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História Confidentes. - Chaesoo, Lisoo - Cada coisa carrega um significado.


Escrita por: Aquela_Garota_

Capítulo 45 - Cada coisa carrega um significado.


19 de novembro de 2022 - Apartamento de Chaeyoung.

Jisoo não queria que Chaeyoung fizesse esforço, mas como a teimosia estava em seu sangue ela ajudou de algum jeito, pois não queria que a namorada guardasse tudo sozinha. Enquanto Kim se ocupou com o quarto, Chaeyoung juntou suas coisas espalhadas pelo resto da casa, colocando tudo que estava em seu banheiro em uma necessaire e algumas coisas da cozinha em uma caixa com plastico bolha, ela não queria levar tudo da cozinha, apenas algumas coisa que lhe causavam boas memórias e outras a qual tinha um certo apego.

O último lugar para guardar coisas era a sala de estar, onde haviam porta retratos na estante da televisão e alguns quadros espalhados pela parede. Além dos portas retratos haviam algumas coisas guardadas nas gavetas e para isso ela iria precisar não só de mais uma caixa, mas como também mais plástico bolha.

— Jisoo, pode me trazer plástico bolha e uma caixa?

Em menos de um minuto Kim foi até ela com as coisas que tinha pedido, uma caixa grande e um pouco de plástico bolha, que seria o suficiente para acolchoar a caixa e alguns objetos. Para que a mais nova não fizesse esforço, Jisoo montou a caixa e revestiu seu interior com plástico bolha.

— Você é muito teimosa, sabia?

— E você ama a minha teimosia. - Como Chaeyoung estava sentada no chão e de frente a estante, a outra teve que se curvar para alcançar seus lábios e assim lhe roubando um selinho. - Já terminou de guardar as minhas roupas?

— Faltam os seus sapatos.

— Você é bem lenta, eu já juntei as coisas da cozinha e as do meu banheiro.

— Acabei ficando presa na sua gaveta de calcinhas, aquilo parecia um mar de tentações.

— Desde quando virou uma tarada de calcinhas?

— Não são qualquer calcinhas, são as suas calcinhas.

Após uma risada doce inundar aquele cômodo, Chaeyoung decidiu que deveria começar logo a guardar as coisas ou só chegariam ao hotel depois do jantar, coisa que não poderia acontecer.

Ao abrir a primeira gaveta, os olhos de sua companheira logo captaram algo junto a todas aquelas coisas.

— Aquilo é um álbum de fotos? - Chaeyoung confirmou - Posso dar uma espiada?

— Fique à vontade.

Ao receber o álbum Jisoo folhear cada página com um enorme sorriso no rosto, enquanto Chaeyoung se concentrava em guardar tudo dentro da caixa usando uma única mão para fazer isso.

Dentre de alguns segundos risadas poderiam ser escutadas, risadas tão sinceras e verdadeiras que Chaeyoung às vezes a olhava para ter certeza de que eram dela.

— Formatura do colégio. - Disse Jisoo.

Uma sensação de nostalgia e saudade inundou o peito de Jisoo e mesmo emocionada com os rostos que via naquela imagens, ela não se permitiu chorar, piscando algumas vezes para evitar isso. 

Ao folhear mais uma página aquela sensação de quase choro foi substituída por uma risada anasalada.

— O que aconteceu com o cabelo do Jin? - Ela se referia a uma foto individual do amigo, a qual ele estava com uma cor diferente de cabelo.

— Ele decidiu que seria uma boa ideia pintar de rosa, a Jen até pintou algumas mechas e o Kai saiu correndo porque não queria ser cobaia.

— E você?

— Eu fui a primeira a correr.

Ela tinha um pouco de esperanças em vê-la um pouco diferente do habitual, mas aquilo de jeito algum a decepcionou.

Duas páginas depois, Chaeyoung se encontrava abraçada a três crianças, todas parecidas muito consigo e ao mesmo tempo não. Jisoo sabia muito bem quem eram eles, mesmo nunca os tendo visto.

— Seus sobrinhos são lindos e muito fofinhos. - Mostrou a foto para a namorada.

— Espere até vê-los pessoalmente, eles são ainda mais fofos.

Aqueles se tratavam dos filhos de Jimin e Jiwoo, os irmãos mais velhos de Chaeyoung. Jimin tinha uma menina de quatro anos, já Jiwoo dois meninos de cinco e três anos. Seu outro irmão Tae-il não pensava em ter filhos, se dedicando completamente aos estudos e nenhuma outra coisa a mais.

— Eu imaginei esse momento várias vezes, você jogando o capelo para cima ou fugindo das fotos.

Formatura da faculdade, um momento importante para Chaeyoung e como todos os seus irmãos estavam lá ele também se tornava especial. Mas uma coisa fazia aquele momento especial ser um pouco triste, a ausência de alguém.

— Eu senti muita saudade de você nesse dia, porque sempre imaginei você ao meu lado ou se formando comigo. - Jisoo partilhava da mesma tristeza que ela havia sentido naquele dia, pois além de ver a tristeza nos olhos de sua namorada ela também queria estar ao lado dela naquele dia. - Eu só queria você lá me apoiando ou ao menos saber que estava em algum lugar no mundo feliz pela minha conquista.

— E-e-eu. - Ela colocou o álbum de fotos no sofá e passou ligeiramente a mão direita em seu cabelo, tentando se livrar dos pensamentos obscuros que percorriam em sua mente. - Eu estava lá, eu tinha te comprado um lindo buquê de flores brancas, mas infelizmente não pude te entregar.

Mesmo sabendo que Jisoo tinha aparecido algumas vezes para vê-la, ela não imaginava que ela havia ido lhe ver justamente naquele dia, no dia em que mais precisava de um abraço seu.

— O Taehyung.

Aquilo foi a única coisa que ela conseguiu dizer, porque por mais que sua mente estivesse com milhares de pensamentos e do mesmo modo que seu coração estava inundado por sentimentos, ela não conseguia falar o que sentia.

— Isso, eu pedi para ele te entregar dizendo que tinha sido um presente dele. - Disse olhando para as próprias mãos. - Eu tinha tomado coragem para ir até lá, pensei em tudo que iria te dizer e até tinha planejado uma tarde incrível ao seu lado. Até pensei nas inúmeras possibilidades de levar um tapa na cara ou receber a sua rejeição, mas eu fui, eu me arrisquei, porque a única coisa que eu queria naquele momento era ver você, estar ao seu lado naquele momento.

Uma lágrima acabou escorrendo pelo rosto de Jisoo, uma lágrima de arrependimento ou tristeza, era difícil dizer, mas talvez fosse ambos os sentimentos.

— E porque você não apareceu, Jisoo? - Chaeyoung foi até a mais velha e sentou ao seu lado, colocando a mão esquerda sobre seu joelho com a intenção de lhe fazer um carinho. - Eu teria amado saber que estava lá.

— Sua vida ia bem, toda a sua família estava lá e… e você estava namorando. - Aquele fato explicava o nervosismo de Jisoo e o porquê ela não conseguia olhar para a moça. - O que ela poderia pensar se visse uma mulher desconhecida te entregando um buquê de flores ou te dando um abraço bem apertado? Ou até mesmo te roubando um beijo?

— Eu… - Tentou se explicar, mesmo não havendo motivos para isso, mas ela sentia profundamente a necessidade de esclarecer uma coisa.

— Eu sabia que você tinha alguém, mas mesmo assim me arrisquei. - Se permitiu olhar rapidamente para Chaeyoung, logo desviando o olhar do seu e o pousando na mão que a tocava. - Eu pedi aos céus para que ela só aparecesse mais tarde ou até não fosse, mas ela estava lá e ainda te beijou.

— A Sana… - Mais uma vez ela foi interrompida e se fosse em uma situação normal ela estaria irritada, mas de certo modo entendia o porque Jisoo fazia aquilo, ela sentia medo de escutar o que não queria.

— Você não precisa me explicar, eu pedi para seguir em frente e você fez exatamente isso. - Ao retirar a mão que estava sobre o seu joelho ela levantou, deixando um beijo no topo da cabeça de Chaeyoung - Só vamos terminar de arrumar as suas coisas e talvez em outro momento conversamos sobre isso.

Não era só ciúmes que Jisoo sentia, ia mais além que isso, era um sentimento estranho que a causava angústia e tristeza, era como se suas esperanças tivessem acabado no exato momento em que Sana apareceu na vida de Chaeyoung.

Park podia falar a verdade a qual Jisoo não tinha conhecimento, mas apesar dos longos anos que se passaram e das diversas mudanças na vida de Jisoo, ela tinha certeza que nada entraria na cabeça de Kim naquele momento, pois ela a conhecia de um certo jeito, ela ainda a conhecia com a palma de sua própria mão.

(...)

Pelo resto da tarde as duas embalaram as coisas em silêncio e o único momento em que se falaram foi para perguntar se haviam pegado todas as coisas e se Chaeyoung podia esperar dentro do carro, enquanto Jisoo e o porteiro colocavam todas as coisas dentro dele.

Hotel Relish.

Com ajuda de três seguranças, todas as malas foram levadas para a cobertura e todas elas foram levadas com um enorme cuidado, pois o conteúdo de algumas era frágil o suficiente para não ser carregada de qualquer jeito.

— Obrigada. - Jisoo os agradeceu e como resposta eles apenas balançaram a cabeça em respeito a ela.

Com a saída dos três as duas ficaram sozinhas novamente e para grande tormento de Chaeyoung, Jisoo olhava para o nada de um jeito pensativo, como se quisesse dizer algo a ela, mas não soubesse como ou o que.

Por fim Jisoo foi até ela e lhe ofereceu a mão direita, que foi pega sem qualquer hesitação. A moça foi guiada até o quarto no fim do corredor, mas não foi deixada naquele cômodo, pois Jisoo não queria lhe mostrar aquele lugar já conhecido, ela queria lhe mostrar o lugar em que guardaria todos os seus pertences.

O closet de Jisoo tinha quase o triplo de tamanho comparado ao que havia na casa de seus pais e apesar das inúmeras roupas que ela possuía, havia um espaço vazio ali e ele pertencia a Park Chaeyoung e feito exatamente para acomodar as roupas de ambas.

— Você pode guardar as suas coisas aqui e fique a vontade para usar quanto espaço precisar. - Chaeyoung apenas observou o espaço que agora era seu, pois não tinha nada a dizer a ela naquele momento. - Aqui na cobertura ainda há mais um banheiro e dois quartos, um dos quartos tem cama, eu o uso para guardar alguns arquivos importantes e dormi lá naquela noite, já o outro está completamente vazio. Você pode usá-lo para guardar o seu violão e eu tenho um piano no depósito, se você quiser.

— Posso mesmo?

— Pode, esse lugar também é seu. - Passou a mão pelo rosto de Chaeyoung, em ato carinhoso que durou pouco tempo. - Eu vou pedir comida e como já está um pouco tarde podemos arrumar as suas coisas amanhã, tudo bem?

— Eu só preciso tirar algumas coisas para tomar banho.

— Okay. 

Chaeyoung não seguiu Kim até a cozinha, ela ficou no closet analisando algumas coisas, desde os cabides pendurados às gavetas vazias. Ela até iria dar uma de bisbilhoteira e vasculhar algumas das gavetas de Jisoo, mas achou melhor ficar curiosa e seguir até a sala de estar, o lugar em que suas malas estavam.

Após uma rápida busca, Park achou e pegou todas as coisas que queria, que se resumiam a uma calcinha, um pijama, sabonete líquido e alguns cremes para o corpo. Ela não precisaria de escova de dentes, porque havia ganhado uma nova naquela manhã.

Suas coisas foram deixadas em um banquinho que havia no closet e ao retornar a sala de estar percebeu que a comida já estava posta a mesa, faltando apenas a sua presença para que a mais velha começasse a comer.

— Podemos conversar depois? Eu simplesmente odeio todo esse silêncio. - Disse Chaeyoung.

— Eu só preciso juntar os pratos.

— Certo, eu espero.

O resto do jantar seguiu em silêncio, não era algo agradável, mas era o que tinham no momento e talvez em breve pudesse acabar com ele de uma vez por todas.

(...)

Assim que o jantar se deu por encerrado, Park simplesmente sumiu da vista de Jisoo e nenhum barulho feito por ela poderia ser escutado, impossibilitando a descoberta de seu paradeiro. 

Kim não iria evitar a conversa, então assim que colocou todos os pratos no elevador ela saiu à procura de Chaeyoung, primeiro olhando na sala de estar e depois seguindo para o quarto, mas ela não estava lá, decidindo assim chamar por ela e torcer para que fosse respondida.

— Chaeyoung?

Segundos depois que a chamou, um barulho foi escutado ainda naquele cômodo, só que no closet, sendo esse o caminho que seus pés fizeram.

Ao entrar ali, ela rapidamente reparou que Chaeyoung estava sem a tala e sem a calça, além de estar tentando desabotoar alguns botões da camisa, mas se mostrava um completo fracasso ao tentar fazer aquilo.

— Pode me ajudar com a camisa?

Jisoo não respondeu, ela apenas se aproximou da moça e a ajudou, assim como havia pedido. Kim estava tão no mundo da lua e tão presa ao corpo que estava em sua frente que nem mesmo percebeu que estava sendo usada.

O fato era que Chaeyoung conseguia muito bem desabotoar a camisa com a mão esquerda e ela também tinha muita coordenação com aquela mão, mas ela queria testar algo, queria testar até onde Jisoo ficará calada e aquele parecia um ótimo método.

Ao terminar de desabotoar a camisa, Kim também a ajudou a tirar o sutiã, não desprendendo um segundo sequer os olhos do corpo de Chaeyoung, que sabia estar conseguindo o que queria.

Como só restava uma calcinha pequena, Chaeyoung a deixou cair sobre o corpo, não deixando seu olhar hesitar ou ficando nervosa com aquela atitude, afinal de contas ela sabia o quanto apenas a sua presença mexia com Kim Jisoo. Sem mais nem menos ela saiu andando em direção ao banheiro, parando rapidamente antes de chegar a porta

— Você vem? - Perguntou de costas para Jisoo.

— E-e-eu vou.

O nervosismo não a impediu de tirar suas próprias roupas com pressa, mas com toda certeza dificultou quando ela foi tirar a blusa, pois seu braço e sua cabeça não conseguiam concordar em que iria sair primeiro.

Com todas as roupas no chão do closet, ela se dirigiu até o banheiro, encontrando Chaeyoung já debaixo da água quente. Jisoo poderia ir até ela e beijar seu pescoço ou até mesmo seu ombro, mas por alguma razão estúpida ela achou melhor só entrar deixado da água, não ousando molhar o cabelo, pois assim como Chaeyoung, Kim Jisoo não queriam ir dormir com ele encharcado ou ter o trabalho de secado após um dia cansativo. O olhar que a mais velha tinha sobre o corpo de Chaeyoung podia dizer muitas coisas, por exemplo, podia explicar o quanto ela estava excitada, o quanto desejava receber um beijo e o quanto necessitava ser tocada. Poderia ser o mais simples toque, mas ela precisava urgentemente ser tocada. 

O banho não foi nada do jeito que Jisoo pensou que seria, mas foi exatamente como a outra queria, cheio de falsas esperanças sobre o que poderia acontecer, algo que a deixava imensamente feliz.

No closet Jisoo secou cada parte do corpo, cada curvatura molhada - apenas - por água. Chaeyoung fez o mesmo, mas quando foi pegar a roupa que tinha separado, foi surpreendida por uma mão a puxando pela cintura. Ela não teve qualquer oportunidade para reagir e nem queria reagir, porque aquilo era exatamente o que ela queria, que Jisoo não aguentasse mais e fizesse alguma coisa.

E mesmo se ela quisesse dizer qualquer coisa obviamente não conseguiria, pois seus lábios estavam grudados aos de Jisoo e sua língua se mantinha completamente ocupada. Não demorou muito para que a mão em sua cintura descesse por todo seu corpo, do mesmo jeito que a que estava em sua nuca também descesse. Juntas, as duas tiveram o papel de tirar seus pés do chão, fazendo suas pernas circularem o tronco de Jisoo e se prenderem a ele.

Kim não a imprensou contra a parede e nem mesmo a deitou sobre o banquinho ali presente, ela levou a namorada até o quarto, onde a deitou cuidadosamente sobre a cama e a beijou com pressa.

Jisoo não queria de forma alguma enrolar com beijos sobre o pescoço, beijos lentos ou provocações que tardariam seus atos, ela simplesmente a invadiu com os dedos e se Chaeyoung já não estivesse lubrificada aquela atitude teria causado um certo incômodo, mas o excesso de lubrificação impediu que isso acontecesse.

Ao longo de suas investidas no interior da moça, suspiros de satisfação e gemidos foram escutados por todo o quarto, para inteiro prazer de ambas.

Após alguns - poucos - minutos, Chaeyoung se aliviou sobre os dedos de Jisoo, se entregando completamente ao cansaço que seu corpo tentava disfarçar e se deliciando com a sensação prazerosa que seu corpo havia lhe concedido naquele momento. Kim colocou os dois dedos na boca, provando tudo que havia lhe sido dado, cada gota derramada por Chaeyoung e que naquele dado momento a pertencia.

A felicidade estava completamente estampada no rosto de Park, na forma que ela se recuperava do recente orgamo e na forma em que sorria. Mas Jisoo, apesar de contente com o recente ato, parecia querer dizer algo a mulher deitada ao seu lado.

— Não podemos transar toda vez que tivermos um problema, precisamos resolver as coisas com diálogo. - Jisoo acariciou o rosto da mais nova, traçando uma linha por sua mandíbula até chegar em seu queixo, a qual segurou sem fazer força.

— Eu sei, mas era você que não queria falar. Eu estava disposta a esclarecer todas as suas dúvidas, mas você fugiu.

Jisoo pensou em desviar o olhar, pensou em também mudar de assunto ou dizer que era tarde demais para conversarem e que poderia deixar isso para o outro dia, mas isso seria fugir e ela obviamente não queria fugir outra vez.

— Desculpa por ser insegura, é que isso simplesmente mexe comigo. - Disse Jisoo.

— O fato de que já estive com outras mulheres ou só ela mexe com você?

— O que mexe comigo é ter ficado longe por seis anos. É não ter aproveitado nenhum momento importante ao seu lado. - Se ajeitou melhor na cama, ficando mais perto de Chaeyoung. - Nunca comemoramos um aniversário juntas, nenhum natal, dia dos namorados, dia branco ou dia do beijo. O único presente que trocamos foi um caderno de desenhos, uma flor e as nossas alianças, nada mais que isso. Eu queria ter passado cada dia com você, cada mísero dia ao seu lado, só que outras pessoas tiveram essa oportunidade e não eu.

— Então o que te incomoda é não ter ficado ao meu lado? - Jisoo confirmou ligeiramente - Sabe o que me incomoda? - Jisoo não precisou negar ou dizer, porque estava estampado em seu olhos que ela não sabia. - A minha segurança ser tão importante para você ao ponto de ter nos separado.

— Em uma semana ao meu lado você levou um tiro, mas nesses seis anos algumas pessoas morreram ou ficaram meses no hospital, só porque sabiam o meu paradeiro ou porque sabiam quem estava por trás de todos os fracassos do Benfeitor. Consegue entender porque fiquei seis anos longe?

— Consigo, ficar ao seu lado é perigoso, mas eu pouco me importo com isso e se você tentar sumir novamente eu juro que nunca mais olho na sua cara, consegue entender?

— Consigo. - Roubou um selinho de Chaeyoung. - E por esse motivo não quero e nem vou sair do seu lado.

— Ótimo.

Chaeyoung a puxou pela nuca, grudando seus lábios aos dela em questão de segundos, porém ela não deixou que durasse por muito tempo, já que ela estava curiosa com uma certa coisa e ver Jisoo nua fazia sua curiosidade aumentar ainda mais.

— Alguma delas tem significado?

Se referiu às tatuagens, as diversas tatuagens espalhadas pelo corpo de Kim.

Jisoo rapidamente entendeu o que ela quis dizer e levantou um pouco a coxa esquerda, mostrando a vitrola presente ali.

— Fiz essa para a minha mãe, ela tinha uma coleção dessas coisas.

— De discos ou vitrolas? - Perguntou com curiosidade.

— Discos. - Deitou de bruços, dando a Park a visão de suas costas. - Essa das costas também tem significado.

Por breves segundos Chaeyoung tentou entender o que dizia ali, mas estava em um idioma completamente desconhecido por si.

— O que diz aqui? 

Na vertical de suas costas estava escrito tweede kans, em holandês, a qual ela tem inteiro domínio.

— Significa segunda chance em holandês.

— Acha que teve uma segunda chance na vida?

— Sim, pelo menos no amor e em relação à minha mãe. - Se virou novamente, olhando para o rosto de Chaeyoung e não mais para o travesseiro. - Algumas pessoas que trabalham comigo também carregam essa mesma tatuagem em alguma parte do corpo, só que em outra língua.

— Quem mais tem?

— A Lisa tem em coreano, Yoongi em inglês, Soyeon em japonês, Johnny em coreano, Suho em chinês, Minnie também tem em coreano e o Hoseok em código binário.

— Uau!! - Exclamou em tom surpreso logo se dando conta que apenas pessoas de sua confiança carregavam aquela marca.

— Todos nós renascemos de alguma forma, com um trauma, tiro ou acontecimento marcante, por isso recebemos uma segunda chance para consertar as coisas e fazer o certo.

— Então não posso fazer.

— E espero que nunca faça.

Apesar do recente tiro Chaeyoung não tinha passado por um acontecimento marcante, ela não tinha visto a morte de perto e nem mesmo uma oportunidade para fazer o certo, ela só tinha visto uma oportunidade para jogar diversas coisas na cara de Jisoo.

— Tem mais uma com significado. - Disse Jisoo, surpreendo mais uma vez a namorada.

Em um simples gesto, a mão de Chaeyoung foi levada até as costelas de Jisoo, onde ali estava localizado o trecho de uma música, a música.

Just know that I would die for you - Saiba que eu morreria por você. - Baby I would die for you, yeah. - Amor, eu morreria por você.

O trecho gravado em seu corpo acabava ali, porém não significava que o trecho da música precisava parar de ser recitado, por isso, Chaeyoung continuou, como se o soubesse de cor e na verdade sabia.

The distance and the time between us. - A distância e o tempo entre nós. - It'll never change my mind, 'cause baby. - Nunca vai fazer eu mudar de ideia, pois amor - I would die for you. - Eu morreria por você.

Uma doce risada foi arrancada de cada uma delas. Uma risada carregada de velhas memórias e de doces momentos.

— Ainda lembro nitidamente daquela noite. - Disse Jisoo. - Eu pedi ajuda, você me socorreu de um jeito inesperado e disse que me amava através de uma música.

— Eu passei a semana toda pensando em como deveria te dizer, aí aquela música surgiu meio do nada.

— Ela surgiu no momento certo, meu amor. - Deu um rápido selinho em Chaeyoung, se dando conta que até o momento nenhuma das duas havia dito as três palavras. - Eu…

— Te amo. - A tentativa de Jisoo de dizer primeiro foi falha, mas mesmo assim a felicidade em seu peito era incontável. - Eu te amo muito.

— Eu também te amo muito. 

Beijos foram destruídos sem qualquer segunda intenção, porque daquele momento em diante o sono foi a única coisa que caiu sobre seus corpos, pois o dia havia sido longo e estavam tão cansadas que não conseguiriam fazer outra coisa.



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