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História Confused me - Pedido pra sair


Escrita por: rod93

Notas do Autor


Oii

Capítulo 7 - Pedido pra sair


Fanfic / Fanfiction Confused me - Pedido pra sair



Minhas amigas e até mesmo Niall (inconscientemente) me fizeram crer que eu não devia me intrometer no relacionamento amoroso no qual eu não faço parte. 

Bom, eu tive que engolir meus princípios e convicções se eu quisesse me manter longe de confusões com garotos com tanta influência como Mendes, e precisava ficar fora da vista das pessoas que tinham cargo na direção e que pudessem suspeitar da minha condição. Eu, Lauren, não poderia chamar tanta atenção já que Liam, o verdadeiro, não era idêntico a mim. Eu teria que manter o disfarce bem na encolha. Tinha que ser mais discreta em algumas ocasiões, muda em muitas outras...

Então, duas semanas se passou após eu presenciar  no teatro uma das mais terríveis cenas que já tive o desprazer de ver. Enquanto Camila exibia seu par de chifres pela escola sem fazer ideia de que o carregava, Shawn se vangloriava da sua titularidade recentemente dada a ele pelo treinador.

- Hoo oooo... Toca aqui no Mendes que é gol. - Ele cantou e fez a comemoração do Cristiano Ronaldo, enquanto sua rodinha de "amigos" o abraçavam.

- Se no treino ele já está assim... - Jordan sussurra ao meu lado e deixa a frase no ar. 

- Se na categoria de base ele já está assim... - Eu arrumo sua frase e o lateral concorda.

Eu balanço a cabeça e peço para o treinador me trocar. Eu vou para o banco descansar. Sento ao lado Niall. 

- Por que pediu pra sair? Eu estou criando raízes aqui e você pedi pra sair?!

- Eu estou exaust-o e precisava deixar Shawn sem os meus maravilhosos passes na cara no gol.

- Isso aí é uma grande verdade. Vamos ver se ele vai se achar agora.

Rimos. Shawn só comemorou um gol depois que eu saí, um de pênalti.


Mais tarde o professor de química passa um trabalho individual, mas que as notas seriam -pelo que eu entendi- "juntadas" com a sua dupla. Logo, Tomlinson não pôde fazer o trabalho todo como eu (e ele próprio) queria.

- Eu não entendi, professor. - Um aluno da frente questiona sobre as notas.

- Se você tirar a nota seis e o seu colega de dupla um nove, os dois vão ficar com a média sete e meio, entendeu?

O profissional explica e o garoto assente.

- Acho bom você tirar um dez, não estou afim de ficar com média abaixo disso. - Minha dupla me cutuca o ombro.

Olho fixamente para Louis. Eu não estava acreditando que ele usou um tom de voz ameaçador comigo. Quem ele pensa que era?

- Eu vou tirar a nota que eu tirar. Não me ameace ou me pressione.

Eu abro um sorriso irônico ao encarar seu olhar, que eu acredito que ele fez pra me assustar. Mas não passou nem perto disso.

- E se usar esse tom comigo de novo eu zero de propósito. - Lhe mostrei o que era uma ameaça de verdade.


No final, prometi a mim mesma que tiraria uma nota boa pra mostrar á Louis que poderíamos ficar com uma média legal. Fui até a biblioteca e lá encontrei alguns livros de suplementação da matéria.

Caminhando até o balcão da inspetora que ali estava com uma expressão fechada, pelo canto dos olhos enxergo no fim do corredor uma aluna sentada no chão com um livro aberto em mãos, e a mochila jogada a sua frente. Ela estava de cabeça baixa e seus cabelos cobriam-lhe seu belo rosto. Mas eu a reconheço, algo em mim sabia que era ela! Diria que minha intuição não estava errada. Automaticamente me aproximo.

- Hey!

- Oh, oi.

Camila levanta a cabeça e eu a observo retirar o óculos de grau do rosto que eu nem tinha visto que ela usava. Seu olhar castanho me analisa profundamente. Fico nervosa. Sinto minhas mãos transpirando... Vejo a capa do livro em seu colo.

- Luis Ortega Bru: biografía y obra. - Eu leio em voz alta apenas para dispersar seu olhar arrebatador.

- Conhece? - Pelo seu tom de voz percebo sua surpresa, provavelmente não acreditando que um jogador soubesse o nome do escultor espanhol, famoso por suas figuras cristã.

- Sim. Meu pai já me levou em Cadiz, tive o prazer de conhecer suas obras. - Sento-me ao seu lado e seu perfume gostoso me afeta, mas consigo driblar o golpe quando me aprofundo no assunto. - Gosto do mundo artístico, o que mais me atraí é o abstrato. Ernst Neizvestny, não sei se conhece...

- Sim, já ouvi falar. - ela ainda me parecia desacreditada.

- Ele pra mim foi um artista completo. Não por ter gostos parecidos com os meus, é mais como... Delicadeza, magia... Um sentimento transparente. E por mais que seu último nome literalmente signifique "desconhecido", ele mostrou que poderia ser mais que isso e talvez eu... - Olho na direção de seus castanhos e percebo que falei demais. Suponho que entediei Camila. - Droga. Desculpa, acho que exagerei...

- Não! Não peça desculpas por isso. É bonito... como você se expressa... Está na sua cara que você ama artes de alguma maneira, jogador vinte e um.

Ela brinca e cutuca meu braço, acima onde o número fica grudado na minha jaqueta. Abro um sorriso sem graça.

De repente me sinto mal por esconder tanta coisa dela; Meu disfarce... A verdade sobre Shawn...  meus sentimentos...

Olho para os lados e noto a inspetora nos observando.

- Tem trabalho de química? - A ouço perguntar e apontar com o queixo para os dois livros que eu segurava.

- Hã. Sim! - Coço a nuca inquieta tomando cuidado para não bagunçar a peruca. Perto dela me sinto desconfortável, era um incomodo bom, se é que existe isso. - Eu meio que não sou muito fã dessa matéria. Por isso tenho que buscar mais informações sobre.

- Eu também não sei muita coisa. - Ela fitou minha boca e desviou em seguida o olhar. - E mesmo se soubesse, acho que não ajudaria muito já que você está a um ano na minha frente.

Camila abre um bonito e envergonhado sorriso. Escutamos um pigarro muito próximo de nós duas:

- Preciso que se sentem lá na frente se forem ficar aqui.

Nós assentimos para inspetora e assistimos a senhora voltar para detrás do balcão. Eu sou a primeira a me levantar. Ajudo Camila em sequência e ela agradece.

- Eu já estou indo, você vai ficar? - A garota quis saber.

- Não! Eu também já estava indo, só peguei os livros pra levar pra casa.

Ela balança a cabeça em positivo.

Saímos da biblioteca juntas e nos acompanhamos até o estacionamento. Estranhamente desejei poder fazer mais vezes isso. Lhe acompanhar era gostoso! Fecho meus olhos: "o que você sente, só você sente."  A voz de Ally se espreita em minha mente. E o que eu sinto?

Camila se despede quando encontra sua amiga buzinando, tirando o silêncio que o estacionamento fazia.

- Boa sorte com seu trabalho de química.

Eu aceno e assisto ela entrar no Honda fit vermelho. Em seguida faço o caminho na direção do carro da minha mãe quando escuto me chamarem:

- Hey, Jauregui. Chega aqui rapidex. - Franzo as sobrancelhas em dúvida. O que Dinah queria?

Vou até seu automóvel. Ela não sai do carro, apenas abaixa mais o vidro.

- O que quer?

- Não tenha medo. Não vou te morder.

Eu me aproximo mais. Noto Camila, já sentada no carona nos visualizar após colocar o cinto de segurança.

- O que quer? - Repito.

- Está afim de ir numa festa comigo?

Alarmo os olhos, realmente ficando surpresa com a atitude da garota dos cabelos claros.

- Eu...

- Sim ou não? - Me pressiona.

- Achei que você estava namorando? - Eu lembro. -O carinha do outro dia que te chamou de "amor"... ? 

O do boquete, penso.

- E o Patrick? - Camila questiona encima.

- Passado! - Dinah me olha. - E então? 

Eu fico sem jeito. Não havia me preparado pra esse tipo de situação, não tão diretamente. Dinah estava me convidando pra passar um tempo com ela, e se entendi sua  real intenção bem, ela queria mais do que apenas passar um tempo.

- Eu... É que... - olho para o chão.

- Está com alguém? - A loira pergunta afoita.

Encaro Camila. De repente desejo saber o que ela estava pensando. Dinah alterna o olhar entre a amiga e eu. Vejo a garota latina elevar os ombros, não entendendo minha reação.

- Não estou com ninguém! Eu só suponho que Camila irá com você a essa festa e...

- Sim, ela vai, tem algum problema? - Quis tirar satisfação. Era possível que Dinah tivesse entendido errado minha colocação de palavras. Não a culpo, eu estava nervosa e esse evento prejudica minhas ações.

- Sim. Quer dizer não. - Conserto rapidinho. Olho para Camila que naquele instante me fitava com um brilho incomum. - Não é com você Camila,  por favor não me entenda errado. Eu só não vou com a cara do Mendes e vocês... - faço um gesto com as mãos. Vejo ela relaxar suas feições.  - Bom, não estou querendo passar uma noite ou um dia, seja lá quando for essa festa com esse cara. Não quero, não com ele. Com todo respeito, Camila, seu namorado é um mala.

A garota abaixa a cabeça, não defendendo o amado. Talvez até concordando em silêncio!

- Ah. - Dinah espalma o volante a sua frente, me assustando. - Agora você vai comigo. E por achar o Shawn um mala você ganhou um passe livre para... - Ela me chama com o indicador. - Chega mais perto.

- Não me diz que eu vou ganhar um boquete?! - Penso alto e me arrependo no instante seguinte.

- Mas o que? 

Eu me afasto levantando as mãos no ar.

- Espera! Não foi isso que eu quis dizer. - Assisto Camila tapar a boca, mas com uma expressão divertida no rosto. Eu quero rir, mas sei que o momento não era propício.

- Quem pensa que sou, moleque? - Eu não tinha certeza se Dinah estava mesmo irritada. 

Ela não saiu do carro.

- Desculpa. Foi sem querer. Só estava pensando, não queria ter verbalizado. Me desculpa.

- Você disse que ele era legal, Chan. - A motorista do Honda diz para Camila.

Abro um breve sorriso ao ter o conhecimento de que a garota dos olhos castanhos falava bem de mim para as outras pessoas. Observo Dinah sacar seu smartphone.

-  Eu também achei. Todo mundo tem defeitos, Chee. 

Eu fico desestabilizada por um momento. Não sabia o que dizer.

- Eu sou legal. - Faço careta.

- Porra. - a garota dos cabelos claros mexe no celular. -  Homens são todos safados...

Não sou um homem. Quero confessar a elas, porém não posso.

-  Não generalize. - Peço num tom baixo e educado. - Já pedi desculpas, foi sem querer.

De repente Dinah me encara fixamente. Sinto até medo do que vem a seguir:

- Quanto você mede? - A garota passa os olhos brevemente pela região da minha cintura.

Alarmo meus olhos, e percebo Camila fazer o mesmo.

- Dinah. - A garota sentada no carona repreende.

- Brincadeira! - Dinah me estende o celular. - me passa seu número.

É automático quando eu puxo a barra da minha camiseta para baixo, não poderia correr o risco dela perceber que não tinha nada ali que ela quisesse "checar".

Fico na dúvida se dígito meu número ou se era melhor lhe responder a questão anterior antes. Liam com certeza responderia, mas eu acabo por decidir apenas digitar meu contato. Dinah salva meu número e larga o celular no colo da amiga. Camila o guarda no porta luvas.

- A festa será na madrugada de sexta pra sábado, te mando o endereço ainda hoje.

Eu balanço a cabeça confirmando e escuto o motor do carro sendo ligado. 

Dinah vai embora e leva Camila junto. Eu fico no estacionamento por mais alguns segundos até me recompor. E quando entro no carro da minha mãe, percebo o que eu havia feito:

Eu acabei de aceitar sair com a amiga da garota que eu supostamente estou gostando muito.





Notas Finais


E então?


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