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História Consequences - cancelada - Primeiro encontro


Escrita por: siuanmills

Notas do Autor


Esse tem bomba meninasss

⚠️ E um pequeno avisinho já lá pro final, não é muito pesado, mas é um pouco sensível.

Capítulo 3 - Primeiro encontro


Vera se mexia na cama lutando contra seu despertar para ficar na cama, até levar a mão ao seu celular para checar a hora, ao ver que já passava das 12:00 ela estalou os olhos e pulou da cama. Foi direto tomar o banho que ela não tomou a noite quando chegou e apenas se atirou na cama. Um banho demorado para tirar tudo que pareceu ficar grudado em sua pele, a bebida, o cigarro, o perfume daquele homem, o suor...

Taissa bateu a porta, já eram mais de 13:40, e depois de esperar longos minutos ela revirou os olhos e entrou com sua chave. Ouvindo o barulho do chuveiro ligado, viu o porquê da demora e se jogou no sofá esperando que ela saísse.

                         ~~~

Dagmara se mexeu na cama sentindo que os braços do marido a envolviam. Ela sorriu levemente e levou os lábios até os dele, depositando um selinho calmo o fazendo despertar lentamente.

— Bom dia.

Ela disse baixo sorrindo para ele que sorriu de volta olhando para ela.

— Bom dia, meu amor.

Ele puxou seu rosto para próximo do dele novamente colando os lábios nos dela com mais necessidade. Pediu passagem com sua língua que ela concedeu no mesmo instante, ele dominou os movimentos que pareciam estar com fome até eles se separarem em busca de ar.

— O que você tá fazendo?

Ela perguntou com seu ar falho.

— Eu te amo.

Ele disse e ela expressou desconfiança mas sorriu.

— Eu também te amo.

Ele sabia que tinha algo a incomodando, mas ele deixaria ela falar no tempo dela, queria demonstrar isso e incentiva-la a falar e também... Quando estamos gostando de outra pessoa que não é a que estamos, por algum motivo nosso coração precisa afirmar para a pessoa que estamos ou para nós mesmos que a amamos, talvez esse sentimento seja culpa, ou negação. Quem sabe?

Olhou nos olhos dela e rolou seu corpo por cima dela, retomando um beijo agora um pouco mais calmo, mas ainda assim profundo.

                         ~~~

— Bom dia!

Vera falou sorridente chegando na sala e vendo apenas a cabecinha loira sentada no sofá. Se aproximou mais vendo-a virar a cabeça para olha-la. 

— Bom dia... Boa tarde né.

Vera sorriu como quem fez algo que não devia e sentou ao seu lado.

— Como foi a noite, hum?

Taissa pergunta e ela se ajeitou melhor no sofá e a olhou estreito.

— Eu que pergunto, mocinha! Como foi a SUA noite? Ein?? E quero saber direitinho quem é esse tal de Peter.

— É só um garoto que eu estou saindo, conheci ele em uma noite que sai com as minhas amigas e nós estamos saindo. Não tem nada de mais.

Vera estreitou o olho desconfiada.

— E por que você não me falou antes?

— Não sei, mãe. Esqueci, passou, não era tão importante, não é como se eu estivesse apaixonada por ele. Não precisa começar com a ficha corrida agora, tá?

— Que ficha corrida, garota?!

— Sempre que eu te falo que estou saindo com alguém você pede a ficha corrida da pessoa.

Ela acabou por rir.

— Eu me preocupo com você.

— Eu sei... –Sorriu para ela. — Mas me conta, você falou com o Patrick?

Vera se ajeitou no sofá e desfez o sorriso.

— É claro que não. Vou conversar com ele na segunda. Você vai dormir aqui hoje, não vai??

Ela perguntou fazendo um biquinho e a mais nova riu dela se aproximando e deitando a cabeça em seu ombro, Vera a abraçou e passou a mão por seus cabelos.

— E eu tenho escolha?

— Não.

Beijou o topo de sua cabeça e ali passaram mais alguns minutos antes da Vera sentir fome e as duas saíram para comer.

                         ~~~

A manhã de segunda-feira havia chegado e com ela a conversa eminente com Wilson. A loira já acordou com dor de cabeça só de pensar nisso, mas ela se concentrou apenas nas cenas que teria que gravar, respirou fundo e olhou no espelho.

— Uma coisa de cada vez.

Sussurrou para ela mesma, soltando o ar em seus pulmões e partindo para mais um dia.

Ao chegar no estúdio ela foi direto para a sua caracterização, parecia estar fugindo dele. Mas assim que chegou ao local das gravações lá estava ele, prontamente esperando por ela, se aproximou do homem lhe comprimentando apenas com um sorriso fraco, a equipe os rodeava.

— A noite foi boa pra você, não é Vera?

Patrick a perguntou quase que retoricamente e ela franziu o cenho.

— Por que está falando isso?

— Vi você na saída com um “bonitão.”

Ele brincou fazendo ela cerrar os olhos e fazer careta pra ele. Vera não era do tipo de mulher que deixava baixo. 

— E você? Dormiu agarradinho? Não levou nenhum sermão por chegar tarde em casa? Ouvi por aí que você anda na coleira, Wilson.

Ela disse se saindo por cima na brincadeira fazendo todos rirem dele.

— Muito engraçado eu não...

— Qual é, Patrick! Você obedeceu a Vera, não vai obedecer a patroa? Corta essa!

James mexeu e ele teve que se render ficando quieto vendo Vera gargalhar alto.

— Se você quer saber minha manhã de sábado também foi ótima.

Ele falou só para ela.

— Não queria, bom pra você.

Ela disse ainda rindo, realmente não ligou para aquele fato.

A manhã passou corrida e cansativa, quando chegou a hora do almoço o homem a seguiu até a ver entrar em seu camarim, logo entrando atrás dela, que virando para ele cruzou os braços.

— O que você quer? Tá me perseguindo, Wilson? 

— Vamos conversar?

Ele perguntou sério e ela suspirou.

— Vamos.

Então eles saíram dali, bem a frente do trailer da loira havia uma mesa de madeira com duas cadeiras, eles sentaram-se ali de frente um ao outro e ainda caracterizados de seus personagens.

— Pode falar, Wilson. Estou esperando. Eu só quero saber se...

— Eu não estava só me divertindo com você. Quer dizer... Me divertindo eu estava, mas não só isso. Eu me apaixonei por você, quero que acredite nisso. Eu fui para Paris porque pedi um tempo para minha namorada pra pensar sobre tudo, não sabia se era aquilo que eu queria, se eu realmente a amava. E então eu encontrei você, e eu tive certeza, que o que eu sentia por ela não era nada perto do que eu senti quando olhei nos seus olhos. Eu não consegui não me envolver, e como obviamente você viu, não foi por desejo que me envolvi com você. Mas... Chegou o dia de eu voltar e você...

— Eu não estava pronta.

— Então eu fui embora. Você não me procurou, eu te deixei meu número, e você não me ligou. –Nesse momento Vera engoliu seco mas permaneceu em silêncio. — Até que eu desisti de esperar, e ela estava ali, sempre esteve, sempre me quis, eu me casei com ela. Construí o amor. E você...?

Ela limpou uma lágrima de seu olho. Não derramou por ele, mas sim por ela, por o que aconteceu em sua vida enquanto aquilo acontecia na dele.

— Eu nada. Tem muito conteúdo romântico nessa história, eu já entendi, tá tudo bem, não te odeio mais, Wilson. –Sorriu para ele e tocou sua mão.— Sabe o que é hilário? Eu me tornei exatamente isso que você citou como pontos negativos. Só me envolvo por desejo, ou melhor, nem me envolvo. Eu fico com as pessoas só por diversão, apenas por isso. E antes que você diga que eu sou hipócrita por ter me sentindo magoada sendo tratada do jeito que eu trato os outros... A diferença é que eu não engano ninguém, sempre deixo muito claro que não vai passar disso. E eu ia odiar saber que me entreguei pra você num momento tão sensível e você só estava brincando comigo, eu nunca fiz isso, você foi tão delicado que isso não entrava na minha cabeça, fiquei furiosa. Me desculpe.

Ela disse isso mas Vera lembrava da sensação, do que sentia. Desde o início do fim até os dias em que esteve com ele. Você pensa: a culpa é minha, eu deveria ter parado, a culpa é mim, fui eu quem deixei. Mas... o que mais eu tinha que ter feito pra parar? Eu tinha que ter feito! Mas ele deveria ter a noção de parar pelo menos no terceiro não. Então, a culpa não é sua, a merda disso tudo, é que o corpo e o psicológico que fica é o seu, não o dele. Culpa por ter feito isso não vai apagar e muito menos poderá ser comparada a dor de ser abusada não por um desconhecido, mas pela pessoa que você ama. E ver aquilo deteriorar todo o seu sentimento e interesse, e desejo, por aquela pessoa. Não existe nada mais doloroso do que o processo de se desapaixonar por alguém. E o momento que você decide largar o fio quase arrebentado da corda que liga vocês. O momento que você cai, onde em todas as vezes que imaginou eram em espinhos, e quando você cai, você cai em nuvens. Também há liberdade fora de um peito que você não queria deixar ir embora, e é preciso aceitar que tem coisas que não há solução com conversa alguma, porque pessoas são o que são, e você não tem culpa de não se encaixar mais naquele lugar. Esqueça todos os e ses. 

— Eu nunca faria isso. Eu vi você... Vi você naquela noite, na primeira vez que te conheci. Não poderia te machucar ainda mais, eu não sei de toda a história mas aquilo não parecia humano.

— Okay, olha... A gente não vai falar sobre isso, tá. Eu não quero, não é um assunto confortável pra mim. Tudo bem lembrar da gente mas lembrar de outras coisas é de mais.

— Me desculpa, eu não...

— Tudo bem. De qualquer forma, já está na nossa hora.

Ela sorriu fraco, sabia que aquela conversa a abalaria e estava certa. Mas Patrick suspirou, ainda queria falar algo e soltou. 

— Eu... não gostei de te ver sexta se agarrando com aquele cara. 

Vera franziu o cenho sem entender. 

— Que pena pra você né. 

— Não eu... Não tô falando desse jeito, eu só... Não sei. Eu tive tanto cuidado com você, tanto carinho, eu te amei nas nossas noites. E ver que hoje qualquer um pode te tocar do jeito que quiser só... Não é bom. 

Ela prestava atenção nele, seu olhar tinha um fundo de tristeza por traz de toda a pose que não mudou sua expressão séria.

— Qualquer um não, só quem eu quero. E... É, eu mudei muito, Pa-trick. 

Ela falou seu nome como se tivesse entalado em sua garganta.

— Você mal voltou pra minha vida e eu já quero que saia. Você tá trazendo conteúdo de mais, eu não gosto disso. Achei que nunca mais ia te ver de novo, enterrei tanta coisa...

Antes dele responder alguma coisa James aparece os chamando.

— Vamos lá, casal! Temos muito o que fazer hoje ainda.

Ele falou batendo uma palma e Vera e Patrick se olharam e saíram dali caminhando lado a lado.

— Jura que nunca, nunquinha, quebrou algum coração com esse seu jeitinho?

Ele brincou sorrindo falando baixo apenas para ela, que apenas suspirou antes de responder.

— Já. Já machuquei alguém sim, mas foi diferente.

Ela disse séria e ele apenas colocou a mão dela em seu braço, a fazendo olhar para ele e soltar um riso. Patrick tinha esse poder, de melhorar seu dia com pequenos gestos, de a fazer rir com coisas simples. Lembrou o quanto gostava da sua companhia para muito além da cama, algo que nesse momento nem sequer passava pela a sua cabeça, e ele estava certo, não foi mesmo por desejo. Isso era apenas algo impossível de não ter por aquela mulher. Para ele Vera ainda era aquela imagem de peneira no sol, a sua luz o atraia, ele queria abraça-la, ficar perto dela, ver ela gargalhar, gritar. Mas ainda tinha tantos pontinhos escuros naquele coração... Que ele queria poder tirar, mas ela era um mistério, e isso o atraia ainda mais.

                          ~~~

Voltando pra casa naquela noite e pensando na conversa com o homem ela acabou por lembrar da primeira vez que eles se encontraram. Então esse havia sido o pensamento dele... “não era humano.”

— Realmente não foi, Patrick. E você não sabe nem da metade do que aconteceu.

Flashback

Patrick caminhava pela rua deserta a noite, o vento batia gelado. Ele observou de longe quando viu um carro parar bruscamente em frente a um prédio não muito grande que havia naquela rua. Assim que parou ele viu a silhueta bamba do que parecia ser uma mulher descer e se escorar na porta do carro após ela ser fechada, ela parecia não conseguir andar, mas o carro saiu rápido sem nem sequer dar tempo para ela se dessescorar dele, a fazendo cair bruscamente no chão com dois rolares de seu corpo no veículo, assim que o carro tomou distância ele correu até ela. Pegou seu rosto mas ela viu apenas um volto a cima de si antes de perder a consciência e acabar desmaiando

— Meu Deus... E agora?? O que eu faço?

Ele olhou para ela, sua boca sangrava, seu nariz também, e seu olho estava roxo. Nem podia pensar no resto. Ele olhou para o outro lado e pensou que se ela havia sido largada ali, deveria morar naquele prédio. Então a pegou nos braços passando uma mão por baixo de seus joelhos e outra por suas costas. Entrou no local e perguntou ao porteiro.

— Ei, amigo! Você sabe se essa moça mora aqui?

O homem apenas fitou ele e logo ela de um jeito rabugento e balbuciou:

— Sim, no 303.

— Obrigada.

Ele disse tentando ser o mais simpático que podia. Virou as costas para ele mas logo deu uma volta para o homem...

— É..onde...?

— Subindo as escadas, terceiro andar.

O homem falou do mesmo jeito sem o olhar e Patrick apenas virou-se de novo e foi com ela. Chegando em sua porta ele teve que a soltar no chão de novo, o fez com todo o cuidado, logo procurando algo em suas roupas.

— Qual é, garota... Você tem que ter alguma chave.

Ao procurar, sem querer ele fez o casaco grande que a mulher usava cair para os lados, revelando sua roupa que deixava seu corpo extremamente exposto e vários roxos em volta de sua barriga, também havia sangue entre suas pernas. Ele respirou fundo, estava atordoado com tanta crueldade. Voltou a procurar nos bolsos do casaco e não achou nada, olhou em volta da porta, ele não poderia arrombar. Até que olhou para baixo e pensou “por que não?” E ele estava certo, ao levantar o tapete lá estava a chave. Ele pegou e abriu a porta, pegou-a no colo novamente com cuidado e entrou com ela, o local não era muito grande então facilmente ele achou o quarto, a colocando em cima da cama. Saiu dali e pensou em procurar algo para que podesse limpa-la ao menos um pouco, ele não sabia o que fazer, só queria ajudá-la, de alguma forma. Até que logo após fechar a porta ele ouviu um murmúrio vindo do quarto e se apressou até lá. Ao entrar na porta ela se esquivou na cama indo para trás, com medo.

— Calma, eu só estou aqui para ajudar, não vou te fazer mal. 

Ele disse ainda de longe, ela o fitava ofegante e desconfiada.

— Você desmaiou, te encontrei quando caiu, na rua. Te trouxe pra casa. Tem algo que eu possa fazer por você?

Ele tentou se aproximar um pouco mais mas ela ainda se esquivava então ele parou por ali.

— Fale... Fale alguma coisa.

Ela engoliu seco, ele realmente parecia estar querendo ajudar.

— Pode... Pode me ajudar a levantar da cama?

Ela falou baixo, com receio em cada palavra que saia de sua boca. Patrick só conseguia pensar no que deviam ter feito aquela pobre moça para ela estar parecendo um animal acuado.

— Não sei se seria uma boa ideia...

— Por favor?

Ela pediu num tom apenas um pouco mais alto e ele concordou e se aproximou dela, lhe apoiando a ajudou a ficar de pé, o que não durou muito tempo pois ela caiu sentada na cama de volta, não tinha forças, todo o seu corpo doía.

— Eu só preciso chegar até o banheiro...

Ela sussurrou quase que só para ela mas ele ouviu.

— Eu te ajudo.

Falou tentando lhe passar confiança e ela olhou para os olhos do homem, seus olhos azuis escuro, ela confiou nele. Estendeu a mão e ele pegou em seu braço a ajudando a levantar e o colocando por cima de seus ombros caminhou devagar com ela até a porta do banheiro, dali ela conseguiu ir se apoiando e ele fechou a porta, logo ouviu o barulho da água. Ficou ali até que ela saísse, lhe alcançou toalhas e a ajudou a voltar para o quarto, em nenhum momento sequer olhou para o seu corpo, o que a ajudou a ter mais confiança nele. Agora novamente escorada em sua cama ela o olhou, ainda estava machucada, mais suas feridas estavam limpas, ao menos as superficiais, ainda precisava de um analgésico e colocar alguma roupa, ela estava apenas enrolada na toalha, mas estava frio naquela noite.

— Você já pode ir.

Disse à ele.

— Você tem certeza? Não precisa de mais nada?

— Tenho. Me viro daqui pra frente. Obrigada por me ajudar, não vou esquecer você.

Ele sorriu fraco.

— Tampouco eu irei você. Espero que tudo fique bem.

Disse a acenou sua cabeça, ela fez o mesmo e o viu virar as costas e ir embora.

No dia seguinte Sebastian chegou em casa abrindo a porta com força e chamando alto pelo nome da loira, seu coração disparou e ela despertou se sentando na cama com o máximo de força que tinha. O vendo entrar irritado no quarto.

— Sabe o que eu fiquei sabendo? Hum?? Que o porteiro me disse?? Sua putinha! Que ontem a noite um homem subiu pra cá com você no colo e demorou pra descer. Eu quero saber de que porra ele tá falando??!!

Ele gritou avançando nela e Vera se encolheu o máximo que conseguia pondo as mãos em frente ao rosto.

— Não, não por favor, não me bate. Eu juro que eu não fiz nada, eu juro, não aconteceu nada. Não me bate.

Ela implorou e sua voz começara a embargar pelo choro, então ele baixou a mão.

— Fala logo!

Ele disse sem paciência e ela explicou para ele o que aconteceu. Ele apenas a olhou ainda raivoso e pegou forte em seu braço a aproximando dele.

— Mais uma gracinha sua e eu te quebro na porrada, você me ouviu??!!

— Uhum...!

Ela respondeu sacodindo a cabeça, obediente, e com medo. Seu choro ameaçando a vir, ele a largou violentamente na cama e apenas virou as costas batendo a porta novamente. Vera se recostou na cama e deixou seu pranto tomar conta.

                         ~~~

Taissa sabia da conversa e como estava apreensiva e preocupada com sua irmã, já a esperava em casa. E assim que ela entrou cansada, com o corpo mole e pesado a menina já apontou.

— E então??!

— Só me dá um tempo, tá? Preciso de um banho.

A mais nova apenas concordou com a cabeça, sabia o quanto aquelas memórias mexiam com ela, por mais superior que ela tentasse ser até para ela mesma, e ela era. Todos nós somos frágeis em algumas pontas.

Algum tempo depois ela apareceu na sala. Se sentando no sofá ao lado de Taissa e fitando a vista de sua enorme janela, ascendeu um cigarro em silêncio puxando a fumaça e a soltando ainda sem olhar para ela.

— Ei... Não quer falar comigo?

Ela disse branda, mostrando que estava ali para apoia-la e compreende-la apenas. E então Vera suspirou e olhou para a mais nova.

— Eu estava enganada. Ele não é nenhum canalha como eu estava pensando, como eu já imaginava que ele não fosse.

— Então me diz o que houve? Te conheço, sei que você não está bem.

— Acabei lembrando de algumas coisas.

— O que ele te falou?

— Ele continua tão doce, tão... compreensível e gentil, estamos nos tornando bons amigos.

— E isso ainda nem é tudo... Não é?

Ela sorriu e Vera lhe respondeu com um mais fraco.

— Toma cuidado pra não se apaixonar, maninha. De novo.

— Não... Ele já tá fazendo de mais, não preciso de mais isso. Nem sendo ele quem é, não vou me deixar cair nessa. Eu ela não pega.

Falou referindo-se ao sentimento e voltou a olhar para janela puxando e soltando a fumaça mais uma vez. Depois de alguns minutos Taissa soltou o ar e voltou a falar.

— Que lembranças foram essas?

— De quando ele me encontrou a primeira vez. 

— E como foi isso? Lembro de você dizer que ele te ajudou.

— Ele me achou caída na frente do meu prédio e me levou até em casa. 

Ainda sem a olhar ela intercalava as palavras as tragadas. 

— E...?

— Não quero ter que te contar isso, Taissa, por favor. 

— E pra ele? Você contou? Ele sabe de tudo que aconteceu quando te encontrou? 

— É claro que não. Sabe tanto quanto o que eu acabei de dizer. 

— Nem em Paris você nunca contou pra ele o que realmente aconteceu? 

— Não, Taissa! – Virou seu rosto para ela um pouco alterada. — O que você queria que eu dissesse?? Que o que aconteceu comigo pra ele me encontrar naquele estado foi que o meu namorado me entregou para quatro homens me estuprarem e me espancarem pra depois me largar como seu eu fosse um nada na porta de casa?!!

Ela respirou mais rápido vendo as lágrimas descerem dos olhos da menina e abaixou o seu olhar. 

— Desculpa, eu não queria ter te contado isso eu... Eu falei pra você, petit. 

Ela se aproximou e limpou as lágrimas de seu rosto a abraçando contra seu peito e fazendo carinho em seus cabelos onde depositou um beijo cuidadoso. 

— Vera. 

A chamou em um tom mais sério voltando a olhar para ela enquanto ela levou o cigarro aos lábios mais uma vez. 

— Você precisa contar pra ele. Precisa contar sobre a gravidez. 

Ela o tirou e jogou a fumaça voltando a olhar para o lado contrário mas logo voltando a olhar para a mais nova.

— Que diferença vai fazer agora ele saber que teve um filho comigo? Eu não quero pensar sobre isso, só vai trazer mais dor, não vou contar pra ele. Nunca.


Notas Finais


Fofos né? Esperem só pra ver quando a fofura virar fogo


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