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História Conhecer o Desconhecido - Eu não sou um monstro...


Escrita por: Bi_ursopolar

Notas do Autor


Oiii pessoal!! Como estão?
Postando o novo capitulo, espero que gostem!

Miyuki e Goenji são ex jogadores do colégio Kidokawa Seijuu!! Parece que o time do Endo se empolgou com os dois, como será que o Instituto vai reagir?

Boa leitura! <3

Capítulo 15 - Eu não sou um monstro...


Ao cair da tarde naquele mesmo dia, Miyuki e Goenji se recusavam a falar sobre o assunto do jogo, enquanto andavam pelas ruas de Inazuma, até ele quebrar o silêncio ao olhar a pele meia pálida da albina.

-Faz quantos dias? – Pergunta Goenji meio frustrado percebendo a albina desviar o olhar por baixo do capuz, mas diferente das vezes ainda dava pra ver seus olhos mesmo com a sombra.

-Hmm... acho que cinco ou seis dias! – Responde ela olhando para o céu com as mãos no bolso da jaqueta, Goenji fica desconfortável com a resposta e a olha emburrado, Miyuki fecha os olhos e abre um deles o olhando pelo canto do olho percebendo a irritação, e sorriu sem graça.

-Sei que já tivemos essa conversa tantas vezes que até perdi a conta, mas... – Suspirou frustrado. – Por mais forte que seja, precisa cuidar da sua saúde... Sei que não tem muita escolha, mas pelo menos tem que se alimentar direito! – Diz ele a olhando sério.

-Eu sei... – Miyuki o olha e sorri. – Mas os chocolates que faço, me ajudam a não ter uma recaída, tem algumas propriedades medicinais, então eu vou ficar bem! – Diz ela pegando um e comendo.

-Ficar sem comer quase por uma semana não é bem a definição de “vou ficar bem”... – Diz Goenji a olhando altamente preocupado.

-Estou acostumada! Essa é minha rotina... – Diz ela o olhando e logo olhando para o céu, forçando um sorriso.

-Odeio quando fala desse jeito... – Diz Goenji desviando o olhar frustrado.

-Desculpe... vou me esforçar mais pra me alimentar direito! – Diz Miyuki sorrindo sem graça, Goenji a olha meio frustrado mas sorri. Andaram por mais algum tempo enquanto conversavam sobre coisas aleatórias, até pararem frente a um grande prédio, que parecia um quartel general.

-Chegamos... – Diz Goenji olhando para o prédio desconfortável.

-Até depois Shuya! – Diz Miyuki sorrindo querendo acabar com aquela tensão, Goenji a olha preocupado mas sorri.

-Nunca abaixe a guarda! – Diz Goenji sorrindo levemente.

-Claro! Prometo ficar atenta! – Diz Miyuki levantando o mindinho causando risos em Goenji, apesar aparentar ser fria, Miyuki não deixava de ser infantil pra algumas coisas, e pra fazer promessas era uma delas, sempre tinha que entrelaçar o mindinho para que a promessa valesse, ele levanta o dele e entrelaça no dela.

-Boa sorte, e me dê noticias! – Diz ele autoritário, a fazendo rir um pouco.

-Entendido! – Confirma a albina. Ambos possuíam um laço que nunca se rompia, independente da situação, nenhum dos dois deixou de apoiar um ao outro, e apesar de saber das habilidades, Goenji nunca se afastou e com muita insistência conseguiu se aproximar e assim construiu uma amizade que nunca abriria mão, assim como Miyuki dava um valor, que não se conseguia colocar na balança pelo loiro, seu único amigo.

O portão se abre e alguns soldados militares armados aparecem, alguns fazem uma barreira fora do portão enquanto outros ficaram em guarda dentro do lugar, dois ficaram frente a barreira encarando a garota.

-XP-S01! – Um dos homens a chama e a barreira abre passagem, Goenji trinca os dentes irritado.

-Ta tudo bem! – Diz Miyuki indiferente acalmando o loiro.

-Vamos XP-S01, me acompanhe! – Diz o homem pegando a metralhadora com mais firmeza, Miyuki se despede de Goenji mais uma vez e caminha para o portão , alguns soldados faziam ainda o papel de barreira, enquanto outros apontavam as armas para ela enquanto a escoltavam. A albina apenas seguia pelo caminho de sempre indiferente, era vista como uma “aliada” mas ao mesmo tempo como uma ameaça pelo próprio governo, então sempre seguiam esse mesmo protocolo.

Goenji observou a cena com desgosto nunca pode fazer muita coisa por ela sobre esses assuntos, só quando o portão se fechou voltou a caminhar, sentia o peito doer em aflição cada vez que via a garota passar pela porta e correr o risco de um dia, ela não sair do mesmo jeito que entrou...

No dia seguinte.

O time da Raimon se reúne no clube e começam a conversar sobre as falhas no jogo que por sinal foram muitas. Muito jogadores estavam eufóricos se perguntando se o casal entraria no time, enquanto Someoka ficava cada vez mais irritado por ser deixado de lado naquela história, se sentia diminuído e inferior frente as habilidades do loiro. Após muita discussão foram interrompidos por Natsume que anunciava seu novo adversário, iriam jogar contra o Colégio Sobrenatural, sob ameaça de derrubarem o time novamente, mas se caso ganharem poderiam ir ao torneio de Futebol Fronteira.

No Instituto Imperial.

O treino estava intensivo pelo torneio que se aproximava, mas todos acompanhavam sem problemas, permaneciam centrados e determinados mesmo nos treinos.

-Barreira Luminosa! – Genda realiza a técnica e para o chute de Jimon sem problemas.

-Ta bem empolgado hoje hein Genda! – Diz Jimon rindo.

-É, talvez! – Diz Genda meio emburrado lançando a bola de volta, Jimon não entende aquele comportamento mas segue com o jogo.

-Ei Kido! Você escutou o que disseram sobre a escola Raimon? – Pergunta Henmi no banco com Kido que havia dado uma parada para beber água.

-Não! O que estão dizendo? – Pergunta Kido o olhando.

-Que desde o nosso jogo, há boatos em todas as escolas de que são time muito forte! – Diz ele sarcástico. – Tão dizendo por ai que a gente chorou quando conseguiram marcar um gol no último minuto do jogo! – Diz Henmi emburrado pela informação.

-Não liga pra isso! – Diz Kido sorrindo sínico. – A gente já cumpriu a nossa missão, e isso é o que importa! – Diz Kido satisfeito.

-Sim é verdade, e até descobrimos mais coisas sobre a Onigawara! – Diz Henmi suspirando. – Só que agora a escola Raimon esta recebendo vários convites para participar de jogos treino! – Diz ele se lamentando.

-Aham! – Diz Kido sarcástico.

-Será que a gente não devia investigar? – Pergunta Henmi o olhando.

-Não será necessário, nós já temos um espião que vai nos avisar de tudo! – Diz Kido sarcástico.

-Então tá! – Diz Henmi bebendo água e voltando para o jogo.

-Barreira Luminosa! – Diz Genda realizando a técnica e parando a bola, mas todos percebem que a cada vez que a fazia, ele usava mais força.

-Vai com calma! – Diz Sakuma preocupado com o mal humor do moreno.

-É Genda! Vai acabar quebrando o braço desse jeito! – Diz Jimon o repreendendo.

-Vou dar uma pausa! – Diz Genda indo para os bancos pegando uma garrafa no caminho, se sentou enquanto bebia a água, retirou as luvas de goleiro e viu que suas mãos já estavam com alguns machucados. Mas se lembrou de Miyuki junto de Goenji, e em como não conseguiu defender o Furacão de Fogo, apertou o punho com força, estava frustrado.

-Toma cuidado Kojiro, ou então você vai acabar machucando seu braço! – Diz Kido o olhando.

-Não se preocupa, só to descontando a raiva mesmo! – Diz Genda sério bebendo mais um gole.

-É sobre a Onigawara provavelmente ser namorada do Goenji? – Pergunta Kido olhando para o treino conseguindo ouvir o quase engasgo do moreno pela pergunta.

-Ah? Não... esquece, não é nada importante! – Diz Genda levemente corado mas nervoso, apertou a garrafa em mãos com mais força, não queria pensar na hipótese, seu coração apertava em agonia, um gosto amargo descia pela garganta, a vontade de chorar vinha junto com a raiva, e não sabia o que fazer. – O torneio ta quase ai... e eu preciso melhorar mais minhas habilidades, essas coisas! – Arrumou a primeira desculpa que lhe veio a mente.

-Relaxa cara, eu já percebi, assim como o Sakuma! E não se preocupa que eu não conto a ninguém! – Diz Kido e Genda suspira se lamentando.

-Vocês dois... – Genda passa a mão no rosto tentando se acalmar.

-Fiz umas pesquisas, mas ninguém sabe realmente se os dois são, então você tem chance! – Diz Kido bebendo a água.

-M-mesmo se eu a amasse... Amar uma pessoa que você não pode ter, é doloroso sabia? – Pergunta Genda sarcástico desviando o olhar levemente corado e emburrado.

-É a primeira vez que eu vejo uma pessoa cantar derrota antes do tempo ao invés da vitória! – Retruca Kido sarcástico o que deixa o goleiro se lamentando ainda mais. – De qualquer maneira você tem chance! – Diz Kido apoiando os braços nas pernas.

-Mas... mesmo assim... – Genda abaixa o olhar meio frustrado, aqueles momentos durante o jogo ficavam se repetindo em sua mente, o ciúmes crescia junto da frustração, o coração parecia que tinha se partido ao saber que existia alguém que provavelmente já ocupava o coração da albina, mesmo que não estivessem juntos.

-Relaxa, eu te conheço cara, e quando ela te conhecer, tenho certeza que ela vai gostar! – Diz Kido sorrindo confortando o amigo. – O Kojiro que eu conheço não se rende tão fácil! – Disse soltando um riso divertido o que contagiou o moreno.

-Valeu Kido! – Agradece Genda sorrindo, mas voltou a encarar as mãos, será que teria realmente alguma chance? Se sim... Como a conquistaria? Como se aproximaria? Mas e se tivesse azarando a garota de outro? Odiaria ser mal caráter, um conflito interno começou dentro de si, precisava pensar, apesar de seu coração gritar pela garota albina.

No campo perto da ponte, o time da Raimon treinava arduamente para o próximo jogo, ao longe Goenji observava o time, pegou seu colar de prata com um pingente de chuteira, idêntico ao da albina, ambos ficaram elétricos ao entrar em campo com aquele time, e mesmo que não assumissem, o time havia conquistado o respeito e a admiração de ambos.

Em outro lugar...

A noite começou a tomar conta daquele céu azul, no prédio de pesquisas, em uma das salas subterrâneas, Miyuki treinava contra o mecanismo da sala de treino. Um robô com o dobro de sua altura era seu adversário, desviava e atacava consecutivamente, se percebia o cansaço da albina que mesmo assim não se dava por vencida.

O robô tenta acertar um soco mas a menor defende e o joga por cima o ombro e com um giro o chuta,  foi pra cima mais uma vez mas ele consegue chuta-la a afastando e volta a se levantar, Miyuki levanta rapidamente o encarando séria, a albina desvia de um soco e agarra o braço do homem de metal, usando a perna de apoio e sua agilidade, aplicou uma chave de braço o levando ao chão. Não esperou ele reagir e girou as pernas quebrando o pescoço do robô que para de funcionar ao ter parte de seus cabos rompidos internamente.

Miyuki se levantou ofegante limpando o suor que pingava do rosto, estava horas naquele lugar sem ter um descanso, tinha acabado de treinar na sala de testes, que era onde lutava por horas contra máquinas militares e o mecanismo da própria sala. Soltou a respiração devagar procurando estabiliza-la mesmo que fosse tarefa difícil, estava quase sem chakra e havia machucados pelo corpo, todo dia era a mesma coisa... mas precisava cumprir as horas de treino e testes.

-Treino final concluído! – Diz o homem que monitorava atrás de um vidro blindado. Miyuki respirou fundo, pegou a toalha de rosto e saiu da sala indo diretamente para o chuveiro, trombando no meio do caminho com um dos superiores das pesquisas, que ao vê-la a aplaude um pouco causando confusão no rosto de Miyuki.

-Soube do grande jogo que teve XP-S01! Mas acho que você esqueceu que não pode se exibir assim! Não viole as regras, caso contrário você sabe o que acontece não é?! – Pergunta ele com um sorriso cínico no rosto, Miyuki aperta os punhos nervosa.

-Sim... eu sei! – Abaixou o olhar por um momento mas voltou a olha-lo. – Mas eu não violei nenhuma regra senhor, não uso chakra para jogar, luta e futebol são duas coisas diferentes! – Diz Miyuki o encarando seriamente. – Com sua licença! – Diz ela se curvando levemente e voltando a andar mas sendo parada pelo braço do homem que o apoia em seu ombro.

-Ham, toma cuidado XP-S01! – Ele se inclina um pouco próximo ao ouvido da garota que sente o gosto amargo subir pela garganta ao sentir aquele homem tão perto e lhe tocando. – Sabe? Ninguém no mundo aceita monstros, e é isso o que você é! E monstros devem ser domados! – Diz ele em sussurro.

Miyuki entra em choque por um momento mas volta a cerrar os olhos desconfortável, apertou os punhos frustrada, com a reação ele sorri satisfeito, a soltou vendo ela abaixar um pouco o olhar.

-Com sua licença! – Diz ela com a voz firme, mas o homem percebe a menor apertar os punhos ainda mais, Miyuki acelerou os passos antes que ele falasse mais alguma coisa. O homem ri cínico vendo a menor sumir entre os corredores.

-Ela não violou as regras, apenas não achou justo o modo como o adversário estava jogando, e pensou em ajudar! – Diz Onigawara aparecendo no corredor do lado.

-Uma arma militar precisa de pensamentos? Ordens são ordens! – Diz ele rindo sarcástico.

-Me diz uma regra que ela violou durante o jogo! – Diz Onigawara o olhando friamente.

-Ham, na minha opinião deviam mantê-la na cela do subsolo! Ela é apenas nosso experimento, não devia ser tratada como criança e ter essa liberdade toda, uma hora ela pode fugir! – Diz ele dando de ombros.

-Liberdade? – Onigawara ri sarcástico do comentário. – Constante vigilância, trabalha no distrito, treinos que superam a capacidade humana que deixa lesões graves e dias de internação em um hospital, além de exigência de QI de uma garota que nem sequer vai a escola, estuda por conta própria no horário que resta na noite e que ainda desconhece uma rotina normal! Me diz onde a estão tratando como criança e onde há liberdade nisso?! – Pergunta Onigawara erguendo uma sobrancelha sarcástico.

-Nossa propriedade deveria ser grata, se não fosse por nós, ela não teria nem um teto para morar! – Diz o homem rindo debochado.

-A trate assim e vai conseguir o oposto do que queremos aqui! Assim como ela segue as regras sem reclamar, nós também devemos seguir! – Diz Onigawara indo embora o deixando sozinho, o homem deixa escapar um riso ameaçador.

-Cuidado com a língua Onigawara! – Diz ele indo para o laboratório.

 

Miyuki estava no chuveiro deixando que a água morna caísse em sua cabeça molhando seus longos cabelos, trincava os dentes com força, a respiração pesada, tentava ao máximo prender aquela frustração na garganta que insistia em querer encharcar seus olhos. Aquele sentimento de solidão lhe invadia, aquele pensamento de não pertencer a nenhum lugar a consumia. Abriu a pressão da água deixando a água fria escorrer pelo corpo, mas precisava se concentrar para curar aqueles machucados, forçou a garganta e engoliu aqueles sentimentos cerrando os dentes.

 

“Eu... não sou um monstro!”  


Notas Finais


Espero que tenham gostado! Desculpem qualquer erro! <3

Se quiserem podem deixar suas opiniões! <3

Até o próximo! <3


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