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História Confidentes. - Chaesoo, Lisoo - Um grande mal entendido.


Escrita por: Aquela_Garota_

Notas do Autor


Desculpem a demora, tive alguns problemas pessoais e por isso ficou difícil postar aqui, mas tenho alguns capítulos já escritos, então teremos uma rápida maratona.
Aproveitem.

Capítulo 40 - Um grande mal entendido.


16 de novembro de 2022 - Algum lugar de Seul

A paciência de Jisoo se esgotou no exato momento em que deixou Chaeyoung no hotel, porque segundo a pessoa do outro lado da linha o único sobrevivente de sua brincadeira havia fugido. 

Kim tinha o costume de sempre marcar seus encontros em novos lugares, para que não houvesse qualquer chance de serem rastreados e naquele momento não era diferente.

Jisoo e os três seguranças do outro dia estavam em um pequeno galpão, que era usado - às vezes - para guardar alguma coisa grande e importante.

— Quero uma boa explicação para não serem demitidos agora mesmo. - Disse Jisoo.

— Quatro homens entraram aqui, disseram que nos manteriam vivos se passássemos uma informação para a senhora. - Disse um dos três seguranças que estavam ali.

— Então diga, estou louca para escutar. - Disse Jisoo.

— Eles disseram que esse é o primeiro e último aviso, se você não parar com o que está fazendo você será a nova inquilina do cemitério, assim como todas as pessoas da sua família.

— Ótimo, as ameaças começaram. - Bagunçou o cabelo buscando alguma alternativa para aquela confusão. - Procurem esse cara e o matem, assim como os quatro homens que entram aqui e se desfaçam daquele galpão, ele também não é mais útil

Ela não perdoaria aquele erro, mas deixaria Soyeon dar todas as broncas necessárias para que eles não cometessem aquele erro outra vez.

Eles acabaram saindo primeiro, a deixando sozinha naquele galpão, mas não por muito tempo, porque ela logo recebeu a companhia de Soyeon.

— Você não deveria ter vindo, eu poderia ter cuidado isso. - Disse Soyeon

— Tudo bem, eu precisava escutar tudo isso pessoalmente, mas ainda não consigo entender como eles deixaram uma única pessoa fugir.

— Vou trocar as posições e eu mandei o Im rastreá-los assim que fiquei sabendo.

— Ótimo, pelo menos alguém para fazer isso direito.

Antes de irem para o carro, o celular de Soyeon vibrou, trazendo ótimas notícias para as duas.

— O Im conseguiu encontrá-lo. - Disse Soyeon, fazendo Jisoo respirar um pouco aliviada. - Eu cuido disso, você pode voltar e continuar o que estava fazendo.

Jisoo se despediu de Soyeon e foi para o carro, pisando fundo no acelerador para chegar o mais rápido possível ao hotel, ela tinha que continuar aquela conversa, ou ao menos ir dormir com um peso a menos nas costas.

Hotel Relish

Antes de ir procurar Chaeyoung em seu quarto, Jisoo achou melhor tomar um banho e comer algo antes, já que sua barriga praticamente roncava de fome. Ao descer para o septuagésimo nono andar e se preparar para abrir a porta que dá entrada à sala com os sofás, ela parou no primeiro giro da maçaneta, pois a voz que vinha do outro lado e o que ela estava dizendo fez seu sorriso sumir um pouco, não, fez seu sorriso sumir totalmente.

— …. não acredito que ainda está chateada com isso, eu estava muito ocupada para ir ai. Sim, eu prometo que vou te ver da próxima vez e podemos passar o final de semana inteirinho juntas, como nos velhos tempos. Eu também estou com saudade, sim, mas do que em qualquer outro dia. - A voz alegre de Chaeyoung foi sumindo um pouquinho, como se a pessoa do outro lado da linha tivesse feito uma pergunta comprometedora ou que a levasse a pensamentos nada desejáveis. - As coisas estão difíceis e talvez um abraço seu cairia bem agora, muitos abraços e longas horas de…

De primeiro instante ela até pensou que poderia ser uma amiga como no outro dia, mas aquele pensamento não se manteve por muito tempo e para não ficar ainda mais deprimida do que já estava achou melhor largar a maçaneta e ir para o bar do hotel, porque beber na solidão de seu quarto não era bom e queria tomar um ar no térreo, talvez escutar as pessoas conversando ou ver novos rostos.

(...)

Todos os funcionários do hotel conheciam Jisoo, não pessoalmente, mas todos sabiam que ela era a dona de todo o chão que pisavam. A mulher era discreta, nunca aparecia no bar do hotel, nunca ia até a recepção e muitas vezes só era vista entrando no elevador e saindo, nada mais que isso. Por esse motivo, quando ela apareceu no bar naquela noite alguns olhares se voltaram para ela, aumentando ainda mais quando ela sentou em uma das cadeiras do balcão, ao lado esquerdo de Lalisa, que diferentemente de Jisoo sempre ia lá para beber ou esfriar a cabeça.

— Senhora Kim, deseja alguma coisa? - Perguntou a adorável moça do bar.

— Hum, eu vou querer uma garrafa da bebida mais forte que temos aqui.

— Okay, vou buscar nesse instante.

— Uma garrafa de whisky.

Em menos de cinco minutos a moça trouxe uma garrafa de Hwayo soju premium, com teor alcoólico de cinquenta e três por cento, juntamente a um copo pequeno. A mulher iria servi-la, mas dispensou esse gesto. Kim abriu a garrafa rapidamente, encheu o pequeno copo e bebeu de uma única vez, logo o enchendo outra vez e o bebendo como se fosse água. Quando ela estava prestes a beber o terceiro copo, Lalisa decidiu falar.

— Eu não ia falar nada, mas você veio até o bar, está bebendo Soju, uma bebida consideravelmente barata para o seu histórico de álcool e vale recapitular que você veio até o térreo para beber tendo uma cobertura a seu total dispor.

— Queria tomar um ar, ver um lugar diferente. - Disse ao beber o terceiro copo.

— Você saiu toda empolgada daqui mais cedo, parecia decidida a levá-la para a cama, mas pelo que parece isso não aconteceu, então me conta o que rolou para você está aqui. - Lalisa não era o tipo de pessoa que era enrolada tão facilmente e como conhecia Jisoo há mais de oito anos ela sabia que algo estava rolando.

— O cara fugiu e eu tive que ir resolver.

— Uou.

— Já o encontraram e nesse momento devem estar cavando cinco covas, além do mais escutei a Chaeyoung em uma ligação. - Encheu o quarto copo, o cheirando e não ousando beber. - Ela parecia bem íntima com a pessoa do outro lado da linha, falou dos velhos tempos e como sentia saudade dela.

— Você não tem direito de ter ciúmes, sabe disso, não sabe?

— Só me deixa beber.

Aquele quarto copo queimou como nenhum outro até o momento e como estava com a barriga vazia, tudo aquilo faria efeito logo logo.

Antes de Jisoo chegar, Lisa tinha pedido o último drink da noite, mas naquele momento ela não poderia ir embora e correr o risco de deixar Jisoo ali, a beira de cometer alguma loucura e ou estupidez.

17 de novembro de 2022 - Hotel Relish

Não era só a dor de cabeça que fazia aquela ressaca ser insuportável, Jisoo também via o mundo girando ao seu redor e sentia como se uma manada de elefantes tivessem passado por seu corpo, porque ele estava inteiramente dolorido.

Quando abriu os olhos logo percebeu que não estava na cobertura e que mesmo aquele quarto sendo iguais aos demais ele era bem familiar, porque dois dos quatros que estavam pendurados na parede foram escolhidos em sua companhia.

Ao perceber que havia dormido no chão descobriu o porque seu corpo estava inteiramente dolorido, mas ainda não fazia a mínima ideia de como havia ido parar ali.

Kim tentou levantar de onde estava, buscando apoio no sofá ao seu lado e recebendo ajuda da pessoa que saiu do banheiro naquele momento.

Lalisa foi rapidamente até a cabeceira de sua cama e pegou um comprimento e um copo com água, os entregando a Jisoo assim que voltou para perto dela.

— Toma, isso vai te ajudar. - Disse Lisa.

— Obrigada. - Kim tomou o remédio sem questionar, entregando o copo completamente vazio para Lalisa.  - Pode me explicar como eu vim parar aqui?

— Quando você terminou a primeira garrafa pediu outra e a partir daquele momento começou a falar da Chaeyoung sem parar. Como eu não queria que você fosse ao quarto dela para cometer alguma estupidez, eu te trouxe para cá.

— Você me deixou dormir no chão?

— Não, eu te dei o sofá e um travesseiro bem confortável, mas pelo visto você achou o chão melhor.

Manoban sentou ao lado dela, jogando o travesseiro em seu colo para só assim fazê-la percebê-lo ali.

— Obrigada, eu teria mesmo cometido alguma estupidez.

— Eu sei, não quero que ferre isso com ela mais do que já ferrou.

Ainda era bem cedo para estarem acordadas, se fossem pessoas normais, é claro. Desde que tudo começou, dormir era algo difícil para se fazer e na maioria das vezes nem dormiam à noite ou se empanturravam de remédios só para conseguir uma noite tranquila.

Após se sentir um pouco melhor do que quando acordou, Jisoo foi para a cobertura, entrando de cabeça no chuveiro e ficando um bom tempo embaixo dele, como se todas as suas preocupações fossem embora com a água.

Com roupas confortáveis e com um pouco menos de dor de cabeça, Kim desceu para tomar café da manhã junto com seus amigos, encontrando Lisa, Jin e Jennie já com algo na boca. Kai não tardou a chegar e mesmo com os tantos trabalhos que andava recebendo estava bem disposto para lidar com o dia, por fim só restava uma única pessoa para participar do café da manhã e aquela altura ela já deveria estar no segundo cafezinho do dia.

Jisoo queria vê-la, queria conversar a sós e talvez levá-la para o trabalho, mas tanta espera acabou lhe causando uma enorme frustração, porque Park simplesmente não apareceu ou deu sinal de vida.

Kim esperou todos sairem para poder pegar o celular e ligar para alguém que lhe daria as respostas que tanto queria.

— Soyeon, onde está neste momento?

Em frente a gravadora.

— Ela foi com você ou de táxi?

De táxi, ela nem olhou para a minha cara hoje e normalmente me deseja bom dia, vem perguntar se quero água ou se já comi.

— Ele falou alguma coisa?

Seu informante disse que ela… está fumaçando, acho que não há outro termo para descrever isso melhor

— Certo, me mantenha informada e se possível faça ela vir com você.

Certo, vou tentar, porque do jeito que ela estava é bem possível que pegue a minha arma e me dê um tiro.

Está tão ruim assim?

— Você nem faz ideia.

Dessa vez ela tinha plena certeza de que não era o motivo do mau humor de Chaeyoung e por conta disso ela estava curiosa para saber o que tinha deixado a moça naquele estado tão assustador, porque foi isso que a voz de Soyeon expressou quando ela descreveu seu jeito.

(...)

Mesmo com uma severa ressaca, Jisoo não parou um segundo sequer naquele dia, ela compareceu a reuniões, leu e assinou papéis, tomou decisões importantes e pensou seriamente nos próximos passos de seu plano. 

O seu problema do dia anterior foi resolvido assim como ela falou para Lalisa, cinco covas em algum lugar da Coreia. Não era bem esse o jeito que ela queria que tudo isso acabasse, mas foi a solução necessária, já que o homem fugiu e outras quatro pessoas vieram resgatá-lo. Kim queria que tudo isso fosse resolvido com apenas uma única morte, a do único sobrevivente.

(...)

Para infelicidade de Jisoo, Chaeyoung não apareceu no jantar, pelo menos não no momento em que todos estavam jantando. Park só decidiu dar as caras após meia hora depois que todos já haviam ido, porque pensou que ninguém estaria lá para puxar conversa, mas acabou se decepcionando ao encontrar Lalisa na sala anterior e Jisoo ainda sentada na mesa de jantar, degustando de uma taça de vinho branco.

 — Boa noite. - Disse Jisoo assim que a moça sentou-se à mesa, mas nenhuma resposta obteve, então passou a observá-la com mais atenção.

Chaeyoung estava com o cabelo amarrado em um coque, sua feição era séria e seus movimentos eram precisos, mostrando com toda clareza do mundo que algo a incomodava profundamente. Mas esse algo era totalmente desconhecido para Jisoo.

A moça se serviu com o prato da noite, Japchae, que é composto por um macarrão elástico, muitos vegetais e carne, além de alguns temperos e nenhuma pimenta.

— Não vai me responder? - Jisoo insistiu, tentando se manter calma.

— Não tenho nada para falar com você e não merece ter uma boa noite.

— Por que isso agora? Pensei que estivéssemos bem ontem, conversamos quando te busquei no restaurante. Você estava calma e até mesmo escutou o que eu tinha para dizer.

Naquele exato momento Chaeyoung desistiu de jantar, porque pelo rumo que as coisas estavam indo ela iria acabar tendo uma indigestão. Assim que levantou da mesa, Jisoo fez o mesmo, segurando seu braço para que ela não fugisse como sempre tenta fazer.

— Onde dormiu ontem à noite? Só me responda isso. - Falou com raiva, puxando o braço com força e sendo largada.

A mais velha agora entendia o porque ela estava com raiva, Chaeyoung simplesmente viu algo e interpretou de um jeito errado.

— Você….

— Eu vi você saindo do quarto da sua ex hoje bem cedo e pela sua cara parecia ter acordado lá. Se quisesse fazer isso ao menos a colocasse em outro andar ou na cobertura, assim teria sexo vinte e quatro horas por dia.

— Eu juro que não é o que está pensando. Eu acabei bebendo muito ontem a noite, tão tal que nem mesmo lembro o que aconteceu e hoje de manhã acordei no chão ao lado do sofá, como todas as roupas no corpo e com toda a certeza do mundo de que não fiz nada com ela. - Se aproximou da outra, mas Park imediatamente recuou.  - Eu juro que não fizemos nada, Chaeyoung.

— Okay, vou acreditar nisso. Mas nesses seis anos também dormiu no sofá?

— Porra, eu não toquei um dedo nela, não transei ou sequer beijei a Lisa. Não fiz isso com mulher alguma depois de você. Ninguém deitou ao meu lado, me beijou ou foi sequer motivo dos meus gemidos. Apenas você, Park Chaeyoung. Eu só pensei em você nesses seis anos. É tão difícil acreditar nisso?

— É, é muito difícil acreditar em qualquer coisa.

— Olha, eu tenho a consciência limpa, nunca toquei nela. Nunca desde que te conheci. Mas e você, você seguiu em frente….

— Eu segui em frente? Se eu tivesse seguido em frente teria feito durar todos aqueles casinhos de uma, duas ou três semanas. Mas eu nem sequer conseguia te tirar da cabeça, passei três anos te esperando, atendendo cada ligação de desconhecidos com um pouco de esperança, torcendo para que quando eu abrisse a porta fosse você do outro lado. Eu não estou chateada só porque trouxe sua ex com você, estou chateada por que você não me deu uma única notícia nesses últimos seis anos, porque foi fazer a primeira coisa que jurou nunca desejar ir atrás. Estou com raiva porque você sumiu e apenas me deixou a porra de uma carta, Kim Jisoo.

Tudo que estava guardando para si finalmente foi dito a Jisoo, tudo que pensava e sentia a respeito desses seis anos longe dela, a respeito também de sua volta. Jisoo estava arrasada com que havia acabado de escutar e por alguns segundos piscou rapidamente para não chorar, mesmo estando evidente em seus olhos a vontade de querer fazer isso.

— Sabe, eu não deveria ter vindo, eu deveria ter feito você esperar, assim como você me fez. Deveria ter sumido da sua vida, deveria ter seguido em frente. Mas sabe porque eu não fiz isso? - Passou a mão na bochecha esquerda, limpando a única lágrima que permitiu percorrer por seu rosto  - Porque eu infelizmente ainda te amo, ainda te amo muito e dói saber disso, dói saber que me deixou sem notícias e que agora me quer de volta como se nada tivesse acontecido.

— Chaeyoung

— Finja que não me mandou aquela carta ou aquele anel.

Deu as costas para Kim, só que mais uma vez foi impedida por ela.

— Eu vou embora. - Disse Chaeyoung.

— Não, você fica. - Falou com a voz firme.

— E quem vai me impedir?

— Eu vou te impedir. Se entrar naquele elevador e for embora eu juro que vou atrás de você. Eu juro que te caço por todo país se for necessário.

— Só tenta me seguir, Kim Jisoo, só tente fazer isso e eu juro que nunca mais vai conseguir olhar na minha cara outra vez.

Dessa vez Chaeyoung conseguiu sair sem ser impedida, passando pela outra sala sem olhar na cara de Lalisa, pois se fizesse isso acabaria discutindo com ela também.

Lalisa continuou sentada no sofá, escutando pratos sendo quebrados e alguns gritos, ela não iria impedi-la, pois a pior loucura que poderia cometer era ir atrás de Park e continuar aquela discussão, mas apesar de toda raiva que sentia naquele momento Jisoo não faria isso, daria a ela tempo, tempo para colocar as ideias no lugar e esfriar a cabeça, pois considerou suas últimas palavras um blefe.



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