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História Confusions Of A Girl In Crisis - First day at School


Escrita por: JessieNatyB

Notas do Autor


Olá.
Capítulo atualizado!
Primeiro dia de aula!!! Quem não tem medo?
Espero que gostem.
Boa leitura!

Capítulo 6 - First day at School


No final de semana eu saí para caminhar e conhecer o bairro. Tem um mercado à duas quadras, uma Starbucks aqui em frente, farmácia na esquina, um shopping à cinco minutos daqui e meu colégio à algumas quadras. Não é tão longe, então da para caminhar, sim, eu pretendo caminhar  por três quilômetros, isso vai me ajudar a perder um pouco mais de gordura corporal. Mas, vou pensar em outra coisa enquanto caminho rapidamente.

O primeiro dia de aula é sempre intimidante. Saber que você será a olhada e analisada não é empolgante, principalmente para alguém que prefere passar despercebida, como eu. Estou meio apreensiva, não sei como vai ser as coisas. Ah... O Colégio, o pátio se torna visível para mim. Há carros e mais carros chegando, trazendo vários estudantes. Um medo repentino, está querendo tomar contar, mas não posso deixar isso me afetar agora. Agradeço por eu ter vindo de tênis, assim se algo der errado posso correr e me esconder em meu casulo. Por que sim, eu sou uma futura borboleta.

Desvio de uma possa no meio do caminho, afinal não posso sujar minha calça jeans skinny branca e meu tênis cinza. Mudo a bolsa de uma alça para o lado esquerdo, mudando seu peso para o outro braço e torno a enfiar minhas mãos no bolso canguru da minha blusa de moletom preta e cinza do Mickey. Conforme me aproximo mais, algumas pessoas olham para mim, provavelmente pensando quem é essa gorda que está chegando?

Continuo caminhando para o Colégio, agora com a atenção voltada para meus tênis. Já que sinto olhares de todos os lados. É constrangedor quando você chega em um local e todos o observam como se você fosse um bicho de três cabeças horrivelmente feias. Apresso um pouco o passo querendo chegar de uma vez na secretaria e organizar os papeis que terei que assinar, quem sabe assim eu consiga fugir dos olhares curiosos sobre mim.

Atravesso o pátio de entrada que mais é um estacionamento para professores e reparo que ainda não está todo completo, o que significa que ainda tenho algum tempo de sobra. Quatro degraus surgem em minha frente para que eu possa adentrar no Colégio. Reparo que o Colégio não é tão grande como eu pensava, digo, já estudei em lugares maiores e com mais pessoas.

A porta pela qual entrei no Colégio dá para um corredor com varias saídas para outros corredores e armários escolares azuis. Olhei em volta procurando algo que pudesse me indicar a secretaria mas não achei nem uma bendita plaquinha.

- Você deve ser nova aqui, não é? – uma voz feminina me assustou falando ao meu lado. A garota que se pronunciou é alguns cinco centímetros mais alta do que eu, com cabelos ondulados pretos com mexas roxas. Seus olhos pretos estavam delineados com um delicado lápis preto e rímel e sua boca está com um gloss incolor. Reparo que ela está usando calças jeans pretas, um tênis preto e uma camisa de manga cumprida de botões, vermelha quadriculada de preto. – Sou Emma Goulard, seja bem-vinda ao hospício.

- Oi... – falo baixo por causa de minha dor de garganta. – Você sabe me dizer onde é a Secretaria?

- Sei, posso te levar lá se quiser. – ela dá de ombros como se não fosse nada.

- Obrigada.

Emma virou no corredor da esquerda e eu a segui de perto, com medo de me perder por ali. Ela foi me mostrando alguns dos lugares,como a sala de Xerox ou a informática, e coisas assim até chegarmos ao final desse corredor, em uma porta com a palavra Secretaria.

- Obrigada, se não fosse por você eu ficaria procurando um bom tempo.

- De nada, tchau. – ela me vira as costas e saí.

Abro a porta devagar e posso ver uma sala com um enorme balcão e cadeiras de espera. Uma garota está de pé, apoiada no balcão, com uma saia vermelha que quase deixa a mostra sua bunda, uma blusinha de alcinha da mesma cor - que se ela se abaixasse certamente daria para ver dentro de seu sutiã –, uma jaqueta jeans, sapatos de salto 10 cm preto e uma bolsinha preta também. Seu cabelo loiro cai pelas costas, lisos e compridos, e seus olhos azuis faíscam de raiva.

- Anda de uma vez, tenho muita coisa pra fazer ainda. Se continuar a demorar não vou poder encontrá-los, sua velha. – ela falava com uma voz enjoada e esnobe para uma senhora de cabelos grisalhos e óculos.

- Aqui está Srta. Zarich... – a senhora mostrou a garota um papel.

- Ótimo. – a garota tomou o papel da mão de senhora e saiu me olhando da cabeça aos pés.

Caminhei até o balcão com a senhora me acompanhando com seu olhar cansado e tristonho. Dei um pequeno sorriso para ela e entreguei os papeis para completar minha matricula e o papel já assinado por mim.

- Desculpe senhorita, mas o papel tem que ser assinado pelos seus pais.

- Eu sou emancipada, assino por mim mesma.

- Mas eu preciso então de um telefone para avisar alguém caso aconteça algo com a senhorita.

- Eu não tenho ninguém.

- Ahãm... Bom, então eu... assine esses papeis, por favor. – ela me entregou duas folhas, uma com o regulamento do Colégio e outro com uma declaração de que eu sou responsável por mim mesma.

- Pronto.

- Então aqui está a combinação do seu armário e seu horário de aula. Seus livros já estão separados no armário.

- Obrigada. Tchau. – saio da Secretaria, olhando para a folha de indicação do meu armário, e dou um encontram em alguém com um corpo musculoso. – Me desculpe... Eu...

- Sem problemas. Me desculpe, eu devia ter prestado mais atenção. – sua voz masculina me parece familiar. – Acho que conheço você.

- Hey Harry... Oouh, você não é a garota do apartamento quinze?

Olho para cima e encontro os olhares do homem que se apresentou como Daniel e também o Harry. Sinto minhas bochechas corarem por eles estarem me olhando tão intensamente.

- Você vai estudar aqui? – Daniel dá um sorrisinho maroto.

- Vou.. – respondo ficando mais vermelha ainda, se é que é possível.

- Em que ano? – agora quem pergunta é o Harry.

- Terceiro.

- Legal, vamos ser seus professores. Eu ensino...

- Hey caras. – uma voz masculina chamou os dois homens que até então estavam prestando atenção em mim.

Vi ai uma oportunidade de sair de fininho sem que precisasse passar por mais constrangimento. Ando rápido até o corredor inicial e começo a procurar meu armário que é o C-16. Acho meu armário na parte de cima, ao lado do armário da garota loira da recepção, que está conversando com uma garota com os cabelos pintados de vermelho vivo.

- Ele está totalmente gostoso hoje, você viu como ele fica lindo de preto?!

- É ele realmente está mais bonito, embora pareça estar mais velho, mas ainda assim totalmente gostoso...

- Mas você sabe que ele já é meu... – a loira olha para sua amiga, irritada.

- Todo mundo sabe que ele é seu Pam. – então a ruiva se vira e me olha. – Quem é a novata?

- Sei lá... – sinto o olhar das duas sobre mim. – Ela é magra e com alguma ajuda até poderá ser uma de nós...

- Nossa, como você está boazinha hoje. – a ruiva riu.

- Hey novata...

Fecho meu armário, segurando os livros na mão, e olho para a loira. Que está me olhando da cabeça aos pés.

- Eu sou Pamela Zarich. Quem é você?

- Jessica Batiuk... – respondo baixo.

- Hey Pammy, porque não está babando no Sr. Sou Pé no Saco Poynter?! Ele está cercado de meninas... – a voz de Emma se sobre saiu à minha; ela chegou parando ao meu lado.

- Cala a boca, obesa. – Pamela calou Emma. – Olha só novata, pelo visto você já escolheu seu tipo de companhia...  Estou de olho em você, se pisar fora da linha você poderá se arrepender.

Pamela saiu com sua amiga ruiva, me deixando com Emma no corredor. Olho para a garota ao meu lado, que está pálida e visivelmente triste. Sei como é se sentir gorda, esse sentimento de rejeição eu conheço bem...

- Não fica assim... Ela só quer te afetar.

- Ela tem razão no que disse, sou só uma gorda obesa. – vi algo conhecido passar em seus olhos, e logo me identifiquei nela. Vendo que eu estava observando-a, logo procurou esconder a mesma escuridão que se passava em meus olhos. – O que você faz para ser tão magra?

- Nada. – respondi tentando desviar o foco de mim, e bem na hora o sinal bate nos chamando para a primeira aula.

- Que aula você tem agora? – Emma olha para meu horário, por sobre meu ombro por ser mais alta. – Física... que ótimo, temos aula juntas, você pode ser minha dupla se quiser.

- Claro... – sorrio.

- Mas vou avisar logo de cara que sou péssima em física ou em qualquer matéria que precise de cálculos...

- Não tem problema, sou boa em cálculos...

- Não querendo ofender nem nada, mas você tem mesmo cara daquelas garotas certinhas e inteligentes...

- Já me falaram isso.

- Bom, então vamos para a sala antes que o Sr. Thomas Gostosão Fletcher entre em sala.

Emma me guiou por todo o lugar até chegarmos na sala de Física; enquanto andávamos para a sala ela foi me mostrando todas as salas e falando dos professores e foi assim que descobri que Daniel é professor de História e Harry é professor de Educação Física, minha matéria favorita. E descobri também que Pamela é a maior vadia do Colégio, o que é bem obvio por causa de suas roupas e seu jeito.

- Vamos nos sentar no fundo? – Emma me chama atenção, já entrando na sala.

- Vamos... – entro logo atrás dela, sendo objeto de observação de varias pessoas mas principalmente das garotas que estão a volta de Pamela.

Passo por ela e suas amigas, que ficam me olhando como se eu fosse um experimento cientifico. Emma está sentada na quinta e ultima bancada das duas filas que existem, guardando meu lugar.

- Odeio ser observada... – sussurro para Emma.

- Bom, se acostume com isso porque pelo o que parece todas as garotas vão te olhar e cochichar.

- Mas....

- Bom dia pessoal! – uma voz masculina corta minha fala. Me ajeito na cadeira e só então viro para frente, dando de cara com um verdadeiro sonho de homem.

Seus cabelos loiros bagunçados emolduram um rosto um pouco quadrado e olhos castanhos. Ele usa óculos, mas isso só acrescenta um charme à mais em sua aparência. Está vestindo uma camiseta preta que se cola em seu corpo, em gola V,que permite ver a tatuagem de uma estrela em seu peito, calças jeans escuras e sapato.

- Bom dia, professor... – a voz de Pamela chamou a atenção do homem na frente. Ele sorriu de lado para ela, a olhou da cabeça aos pés e respondeu: Bom dia Pamela; com uma voz carregada de malicia.

- Eu já falei que ela é a maior vadia da galáxia?! – Emma sussurrou para mim.

- Comentou sobre algo parecido com isso...- resmunguei em resposta.

- Estou vendo muitos rostos conhecidos... – o homem passou os olhos por toda a sala até chegar em mim. – Acho que você eu não conheço. Qual seu nome?

- Jessica... Batiuk. – respondo ficando corada em seguida, fazendo um sorriso e uma covinha surgir no rosto do homem em minha frente.

- Sou Thomas Fletcher, professor de Física. Seja bem-vinda a minha aula. – ele sorriu abertamente então se virou de costas, caminhou até a cadeira e se sentou nela. – Bom pessoal, sei que é chato falar de matéria no primeiro dia de aula, mas infelizmente tenho que fazer isso pois o tempo de vocês esse ano será muito corrido. Esse ano vou trabalhar com você a Eletricidade, o  Magnetismo e a Física Moderna. Vou dar uma rápida revisada em ondas elétricas e suas propriedades....

Dizer que me concentrar na aula foi fácil seria mentir; não por causa do professor ou coisa assim, mas pelo fato de que a cada pouco Emma pegava sua barra de chocolate gordurosa e enfiava pedaços na boca, fazendo-me salivar. Faz um bom tempo que cortei os doces da minha vida, então posso afirmar que com certeza que já esqueci qual é o gosto de um chocolate derretendo na boca e...

- Planeta Terra chamando Jessica! – Emma chacoalhou as mãos em frente ao meu rosto. – Meu Deus garota, o sinal já bateu, vamos.

- Hãm... Eu... Vamos. – me levantei rápido demais, minhas pernas tremeram, minha cabeça começou a doer e minha visão começou a escurecer. Me agarrei a bancada e me forcei a ficar de pé e não ceder a vontade de fechar os olhos.

- Jessica? – Emma me olhava meio pálida. – Professor!

- Não. – sussurrei, mas ela me ignorou.

- Professor! Ela está.... – ouvi a voz dela ao fundo, mas de repente tudo escureceu e eu apaguei.

 

 

Minha cabeça dói, dói pra caramba, provavelmente quando desmaiei... Calma, que idiota que eu sou. Eu não podia ter desmaiado, eu deveria ter sido forte a aguentado. Agora vão me fazer comer qualquer porcaria cheia de gordura. Merda, merda, merda. Sou uma estúpida das grandes...

- Jessica. – a voz de Emma soou forte em meus ouvidos, me fazendo abrir os olhos e encarar a merda que eu fiz. – Você me deu um susto garota, não faça mais isso. Eu achei que você fosse morrer. Você está tão pálida. Você está bem?

- Estou. – respondi rouca. Minha dor de garganta parecia que tinha piorado.

- Eu vou chamar a enfermeira...

- Não! – falei alto demais e acabei me arrependendo. – Eu estou bem, só preciso descansar um pouco.

- Que bom que acordou, você quase me matou do coração. – uma cabeça loira surgiu em meu campo de visão, o professor de Física se pronuncia. – Sua cabeça deve estar doendo.

- S-Sim... – gaguejei e fiquei vermelha por me atrapalhar com as palavras.

- Você me deixou preocupado nas minhas duas últimas aulas antes do intervalo.

- Já está na hora do intervalo? – pergunto desviando o olhar dele.

- Sim.

- Droga! É o primeiro dia de aula e eu já perdi aulas, que legal.

- Calma aí sua nerd... – Emma sorriu. – Não perdeu muita coisa, a aula de Geografia foi um tédio e a aula de Química foi um pé no saco, igual ao professor.

- Doug não é um pé no saco. – o professor Thomas defendeu divertidamente. – Se você se dedicasse um pouco mais na matéria...

- Sei bem o tipo de dedicação que ele quer. – Emma cortou ele, irritada. – Você não perdeu muita coisa dessas aulas. Posso passar as páginas de leitura que a sapa velha passou em Geografia.

- E em Química?

- Você não perdeu nada. Não teve matéria ou coisa alguma sobre a disciplina, o professor estava muito ocupado olhando por baixo da saia da Zarich. – Emma falou e deu de ombro como se não fosse nada; eu arregalei os olhos e olhei para o professor, que parecia estar nem aí para que acabou de ouvir.

- Você está muito pálida, vou pegar algo para você comer...

- Não. Não me sinto muito bem para comer.

- Então pelo menos tomar algo.

- Água.

- Você precisa comer um pouco, está muito fraca. – a enfermeira chegou até nós, já falando comigo. A mulher é baixinha, gordinha,com cabelos ruivos naturais e sardas em sua pele branca. – Sou Bianca. Olá professor,

- Bianca. – Thomas assentiu cumprimentando a enfermeira, mas logo se virou para mim. – Agora que você já acordou vou deixar você descansar. Se quiser pode pedir para ligar para seus pais e eles podem vir te buscar.

- Sou emancipada. – suspirei. Não, eu não queria ir para casa logo no primeiro dia de aula. – Não quero ir embora.

- Você deve pelo menos comer algo se pretende ficar aqui.

- Vou levar ela pro refeitório. – Emma falou.

- É uma ótima ideia. – ele concordou. – Até a próxima aula garotas.

- Bom, você consegue se sentar? – Bianca, a enfermeira perguntou.

- Acho que sim. – comecei me levantando devagar para evitar que todo começasse a escurecer de novo, mas assim que me sentei um enjoou tomou conta de mim. – Estou enjoada...

- Acho bom você ficar aqui, eu vou e busco algo pra você comer. – Emma falou já se arrumando para sair.

- Não, eu não quero ficar aqui, vou com você. – respirei fundo para que o enjoou diminuísse. – Me alcança meu tênis, por favor.

- Claro... – Emma pegou meu tênis e o trouxe até mim.

- A senhorita tem pressão baixa? – a enfermeira veio com uma fixa de ocorrência, para anotar meus dados.

- Sim, por isso desmaio direto. – a mentira saiu da minha boca facilmente.

- Alergia a medicamentos?

- Não que eu saiba.

- Alergia a alguma coisa como comida ou bichos?

- Não.

- A senhorita está liberada, mas aconselho que vá para casa descansar e comer alguma coisa de preferência salgada.

- Eu prefiro ficar no Colégio.

- Então vá comer pelo menos.

- Eu vou. – é claro que eu menti de novo, e mentirei mais se for preciso. Mas agora preciso me livrar de Emma, ela certamente vai pegar no meu pé para comer.

Me coloco de pé, acostumando minhas pernas com meu peso, e começo a caminhar lentamente para a saída da enfermaria, com Emma do meu lado. Sorri tentando demonstrar que eu estava bem, mas tenho certeza que o que saiu foi um sorriso fraco e nada alegre.

- Você não tem pressão baixa, não é. – Emma quebra o silencio entre nós, enquanto caminhamos vagarosamente para o refeitório.

- Por que você diz isso?

- Está na cara, só aquela enfermeira burra não percebe... E, bem, eu conheço um pouco disso.

- Disso o que? – fiquei alarmada, será que ela sabe da Ana?

- Você tem anorexia... – Emma me encarou antes de entrarmos no refeitório juntas.

- Não.

- Claro que tem. Eu conheço isso... E-Eu quero ser assim. – ela me olhou da cabeça ao pés. – Eu quero ser magra, por favor, me ajuda...

- Você não sabe o que está me pedindo. – balancei a cabeça negativamente.

- Sim, eu sei o que estou pedindo. – ela sussurrou para mim. – Eu quero ser uma princesa também.

 - Ajude-a minha filha... Ajude-a a se tornar uma de nós. Faça isso por mim, faça isso por você, faça isso por ela. Você tem se mostrado fiel à mim, nada mais justo do que uma companheira para trilhar o caminho da perfeição com você. Ajude-a por nós duas.

A voz da Ana chega em meus ouvidos, me aconselhando novamente.

- Está bem. Eu vou ajudar você.

- Obrigada.

- Vamos sentar de uma vez, estou começando a tremer de novo.

- Okay. – Emma sorri radiante de felicidade. – Hein, não olha agora mas  o quarteto gostoso está olhando pra você.

- Quem? – pergunto distraidamente já me preparado para olhar em volta.

- O Quarteto Gostoso... Apesar de um deles ser um irritante pé no saco ainda assim é gostoso. – Emma sussurrou para mim. – Vá se sentar na mesa vazia, vou levar nosso lanche. Mas olha só que coincidência... A mesa vazia é a mais afastada deles, não esperava por essa. – Emma riu sarcasticamente, pegou uma bandeja e foi para o balcão da lanchonete.

Foi então que reparei a quem ela se referiu como Quarteto Gostoso; eles eram os únicos professores a ficar no refeitório com os estudantes. Na mesa estavam Harry, Daniel, Thomas e o último eu não conheço. Eles estavam conversando e rindo sobre algo até Daniel acenar para mim, de longe, chamando a atenção de toda a população feminina para mim. Pisquei algumas vezes e acenei distraidamente para ele, já andando mais rápido para a mesa vazia longe deles.

 

POV  Dougie

 

Vejo Danny acenando para uma garota desconhecida para mim. Quer dizer, acho que ela é a novata que todos estão falando e que estranhamente faltou minha aula.

- Hey Dougster, você está quase engolindo a garota viva. – Tom bateu em meu ombro com o seu, me chamando a atenção para a nossa mesa.

- Ha-há-há muito engraçado Fletcher... – resmungo pra ele. – Por que acenou para ela Danny?

- Eu já conheço ela e Harry também... – Danny deu de ombros e mordeu seu sanduíche.

- Conhecem ela como? – Tom se mostrou interessado.

- Ela mora no mesmo edifício que eu. – Harry respondeu por Danny. – Chegou esses dias pelo que sei, mas o apartamento em que ela está já foi comprado a algum tempo já.

- Eu fui avisado da chegada dela, mas ela não apareceu na aula. – comentei com os caras.

- Ela estava na enfermaria. – Tom respondeu antes de tomar um gole de sua coca, fazendo eu e os caras olharem para ele, confusos. – Ela desmaiou na minha aula e deve estar com uma dor de cabeça ferrada até agora.

- Ela deveria ir pra casa. – Harry comentou olhando para a garota, que esta mexendo em algo no seu celular.

- Foi o que disse à ela, mas ela não quer ir.Provavelmente não quer contar aos pais que passou mal.

- Não, não é isso. – Harry nos surpreendeu respondendo novamente. Parece que a garota sentiu nosso olhar sobre ela porque no momento seguinte ela nos olhou com uma expressão de confusão.

- Como sabe que não é isso? – pergunto desviando meu olhar do dela.

- Ela mora sozinha. É emancipada.

- É verdade, ouvi ela falando isso para Bianca. – Tom concordou, logo se virando para olhar Harry e fazer uma pergunta. – Por que será que ela mora sozinha?

- Não sei bem ao certo, ela é muito fechada.

- E seria. – Danny complementa.

- Sim. Ela não fala da vida dela. A única coisa que sei é que ela é emancipada e mora sozinha. Mas porque todo esse interesse Dougster?

- Por nada. Só achei ela estranha. – falo a verdade. Volto meu olhar para ela novamente, mas antes que eu me dê contar sinto braços em volta do meu pescoço e a voz irritante de Pamela.

 

POV Dougie Fim

 

- O que foi aquilo de acenar para o gostoso numero quatro? – Emma me assusta ao chegar na mesa e falar comigo enquanto estou distraída.

- Eu já conheço ele e Harry. – dou de ombros e desvio meu olhar do Quarteto para Emma, que esta com uma bandeja enorme nos braços. – Meu Deus!

- O que foi? – ela coloca a bandeja na mesa. – Peguei umas coisas pra você. Água gelada e uma maça verde.

- Obrigada. – Pego o que ela me estende e olho para o restante que sobrou na bandeja dela. Posso ver um pacote de M&M Chocolate (134 Kcal), um refrigerante (115 Kcal), um pastel de queijo (361 Kcal) e quatro pães de queijo (692 Kcal) somando um total de (1302 Kcal). – Você vai comer isso tudo?

- Eu... – Emma me olha tristemente. – Eu já paguei por tudo, não tem como devolver.

- Isso não é desculpa para ingerir uma bomba de gordura. – falei seria para ela, que me olhou primeiro com uma expressão confusa, que mudou para tristeza e depois para determinação.

- Você tem razão... Mas o que eu faço com isso?

- Você joga depois.

- Mas o dinheiro que gastei?

- Leve isso como uma penitencia. – respondi seca; okay, eu sei que isso magoaria ela, mas ela tem que saber que a Ana não é uma coisa descartável, ela é um estilo de vida, uma companheira,uma amiga. – Se você comer tudo isso vai estar comendo 1302 calorias.

- Você está certa. – ela me olha nos olhos. – A quanto tempo você esta nisso?

- Você quer dizer a quanto tempo estou com a Ana? Cinco ou seis anos, não me lembro muito bem.

- Isso é bastante tempo. – vi uma luz brilhar nos olhos dela; sim, ela precisa da minha ajuda e da ajuda da Ana. – Qual seu peso?

- Quarenta e um. – minha garganta tranca por dizer aquele pavoroso numero em voz alta. – E você?

- Eu não quero....

- Se você quer minha ajuda precisa me falar. – cortei-a já perdendo a paciência. Abri minha garrafa de água e tomo um grande gole dela.

- Setenta e nove. – sua voz murchou.

- O que você já sabe sobre a Ana? A quanto tempo está nisso?

- Eu... quero começar, digo, eu como e depois me sinto culpada e então vomito tudo.

- Pro Mia... – sussurrei para ela. – A quanto tempo isso?

- Vai fazer uma semana que escolhi esse caminho.

- Você tem que saber que é um caminho sem volta, é como um labirinto. Você olha de cima e fala “Isso é fácil, vou fazer isso e sair impune.”, mas não é assim. Você não saí impune, você se perde e está sozinha nessa. Ninguém vai te salvar, ninguém vai te procurar. Você vai se perder cada vez mais, vai ficar cada vez mais sozinha com a Ana... Ela não vai te deixar sair nunca mais e se você tentar você vai sofrer. Isso não é fácil. Você tem que saber o que esta escolhendo agora, porque quando você estiver dentro você não pode sair mais. O segredo que você não sabe é que todo labirinto tem uma saída, igual a um túnel, mas esse é uma aspiral de confusão, você não tem saída a não ser continuar. Você vem certeza que quer isso?

- Sim. Mas eu não sei nada sobre essa tal Ana. Quem é ela? – Emma perguntou bem quando o sinal bateu.

- Você está livre depois da aula?

- Estou, mas porque?

- Você pode ir pra minha casa, podemos conversar lá.

- Pode ser, eu só tenho que falar com minha mãe antes.

- Okay. Qual é a nossa aula agora?

- Educação Física com o Sr. Supremo Gostosão e...

- O que foi? – pergunto olhando para Emma que parou de falar.

- Você está fraca e não pode fazer a aula.

- Eu vou dar um jeito. Vamos.

O refeitório já estava ficando vazio quando saímos. Emma foi me indicando o caminho para chegar ao Ginásio; ela me explicou que a maioria dos exercícios era feita ali e me contou que em alguns dias escolares o Colégio nos dá folga como forme de esporte, ou seja, em dias assim tem varias oficinas de esporte e pelo o que fiquei sabendo tem também um jogo de futebol entre os professores e os alunos, o que parece ser bem legal.

Entramos no Ginásio, que já abriga alguns alunos. Caminhamos até o vestiário feminino, com varias garotas me olhando como se eu fosse um troféu depois de ganhar algo. Não sei como elas conseguiam encarar tanta gordura em uma pessoa só, digo, eu me olho e fico com nojo só de me olhar.

- Hey novata, o professor falou que é pra você encontrá-lo. – Pamela surgiu na entrada do vestiário, barrando minha entrada e parando feito uma vadia.

- Vá procurá-lo, nos vemos depois. – Emma  me indicou para voltar para a quadra e esperá-lo lá.

- Até mais...

Caminhando lentamente volto para a quadra e encontro Harry cercada de garotas com seus uniformes curtos e colados. Ele pareceu sentir meus olhos sobre si pois no momento seguinte dispensou todas elas e veio vindo em minha direção. E conforme ele se aproximava eu podia sentir os olhares da população feminina sobre mim.

- Oi... hãm... Me disseram para vir falar com você.

- Hey, calma, respira. – ele sorri. – Tom me falou que você passou mal, e acho que você deveria ficar sentada, descansando.

- Não precisa, eu estou bem.

- Eu prefiro que você fique sentada pelo menos por hoje.

- Okay, tudo bem.

- Eu já volto falar com você, fique sentada aí. – Harry se afastou, seguindo para o meio da quadra com os alunos. – Muito bem, pessoal, vamos jogar vôlei. Escolham os times e comecem.

Pude ver os alunos correndo para fazer o que ele mandou, alguns entusiasmados e outros nem tanto assim. Notei Emma sozinha, no canto, como se ela desejasse estar em outro lugar. Ela deve ter sentido meu olhos nela, pois logo deu um sorriso sem graça e correu para onde estava os outros alunos escolhendo seus times. O professor, que estava observando tudo com uma bola debaixo dos braços, lançou-a para um garoto que não conheço e veio calmamente em minha direção, fazendo algumas garotas me olharem curiosas e cochicharem. Ele abriu um sorriso lindo quando me viu olhando para ele, e se sentou descuidadamente do meu lado.

- Você não me falou que era estudante... – sua voz saiu divertida.

- Você não me perguntou. – sorri sem graça. – Além do mais, você também não me falou que era professor.

- Verdade. Quase não tivemos tempo para conversarmos.

- Pois é, não te vi desde que você e o professor Daniel me ajudaram com as compras.

- Ah, sim, as compras. Você já está bem instalada no apartamento?

- Estou. Obrigada por perguntar.

- Não é...

- Senhorita Batiuk? Imagino que seja você. – uma mulher morena, alta, com uma cara severa e aparência de quarenta e cinco anos se pronunciou, interrompendo minha conversa com Harry. – Sou Lorena, a diretora do Colégio. A senhorita se importa em me acompanhar?

- Não,sem problemas. – olho para o professor que assentiu e então para ela.

- Ótimo,vamos.

Me levantei sob o olhar de todos no Ginásio, e segui ao lado da diretora para fora da quadra. Voltando para o corredor, e então seguindo para o que acho que seja a sala dela. Durante todo o trajeto, alguns alunos que estavam no corredor me olharam curiosos como se esperassem que eu fizesse algo.

Paramos em frente uma porta de vidro com apenas uma plaquinha escrito: Diretora Lorena Stein. Ela abre a porta e  me dá espaço para passar e entrar e sua sala extremamente fria e impessoal, com moveis simples e uma estante cheia de livros pedagógicos. Rapidamente ela fecha a porta e se encaminha para sentar em uma cadeira giratória atrás de sua mesa, e me convida a sentar em uma das cadeiras de madeiras (extremamente desconfortáveis) de frente para si.

- Você deve estar se perguntando o porque de estar aqui. É muito simples, não é nenhum problema ou algo assim. Só quero esclarecer algumas coisas sobre sua emancipação, já que é o primeiro caso em meu Colégio, além de deixar algumas regras claras. A quanto tempo é emancipada?

- A um ano e sete meses.

- Você está sozinha aqui?

-Estou.

- Nesse caso você mesma assina por si, mas e se precisar de ajuda? Conhece alguém para deixar o telefone para ajuda-lá.

- Não. – menti. É claro que conheço, tem o Seth, mas não quero envolve-lo em minhas coisas pessoais.

- Mas e se algo der errado? Com quem devo falar?

- Comigo. Justamente por ser emancipada, eu mesma cuido de meus problemas.

- Ótimo. Então, quero deixar algumas coisas claras por aqui... – seu rosto ficou mais serio ainda. – Não toleramos brigas, se isso acontecer é expulsão na certa. Não costumamos dar suspensão, mas damos detenção no lugar, ou seja, se algum professor achar que é necessário você ficará depois da aula. Relacionamentos não são proibidos, desde que se tenha bom senso e o usem. Entende o que eu digo?

- Sim.

- Continuando. Saídas antecipadas podem ser feitas somente com a autorização dos pais, mas como você é responsável por si isso ficará a seus cuidados. A cantina do Colégio serve refeições de graça, caso não queira pagar. Mas oferecemos também a lanchonete. Ah, por ultimo e mais importante, não toleramos envolvimento de alunos com nenhum membro do corpo docente, se isso não for respeitado causará a expulsão do professor e pode haver complicações para o aluno. Espero que isso fique bem claro.

- Sim, diretora.

- Então é somente isso que eu queria acertar com você. Está dispensada, pode ir pra sua próxima aula pois o sinal vai bater em cinco minutos.

Okay, pareceu que fiquei por tão pouco tempo mas está quase batendo o sinal para a última aula do dia, que será Português. Me despedindo educadamente da diretora, saio de sua sala para o corredor. Emma está encostada na parede, me esperando parecendo preocupada, o que tocou algo dentro de mim já que nunca ninguém se preocupou comigo.

- O que o dragão queria com você?

- Dragão?

- Sabe, você é tão lerda as vezes. A diretora é o dragão. O que ela queria? – Emma perguntou curiosa.

- Me perguntar sobre a emancipação e falar sobre algumas regras.

- A ta, achei que ela já fosse começar pegando no seu pé. Mas se bem que ela pegou... Você disse que ela falou das regras?

- Sim, eu disse.

- Acho que ela só te falou das regras porque você é emancipada. Mas na verdade ela não faz vista grosa pra elas, bom pelo menos pra algumas delas não. Quero dizer, tipo, a Zarich vive se pegando com vários caras em todos os cantos, sem falar no professor Dougie. – Ela fez uma voz fininha e melosa, mas ainda assim voz de vadia.

- Quem é esse tal de Dougie?

- Falando no diabo, ele aparece... – Emma sussurrou para mim e fechou a cara quando o loiro que estava sentado mais cedo junto com Harry, Daniel e Thomas.

Ele não é tão alto como os outros, mas na minha opinião é o mais bonito deles. Loiro, magro do tipo gostoso com músculos, olhos azuis, e um rosto sem barba que o faz ficar mais jovem. Está vestido com uma calça jeans azul escuro, um sapato preto e uma camiseta branca da Saint Kidd estampada com as palavras FREEDOM OR DEATH. Seu braço direito é repleto de tatuagens, tem varias pulseiras nos dois pulsos e um alargador em cada orelha, o deixando com uma aparência de bad boy.

- Bom dia garotas... – sua voz saiu um pouco rouca e gostosa de se ouvir.

- B-Bom dia. – respondo olhando para todos os lados menos para seus olhos.

- A educação manda lembrança, Goulard.

- A falta de vergonha na cara manda um “Alô”,Poynter. – Emma retruca sarcástica.

- Você deveria escolher melhor suas companhias, talvez com Pamela...

- Escuta aqui, eu escolho muito bem minhas amizades e você não tem nada com isso. E além do mais, não me dou com putas. – dou um sorriso irônico para ele, e saio puxando Emma com uma cara de boba pela manga da camiseta.

- O que foi aquilo?

- Ele mereceu, é um idiota.

- Yeah, você é a primeira que concorda comigo.

- Por que diz isso?

- Por que todas as outras acham que ele é gostoso, o que convenhamos, é verdade, mas é um idiota.

- Sim, um completo idiota. Vamos pra aula de português.

Entramos na sala de aula de português, a matéria a qual uma professora velha e enrugada ensina. Seu nome é Homings, quer dizer só sei o sobrenome dela. Sua voz é extremamente chata e monótona, me causando tédio e então sono. Ela só fala e fala e fala que não consigo me prender em sua voz. Abro meu caderno de português e começo a rabiscar um desenho (1).

 

 

Não vi como o tempo passou rápido; eu fiquei desenhando durante toda aula, que foi tediante. Enquanto eu jogo todas minhas coisas dentro da bolsa, vejo Emma discando números em seu celular. Eu e ela saímos da sala sob o olhar da professora que me olhava reprovativa.

Nós caminhamos para a saída juntas, com Emma convencendo sua mãe a deixar ela ir lá em minha casa.

- Minha mãe deixou. – Emma sorriu alegremente.

- Ótimo, você tem bastante coisa pra aprender. Eu moro aqui perto, vamos andando.

Emma assentiu e nós saímos do Colégio para a calçada e começamos a caminhar. Eu distraidamente comecei a cantar uma musica qualquer e notei que Emma começou a reparar em mim. Seus olhos miravam meu corpo de lado, tentando ver meu tamanho por baixo da blusa de moletom e então olharam em meus olhos.

- Você deve ser bem magra...

- Não sou. Eu sou gorda. – suspiro baixo. – Qual sua meta?

- Cinquenta já ta bom pra mim.

- Hum.

- E a sua meta?

- Quero quarenta quilos.

- Nossa mas isso é muito pouco.

- Pouco seria zero quilos. – pisco os olhos demoradamente. – Estou tão cansada.

Eu e Emma caminhamos os três quilômetros praticamente em silencio; tivemos que parar umas quatro ou cinco vezes pra ela sentar, tomar água e massagear a panturrilha que estava dolorida. Estamos na esquina da rua onde quando ela resolve sacudir meu braço e me indicar para olhar para a Starbucks, de frente para meu edifício. Lá estão sentados os quatro professores gostosos da nossa escola e mais dois caras que estão de costas para nós.

- Parece que o quarteto gostoso tem mais amigos gatos... – Emma sorri e me faz sorrir também. – Disfarça, mas o Harry e o Dougie estão olhando pra cá.

- Deixe que olhem. – dou de ombros. – Vamos entrar?

- Yeah, eu tenho muito para aprender, não é? – ela olha em meus olhos.

- Sim, você tem. – abro a porta do edifício e entro sendo seguida por Emma.

Andy, o senhor que cuida da portaria, me deu um sorriso gentil e sorriu para Emma também.

- Andy, essa é Emma minha amiga.

- Olá senhorita.

- Olá.

- Bom, nós vamos indo. Até mais Andy. Vamos Emma. – chamo-a, segurando o elevador para ela entrar.

As portas se fecham e com um solavanco típico de elevadores, começamos a subir. Emma esta ansiosa, mexe seus dedos estralando-os nervosamente. Vou ter que ajudar ela a controlar o nervosismo e tenho que ensinar ela a para de roer unhas também. Com mais um leve solavanco o elevador para no octogésimo andar e as portas se abrem, agora em meu andar; saio com Emma e vamos ao meu apartamento que é o numero 15.

- Como é morar sozinha?

- É ótimo, eu posso controlar tudo, posso fazer o que eu quiser.

- É claro que não pode fazer o que quiser. Você me obedece, eu mando em você e eu te controlo.

Sim, a Ana tem razão, eu faço o que ela manda.

Abro a porta e nós entramos. Automaticamente tranco a porta e guio ela até a sala, colocando minha bolsa sobre o sofá junto com a dela.

- Você mantém tudo organizado. – Emma solta um comentário.

- Sim. Vem, quero te mostrar minha casa.

- Okay.

- Aqui é a cozinha, o lugar menos usado da casa, mas não vou perder tempo mostrando aqui. – falo já entrando no corredor. – Banheiro aqui. – mostro banheiro rapidamente. – E aqui é meu quarto.

Ela entra no quarto e eu entro logo atrás. Seus olhos examinam tudo que há no aposento; ela se aproxima da estante e começa a ler alguns títulos de livros que tenho. E então, seus olhos se voltam para minha cama arrumada com a colcha da bandeira inglesa.

- Se você não tivesse esse sotaque eu diria que você é uma inglesa nacionalista. – sorrio de seu comentário.

- Acho que sou nacionalista, mesmo não sendo inglesa.

- Sim, você é.

- Quero te mostrar agora meu closet. Acho que você vai gostar.

Guio Emma até meu closet e abro a porta que mantenho fechada por causa do ar condicionado que deixo ligado somente ali. Emma entra e a primeira coisa que ela faz é ir até a penteadeira e olhar os perfumes espalhados organizadamente. A próxima coisa que ela repara ao correr os olhos pelo ambiente é aquelas camas elásticas usadas na aula de jump, arrumada em um canto junto com cordas e pesinhos para treino.

- Pra que serve isso?

- É para fazer jump, posso ensinar você depois se quiser.

- Pode ser.

Emma vira de costas para mim e encara as portas do armário; as portas são espelhos, e sinto olhar dela em mim.

- Vai em frente, sei que quer dar uma espiada ai dentro.

Ela sorri sem graça e empurra a primeira porta do armário para a direita e revela meus inúmeros pares de sapatos. Seus olhos vão de cima a baixo nas prateleiras e, volta e meia param em um par de sapatos específicos.

- Isso é maravilhoso... Caramba, você deve ter pais ricos. – ela me olha toda animada.

- Na verdade não. Eu comprei tudo o que tenho, eu trabalho para isso.

- Mas, você tem até sapatos de marcas e... como? – Emma pega um scarpin preto da YSL.

- Alguns foram presentes do meu trabalho, esse que você está na mão foi me dado pelo Marc, ele é o responsável pela propaganda da marca e me chamou pra fazer as fotos.

- God! Isso é demais. – ela guarda o sapato no lugar e fecha a porta do armário, já arrastando a segunda para revelar outra parte do armário, a qual revela roupas que estão separadas por cor e dentro da cor, por tipo.

Enquanto ela vê algumas roupas, empurro a segunda porta que está na parede da direita  e que faz um “L” com onde Emma está. Pego uma calça leg preta com faixa rosa que vai até o joelho e uma camiseta grande branca com uma caveira dourada estampada na frente.

- O que são estas fotos espalhadas na parede em cima da penteadeira?

- Fotos que eu fiz, sou fotografa. As fotos que tem aí são de campanhas que fiz ou fotos que tirei quando andava em parques ou praças. Essas fotos são, pra mim particularmente, as minhas melhores fotografias.

- São fotos bonitas, você fotografa bem.

- Obrigada... Hãm, Emma, eu vou trocar de roupa e vamos conversar.

- Tá.

Tiro meu tênis e coloco-os ao lado da porta da entrada do closet, para depois limpá-los e guardá-los. Sinto o olhar de Emma sobre mim, mas resolvo não falar nada. Tiro a blusa de moletom do Mickey e guardo ela na terceira porta do armário na parede do fundo, mesmo não querendo meus olhos fitam meu corpo; tiro a camiseta preta do Guns N’ Roses e deixo-a sobre a cadeira da penteadeira.

- Você é magra.

- Não sou, pelo menos não para mim e não serei até chegar no 40 quilos.

- Eu te acho magra. Você tem barriga negativa, suas costelas aparecem, sua “saboneteira” é linda, seus braços e dedos são finos, seu hip bonés é saltado e sua thigh gap é maravilhosa.

- Eu não vejo isso. – tiro as maias e a calça jeans, ficando de lingerie. – Minha barriga tem banha, minhas coxas são grossas e minha bunda é gorda.

- Só você vê isso. – Emma olha para meus cortes e cicatrizes na perna. O que me faz querer vestir a leg logo.

- Eu sei. – dou de ombros e ponho a leg e a camiseta branca. – Onde você prefere ficar? Aqui? Na sala?

- Aqui está bom. – ela se senta no carpete, no chão, e eu me sento de frente para ela.

- Emma vou explicar tudo pra você, mas a decisão é sua e a força de vontade, também. Se você não se ajudar, de nada vai adiantar. No começo vai ser difícil, você vai precisar ter auto controle e paciência. Afinal, você não perde em três horas aquilo que você ganhou em três meses.

- Ta, tudo isso eu entendo, mas quem é Ana?

- Usamos o apelido Ana para se referir a Anorexia e Mia para se referir a Bulimia. E quando dizemos que alguém é “pro”, quer dizer que é a favor.

- Então você é pro-Ana, isso?

- Sim.

- Como você conheceu a Ana?

- Eu não sei exatamente como começou. Não tenho como explicar. – suspiro. – Emma, quero que preste atenção no que vou te dizer, a Ana é mantida com o segredo, ninguém pode saber dela. Você nunca pode nem pensar em falar sobre ela com alguém que não nos apoie.

- Entendo. Mas como sabemos quem é pro ou sei lá o que?

- Geralmente usamos pulseiras com cores para identificação. A minha é vermelha, olha só, é simples, mas a cor vermelha indica Ana. E a Mia é roxa.

- Ah, sim.

- Vai levar um tempo até ela entrar em você, mas quando ela entrar vai ser mais fácil. Pois ela vai te dizer o que fazer o tempo todo.

- Como assim “entrar em mim”?

- Ela é uma amiga, você ouvirá a voz dela quando ela estiver em você. Ela vai te acompanhar aonde você for, ela vai estar te observando o tempo inteiro e ela te parabenizará se for forte e a seguir, mas se você desobedecer será punida.

- Punida como?

- Com exercícios, laxantes, cortes ou ela te fará miar toda a comida que você ingerir.

- O que quer dizer “miar”?

- Miar é a mesma coisa que vomitar.

- A ta.

- Pra começar acho que você pode começar com uma dieta. Pode ser a dieta da bolacha de água e sal, é bem simples e eficaz. Combine ela com exercícios e você começará a ver resultados, foi como comecei. Você vai sentir fome no começo e vai se sentir ansiosa. Aconselho que tenha sempre um Trident à mão, eles tem poucas calorias. Água você pode tomar a vontade. Ah, e se você puder fazer essa dieta por duas ou três semanas vai ser bom. Mas aos poucos nos podemos trocar.

- Eu tenho varias dietas copiadas e algumas sessões de exercícios também.

- Ótimo, é bom que você se prepare para o NF’s fazendo os LF’s.

- NF’s? LF’s?

- NF é não comer nada e LF é comer pouco.

- Quanto tempo dá pra fazer NF?

- O máximo que eu já fiquei foi dezessete dias.

- E quantos quilos você perdeu.

- Doze. Mas no final fiquei sem força para fazer os exercícios que eu sempre faço.

- Que tipo de exercícios?

- Pular corda, correr, abdominais, polixinelos e o jump.

- Ah, você falou que ia me ensinar jump.

- Verdade. Só quero avisar que jump gasta bastante caloria. Em meia hora é capaz de gastar seiscentos e trinta calorias.

- Legal, mas precisa dessa cama elástica?

- Sim.

- E o que se faz em cima dela além de pular, é claro?

- Alguns exercícios, posso ensinar você se quiser. Só que as primeiras vezes você vai sentir dor na região dos rins.

- Tem algum risco ou algo assim?

- Bom, se você não tiver a energia necessária pode te dar ânsia e tontura, mas só isso também. E além disso, você tem que se hidratar bem.

- Você está em condições para me ensinar?

-  To. Seria legal que você trocasse de roupa. Posso te emprestar se você quiser.

- Hãm... Ta.

- Vou te mostrar como fazer e pode fazer o quanto quiser.

 

Horas Depois...

 

- É muito legal passar a tarde com você.

- Eu gostei de passar a tarde com você também... Foi uma – a campainha toca; que esquisito, não sei quem poderia vir me visitar sem avisar. – Só um pouco, eu já volto.

Saio andando da sala, que é onde estamos agora, e vou para a porta, abrindo-a.

- Oi... – a voz de Seth me faz sorrir. Seus olhos estão fixos em mim e ele esta com um sorriso tímido nos lábios. – Me desculpe por não ter te ligado no final de semana. Eu precisava contratar uma baba para Cloe e Will.

- Sem problemas. Você quer entrar?

- Se não for incomodar você.

- Não vai. – sorrio timidamente. – Eu... hãm... estou com visita.

- Ah, posso voltar outra hora se quiser.

- Não precisa. – dou espaço para ele entrar e fecho a porta.

- Eu aluguei um apartamento. – Seth sorri. – Qualquer dia você precisa ir lá dar uma olhada.

- Hãm... pode ser.

- Will pergunta de você direto. Você o conquistou com o chocolate. – Seth sorri quente, levando sua mão para acariciar meu rosto. – Ele te acha bonita, e eu concordo com ele.

- Ahh... Obrigada. – sorrio sem graça, ficando vermelha de vergonha. – Vem, eu vou te apresentar minha amiga.

Eu e Seth seguimos até a sala; Emma está sentada no tapete, folhando seu caderno e o meu, mas para, olhando para Seth. Sua feição muda para maliciosa e ela me olha significativamente, como quem espera as apresentações.

- Seth essa é minha amiga Emma. – ele sorri para ela. – Emma esse é meu amigo Seth.

- Olá. Quer dizer então que ele está disponível, certo?! – ela pisca um olho.

- Mais ou menos. – Seth fica sem jeito, mas sorri para Emma. – Hãm... Jessie, eu não quero te atrapalhar e daqui a pouco eu tenho que buscar as crianças. Então eu já vou indo.

- Hãm, okay. Se precisar você sabe que pode me chamar, não é?

- Sim, eu sei. – Seth me olha nos olhos. – E a respeito do que aconteceu na sexta, bom, eu gostei... muito.

- Eu... também. – respondo envergonhada, certamente ficando vermelha.

- Okay, então tchau. – ele me beija na bochecha, perigosamente perto da minha boca – Não precisa me levar até a porta. Tchau Emma, é um prazer conhecer você.

- O prazer é meu. – Emma acena levemente.

Seth me olha uma ultima vez e saí da sala para o corredor, fazendo-se ouvir o barulho da porta se fechando em sua saída.

- Okay, você tem que me falar dele. – Emma sorri sugestiva.

- Não tem muito o que falar. Conheci ele no avião vindo para cá e nos tornamos amigos. Ah, ele é meu chefe e é casado, mas está se separando. Tem dois filhos, William com quatro anos e Cloe que é recém nascida.

- Ahh... Então ele já vem com a bagagem completa, mas é gato.

- Totalmente. – sorrio sem graça. – Ele é...

O celular da Emma começa a tocar a música do missão impossível; ela pega o celular e faz uma careta antes de atender.

- Oi mãe. Não está tão tarde assim. Okay okay, estou indo. Tá mãe,tchau.

- O que foi?

- Minha mãe, ela quer que eu vá pra casa.

- Hãm...

- Você pode me dar seu numero? Ai qualquer coisa ou duvida eu mando sms pra você.

- Ah,sim,claro, mas vou passar o whatsapp ta.

- Tá.

- (41) 8734-6787*.

- Okay, eu estou adicionando seu numero aqui. – ela digita rápido em seu celular. – Então eu estou indo, a gente se fala amanhã no colégio.

- Ta bom, acompanho você até a porta.

Emma e eu vamos até a porta; me despeço dela e tranco a porta atrás de mim.

Até que pra quem nunca teve uma amiga eu comecei bem; quero dizer, não que já logo de cara vamos ser melhores amigas e blá blá blá. Mas é bom ter alguém com quem conversar sobre alguns assuntos, e o bom é que vou ter uma companheira que é adepta ao meu estilo de vida. O que vai me ajudar muito.

Mas mudando de assunto, acho que vou fazer algumas sessões de exercícios e depois dormir. Vou pular corda, acho que tenho energia pra isso. Mas antes vou dar uma passada no meu tumblr e postar uma foto. Mas antes vou tirar a foto. Pego minha câmera e sigo para o quarto; posiciono a câmera no chão, tiro a calça, me deito e tiro a foto*. Me visto rapidamente pois o frio dali atinge minha pele. Vou andando até a sala; me sento na cadeira giratória e ligo o computador. Enquanto espero ele ligar, começo a passar mentalmente meu dia. Foi bom conhecer Emma, rever Harry e Daniel, conhecer o professor Thomas e apesar de tudo, conhecer o professor Dougie foi um prazer para os olhos. Mas ainda assim iniciar a Emma é a melhor coisa do dia e rever Seth também me deixou feliz.

- É claro que é bom rever ele, mas só porque ele não te viu no claro.

- É, você está certa.

- Eu sei. Hey você está de parabéns, pois está forte no NF e está ajudando a iniciar sua amiga. Faça dela uma guerreira como você, minha princesa, por que eu sei que apesar de tudo você é forte.

- Mas tenho tanto pra percorrer.

- Mas o importante é que você não desiste. Você está perto da sua meta, mas sabe que pode melhorar. Minha querida, se olhe e verá que você pode perder mais peso, que você pode melhorar ainda mais o que está ficando perfeito.

- Sim, Ana. Isso é verdade.

- É claro que é minha princesa, eu não minto pra você. Nunca. E você sabe disso.

O computador abre a tela de trabalho. Clico rapidamente na internet e abro meu tumblr, postando a foto e logo em seguida um desabafo:

 

                Olá meninas, essa da foto sou eu. Sim, eu sei que sou gorda. Quer dizer, eu estou a 1kg da minha meta, mas não to feliz. Preciso perder mais ,preciso ficar mais magra. Estou a 5 dias de NF, e hoje foi o meu primeiro dia de aula.

                Foi legal conhecer o colégio, e já logo no primeiro dia fiz uma amiga, e adivinhem! Ela é iniciante na Ana e eu vou ajuda-lá. Além disso, conheci os professores e posso dizer que alguns deles são umas bênçãos para os olhos (rsrsrs). Mas enfim, trouxe minha amiga aqui em casa e expliquei algumas coisas para ela além de fazer alguns exercícios também.

                Agora, depois que eu sair daqui, vou tomar um banho e dormir, pois amanhã é um novo dia e o colégio continua. Tchau!  – Skinny Batiuk.

 

Suspiro pesadamente e desligo o computador. Fecho os olhos por um segundo e logo meu celular toca. Abro os olhos e me levanto rápido demais, uma tontura forte me atinge. Fico parada por um momento, mas logo pego o celular e atendo-o:

- Oi...

- Oi, nossa você não está com uma voz muito boa. – a voz de Michael soa um pouco preocupada.

- Não estou muito bem,mas é só minha pressão que baixou de novo.

- Hum. Certo, melhoras. Só um pouco. – Michael fala com alguém. – pronto. Estou aqui com Seth, no novo apê dele e queria saber se quer dar uma passada aqui. Quer dizer, ele quer que você venha, mas se não puder...

- Eu... Tá, eu vou. Que horas?

- Eu passo te pegar aí em meia hora, pode ser?

- Claro.

- Até daqui a pouco. Tchau.

- Tchau.

 

Desligo o celular e suspiro pesadamente. E se eles quiserem me fazer comer, bom, eu vou negar e vou ser forte. Vou tomar um banho rapidinho e vestir uma roupa. Ando o mais rápido que meu corpo aguenta até o banheiro. Tiro a roupa rapidamente, ligo o aquecedor na tomada e ligo o chuveiro, esperando-o esquentar.

Tomo banho o mais rápido que posso; lavo os cabelos, esfrego o corpo, enxáguo tudo e já saio me secando. Ando pro closet já pensando no que vou vestir; pego um conjunto de lingerie branca e coloco-o rapidamente. Procuro no armário minha calça skinny vermelha, uma camiseta branca e um suéter cinza com a estampa de um tigre. Me visto rapidamente  e procuro meu tênis preto com detalhes dourados.

Pego uma bolsa carteira de oncinha e separo também um gorro preto que vou usar; me sento no banquinho de frente para a penteadeira e começo me arrumar. passo uma maquiagem fraquinha, prendo meu cabelo em um rabo de cavalo lateral baixo, ponho o gorro, passo um perfume e pego a bolsa, colocando dentro dela meu celular, um isqueiro, trident e cigarros.

                Meu celular dá um bip de mensagem e me apresso para ver do que se trata:

 

Estou te esperando aqui na portaria. – Michael.

 

Ótimo, ele já está aqui, com toda a correria nem vi o tempo passar. Saio apressada da minha casa; tranco a porta, jogo a chave dentro da bolsa e espero o elevador chegar. Eu não sei se repararam, mas quando mais você precisa que as coisas venham rápido mais elas demoram a vim. Parece que esse elevador não vai chegar nunca; sabe, sou do tipo meio impaciente as vezes.

O barulho do elevador se faz ouvir e suas portas se abrem. Entro rapidamente e aperto o botão para fechar a porta e em seguida o térreo. O elevador desce lentamente, parece que fazendo questão de demorar.

As portas se abrem e eu saio rápido do elevador, já saindo para a rua. Avisto Michael na calçada, com um cigarro na mão. Caminho até ele, e lhe dou um pequeno sorriso.

- Oi.

- Oi. – ele me olha da cabeça aos pés. – Você está bonita, mesmo de calça.

- Ah.. Obrigada eu acho. – sorrio sem graça.

- Não entenda mal, é que estou acostumado a ser acompanhado por mulheres que usam vestidos curtos e colados. Não foi um comentário negativo, eu gosto do seu estilo.

- Obrigada.

- Vamos então.

Michael abre a porta de seu carro para mim, logo que eu entro ele fecha a porta e dá a volta no carro, entrando no carro. Disfarçadamente  olho-o, Michael é um cara muito bonito, ele parece fazer o tipo de cara safado.

- Hey, você se incomoda se eu acender um cigarro?

- Não, desde que eu possa acender um também.

- Você fuma? – ele pareceu surpreso.

- As vezes. – dou de ombros.

- Okay, Sem problemas então.

Pego um cigarro dentro da bolsa e acendo-o; Michael pega um cigarro em seu porta luva e faz um sinal para que eu me aproxime. Chego perto dele e ele acende seu cigarro encostando-o no meu. Sinto seu olhar sobre mim e automaticamente olho para ele; um pequeno sorriso faz seu lábio se puxar para o lado. Um sorriso tímido me chega ao lábio, me fazendo corar levemente.

- O que foi?

- N-Nada. – gaguejo constrangida.

- Você e Seth estão juntos?

- Não, quer dizer, ele não pediu e nem nada, então não.

- Ele me falou sobre sexta e sobre o que aconteceu.

- Ele falou? – baixo meus olhos para minhas mãos.

- Sim. Ele me falou do que vocês fizeram. – ele soou serio e então caiu na risada. – Eu estou só brincando, embora ele comentou alguma coisa sim.

- Ahh... – fiquei vermelha igual um tomate, eu odeio essa reação em mim, odeio quando fico vermelha.

- Você esta com vergonha? – me limito a assentir com a cabeça. – Você esta parecendo um tomate de tão vermelha.

- Que comentário construtivo. – resmungo, a pior  coisa que pode acontecer é ficarem tirando sarro de algo que eu já não gosto em mim.

- Eu não quis ofender, é só que não vejo garotas que coram assim a muito tempo.

- E isso é bom?

- O que? Não ver garotas corarem. Ah sei lá, é diferente.

- Hum...

- Chegamos.

- Nossa, eu nem vi como chegamos. – olho para um edifício, muito maior e mais caro que o meu.

- Vamos lá.

Saio do carro e junto com Michael entro no edifício, vendo que seu interior é muito bonito. Chegamos em frente a uma das portas dos elevadores; Michael aperta o botão para subir e em instantes um elevador chega até nós.

- Seth fez uma bela compra, quer dizer, não é por eu morar aqui também que digo isso, mas aqui realmente é um bom lugar.

- Você mora aqui também, que legal.

- Eu moro no décimo sexto andar.

O elevador chega e nos entramos em silencio. Michael aperto o botão com o numero 12 e depois de um leve solavanco, estamos subindo rápido. Ah se o elevador do meu prédio fosse assim, rapidinho. O silencio entre eu e Michael é constrangedor, eu não sei o que dizer para quebrar isso entre nós.

As postas se abrem para um pequeno hall de entrada, com duas portas, uma com o numero 31 e 32. Michael coloca sua mão em minhas costas, quase na bunda e me guia para a porta com o numero 32 e toca a campainha. Enquanto aguardamos sinto a mão de Michael me fazendo um carinho leve, seus dedos frios tocam a pele da parte de baixo das minhas costas, mas logo se afastando assim que Seth abre a porta.

Um sorriso ilumina seu rosto ao me ver; ele está bem animado. Está vestindo jeans escuro, camiseta azul marinho e tênis.

- Hey, que bom que vieram. Entrem. – ele me cumprimenta com um beijo no canto da boca, e cumprimenta Michael com um típico abraço de homem.

Olho ao redor do cômodo que estou, é uma sala simples e bonita. As paredes são de cor bege, com moveis tabaco e dois sofás na cor branca. Olhando pro lado direito vejo a cozinha que é separada da sala somente por um balcão de granito. Reparo em tudo até nas caixas de pizza em cima da mesa e em William, já sentado na cadeira de frente para as pizzas. Mas assim que me vê abre um grande sorriso e vem correndo até mim.

- Oi. – sorrio para a pequena copia de Seth, me abaixando para abraçá-lo.

- Oi. – sua voz infantil me faz sorrir.

- Eu trouxe uma coisa pra você. – abro a bolsa e tiro dela uma barra de chocolate, e entrego para ele.

- Obrigado. – ele sorri lindamente. – Papai posso abrir?

- Vamos comer a pizza primeiro, okay?

- Uhum.

- Você está ganhando ele totalmente. – Seth me olha nos olhos com um sorriso nos lábios.

- Okay casal, nada de ficarem flertando na minha frente. – Michael anda até a geladeira, abra-a e pega uma cerveja gelada de dentro. – Tem um quarto bem grande lá entro.

- Cala a boca Mike – Seth ri e faz a mesma coisa que Michael; pega uma cerveja na geladeira. – Sinta-se a vontade, eu pedi pizza pra gente comer.

- Ótimo, estou morrendo de fome. Hey, Will, vamos atacar a pizza.

- Vamos. – a voz do Will soou feliz. É tão bom ver como as crianças se sentem felizes com qualquer coisa, independente do que ela seja.

- Você quer comer? – Seth chama minha atenção.

- Não, não, obrigada. Eu já comi antes de vir.

- Ah, vamos, só um pouco.

- Não estou com fome,Seth. – suspiro e vejo-o ficar chateado. – Mas aceito chá se tiver.

- Claro, eu faço um rapidinho pra você.

- Obrigada.

Enquanto Seth põem água para esquentar e prepara a xícara com um saquinho de chá, aproveito para dar uma olhada nele. Ele me parece muito feliz e alegre; espero que essa separação dele com a esposa ocorra sem nenhum problema, quero dizer, não que eu esteja interessada nele, mas ele é uma pessoa legal que merece tudo de bom. Ele se vira para mim e me pega olhando para ele; Seth se apoia relaxadamente sobre a pia, inclinando a cabeça um pouco para o lado direito e me dando um de seus maravilhosos sorrisos. Seus olhos passeiam por meu rosto e logo por meu corpo, como se ele gostasse do que vê.

Minhas bochechas começam a esquenta e automaticamente sei que estou ficando vermelha; eu odeio quando isso acontece, eu nunca consigo disfarçar o que sinto por causa da vergonha sou uma pessoa muito fácil de se ler.

- Você está vermelha... – sua voz saiu rouca, sexy e totalmente maliciosa. – Você tem muita vergonha pra alguém da sua idade.

- Papai, porque ela está vermelha? – Will pergunta prestando atenção na nossa conversa.

- Eu também não sei. – Seth anda até mim, ficando muito perto. – Por que você está com vergonha?

- E-Eu.. eu.. – meus olhos se arregalam levemente surpresos pela aproximação de Seth.

- Vocês poderiam respeitar pelo menos eu que estou comendo. – Michael ri da situação.

Seth solta um “riso” nasalado e se afasta.

- Gosta de chá de canela? – ele se virá de costas, para fazer o chá.

- Uhum.

- Porque não se senta?

- Ah.. eu.. tá. – me sento na outra ponta da cadeira,de frente para William, e um pouco afastada da pizza.

- Qual é o seu problema com comida? – Michael pergunta, me surpreendendo.

- Eu não tenho problemas com comida. – minha “defesa” se liga.

- Sim, você tem. Qual é.. Por que não come?

- É que...

- Minta que é vegetariana. Diga que não come coisas industrializadas, desvie desse assunto. – a voz da Ana soa preocupada em minha cabeça.

Suspiro...

- É que não gosto de admitir,mas eu sou vegetaria. – Michael e Seth me olharam como se eu fosse um extraterrestre e William me olha curioso. – E além do mais, não como nada industrializado. É isso.

- O que leva uma pessoa a não comer carne? – Michael solta uma risada. – Digo, dude, sou totalmente carnívoro.

- O que vetana? – William pergunta.

- É vegetariana. – sorrio. – Isso quer dizer que eu não como carne ou qualquer coisa que venha de animais como leite, queijo ou ovos.

- O que te levou a isso? – Seth se mostra curioso sobre mim.

- Eu.. só acho que não deveríamos matar animais para comer e nem explorá-los de maneira nenhuma, eles também são seres que têm sentimentos. E isso deve ser respeitado, na minha opinião.

- Interessante...

- Você prefere com açúcar ou adoçante?

- Nenhum dos dois.

- Okay, você é um pouco estranha. – Seth sorri e põem a caneca com chá na minha frente e se senta ao meu lado.

- Já me disseram isso. – suspiro e coloco minhas mãos geladas envolta da caneca quente, procurando esquentá-las. – E então, como foi o trabalho hoje?

- Foi tranquilo... – Seth começou.

- Diga isso por você. Meu dia foi corrido. – Michael intervêm.

- E o primeiro dia de aula? Você está no terceiro, certo?

- Estou. Ah, foi bom. Quero dizer, é meio esquisito o ano letivo aqui começar em setembro.

- Como assim?

- É que no meu país a ano letivo começa em fevereiro.

- Hum. Aquela garota que estava com você... Emma. – Seth me olha, mordendo um pedaço de sua pizza.

- Eu conheci ela hoje. Ela é legal, um pouco agitada demais, mas é legal.

- Acho que todo mundo é um pouco agitado perto de você. – Michael comenta.

- É verdade, você é bem tranquila.

O barulho de um choro chama a nossa atenção. Seth se levanta rápido da mesa e corre até onde vem o choro. Não demorando quase nada ele volta pra cozinha com Cloe resmungando em seu colo.

- Oi pequena. – Michael fala com Cloe, que continua resmungando.

- Ela está com fome. – Seth fala. – Jessie, será que você poderia segurá-la um pouco?

- Claro. – me ajeito na cadeira e pego Cloe no colo; ela esta vestida com um tip top azul marinho de estrelas brancas com um laçinho vermelho na gola. Ela esta com uma meia grosa e um par de luvas também alem de estar enrolada em um coberto peludinho.

Assim que Seth põem ela em meu colo seus resmungos parecem diminuir; seus olhinhos se focam em mim com curiosidade. Ajeito-a meio de lado, enquanto espero Seth preparar a mamadeira. Sinto olhos em mim e levanto a cabeça para olhá-los.

- O que foi?

- Como é que ela não berra quando você pega ela e berra comigo? – Michael pergunta.

- Acho que é porque ela tem coisas que você não tem,Mike. – Seth fala meio sorrindo e olhando para Cloe, fazendo com que eu e Michael olhasse também para ela, que esta com sua pequena mão em meu seio.

- Como eu gostaria de trocar de lugar com ela. – Michael sorri sugestivo, fazendo Seth sorrir com segundas intenções também.

- Af, você não prestam. – rolo os olhos, e dou um pequeno sorriso.

Como se Cloe entendesse o que eles falaram, ela me olhou como se esperasse que eu desse algo para ela ou coisa assim; sua mãozinha continuava em meu seio.

- Pronto. – Seth tira a mamadeira do microondas, a tampa e chacoalha um pouco.

- Veja se não está quente demais. – aviso-o.

- Como faço isso?

- Pingue um pouco do leite na costa da sua mão. – explico, e ao mesmo tempo meio que solto uma exclamação de surpresa o sentir a mão de Cloe apertando forte meu seio. – É melhor se apresar.

- Okay. – Seth sorri fazendo o que eu falei. – Pra mim está morno, mas eu não sei ver...

Me levanto da cadeira, ajeito melhor Cloe em meu braço e estico minha outra mão para Seth pingar um pouco do leite ali.

- Está bom. – pego a mamadeira com ele e dou para Cloe, que põem suas mãozinhas sobre a minha, como que para segurar junto.

- Como você sabe cuidar de crianças? – Michael me olha.

- Eu trabalhei de baba durante um tempo, aprendi algumas coisas. E, sem contar que sou a mais velha de três irmão.

Aos poucos Cloe foi diminuindo a quantidade de leite na mamadeira e quase chegando no meio, parou e não quis mais. Logo dei-a para Seth que esta segurando e balançando sua filha e totalmente concentrado nela que esta adormecendo novamente.

 

 

 

Depois que Cloe dormiu, Seth pôs ela no quarto e ele e Michael começaram a falar sobre alguma coisa do trabalho. William me chamou para assistir um desenho com ele, no sofá, e ele acabou dormindo com a cabeça no meu colo um pouco depois que Michael foi embora. Seth arrumou a cama de Will e o levou para lá, enquanto eu estou esperando-o na sala com a TV ainda ligada num desenho qualquer.

- Pronto, agora sim está todo mundo dormindo. – Seth sussurra ao meu ouvindo, chamando minha atenção para si. Ele se aproxima de mim, se senta ao meu lado no sofá e me dá um beijo suave. – Jessica, eu quero deixar claro que estou gostando dessa coisa entre nós, mas que eu não quero um relacionamento serio. Eu quero poder sair sem me preocupar ou coisa assim. E além do mais, você é mais nova que eu e...

- Seth,não precisa falar mais nada. – olho-o nos olhos. – Eu também não quero algo serio, e bom, acho que muita coisa entre nós é diferente apesar dessa nossa atração sexual.

- Que bom que você entende, fiquei com medo que você não quisesse mais ou... sei lá. – Seth sorri e me dá mais um beijo. – O correto seria eu te levar pra casa, mas acho que isso não vai acontecer.

- Eu tenho colégio amanhã cedo.

- E eu tenho trabalho, mas acho que posso te levar amanhã cedo na sua casa.

- Tá, acho que pode ser.

- Ótimo. – Seth me inclinou para deitar no sofá. Sua boca encostou em meu pescoço e me deu um leve chupão. Suas mãos apertaram meu quadril e sua boca veio de encontro a minha.

- Seth, o Will pode vir aqui e...

- Verdade. Vamos pro quarto. – Seth se levanta e me puxa pra cima junto. Ele me beija novamente e então, com sua mão em meu quadril me guia até o quarto.

As mãos de Seth sobem para meus seios, e ele os aperta em suas mãos. Nós entramos no quarto e Seth fecha a porta e me vira de frente para si. Ele me guia até a beirada da cama e começa a tirar meu suéter... minha blusa. Seth me senta na cama e se abaixa para tirar minha bota e minhas meias e em seguida minha calça.

- Você é muito bonita, Jessie. – Seth me deita na cama e ele se abaixa para me beijar nos lábios, com desejo.

Ele se afasta puxando a camiseta por sobre a cabeça e tira o tênis com o pé mesmo, se livrando das maias também. Um sorriso maroto se abre em seu rosto ao reparar que estou observando-o;

- Você gosta do que vê? – Seth chuta sua calça para longe, ficando apenas de boxer cinza.

- Gosto.

Seth se aproxima de mim novamente e começa a trilhar beijos em mês pescoço, meus ombros, colo e então, suas mãos rápidas tiram meu sutiã, e sua boca se abaixa para tocar um de meus mamilos com a língua. Sua mão esquerda segura meu seio esquerdo e sua boca envolve meu mamilo, me fazendo ofegar. Sua outra mão vai para em meu outro seio, e ao mesmo tempo que ele o aperta com a mão, morde o outro, me fazendo soltar um suspiro alto.

Ele, então, muda sua boca para meu seio direito e começa a repetir os mesmos movimentos que fez no outro,primeiro passando a língua sobre o mamilo, depois envolvendo-o com a boca, e por fim, mordendo-o levemente, arrancando mais um suspiro de mim. Novamente Seth se afasta e seus olhos passeiam por meu tronco nu; sei que seus olhos passam e param em minhas cicatrizes na barriga e ele leva o dedo indicador, contornando a maior cicatriz, me fazendo encolher de vergonha.

- Eu não vou perguntar o que é isso se você não quiser que eu pergunte. Você quer que eu pergunte sobre isso? – Seth me olha serio nos olhos e espera por uma resposta.

- Não.

- Okay. – ele olha uma ultima vez para as cicatrizes de minha barriga e suas mãos descem para minha calcinha, ao qual ele afasta-a um pouco para ver uma das minha tatuagens, situada no quadril esquerdo. – Um pentagrama... que escolha interessante.

- Todos acham que ele é um símbolo do mal. – falo vendo-o contornar o pentagrama com seu indicador. – Mas na verdade é um símbolo que indica proteção.

- Então depois você vai me falar sobre essas suas tatuagens.

Ele mal termina de falar e sua mão agarra minha calcinha, puxando-a para baixo e tirando-a de mim. Ele toca minha coxa, acariciando-a, para então abrir minhas pernas e expor minha intimidade. Um grande sorriso se abre em seu rosto, e ele se inclina sobre mim, me dando um selinho na coxa e seguindo com sua boca até minha entrada. Sua língua passeia em minha entrada e sua boca cobre essa região, sugando deliciosamente, sempre me olhando a cada suspiro que solto.

- Você esta pronta? – Seth sussurra e eu aceno que sim com a cabeça.

Ele afasta minhas pernas e se põem entre elas, já colocando em minha entrada. Aos poucos sinto ele forçando-se para dentro e me alargando com seu tamanho. Seth afasta mais minhas pernas e termina de empurrar seu quadril contra o meu, me penetrando totalmente; acaba se inclinando sobre mim e eu aproveito sua deixa para segurar em seus ombros. Ele começa a se mover, entrando e saindo, seu quadril chocando-se contra o meu com cada vez mais força e agilidade. Segurar os gemidos começa a ser difícil. Seth começa a suar um pouco com o esforço; cada estocada dele gera um atrito enviando faíscas de prazer que cada vez mais me empurram para o abismo do êxtase.

- Camisinha?

- Não.

Seth assente e começa a estocar mais rápido. Uma sensação de leveza começa a se aproximar de mim como uma nevoa, solto um gemido alto deixando-o saber que essa é sua deixa para vir comigo e me entrego aquela sensação prazerosa junto a Seth, fazendo-o gozar um pouco depois de mim.

   Ainda com nossas respirações ofegantes, corações disparados e a lembrança das sensações no ar, Seth se joga ao meu lado na cama, olhando para o teto.

- Dude, isso foi... muito bom... O que achou?

- Muito bom. -  suspiro.

- Isso me deu uma canseira.

- Hum... – resmungo levantando da cama e andando até o banheiro para me limpar.

- Você tem uma bunda gostosa e bem redondinha. – o sussurro dele chega ao meu ouvido. E enquanto ele se limpa, visto minha calcinha.

Um choro vindo do quarto interrompe o que quer que Seth fosse falar, vestindo sua boxer rapidamente ele vai para o quarto pegar Cloe no colo. Passo por eles e me deito na cama, o sono chegando para mim.

- Será que você pode segurá-la para que eu vá fazer a mamadeira?

- Claro. – pego Cloe e a ponho deitada em minha barriga, fazendo-a automaticamente se calar e se aconchegar a mim. – Não acho que ela esteja com fome,Seth. Ela está com cólica.

- E o que devo fazer?

- Venha deitar. – faço um carinho na cabeça de Cloe, que com seus olhinhos claros me fita silenciosamente.

Ele vem para a cama e se deita ao meu lado, pegando a mãozinha de sua filha. Olhando assim parece meio sem nexo o que ele me falou mais cedo, claramente estamos numa relação de “mais do que uma amizade”, por mais que ele não queira ver isso. Eu até concordo com ele de não querer nada serio, mas também há outro fator entre nós; por mais que eu goste dele e que estamos nos tornando  próximos falta algo entre nós, falta aquela química que é falado, falta aquelas borboletas no estomago que se reviram quando a pessoa olha pra você, falta aquela sensação de segurança – não que eu não tenha essa sensação com Seth, mas é uma segurança diferente.

- Jessie...

- Sim?

- Obrigado por me ajudar com as crianças. – Seth me olha nos olhos, transmitindo um carinho.

- Estou a disposição.

- Boa noite.

- Boa noite.

E essa foram as únicas duas palavras que a tempo eu não escutava antes de dormir.


Notas Finais


(1) link do desenho: http://s850.photobucket.com/user/JessieNaty/media/desenho1_zpsf49d35e1.jpg.html

* WhatsApp: o número do whats que está aqui é meu,sinta-se a vontade a me add se quiser.

O capítulo ficou meio grandinho,acho que isso deve ser bom.
Espero mesmo que gostem.Comentem e até o próximo capítulo.
Beijos.


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