História Confident - Do you remember?

Eu acariciava os cabelos de Callie e ao mesmo tempo pensava o que eu havia feito para merecer uma mulher tão perfeita. A cada sorriso eu me sentia adepto para agradecer de joelhos por tê-la em minha vida. Mas esse é o ponto: quando a pessoa entra na sua vida, ela só sai se você quiser que isso aconteça caso contrario, não é ela.

Nunca acreditei em alma gêmea, até porque isso não existe. Você sempre fala "minha alma gêmea", mas sabe que é impossível algo assim. Sua alma gêmea teria que ter os mesmos pensamentos que você e os mesmos gostos. E é exatamente o contrario, nossa concepção disso é simplesmente alguém que nos complete. O que eu não tenho, ela tem. E o que ela não tem, eu tenho. E o que não da pra nenhum dos dois ter, ah, isso deixamos para o futuro. 

É inevitável não pensar no passado sem ligar os fatos do presente. Onde eu teria chegado se Callie não aparecesse naquela bendita escola em Miami? Por que ela se mudou justamente para lá sabendo que há outros estados em que o pai dela poderia ter escolhido. Agora eu sei a resposta e não posso me afrontar sobre isso. Desde o estupro até o acidente. Levando em consideração a ordem dos fatos, se aquilo não tivesse acontecido, eu tenho certeza que eu ainda estaria usando Katherine. Aliás, se é que ela não já tivesse engravidado... talvez pela terceira vez, quem sabe.

Por entre meus pensamentos um pouco exagerados, Callie continuava a adormecer em meus braços. Sua pele era quente e emanava sua delicadeza. Joey do meu outro lado, parecia mais que feliz. Era oficialmente a primeira vez que ele dormia com Callie assim, e eu sei que ele não vai esquecer esse momento por um tempo bem longo. 

– No que está pensando? – Callie sussurrou com a voz totalmente rouca. Parcialmente por ter acabado de acordar, mas sua voz ainda estava fraca pelo motivo da noite passada.

– Acho que te vendo dormir, mas não mais. – ri beijando sua testa. Ela sorriu ainda de olhos fechados e agarrou meu corpo em um abraço desajeitado. Callie depositou um beijo na bochecha de Joey e levantou devagar.

– Vai ficar me olhando assim?

– Passei tanto tempo sem ver seu sorriso que não se espante em me ver te observar o dia inteiro. – falei arrancando um riso seu. Ela bateu em meu ombro e riu mais uma vez. Oh, eu sentia falta até de seu jeito nada inocente. Mas agora ainda se recuperando, eu não podia pegar pesado nas brincadeiras. Callie se chateia facil.

– Mal vejo a hora de sair daqui. Quero ver todo mundo! 

– Hm. Então me diga quem você quer ver primeiro. – falei arrumando Joey na cama. Levantei dando um selinho nos lábios da mulher mais perfeita da face da Terra e peguei o telefone pronto para discar o serviço do hospital. 

– Primeiro o Jace. Oh, Deus. Jace! O que ele fez esse tempo todo? Me conta! – Callie desesperou-se de repente e quase arrancou o telefone de minhas mãos. Exagerada.

– Calma, marrenta. Esperou dois anos, não pode esperar dois minutos pra eu pedir nosso café?

– Seu burro! Se eu esperei esse tempo todo, é óbvio que eu não vou esperar mais nem um segundo. Senta aqui e comece me contando sobre o Jace! – ela me puxou de volta para a cama. Soltei o telefone no gancho e a abracei em meus braços. O que eu não faço pela donzela? 

– Fale sobre o Jace!

– Não tenho notícias dele faz um século. Mas, eu o vi pela ultima vez no.... jantar de aniversário do Ryan! – falei tentando lembrar algumas coisas de muito tempo atras. Ok, nem tanto tempo assim. 

– E quando foi isso?

– Julho do ano passado.

– Cruzes. Em que ano estamos afinal? – ela riu. – Eu sou a Capitã América, agora. Acordei de muito tempo. 

– Oh que comparação! A diferença é pequena. O Capitão América foi congelado, por isso ficou tanto tempo assim. Você não quis acordar. É diferente! – ri logo gemendo de dor pela tapa que levei. Eu poderia zoar o dia inteiro só para receber esses tapas estalados, por mais clichê que seja dizer o porquê disso tudo.

– E a Charlotte?

– Ta trabalhando no shopping.

– E a... Bea não é? Como ela está? 

– E eu vou saber? Nunca vi essa menina. – ri baixo vendo Callie revirar os olhos. 

– Melhor você fazer um resumo do que eu perdi. 

– Hm. Vamos ver... Skye adotou uma menina com o Chaz...

– O QUE? – ela gritou começando a tossir depois. Maluca! 

– Você ta doida de gritar assim? – ri e peguei um copo d'água de cima da mesinha.

– Ela adotou? Uma menina? Eu preciso ver a Skye! Meu Deus! 

– Deixa pra quando você sair daqui porque eu não vou discutir com ela de novo. 

– Vocês brigaram? – ela arremangou os olhos. Não era surpresa essa notícia. Eu e Skye vivemos de lorotas e até o Joey sabe disso.

– Basicamente. Não me pergunte por que. Ela quem começou.

– Idiotas. – Callie bufou.

– Skye é que é esquentada. 

– Amor, estou com desejo. – estremeci ao ouvir aquela palavrinha. Amor. Céus! 

– Não basta na gravidez. – ri. – O que você quer?

– Cachorro-quente.

– Ta bom, eu vou comprar pra você depois. 

– NÃO! – ela falou mais alto.

– Ta então como você ai matar seu desejo? 

– Jace tem que fazer pra mim! – ela disse manhosa. Ah não. Jace está do outro lado dos Estados Unidos e ainda por cima com raiva de mim por ter escondido aquela boate esse tempo todo quando na verdade ela é uma mina de ouro, digamos. 

– Meu amor, Jace não mora mais aqui. 

– Onde ele mora? – ela fez bico. Assim eu não resisto. 

– Nova York. 

– Não faz mal. Eu espero ele voltar com meu cachorro-quente. – Callie disse cruzando os braços. Ela realmente não desiste do que quer. Nem quando o alvo é um pão com salsicha.

– Também não estou falando com Jace...

– Você brigou com todo mundo? Ah não, espera. Ele que começou também, não é? – ela disse irônica. Bufei.

– Não. Só com Skye e Jace. E pelo mesmo motivo. – respirei fundo. É, eu estava sem saídas mesmo. 

– Qual foi o motivo? – ela se aproximou curiosa. Fechei os olhos com força antes de soltar a bomba. Ela vai pirar, eu sei.

– A boate. 

– Aquela que eu fiz de tudo pra tentar levantar? – ela perguntou ainda firme querendo saber o real motivo, e não enrolações.

– Aquela que eu comprei pra você, reformei e nunca tive a oportunidade de dar.