História Conheça meu lado. - Niragi e Chishiya (Alice In Borderland) - Labirinto.

[Jogo: Labirinto. Dificuldades: Oito de Paus] 

[Regras: Os jogadores devem coletar as peças do quebra cabeça espalhado pelo o labirinto, e achar o seu suporte, onde devem montá-las para finalizar o jogo. Condição para vencer: Cada peça que encontrar, terão que passar pelas as armadilhas para pegá-la. No total são dez peças.]

[Tempo de jogo: uma hora. Boa sorte!]

- Labirinto? - Takara indagou, um dos membro do jogo. - O outro que estava ao seu pôs a mão em seu ombro, - É... E com armadilhas!

Kuina fitou Chishiya, - alguma ideia ? - O loiro andava em passos lentos, analisando o lugar, - Se quiserem viver, tenham cuidado onde pisam!

Niragi não dando ouvidos, fora logo a frente.

Kuina observando a teimosia do outro gritou, - Ei! Você nem sabe onde estão as armadilhas, porque uma vez na vida não escuta? - Chishiya em tédio disse, - Deixa ele! Não precisamos de um inútil nos atrapalhando mesmo.

Minutos depois, eles ouviram tiros, pensaram que poderia ser uma das armadilhas, ou Niragi, único com uma arma no jogo. Todos foram na direção.

O moreno mirava em algo, Ryuzo amigo de Takara arqueou a sobrancelha. - O que o amigo de vocês está tentando fazer? - Kuina pôs um maço de cigarro na boca e o observou.

 Chishiya arregalou os olhos, e gritou para a garota, - Cuidado!

Ela espantou-se e olhou para trás, deparou-se com um animal indo a sua direção, por sorte o garoto de piercings fora mais rápido e atirou. 

- "Inútil" você diz? - Enfatizou Niragi a Chishiya.

O loiro o ignorou. E encarou o animal que atacou a companheira, - Um tigre? Hum... A primeira peça deve está por aqui, já que o tigre deve ser uma armadilha.

- Acho que encontrei! - Takara falou, indo em direção a um vidro transparente com um objeto dentro.

Ryuzo estranhou, "seria fácil daquele jeito?" Pensou. Quando o amigo deu o último passo para alcançar o objeto, Deduziu "E se...", ele então correu em sua direção o puxando para trás! - Abaixem-se todos! - Ele berrou enquanto se jogou no chão mais Takara.

Os outros três saltaram e deitaram-se no chão, no mesmo tempo, o vidro explodiu, espirrando cacos para cima em todo o local.

Depois da explosão, todos pareciam bem, porém Niragi fora atingido em sua perna, este gritava em agonia, os vidros imprensavam em sua pele, deixando-a imóvel.

Uma armadilha, logo depois de outra, a cada peça seria assim? Chishiya perguntou a si mesmo. 

Niragi tentava arrancar os vidros, mas cada vez que puxava-os, seu sangue escoava. Chishiya notou e o contrariou em um tom sarcástico. - Nossa! Isso tá horrível! Se eu fosse você não tocava. - O moreno se exaltou, e hesitou. - Então me ajuda, idiota! - O loiro o encarou e riu, - Eu?

Kuina levantou-se do chão, e ajudou os outros dois. - Como você sabia? - Indagou ela, para Ryuzo. 

- Apenas intuição, não acreditei que a peça veio de mão beijada assim. - Respondeu ele, ficando de pé e limpando-se.

Chishiya admirou-se, - Então você também notou? Nada mal! Mas ainda assim é bem estranho... Este ficou calado pensativo, andou até a frente e pegou a primeira peça abaixo dos cacos de vidro.

Vendo que Niragi ainda estava no chão, Kuina propôs. - Vamos deixar ele aí! - O rapaz machucado rosnou, - Você... Se não fosse por mim, você estaria morta agora sua vadia!

- E pretende fazer o que neste estado? - Ela cruzou os braços.

Takara observando aquela discussão interviu, - Espera! Vocês não vão ajudar seu amigo? - A garota riu, - Qual amigo?

Chishiya bufou e os cortou, - Tenho uma ideia! Se querem sair logo daqui, espalhem-se, e procurem pelas peças, já temos uma! Eu e Kuina trouxemos um rádio comunicador e uma arma de choque. - O outro se pronunciou,- Ryuzo e eu também temos um rádio e um canivete. 

- Ok! então faremos assim, um de nós procura o suporte, enquanto outros procuram as peças. Mas todos devem ter cuidado com as armadilhas!

- Eu irei procurar, e me comunicarei com Ryuzo pelo o Walk Talk, quando eu encontrar, guiarei vocês pro ponto! - Disse Takara.

Todos concordaram com a ideia.

- Mas e ele? Ele está muito ferido! - Ryuzo perguntou, olhando para Niragi.

- Eu não vou ficar aqui! - Niragi exclamou, tentado se levantar, sendo impedido pela a dor. - Você só vai atrapalhar, melhor esperar aí! - Chishiya revirou os olhos, começando a acelerar os passos.  

- Se eu esperar aqui, eu vou morrer, seu filho da puta!! - Niragi esbravejou. 

- Então que seja. Tchau!

- Espera, espera! Me... Ajuda a tirar ao menos essas porcarias de mim! Isso dói. - pediu ele, tentando deixar o orgulho de lado, pois era melhor que sentir tanta dor. - Chishiya parou, e suspirou. - Cara, você só dá trabalho! 

Indo em direção de Niragi, ele rasgou sua blusa, o moreno arregalou os olhos espantado, - Que merda tá fazendo? - Chishiya respirou fundo, para não afundar ainda mais aqueles vidros, invés de removê-los. Ainda se perguntando, o que esperava para matá-lo... Era uma única e boa chance 

- Tire os vidros, como não tem uma pinça, tire com as próprias mãos mesmo, e pressione esse pano para estancar o sangue. - Explicou, jogando o pano no rosto do rapaz de piercings.

- Só isso? Porque você não faz isso pra mim? 

O loiro estreitou seu olhar, não conseguia sequer  permanecer um segundo no mesmo local que aquele cara, sua incoerência o irritava. Balançou a cabeça em desaprovo e seguiu sumindo pelo labirinto.

Pelo visto, o moreno teria de fazer mesmo sozinho. 

***

Kuina conseguira uma peça. Para pegar a segunda estava tendo bastante dificuldade, o desafio era passar pelo sensor a raio laser, mas como desarmaria isso?

A garota respirou fundo, e contactou o colega pelo o rádio. - Tá aí Chishiya? Quantas peças você já pegou? - O rapaz respondeu, - duas, e você?

- Ainda uma, a segunda é passar por um alarme a raio laser, não sei o que fazer. - Disse ela, preocupada.

- O que acontece se você tocar neles?

- Corte fatal!

Chishiya ficou em silêncio por segundos e depois voltou.

- Acho que você não vai conseguir desarmar isso, bom! Ou você me espera, ou você usa seus bons reflexos para passar e desviar de todos. - Sugeriu ele. - Boa sorte! Preciso voltar ao jogo para pegar a terceira, vai que esse jogo é trairia e agulhas do nada atravessam em mim, haha.

 Ela arqueou a sobrancelha, - Agulhas? 

- Pois é, se eu pisar nos lugares errados, agulhas espirram em mim da parede.

- Espera! Como você sabia na primeira vez que a armadilha eram agulhas ?

- Bom, tem vários buracos pequenos na parede! Eu estranhei, então primeiro eu joguei o palito que prendia meu cabelo na direção, não aconteceu nada, depois longe joguei a arma de choque na primeira fileira do chão fazendo-a deslizar, saiu agulhas por cima, para esclarecer, joguei o rádio na segunda fileira e agulhas vieram por baixo. 

- Aa! Então no caso você poderia escolher se ia abaixado ou pulando haha. Isso foi fácil então!  

- Pois é! Se uma pessoa tentasse correr na direção da peça sem fazer uma observação, agulhas poderiam sair dos três lados e atravessar seu corpo e... Bam! Morre.

Kuina sorriu impressionada, - É... Você é realmente um gênio! Nem preciso dizer "Boa sorte."

- Isso nem é nada. Daqui a cinco minutos te encontro. Boa sorte com os raios!! - Desligou ele.

Agora o único jeito, era fazer como Chishiya disse, "Usar seus reflexos" mas se fosse fazer, poderia errar um passo, cair, e ser cortada em pedaços. E se fosse esperar por alguém, o tempo poderia acabar. Os outros estavam ocupados, teria de se resolver sozinha. Não iria pela a lógica, iria pela a sorte. E nesse momento, Arisu passou de relance na sua mente.

Então a garota pensou em sua mãe, tinha de ser corajosa, não irá morrer ali, não deve! Esse era o único jeito para ela. Fora em frente. 

Passando na primeira linha lentamente, acima haviam duas e abaixo uma que encobria a outra, ela pôs o pé ao meio. Sentiu as ponta de seus cabelos encostando em uma das linhas, estes foram cortados, assim ela desesperou-se, mas tentou manter o foco e o fôlego.

Por incrível que pareça ela conseguiu chegar ao meio, esta animou-se, já não dava para voltar atrás, se morresse, seria agora. Continuou firme, e na próxima linha, de raspão passou em seu braço, fazendo um arranhão, ela atemorizou-se e apertou os olhos.

Ainda continuando, passou as pernas primeiro, e depois o corpo descendo. Quando passou seu rosto, recebeu mais arranhões, e estes foram fundos. Seu olho encheu de água, mas não podia fazer um movimento sequer errado, teria de aguentar. Porque fora pegar a fase mais difícil? Isso era para alguém com bom raciocínio feito Chishiya, ela pensara...

Do outro lado, Karata rodeava todo o labirinto, mas sempre voltava ao mesmo lugar, já estava ficando louco, nunca pensou que não fosse depender do amigo dessa vez. Ele se sentou encostado na parede, e pôs as duas mãos na cabeça, e suspirou.

"O que ele faria?" Isso passava em sua cabeça quando pensava em Ryuzo e nesse maldito jogo. Talvez seria mais fácil procurar pelas as peças... Ou não!

Foi aí que teve uma ideia, não sabia se isso o ajudaria. Com o canivete que trouxera, começou a fazer círculos nos lugares que passava, para não passar sempre no mesmo lugar.

[Tempo restante: trinta minutos]

Cada vez que ouvia aquela voz anunciando o tempo, a vontade era de tacar o celular no chão. Isso o deixava tão nervoso, que se desesperava e se desconcentrava.

Três peças também já estavam na mão de Ryuzo. Este tentou se comunicar com o garoto que procurava pelo o suporte. - Oi, está me ouvindo?

- Tô ouvindo! - Takara respondeu, havia corrido tanto, que sua voz saia embargada.

 - Conseguiu achar?

- Finalmente eu encontrei, depois de voltar sempre pro mesmo lugar, mesmo marcando, eu encontrei essa merda! - Respondeu com uma voz animada e ao mesmo tempo chorosa.

Ryuzo, - Por que você está chorando?

- O suporte... - Ele gaguejou tentando manter firme a voz. - Estava o tempo todo... Debaixo... do meu nariz! Que ódio!

- Como assim Takara?

- O suporte é o chão!! O chão! Processa isso? Esse jogo estava me fazendo de idiota! - Choramingou.

O outro riu, Takara sempre fora dramático, mas dessa vez sabia que ele não estava exagerando, ficou feliz pelo o amigo ter conseguido sem sua ajuda. - Você foi muito inteligente! Tô orgulhoso, já avisou os outros?

- Sim, avisei!

- Ok! Vou me conectar ao Chishiya, descansa um pouco aí. - Finalizou.

Chishiya estava indo em direção a amiga, não achou mais que três peças. E segundo Ryuzo, ele também encontrara três, Takara já havia encontrado o suporte. Só faltava encontrar Kuina para acharem o resto e finalmente montar.

Quando encontrou Kuina, ela estava toda suada e arranhada, arfando sem parar. - Pensei que morreria hoje! - Ela disse mostrando as duas peças na mão direita, e sentando no chão.

Chishiya, - Que bom que não morreu!

A garota pôs seu cigarro dentre os dentes. - O que aconteceu com Niragi? - Ela indagou.

- Deve tá morto! - Deduziu ele, bocejando.

Seus celulares apitaram, e a voz robótica anunciou:

[Tempo restante: Vinte minutos.]

- Melhor irmos andando...

- Vamos lá! - Kuina levantou desanimada.

Finalmente todos conseguiram se encontrar, com a ajuda dos outros dois os guiando pelo rádio.

Kuina arregalou os olhos quando vira Ryuzo, - O que aconteceu com você? Seu corpo está todo manchado de preto!!

Ele passou as mãos nos braços e respondeu, - A fase da última carta era uma prova de fogo, quase fui tostado, haha.

- Nossa! Você sempre me surpreende. - Falou Kuina divertida.

Ambos começaram a montar as peças no suporte ao chão, Chishiya apenas observava encostado na parede.

Quando quase finalizaram, Ryuzo olha para Chishiya preocupado. - Está faltando uma peça!

Chishiya estranha e olha novamente o suporte.

- Faltando? Não pode! Quantas vocês pegaram? - Kuina indaga, ansiosa.

Takara entrou em desespero, suspirou e pôs as mãos no rosto. 

- No começo a gente achou uma, você pegou duas, eu peguei três, ele três também... - Chishiya suspirou. - Você deveria está com mais uma Kuina!

- Eu procurei quase o labirinto inteiro, não tinha mais nenhum sinal de armadilha!!! - Afirmou Kuina.

O loiro começou a pensar, aos caminhos que passara já não via mais armadilhas depois que todos pegaram as nove peças. Ele voltou ao começo novamente, tentando não passar nada...

A garota já estava em agonia, não passou por tantos desafios para no final morrer. - E então Chishiya? O tempo está acabando!! O que faremos?

Sem respostas ela esperou o loiro terminar de pensar. Todos estavam dependendo dele. O tempo estava acabando, faltava apenas cinco minutos.

Chishiya então lembrou; No começo da prova tinha duas armadilhas, ao contrário das outras que apenas foram uma, então não eram uma armadilha após a outra. Haviam duas peças. A resposta é clara!

- O tigre!

Chishiya disse, e os outros sem entender o olharam confuso.

- A primeira peça! Deve ser o tigre, não eram duas armadilhas, era uma para cada peça. E não vai dá tempo, pois está lá no começo. Talvez iremos morrer agora! - Chishiya disse fazendo pouco-caso da situação.

- Ta achando graça disso? Qual seu problema cara? - Takara indignou-se e pulou para cima de Chishiya segurando sua argola enfurecido.

Chishiya mantia a mesma expressão.

De repente e inesperadamente, Niragi aparece. Pela a sua face, o suor escorria, e ele mancava por causa de sua perna que ainda escoava, o pano enrolado estava encharcado. Seu corpo estava completamente fraco, este estava a ponto de desmaiar.

O rapaz mostrou sua mão que nessa segurava algo, antes de cair no chão ele falou outra vez encarando a Chishiya. - "Inútil" você diz? 

Kuina boquiaberta perguntou - Caramba! Como diabos ele chegou até aqui?

Novamente seus celulares apitaram informando:

[Tempo restante: Dez segundos.]

Ryuzo correu na direção do rapaz desmaiado e pegou da sua mão a peça colocando-a no topo do suporte que faltava antes de chegar aos últimos segundos.

[Tempo acabado, fim de jogo. Parabéns!]

Takara se jogou no chão aliviado, agradecendo aos céus. E Ryuzo suspirou cansado. 

- Se não fosse pelo amigo de vocês, estaríamos mortos agora! - Takara comentou.

Chishiya pendeu a cabeça na parede, e deu de ombros mostrando certo deboche e preguiça na expressão.