa idade. — disse Myron
— Tem filhos? — perguntou ela.
— Sim, ele já é um homem e tenho um sobrinho adolescente. — respondeu Myron. — Ele está morando comigo por um tempo.
— E o Senhor? Senhor Lockwood? — perguntou Mirian
— Por favor, me chame de Win. Não, não tenho filhos. — respondeu ele.
— É melhor se apressarem, dá trabalho, mas são umas bênçãos. — disse ela sorrindo.

                            ***
Gabriela estava mostrando o convite no endereço de e-mail.
— Para tudo, menina! É uma festa em uma mansão? — perguntou Dayana.
— É uma festa de aniversário beneficente. Com certeza é para ter mídia, é do filho de um dos jogadores do flamengo... — explicou Gabriela.
Dayana colocou o convite para ser impresso. — A gente vai né?
— Eu não sei... — disse Gabriela.
— Gaaabi...
— Melhor não. A gente nem tem nada a ver com esse público...

Ás sete horas da noite elas estava no portão da mansão.
— Eu não acredito que você me convenceu a vir.
Gabriela estava vestida de pirata e Dayana de Rainha Branca. Uma vilã do X-man.
— Ah, qual é. Vai ser legal. — disse Dayana animada.
Elas chegaram a festa e entregaram os convites, o segurança verificou e as deixou entrar, logo a recepcionista as guiou para o segundo andar, passando direto por vários jogadores e pessoas famosas que estavam ali, sem fantasia.
— A festa jovem é no segundo andar. — explicou a recepcionista.
— Divirtam-se. — disse ela deixando elas na entrada da festa.

A festa ‘ jovem’ estava decorada em estilo halloween, vários adolescentes estavam espalhados pela festa, alguns na pista de dança, outros em grupos conversando, outros bebendo.
— UAU. Essa festa está demais! — disse Dayana.
Um rapaz vestido de policial passou e falou com ela. — Uau, você pode entrar na minha mente quando quiser, majestade...
— Eu tenho namorado! — disse ela o encarando.
— Minha mente e meu corpo são abertos para você. — disse ele piscando.
Ela revirou os olhos, Gabriela estava gargalhando.
— Essa foi boa! — disse ela seguindo a amiga que estava indo até a mesa sem rir.
— Estou achando muita graça.
— Com certeza ele deve ser melhor que o seu namoradinho! — disse Gabriela.
Um garoto vestido de pirata veio até elas e falou com Gabriela.
— Se vós quiserdes invadir minha embarcação, fique a vontade, bela dama. — disse ele sorrindo.
Ele estava vestido de Jack Sparrow.
Ela o olhou e ele deu uma piscada e se afastou.
— Humm, um capitão... Combina com a sua fantasia. — disse Dayana. — E ele incorporou no personagem.
— Ok, né. — disse ela pegando um copo de refrigerante.
Um Drácula e um Zorro se aproximaram delas.
— Olá meninas, belas fantasias. — disse o Zorro.
Elas o encararam sem dizer nada.
— Rainha Branca? Bela fantasia. — disse o Drácula. — Sou muito fã dessa vilã.
Dayana sorriu. — Obrigada. Também gosto dela.
Os quatro ficaram em um breve silêncio desconfortável até Gustavo rompê-lo.
— Ah, sou eu, o Gustavo e esse é o meu amigo, Júlio César. — disse Gustavo apontado para o amigo.
Gustavo estava vestido de zorro e Júlio de Drácula.
— Ah... Zorro? Sério? — disse Gabriela.
— Não fala nada que você está de pirata. Nada original também. — disse Gustavo.
Gabriela se virou para Júlio César. — Sou Gabriela e essa é a minha amiga Dayana.
Eles se cumprimentaram.
Eles as levaram até uma mesa que estavam comendo e bebendo.
Os quatro ficaram lá, conversando e se conhecendo melhor.
Depois de duas horas a festa estava ficando entediante.
Gustavo puxou Júlio César.
— Eu ainda não acredito que você veio vestido de Zorro.
— E você de Drácula. — disse Gustavo. — Fala sério.
— Drácula é o lorde dos vampiros. — disse Júlio César.
— Zorro é um grande herói. E eu não vim para falar sobre isso! Vamos sair da festa.
Júlio César lançou um olhar de repreensão para o amigo.
— Você vai acabar com a sua carreira no futebol, antes de começar.  Sua mãe vai te matar. E a mim também. — disse ele
— Ela não vai ver. Vamos voltar no final da festa, beleza? — disse Gustavo.

Eles estavam saindo do salão pelos fundos.
— Para onde estamos indo? — perguntou Dayana
— Não faço ideia. — respondeu Júlio César seguindo Gustavo que estava andando depressa.
Ele estava saindo pelo estacionamento que tinha várias câmeras.
— Vamos ter que passar correndo. — disse Gustavo.
— Por quê? — perguntou Gabriela.
— Porque estamos fugindo da festa! — respondeu Gustavo saindo na frente.
Eles correram atrás dele e quando chegaram ao portão seguranças já os mandavam parar.
— PARADOS AI!
— Voltem Aqui!
Eles estavam correndo atrás deles.

— Ai meu deus! — gritou Dayana. — o que a gente está fazendo?
— Indo se divertir! — respondeu Gustavo.
Eles desciam para o metrô, Gustavo era o primeiro a pular a roleta!
— Vem! Vem! Vem! — gritou ele antes que os guardas do metrô os alcançassem.
Eles ajudaram as meninas a pular a roleta, e os seguranças os viam entrar no metrô e acenar para eles dando tchauzinho antes que a porta se fechasse.
Eles estavam rindo vitoriosos, e quando olharam em volta o vagão estava completamente vazio.
Cada um se jogou para um lado para descansar da corrida.
— Ok. Beleza. Por que a gente saiu correndo e veio parar em um metrô, ao invés de entrar em uma linda e poderosa limusine? — Perguntou Dayana.
— Dayana! — exclamou Gabriela dando um olhar severo e depois de virou para os meninos. — a pergunta é: Por que a gente saiu pelos fundos? E começou a fugir de repente? — perguntou Gabriela. — E por que aqueles seguranças correram trás da gente?
— A gente fugiu.  Ele não podia sair da festa sem permissão. E então a mãe dele pediu para o dono da festa dizer para os seguranças para ficar de olho, caso ele fugisse. — explicou Júlio César
— Tá. E por que ela fez isso? — perguntou Gabriela.
— Porque o bonito, fica fugindo da professora particular dele. E a mãe dele está preocupada com o futuro, que além do futebol ele tenha um plano reserva.  — respondeu Júlio César.
— Sério isso? — disse Dayana.
Gustavo revirava os olhos. — Vocês nunca ouviram Gabriel, o pensador? Que futebol não se aprende na escola? — perguntou ele.
— É por isso que BRAZUCA é bom de bola. VOCÊ não é Brazuca. — disse Gabriela.
— E sem falar que Brazuca não é um garotinho riquinho que joga futebol no salão... — disse Dayana
Gustavo e Júlio trocaram olhares e depois riram.
— Se vocês acham isso...
— Pra onde vamos agora? — perguntou Júlio César olhando pela janela.
— Deixa a vida me levar, vida leeeeva eu. Deixa a vida me levar... — Gustavo começou a cantar.
 

Eles entraram em barzinhos, penetraram em festas e para finalizar comeram em no Burger King e foram para a academia da mãe de Gabriela para descansar antes de voltar para a festa.
Ia dar meia noite, eles entraram pelos fundos e encontraram duas pessoas discutindo.
Um homem e uma mulher.
 
— Você não devia nem estar aqui! — disse ela.
— Eu sempre gostei de manter a forma. — disse ele.
— Você me entendeu. Digo aqui no Brasil! Seu lugar não é aqui. — disse ela.
— Não pretendo ficar. Fique tranquila. Só não entendo por que agora quer me expulsar. Antes queria que eu ficasse aqui.
— Isso faz anos. Éramos jovens, era diferente. Não sou mais uma moça para procurar aventuras.
— Com certeza está muito mais interessante e atraente que uma moça. — dizia ele acariciando o rosto dela.
Ela abaixou a cabeça. — Não me procure mais, por favor.
— Acho que não é isso que você realmente quer...
— Você não a ouviu? — disse Gabriela se aproximando.
A atenção de todos se voltou para ela.
— Gabriela.
Gabriela foi até o lado da mãe. — Mãe, esse... cara está te perturbando?
— Win!? — disse Gustavo.
Win abriu um curto sorriso, mas a atenção dele se voltou para Amanda e Gabriela.
Amanda posou as mãos no ombro da filha. — Não, querida. O Sr. Lockwood já estava de saída.
— Nos vemos por ai. — disse ele e foi embora...
— Quem era? — perguntou Gabriela.
— A questão é o que fazem aqui tão tarde? — disse Amanda.

                                      ***
Win havia contado a Myron sobre o encontro com Amanda.
— Eu realmente não acredito que ela me dispensou. Vesti a minha melhor roupa... — Ele estava vestido com uma camisa polo, calças cáqui. — Será que foi meu cabelo?
— Você realmente está preocupado com isso? — perguntou Myron
— Com o que eu deveria me preocupar? — disse ele se olhando no espelho.
— Com aquela menina... Você acha que...
— Se fosse, ela me falaria...
— Talvez ela não quisesse falar. Você disse que ela ficou surpresa quando você apareceu lá. Ela se parecia com você? — perguntou Myron
Win respirou fundo.
— Eu teria um filho somente se eu quisesse. — respondeu Win
— Eu sei que você está com essa dúvida. Precisa descobrir. — disse Myron.
— Digamos que tenha chances dela ser minha filha, chances  quase nulas... O que eu posso fazer? Ficou claro que ela não me quer por perto. — disse Win.
— Se você for o pai. É um direito seu. Quando você foi embora, você não sabia. E ela não te procurou.
— Faz parte do trato de relações. — disse Win. — Eu digo para elas não me procurarem. Se eu gostar da noite eu as procuro...
— Mas isso não se aplica a um filho.
— Não... Mas acho improvável. Eu tomo sempre muito cuidado. — disse Win.
— Posso ir a academia amanhã, conseguir algum traço de DNA. Assim saberemos se é ou não é. — disse Myron
— Você pode ir agora. E aproveitar e buscar o garoto. Algo me diz que ele devia estar fugindo... — disse Win.
— Por que você não o trouxe?
— Não sou o agente dele. — disse Win
O celular de Myron tocava.
— Alô?
— Myron, desculpe ligar a essa hora, mas por acaso o Gustavo passou por ai? — disse Mirian
— Não. Mas fique tranquila, eu acabei de receber noticias e vou busca-lo. — respondeu Myron.
— Ah, muito obrigada, Myron.
Ele se despedia e desligava...

 
Myron estacionou o carro na calçada em frente á academia.
Na entrada da academia tinha um jardim e alguns bancos.
Ele viu um casal bem junto.
O rapaz estava tentando beijar a garota.
Quando ele se aproximou mais ele reconheceu a voz de Gustavo.  
Myron deu uma tossida para chamar a atenção deles.
Gustavo olhou e abriu um sorriso.
— Myron!
— Eu vim te buscar. — disse ele.
O sorriso sumiu. — Ah, qual é?
— Sua mãe me ligou. — disse Myron
— Já incorporou no papel babá? — perguntou Gustavo.
— Digamos que sou experiente. — respondeu Myron
— Melhor não deixar sua mãe preocupada. — disse Gabriela.
A atenção de Myron foi para ela. Os olhos eram azuis como os de Win, os cabelos eram loiros como os de Win, mas não eram repartidos perfeitamente.
As feições e expressões e dela era de gente esnobe e arrogante como as de Win.
Se ela não era filha de Win, com certeza era parente de algum Lockwood.
— Preocupada? Ela deve é estar pronta para me dar uma surra. Agradeço pela lei da palmada. — disse ele se levantando.
Ela também se levantava e colocou o chapéu, mas Gustavo tirou o chapéu de três pontas da cabeça dela, bagunçando os cabelos dela.
— Gus! — disse ela ajeitando os cabelos.
— Vamos trocar os chapeis. — disse ele dando o dele para ela.
 
Gustavo chamou Júlio César que estava conversando com Dayana.
Eles se despediram e foram embora.
Myron os levou para a casa de Gustavo.
Ele estava rezando para que ele esquecesse chapéu.
Ele esqueceu.
Myron chegou com o chapéu na mão virado de cabeça para baixo.
— Ela é a sua cara. — foi logo dizendo.
— Só por que ela é loira e tem olhos azuis? Isso não quer dizer nada. Talvez Amanda goste de loiros de olhos azuis. — disse Win.
— Talvez ela seja sua filha. — disse Myron. — Talvez não seja tão ruim.
Win ficou em silêncio pensativo.
Ele entregou o chapéu para Win, que recolheu os fios e saiu.
Myron resolveu pegar o celular e ligar para Esperanza.

— Não acha que já tirou férias o suficiente? — disse Esperanza
— Já está com saudades?
— Saudades? Por mim você poderia ficar um ano por ai, mas eu não posso fazer o trabalho todo sozinha. — respondeu ela. — Conseguiram o contrato ou não?
— Conseguimos. O garoto está animado para jogar fora do seu país. — respondeu Myron
— Ótimo. Voltem com ele. Já tenho falado com alguns clubes e eles querem conhecer o garoto... — disse ela.
— Uau. Você foi rápida. Só que temos alguns pequenos problemas...
Myron explicou sobre as regras que a mãe impôs para ele poder jogar.
— Fala sério. — disse Esperanza. — Diz pra esse moleque é a carreira dele está em jogo e é melhor ele estudar.
— E é por isso que eu recruto os nossos clientes. — disse Myron. — Ele é um adolescente. Estudar não é algo que vai o atrair, ele só quer diversão. Temos que ser pacientes.
— Deveria se tornar assistente social ou algo do tipo. — disse ela.
— Já pensei a respeito.
— Qual é o outro problema? — perguntou ela
— Win. — respondeu Myron. — Acho que ele tem uma filha.
— Ele é capaz de reproduzir? — disse Esperanza expressando falsa surpresa.
— Ele está negando, mas acho que no fundo ele acredita...
— Win é capaz de reproduzir? — perguntou ela novamente.
— Estou preocupado. — disse Myron. — Ele não parecer querer ir ao fundo nessa história.
— A menina se parece com ele? — perguntou ela.
— Muito. — respondeu Myron. — Fisicamente. Tem a mesma postura e ar de... Win...
— Ela tem olhar de psicopata?
— Esperanza...
— Estou brincando... Mas é inacreditável. Win tem filhos. Uma menina!
— Se for mesmo somos titios. — disse Myron.
— Win papai. Essa é boa...
— Coletamos fios de cabelos para o exame de DNA, mas isso vai demorar você poderia...
— Verificar informações sobre a mãe? Tá. Diga-me o nome. — completou Esperanza.
— Não sei. Mas tenho o endereço do trabalho dela. — respondeu Myron
Ele passou os dados e ouviu-a digitando rapidamente.
— Amanda Martins Leal é a dona. Vou te enviar uma foto para você identificar. — disse Esperanza.
Em dois minutos ela mandou a foto de uma mulher atraente, ela era branca, cabelos castanhos claros, olhos pretos.
— É ela. — respondeu Myron.
— Ela é solteira. Tem apenas uma filha chamada Gabriela Martins Leal, não há registro do pai. Ela só foi registrada no nome da mãe e dos avós.  — disse Esperanza
— Por que será que ela não procurou Win pra falar sobre a filha? — Questionou Myron
—Há várias possibilidades, Myron. Na época ela podia está namorando um cara, dai o namoro caiu na rotina, ela conheceu o Win e eles saíram para uma aventura. Ela engravidou e então sabia que essa gravidez poderia estragar o namoro dela, caso a menina se parecesse com Win. O que foi o que aconteceu, e o namorado terminou com ela. E várias outras versões parecidas. — sugeriu Esperanza.
— Faz sentido. Entretanto depois que o namoro acabou, por que ela não foi procurar ele?
— Pensa bem. Talvez na mente dela Win tenha sido um erro que custou um amor verdadeiro, isso faz com que ela queira distância.  Uma mulher com mágoas pode ser bem vingativa, e esconder o filho de um pai pode ser a alternativa. — Disse Esperanza.
— Talvez seja isso... — disse Myron por fim.
Depois de quase um minuto de silêncio.
— Puta que pariu. Essa menina é filha de Win. — disse Esperanza. — A não ser que ele tenha um irmão gêmeo e ela seja a filha desse irmão.
— Talvez não seja. Talvez ela goste de caras loiros...
— Não estou dizendo isso apenas pela a aparência, Myron. Ela não tem apenas os traços de aparência. Ela tem a postura dele, como você disse, ela tem o ar Win. Estou vendo as fotos dela aqui. — disse Esperanza.
— Foi o que pensei quando a vi, mas isso pode ser coincidência... — Myron deu uma pausa. — Acho que ele se assustou com a ideia.
— Você também se assustaria, mas depois ia adorar. — disse Esperanza. — Talvez ele precise de tempo para digerir e aceitar. Ele não é do tipo Cavaleiro das trevas solitário? Para alguém como ele essa noticia é uma bomba.
Myron ficou em silêncio por alguns instantes.
— Não vá fazer nenhuma besteira. — disse ela.
— Não vou. Já estou indo me deitar. Obrigado, Esperanza.
— Voltem logo. — ela desligava.
 
                               ***
Myron foi até a casa de Amanda e bateu na porta.
Eram 01h35m da madrugada.
Amanda foi atender e ficou surpresa ao vê-lo.
— O que faz aqui? — perguntou ela.
— Quero fazer algumas perguntas. — respondeu ele.
— Olha, eu não tenho tempo para isso. Você está atrapalhando a noite da minha família. Vá embora Senhor Bolitar. — disse ela.
— Eu não vou até que responda as minhas perguntas. — disse Myron
— Eu vou chamar a polícia.
— Quem é mãe?! — gritou Gabriela.
Amanda olhou para trás. — Ninguém. Volte a dormir! — gritou ela em resposta.
— Não precisa transformar isso em um transtorno. — disse Myron.
— Win te mandou? — perguntou ela.
— Não. — respondeu Myron.
Gabriela desceu até a porta com uma camisola do laboratório de Dexter.
— Quem é? — perguntou ela colocando a cara para fora. — Ah, o agente esportivo do Gustavo. Você o perdeu de novo?
Myron abriu um sorriso simpático. — Não. Ele está bem. É outro assunto sobre que vim tratar com a sua mãe.
 — Sobe Gabi. — disse Amanda fechando a porta.

Eles se afastavam da casa e iam conversar ao lado do carro de Myron.
— Seja breve Senhor Bolitar. — disse ela cruzando os braços.
— Você já sabe as minhas perguntas. — respondeu Myron.
— E você as minhas respostas. — rebateu ela.
— Gostaria de ouvi-las de você. — disse Myron. — Ela é filha de Win?
— Não. — respondeu Amanda quase que imediatamente.
— Quem é o pai dela? — Questionou Myron.
— Isso realmente não é da sua conta, Senhor Bolitar. — respondeu Amanda.
— Eu não acredito em você. — disse Myron.
— Eu realmente lamento muito. — disse ela. — É só isso senhor Bolitar?
Myron já estava achando irritante a repetição de ‘ Senhor Bolitar.’
— Você não pode esconder ela. De qualquer forma vamos estar próximos. Pelo visto ela e Gustavo tem um relacionamento bem próximo. E Gustavo é nosso cliente.
— Tenha uma boa noite, Senhor Bolitar. — disse Amanda voltando para casa.
Myron continuou encostado no carro olhando a porta de bater com força, ao olhar para cima ele viu Gabriela o observando.
Ele a encarou por alguns instantes até Amanda aparecer e fechar a janela.

                                        ***
No dia seguinte no café da manhã Win disse a Myron que eles tinham uma reunião formal marcada para o almoço para resolver os detalhes do contrato.
— As viagens para jogar fora, eu decidir adiar. Ele ainda é menor de idade e precisa terminar o ensino médio. Para jogar fora o trato é que ele curse uma faculdade e jogue. — disse Mirian — Eu já conversei com ele e ele disse que vai escolher uma que combine com ele. Sobre a escola, o mesmo esquema. Nada de viagens e jogos até ele melhorar o desempenho escolar.
— Eu entendo suas decisões. Isso pode prejudicar o crescimento dele como jogador, mas entendo e aceito. Nada de jogos, viagens, mas não acha que ele iria ter uma experiência melhor compartilhando a experiência do ensino médio com outros adolescentes. Estudar em casa com apenas uma professora pode ser torna um sacrilégio na idade dele. Ele precisa fazer bagunça na sala de aula, fazer trabalhos em grupo, acho que isso vai evitar todas essas fugas e complicações acadêmicas. — disse Myron
— Eu já tentei Myron. Ele matava aula para jogar no campinho. Fugia da escola. — dizia Mirian.
— Tente de novo. Isso faz parte da adolescência. Todo garoto já fez isso. — sugeriu Myron. — com certeza o desempenho dele vai melhorar e ele não vai precisar fugir.
— Ok. Vou matricular ele novamente em uma escola. Vamos ver como vai ser esse ano. — disse ela.
Eles conversaram sobre os jogos, os possíveis times e as financias, patrocinadores e etc.


Gustavo estava conversando com Júlio César no quarto.
— E ai, você ficou com a Dayana? — perguntou Gustavo.
— Não! Eu tenho namorada e ela tem namorado. — respondeu Júlio César
— Ah, fala sério Jú. Você pareceu bem interessado quando a viu. — disse Gustavo.
— Eu. Tenho. Namorada.
— Sua namorada é uma vaca. — disse Gustavo.
— Não fala mal dela! — disse Júlio.
— Não gosto dela.
Júlio ligou o videogame — Ela também não gosta de você...
— Como você pode namorar alguém assim? Ela é chata, mimada, sem sal, exigente, fresca. Fala sério, você está com ela por causa de que? Ela nem gosta de videogames. Não gosta dos tipos de filmes que você gosta... O que vocês têm em comum afinal? — disse Gustavo.
— Eu gosto dela. Isso não basta? — perguntou Júlio César.
— Você encontrou uma garota que foi a uma festa fantasia de Rainha Branca. O que você está esperando para dar o pé na bunda da Bianca?
— Não é simples assim. Número 1: Eu gosto da Bianca. Número 2: Dayana tem namorado. Número 3: A banda não tem que tocar no seu ritmo. Eu não obrigo você sair comigo e com a Bianca. — disse Júlio.
— Mas ela te obriga a passar quase o tempo todo ao lado dela. — respondeu Gustavo. — E como eu fico nessa história?
— Você ficou com a loira? — perguntou Júlio
— Quase! Só que o Myron chegou quando estava prestes a beija-la! — respondeu Gustavo.
— Que sorte em! — ironizou Júlio.
— Nem me fala. Vamos marcar um cinema no final de semana. — sugeriu Gustavo.
— Você está de castigo, lembra?
Gustavo murchou. — Ah, que droga.
— Vamos esperar sua mãe afrouxar as rédeas. — disse Júlio deixando o controle em cima da almofada. — Decidiu qual faculdade vai fazer? Posso te acompanhar lá fora. Estava mesmo afim de fazer algo fora do Brasil. — disse Júlio.
— Mas seu curso é profissionalizante. — disse Gustavo.
— I daí? Acha que ter uma faculdade estrangeira no currículo não ajuda? — respondeu Júlio piscando.
— Bom, ainda tenho um ano e meio para resolver isso. Não vou me preocupar agora. — ele pegava o celular no bolso. 


De: Gustavo
E ai, meninas, dormiram bem?
Para: Gabi


Depois de um minuto a resposta veio.
De: Gabi
Muito bem! Tirando o fato da Day rolando para cima de mim toda hora. Sua mãe te deu uma surra? kkkk
Para: Gustavo.


De: Gustavo
Quase em! Sorte que eu lembrei da lei da palmada!
Só estou de castigo mesmo, mas isso não faz diferença pq eu já estava antes.

Para: Gabi

De: Gabi
Que triste...
Eu vi seu agente. Ele apareceu aqui em casa para falar com a minha mãe na madrugada. Pensei que tu tinha aprontando outra rs.
Para: Gustavo


De: Gustavo
‘Meu agente’ A coisa soa muito chique em! O que ele queria?
Para: Gabi
                                       
De: Gabi.
kkkkkkkkkk, besta.
Ah sei lá. Minha mãe me mandou subir, nem ouvi nada.
Mas percebi que o clima estava tenso entre eles.

Para: Gustavo.

De: Gabi
Eu vou sondar a minha mãe.
Já volto!


Eles trocaram olhares.
— Curiosa ela? Imagina. — disse Júlio ironicamente.
— Vamos tentar sondar algo deles também! — disse Gustavo saindo do quarto.
Eles encontraram todos de pé na sala.
— Olhem eles ai. — disse Mirian sorrindo. — Dê a noticia Myron, já que a iniciativa foi sua.
Myron sorriu se virando para Gustavo.
— Você vai volta para a escola.
Um sorriso se formou no rosto de Gustavo. — Não acredito que vou dizer isso, mas eu estou feliz por voltar para a escola! Myron, você realmente foi a melhor escolha que eu podia fazer.
— Porém continua o mesmo esquema. — disse Mirian. — Também resolvi te tirar do castigo. Peguei pesado, esqueci que você precisa ter diversão além de deveres.
— Vou poder jogar fora? — perguntou ele.
— Só depois que fizer 18 anos e estiver em uma faculdade. — disse Mirian
— Mas vai poder viajar para fazer comerciais de patrocínios. As redes de comércio vão vir correndo atrás de você. — disse Myron.
— E você Win? Alguma notícia?
— Só quando começarmos a lucrar. — respondeu Win. — E para isso você precisa colaborar na escola para jogar. — Win coçou o nariz coçou o nariz com a pontinha do dedo. — Mas tenho certeza que vai.
— Repete isso que você fez — pediu Gustavo
— O que? — Questionou Win
— Essa coçada no nariz com as pontinhas dos dedos... — disse Gustavo.
Win o encarou franzido a testa. — Por quê?
— Ah, nada. Achei legal... — respondeu Gustavo.

Mirian levou Myron e Win até a porta para se despedir.
Júlio e Gustavo voltaram para o quarto.

— O que foi aquilo da coçadinha no nariz? Foi bem gay. — disse Júlio
— Vai se ferrar. É que ele fez de uma forma tão idêntica a da Gabi... Quando ela coça o nariz fino com as pontinhas dos dedos os olhos dela se concentram na franja, dando um charme e deixando ela uma graça. — disse ele sorrindo.
— Ihh... Você está apaixonado por ela?
— Não diga besteiras. O estranho é que ele fez tão igual. Foi bizarro e assustador. — disse Gustavo.
— Reparando bem, eles têm bastantes semelhanças... — disse Júlio. — Deve ser porque tem a mesma cor de cabelo. Esse povo assim é igual japonês. Tudo se parece.
Gustavo deu os ombros. — Que é estranho, é.
                                 ***
— E ai? Ficou com ele? — perguntou Dayana.
— Claro que não. Não é bem assim. — respondeu Gabriela. — E você, ficou com o Júlio?
— Eu tenho namorado. — respondeu Dayana
— Achei que você ia terminar com ele. Ainda depois do que você me disse... — disse Gabriela.
— Ele só perdeu a cabeça. — explicou.
— Dane-se! Ele não tinha que encostar em você!— disse Gabriela.
— Olha, só porque ele é amigo do Marcos Paulo não significa que ele seja igual a ele. — disse Dayana
— Quem se mistura com os porcos, farelo come! — disse Gabriela. — É tudo farinha do mesmo saco.
— O Luciano não é assim, tá? 
— Eu não sei de que lado você está. — disse Gabriela. — Aposto que se eu denunciar, ele vai depor contra mim. E encobrir a mentira do amiguinho!
— Você não precisa gostar dele. Mas já chega! Não vamos envolver ele nisso. Não quero brigar com você... — disse Dayana
— Brigaria comigo por causa do traste do seu namorado?
— Tchau, Gabriela! — disse Dayana saindo do quarto.

Gabriela foi até a janela vendo a amiga se afastar.
— Eu vou provar pra você! Eu vou falar com ele! — gritou ela.
Gabriela arregalou os olhos e correu atrás da amiga.
— Ficou louca! — gritou ela. — Dayana, não!

Dayana pegou sua bicicleta e saiu na frente, Gabriela a seguiu com a sua bicicleta.
Dayana parou á umas quatro quadras e entrou em uma loja de games.
Ela encontrava Marcos Paulo, Luciano e João.
— Luciano, eu quero falar com você. — disse ela.
Marcos Paulo e João olharam para Luciano.
— Estou ocupado. Já conversamos sobre você aparecer aqui desse jeito. Não está vendo que aqui não é lugar de garota?
Gabriela entrava ofegante.
— Dayana!
— Olha só. Quanta coragem sua vir aqui. — disse Marcos Paulo cruzando os braços.
— Eu não tenho medo de você! — disse Gabriela. — Acho que é o contrário.
— Escuta aqui sua...
— Não viemos falar com você, Marcos Paulo. Fica na sua! — disse Dayana.
— É melhor você calar a sua namorada, Luciano. — disse Marcos Paulo.
Luciano se aproximou de Dayana. — É melhor a gente ir embora. — ele se aproximou do ouvido dela. — O negocio pode ficar feio.
— Eu não vou a lugar nenhum...
Ele segurou no braço dela. — Me escuta...
— Me escuta você! Nós vamos á delegacia e vamos denunciar o que seu amigo fez, a minha amiga. — disse ela.
Marcos Paulo e João começaram a rir.
Gabriela fechou e abriu os olhos respirando fundo.
— Dayana...
— Luciano... — disse Dayana.
— Vamos embora daqui. — disse ele a puxando.
Ela ficou parada o encarando. — Me responde.
— Responde ela, Luciano. — disse Marcos Paulo.  
— Vamos embora daqui! — disse Luciano a puxando com força.
Dayana resistia. — Me solta! Está me machucando.
— Vamos embora! — disse ele
— Solta ela! — mandou Gabriela.
— É melhor você não envolver ela nos seus problemas! — disse ele encarando Gabriela e puxando Dayana que ainda resistia.
— Me. Solta.
— Vamos em... — Antes de ele completar a frase, ele já estava no chão com ela segurando seu braço dolorido e gemendo de dor.
O braço dela estava vermelho na parte que ele estava segurando.
— Você quebrou o meu braço? — perguntou ele choramingando.
— Só torci. — respondeu ela. — E isso vai como um aviso para que nunca mais toque em mim. — ela se virou para os outros meninos. — E isso serve para vocês também. Deixem a gente em paz.
Marcos Paulo sacou uma arma e apontou para elas.
As duas ficaram espantadas e deram passos para trás.
Todos que estavam no estabelecimento entraram e pânico e saíram fugindo pelas janelas e portas dos fundos.
O dono do estabelecimento não sabia o que fazer.
— Achou mesmo que eu não ia estar preparado? — disse ele apontando a arma.
Gabriela de um passo a frente. — Você não quer fazer isso.
Ele sacudiu a arma na direção dela. — Cala a boca sua piranha! — disse ele com a mão livre apontando para o rosto machucado. — Você me fez isso. E vai pagar.
— Cara, isso tá indo longe demais. A gente só ia dar um susto nelas... — disse João.
— Cala a boca! — ordenou ele.
— Quando meu pai me perguntou o que houve e eu disse que uma garota me fez isso... — Ele tirou os óculos escuros mostrando o outro olho roxo. — Eu ganhei isso dele. Ele me mandou eu me redimir para não ser mais vergonhoso para ele. E eu vou fazer isso te matando. — disse Marcos Paulo.
Dayana segurou a mão de Gabriela e a puxou para próximo dela.
— Vem Luciano. — Chamou ele.
Luciano se levantou e ficou do outro lado de Marcos Paulo.
Os dedos de Marcos Paulo estavam passeando inquietos pelo gatilho, João tentou pegar a arma da mão dele e ela disparou para o lado atingindo uma máquina de fliperama.
Elas gritaram apavoradas e se ajoelharam no chão.
Marcos Paulo deu uma cotovelada em João.
— Seu babaca! — gritou, os dois brigavam pela arma e ela soltava um segundo disparo.
Acertava o homem da loja que deu curto grito e caiu por cima do balcão.
Houve um breve silêncio no estabelecimento, depois Marcos Paulo entrou em desespero.
— Puta que pariu! Puta que pariu! — disse ele com a mão na cabeça, ele deu dois tiros, acertando duas câmeras de segurança. — Pega o as fitas de segurança e vamos ralar daqui. — ele apontou a arma novamente para as duas. — Se abrirem o bico, eu juro que mando matar vocês e suas famílias. — disse ele e os três saíram da loja.
Elas deram uma última olhada no senhor morto com um tiro no peito e também fugiram da loja.

                                                ***
Pedalando o mais rápido que podiam, viam os carros de polícia correndo na direção oposta a delas.
Com os corações disparados, elas pararam quando chegaram no portão da casa de Gabriela.
Dayana largou a bicicleta sentou na calçada e começou a chorar desesperadamente.
Gabriela ficou em pé, encostou-se ao muro e deixou deslizar até sentar no chão, encolher os joelhos e chorar em silêncio.
— a. culpa. foi. minha. — disse Dayana entre soluços. — eu. inventei. isso. aquele. senhor. morreu. por. minha. causa.
— Não foi você que puxou o gatilho. — disse Gabriela com as mãos na boca.
Com os olhos vermelhos Dayana encarou a amiga.
— Eu tô com medo. Ele nos ameaçou com aquela arma... Não sabemos quantas vezes ele já usou aquilo e mais quantas vezes pretendeu usar...
— O que vamos fazer? — perguntou Gabriela.
— O que vamos fazer? O que podemos fazer? — Questionou Dayana a encarando. — Gabi, você viu o que o pai dele fez com ele? O próprio pai. Se ele fez isso com o filho, imagine o que fará com a gente se a gente denunciar ele? Isso vai acabar com a campanha dele, e ele acaba com a gente. — Dayana cobria o rosto e enxugava as lágrimas.
— Um homem morreu. — disse Gabriela, lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto novamente. — Netos nunca mais irão ver o avô. Filhos nunca mais irão ver o pai, e nem ao menos saberão o que aconteceu.
— Eu sei caramba! Eu sei. Não pense que estou pensando só em mim! Que droga! Eu tenho um irmão, que tem apenas 5 anos! Tem a minha mãe, o meu pai. Caramba, você não pensa na sua família? Ele nos ameaçou em alto, claro em bom som. — disse Dayana.
— penso... — disse Gabriela.
— Por favor, isso morre aqui. — disse Dayana. — pelas nossas famílias.
Amanda estava abrindo a porta de entrada.
— Meninas? — Chamou ela.
Dayana segurou na mão de Gabriela. — Pela sua mãe.
Gabriela viu a mãe se aproximar e olhou para amiga e assentiu.
— Tá.
 

 



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