História Confident - Dont fight fire with fire

Já se passava das 7 PM quando os convidados começaram a chegar, todos eles eram um tanto chiques e se arrumaram para a tal festa como se fosse um evento de gala. Por um momento, pensei em meu jantar. Era muito simples comparado ao que eles deviam estar achando que seria servido. Eu não adivinharia que eles eram desse tipo de porte. Pensei em uma festa daquelas tipo racha, em que tinha bebidas, mulheres semi nuas... Mas não, a coisa sería civilizada. Saí da cozinha deixando tudo pronto, um prato grande de macarrão, strogonoff de frango e alguns petiscos. Caminhei pela sala tentando não ser percebida e subi as escadas.

– Coloque a roupa que está em cima da cama no quarto de hóspedes e desça – ordenou meu pai.

Subi o resto dos degraus e andei pelo corredor do andar, então, eu seria algum tipo de garçonete essa noite? Respirei fundo entrando no quarto de hóspedes e avistei um lindo vestido brilhante roxo. Sorri maravilhada pegando o mesmo e colocando na frente dos meus "trapos". Ficaria perfeito. Caminhei vendo meu reflexo no espelho, era um vestido incrível. Totalmente o contrario do que eu achei que fosse. Na verdade, pensei em um uniforme de empregada igual aqueles dos filmes. Mas, parece que eu estava sendo uma boa menina. Fui até o banheiro me despindo e enchendo a banheira. Coloquei os sais na agua e adentrei deixando apenas minha cabeça de fora. Mergulhei nos meus pensamentos. Talvez, aquela fosse uma boa estratégia... Eu poderia usar minhas técnicas aprendidas na boate e conseguir um cara que me levasse embora daquela casa. Seria complicado por que com certeza meu pai não seria burro de não avisar aos seguranças de que eu não poderia sair dali. 

Acabei meu banho e coloquei meu vestido, tinha ficado tão perfeito quando eu havia imaginado. Desci as escadas me deparando com a casa lotada, meu pai veio até mim oferecendo seu braço, não recusei. Caminhamos até o meio da sala onde meu pai me apresentou aos seus amigos que ficaram "encantados" comigo. Consegui me desvencilhar do meu pai depois de um tempo, e fiquei vagando pela casa lotada. Alguns homens serviam bebidas e algumas pessoas comiam do meu jantar, que parecia estar bom. Voltei até a cozinha colocando um prato para mim. Se meu pai tinha me deixado livre na casa eu poderia fazer o que quisesse não é mesmo? Comi um pouco do meu macarrão tendo a certeza de que as pessoas que estavam comendo dele lá fora, gostaram do que experimentaram. Acabei e coloquei meu prato na pia, saindo da cozinha. Peguei um copo de bebida de um garçom que passou por mim. Isso me lembrou Justin e me senti fraca. Tentei esquecê-lo e dei voltas pela casa, algumas mulheres que pareciam esposas dos caras civilizados, acenavam pra mim com a cabeça, eu apenas retribuía sem a mínima vontade. Uma multidão tinha se formado na entrada e eu tentava passar por eles para chegar do outro lado da casa, nessa tentativa, esbarrei em alguém.

– Meu deus, me desculpe eu não estava prestando atenção! - falou uma menina loira de olhos azuis cintilantes.

– Tudo bem, calma – falei rindo.

– Sou Skye Cooper – disse oferecendo sua mão assim que saímos da multidão.

– Callie Monroe – apertei sua mão.

– O que você é do Monroe? – perguntou assustada.

– Filha...

– Que incrivel! Então você mora aqui? – perguntou observando cada canto da casa.

– Ah não... Eu... Estou passando uns dias - menti puxando Skye para sentar em um sofá vazio.

– Entao, você é daqui de Raleigh mesmo? – perguntou pegando um copo de suco.

– Nasci aqui mas moro em Miami – falei me acomodando no sofá – E você?

– Sou daqui e moro aqui – sorriu. – Aqui só tem velhos chatos? – perguntou encarando os homens que conversavam com meu pai.

– Pelo que vemos, é – ri.

– Af, pensei que seria mais movimentado.

– O que você faz aqui? É alguma filha de magnata? 

– Não – riu. – Eu sou tipo aquela adolescente que não para em casa de noite. Então vivo em boates e festas, soube que teria uma aqui e vim e também sei de muita coisa daqui- falou simples

– Mas você sabia que é uma festa de magnatas? 

– Você quis dizer festa chata? Porque de magnata não, só tem homem bonito e casado – revirou os olhos – Seu pai tem razão em querer ser um, eles tem poder.

– Querer ser um? 

– É, todos os rebeldes de Raleigh sabem que seu pai quer ser magnata, mas não sei porque não é ainda – disse Skye bebendo outro gole de vodka.

– Ele não é magnata? – perguntei surpresa.

– Você é filha dele ou não? – riu. – Ele só rouba, é o que os caras falam. E não é coisa valiosa, é remédios. Ele faz sizzurp. Compra os remédios pra misturar com refrigerante e vender. Ótimo pra ter uma overdose, recomendo – disse irônica. Então era por isso que ele roubou a farmácia, ele não era magnata nem criminoso de matar pessoas, ele só fazia coquetéis. 

– Mas por que os caras trabalham pra ele? E essa mansão? 

– Ameaça. Se não trabalharem pro seu pai, ele arma alguma coisa. Faz parte de uma maquiagem para os magnatas de fora do estado pensarem que ele é dono das grana. Ele é mas, por causa do sizzurp e não por matar e traficar –  disse Skye  – Olha aquele cara, ali, o todo de preto, ele parece perdido.

– Ou parece estar procurando alguma coisa – falei o analisando.

– Mas ele está de preto, é estranho. E se ele for um ladrão? 

– Você acha que os seguranças deixariam um ladrão entrar? - perguntei sendo óbvia.

– Callie, eles me deixaram entrar e nem 18 anos eu tenho ainda... Estou com medo - disse levantando-se.

– Senta e finge que não o vimos – a puxei se volta para o meu lado. O homem veio até nos e me deu um frio na espinha, Skye estava com um sorriso no rosto provavelmente tentando esconder seu medo ou apenas tentando provar um pouco daquela adrenalina. O homem olhou pros lados como se estivesse se certificando que não haveria ninguém por perto. 

– O que duas donzelas tão lindas fazem sozinhas aqui? – perguntou com uma voz rouca coçando a barba que eu já tinha certeza que era falsa. Skay já ia responder quando eu pulei em seus braços o abraçando com força. Senti algumas lágrimas descerem no meu rosto, ele me apertava contra ele e me soltou olhando nos meus olhos. Como eu amava aqueles olhos

– Eu senti muito sua falta – disse Justin encostando nossos lábios. O beijei com vontade sem nem ligar para as pessoas que estavam por perto. Justin passava as mãos em minhas costas e me apertava contra ele. Eu sabia que aquilo tudo era saudade. Paramos o beijo com selinhos e eu o abracei novamente sem acreditar que ele estava ali, na minha frente. Riu baixinho no meu ouvido e Skye chamou nossa atenção.

– Skye, esse é o Justin. Justin, Skye – os apresentei.

– Oi gata. – Justin disse e eu o empurrei de leve o fazendo rir.

– Não sabia que você gostava dos mais velhos Callie... 

– O que? Não. Eu não tenho essa aparência. To disfarçado, calma – Justin riu.

– Ele é seu namorado ou algo do tipo? – Skye perguntou rindo.

– Hm.. 

– Sim, nós namoramos - disse Justin e me encarou como se quisesse confirmar. Sorri em resposta e o abracei.

– Awh que lindos! – Skye quase gritou – Vamos nos embebedar!

– Não, espera, eu tenho que voltar. Falei pra minha mãe que ia no banco e vim aqui ver se te encontrava. Mas, eu preciso fazer uma coisa antes de ir embora... 

– Você não vai me levar com você? – perguntei com lagrimas nos olhos.

– Não meu amor, eu não posso te levar agora, acabei de sair da cadeia e não pensei em nenhum plano pra te tirar daqui. Assim que eu pensar, eu venho. Aliás, eu venho todos os dias! – falou acariciando meu rosto.

– Agora que o Monroe vai dar festa toda noite né.. – Skye falou.

– Toda noite? – Justin sorriu – Ta vendo amor? Eu venho amanhã e fico mais tempo.

– Jura?

– Eu juro! – falou me dando um selinho.

– Ta agora pode fazer o que ia fazer... – Skye incentivou. Justin sorriu envergonhado e ajoelhou-se na minha frente. Antes mesmo que ele começasse a falar, meus olhos já estavam cheio de lagrimas. 

– Callie, eu quero me desculpar pela milésima vez, eu nunca faria nada daquilo que fiz com você. Sei que você não me merece. Você merece um cara que te valorize e que te trate como uma princesa porque é isso que você é. Mas, eu sinto que não posso te deixar. Eu nunca deveria ter te deixado. Defeitos? Sou feito deles, mas você poder ajudar a torná-los qualidades. Eu sei que você pode. Quero que você me ajude a pular os obstáculos de todos os dias, porque com você eu sou mais forte. Você tem a permissão de me mudar, de me tornar melhor para você. Sem você eu aprendi a não combater fogo com fogo porque isso apenas resultou em te querer mais. Eu mudaria meu caminho, pra viver de acordo com todas as suas palavras. Faça todos os meus erros se tornarem acertos, me ajude a colocar minha cabeça no lugar, me de uma chance, eu não quero ser o mesmo, me mude.