História Consequences - Preocupações

 

Nash Grier

 

Depois da bagunça da madrugada passada, entre Eu, Violet, Samuel, Gilinsky e Taylor, viemos todos para casa; estávamos todos acabados de tanta bebida ingerida. Minha cabeça doía e eu havia vomitado em meu banheiro mais de cinco vezes. Meu nariz – onde Wilk me socou – estava bem vermelho e ainda permanecia dolorido. O que deixava meu ódio mortal por ele ainda maior.

 

Cai na cama de tão fraco que eu me encontrava e só acordei agora; marcando no relógio vinte e uma horas da noite.

 

Estralo os dedos de minhas mãos e espreguiço meu corpo, criando coragem para levantar de minha deliciosa cama. Assim que eu me levanto, desço as escadas até andar debaixo, procurando por Cameron, mas pelo jeito ele ainda não havia chego.

 

Dallas anda me preocupando bastante em relação a Alexis Lahey. Meu melhor amigo vive lá e acabou pegando um sentimento por aquela garota, e isso complicava demais as coisas e o nosso real plano.

 

Não assaltamos mais há quase um mês. E isso nunca aconteceu nos últimos três anos.

Aquela garota não estava apenas transando com o meu melhor amigo. Ela estava trazendo o meu melhor amigo de seis anos atrás de volta. E isso não era nada bom.

 

Se alguém falasse para Cameron escolher entre assaltar uma loja e ficar com a Alexis, ele escolheria ela na mosca. Sem nem pensar ou sequer piscar. E isso iria transformar-se em uma tremenda merda, não só para mim, mas como em nossa amizade e a gangue.

 

Vou até a cozinha e os meninos já jantavam na enorme mesa, rindo de alguma coisa estúpida que algum deles dissera.

 

— A Bela Adormecida acordou, gente! — Taylor berra. — Parece que a noite anterior foi boa.

 

— Você não sabe o quanto. — Sorri malicioso.

 

Eu ainda não podia falar quem foi a sortuda da noite para ninguém, – além do Cameron, e do Gilinsky que já sabia, óbvio – por causa do Hayes. Se ele descobrisse que eu transei com a Violet, ele cortaria a minha garganta e chutaria minhas bolas. Não posso correr o risco.

 

— E quem foi a garota, predador? — Questiona Carter com um tom malicioso.

 

— Se eu lembrasse, contaria. — Minto, virando a panela de macarronada em meu prato. — Não aguento mais comer massa.

 

— Isso é o que tem para hoje. — Matt da de ombros. — Sem Sierra, sem comidas maravilhosas.

 

— Não podemos depender dela para sempre, afinal, ela não é nossa empregada. E não podemos ter uma por causa do nosso dia a dia. — Diz Hayes, pondo seu prato na pia.

 

— Que dia a dia? Não assaltamos nada há quase um mês! — Gilinsky bufa. — Se o Nash não tivesse perturbado o Cameron, ele não havia nem pego aquela joia da Alexis.

— Preciso falar com o Cameron sobre isso. — Coço minha nuca pensativo, enquanto me sentava — Precisamos fazer alguma coisa até semana que vem. Preciso

sentir novamente a adrenalina em minhas veias.

 

— Preciso sentir o cheiro de dinheiro mesmo. — Taylor fala rindo. — Aí nós podemos comprar algumas comidas e procurar na internet como prepará-las e conseguimos sobreviver.

 

— A criatura só pensa em comida, credo. — Shawn, que estava calado até agora, se pronuncia rindo.

 

Termino de jantar junto com os meninos. Eles estavam tentando se recordar de quantas mulheres pegaram na noite passada. E foi até um pouco engraçado o jeito que eles discutiam. Eu apenas não conseguia tirar nosso problema da cabeça. Tenho medo de aquela garota transformar meu melhor amigo. Dele se apaixonar por ela. Pois seria meio impossível isso não acontecer. Alexis é perfeita. Bonita, cheia de curvas e é rica. Porém Cameron não pode se apaixonar por ela. Ele voltaria a ser o Cameron Dallas apaixonado de alguns anos atrás. Que corria atrás das garotas e fazia coisas românticas. E aí acabava nosso plano. Nossa gangue e tudo o que conquistamos.

 

Matthew e Carter levavam a louça enquanto Shawn e Aaron secavam e guardavam tudo. Ninguém merece uma Sierra irritada mais uma vez na semana. Ela faz de tudo por todos nós, mas quando nós bagunçamos alguma coisa, ela fica puta.

 

Ouvimos a porta da frente ser aberta e corro para ver quem era. Encontro um Cameron com um sorriso bobo nos lábios.

 

— Precisamos conversar. Para o escritório, agora. — Digo sério e ele revira os olhos, seguindo-me até o escritório.

 

— Diga, Grier. — Ele senta-se em sua cadeira.

 

— Faz um mês que não assaltamos nada porque você está sempre com a Alexis, Cameron. — Falo — Os caras já notaram isso também e não estão nada contentes. Estamos organizando um assalto à loja da Prada em Beverly Hills há cerca de dois meses e não conseguimos por em ação porque você nunca pode.

 

— Vamos fazer hoje. — Sorri abertamente. — Se vocês andam planejando há dois meses, vamos fazer hoje.

 

— Você está brincando? — Pergunto e ele nega.

 

— Quero ver o plano. Mande eles se preparem.

 

ღღღ

 

03:30

 

 

Após a ideia de Dallas de assaltarmos uma das lojas mais caras do mundo nessa madrugada, todos ficaram radiantes e alegres. Mostramos o plano A, o B e o C, para Cam, que adorou todos eles. Não tinha como dar errado. Foi uma das melhores ideias de Matthew e Hayes.

Shawn e meu irmão já sabiam exatamente como hackear todas as câmeras de segurança, alarmes e tudo de proteção que tinha naquela loja.

 

Uma hora dessas deve ter no máximo quatro seguranças que vamos apagar com o meu querido "boa noite Cinderela".

 

Cameron sempre foi contra a violência, então eu sempre guardava o líquido para momentos como estes.

 

Já nos encontrávamos no carro, preparados para sair a qualquer momento. Coloquei as duas armas em minha cintura, assim como Cam, Taylor, Matt e os Jack's. Hayes olhava a câmera de segurança para ver se estava tudo bem. Shawn trabalhava em seu computador para desativar ou descobrir a senha do alarme de segurança da loja. Desativando o principal, conseguíamos desativar todos os de mais.

 

— Consegui. — Fala Mendes. — Desativei.

 

— Boa! — Falo conferindo as mensagens. Aaron e Carter estavam passando pela loja para ver se tinha pessoas por perto. — Carpenter falou que não tem nada, nenhum segurança.

 

— Nem lá dentro. — Diz Hayes. — Estou vendo a loja por dentro e não tem rastro de ninguém.

 

— Estão pedindo para serem assaltamos. — Dallas revira os olhos. — Avise para o Aaron que estamos indo.

 

Concordo e mando a mensagem. Eles não podiam voltar para o carro agora, então foram dar um tempo num posto de gasolina aqui perto.

 

Saímos do carro em pares, um de cada vez. Andamos até o fundo da grande loja e arrombamos a porta, que se caso Shawn não tivesse desativado o alarme, ele já havia sido alarmado.

 

— Agora vocês vão ter que andar um pouco. — Diz Hayes na ligação. Ligo a lanterna de meu celular em uma mão e na outra a arma de choque.

 

— Pra que isso? — Johnson questiona.

 

— Vai que tem alguém aqui. Nunca se sabe. — Ele da de ombros e volta a andar.

 

— Perfeito. Agora virem à esquerda, depois de uns dez passos, virem à direita e estarão no cofre onde guardam o ouro.

 

— E não se esqueçam! Quinze minutos! — Shawn grita do outro lado da ligação.

 

Quinze minutos era o tempo máximo que o alarme ficava desativado.

 

Fizemos o que Hayes havia mandado e chegamos ao cofre.

 

— Tem luz isso aqui não? — Matthew pergunta assim que quebramos o cadeado da porta.

 

— Está com medo do escuro, Espinosa? — Taylor zomba-o.

 

— Calem a boca. — Respondo e tateio minha mão na parede, procurando o interruptor.

 

Quando eu finalmente o acho, movimento a peça para cima e a luz acende.

 

— Qual o código do cofre, Mendes? — Gilinsky pergunta.

 

— 2603057 — Responde e Dallas vai apertando os botões.

 

— Fiquem na porta! — Mando Matt e Taylor ficarem na porta da sala e sigo Cameron para dentro do enorme cofre.

 

— Relógios! — G mostra alguns em suas mãos.

 

— Coloque na mochila o que conseguirem. — Diz Cameron. — Ainda temos que achar onde guardam o dinheiro.

 

— Eu achei! — Fala Hayes, ainda na ligação. — No final desse corredor, tem um quadro da loja, certo? — Assentimos e fui até o quadro, tirando-o da parede e achando um cofre menor. — A senha é 1913.

 

Digito o número e vejo algumas pilhas de dólares.

 

— Paraíso. — Falo, pegando alguns bolos de dinheiro e colocando em minha mochila.

 

— O paraíso está terminando. — Fala Johnson, mostrando seu celular.

 

Carter:

 

CARAS SAIAM DAÍ AGORA

 

ESTAMOS AQUI NO POSTO JUNTO COM QUATRO SEGURANÇAS GIGANTES COM O UNIFORME DA LOJA

 

ELES ESTÃO INDO PARA AÍ

 

CORRAM LOGO PORRA

 

Enviadas ás 03:43

 

— Estamos fodidos se não sairmos daqui agora! — Falo, fechando o cofre.

 

— O que é isso? — Ouvimos uma voz grossa na sala e arregalo meus olhos. Logo um grande segurança aparece na porta do cofre e rapidamente aponta sua arma para nós.

 

Cameron tira a sua e aponta em sua direção.

 

— Acho que a minha faz um estrago maior que a sua. — Fala Cameron num tom sarcástico. — E também... Somos quatro contra um.

 

Sorrio cínico, pegando a fita isolante da minha mochila.

 

Depois de alguns minutos, o segurança gordinho estava preso dentro do cofre com fita isolante e com um pouco de boa noite Cinderela em suas narinas para não lembrar-se de nada.

 

— Cinco minutos! — Hayes fala do outro lado da ligação. — Shawn está tentando ver se consegue mais alguns minutos de bônus.

 

Saímos correndo, procurando Taylor e Matthew. Os corredores estavam escuros e não conseguia enxergar absolutamente nada.

 

— Um segurança está porta principal. Venham pelo outro lado e estaremos esperando vocês lá. — Avisa Hayes. — Três minutos!

 

Corremos mais rápido, até chegar à porta por onde entramos. Encontrando Taylor e Matthew com outro segurança caído no chão.

 

— Ele apontou a arma para o Taylor, eu apenas bati com a minha nuca dele e o Tay deu um chute nancara dele. — Matt defende-se.

 

— Tinham quatro seguranças. Um aqui, outro no cofre e outro na porta principal. Falta...

 

— Estou bem aqui! — Outra voz grossa fala ao nosso lado e sinto uma dor forte na lateral de minha barriga, cambaleando para trás, caindo sobre Gilinsky. As ultimas coisas que lembro-me antes de apagar, foi Cameron atirando no segurança e Jack me carregando nos braços. O alarme disparando e os caras correndo até o carro.

 

ღღღ

 

Cameron Dallas

 

Meu melhor amigo tinha levado um tiro. Nunca me senti tão puto em toda a minha vida e a única coisa que eu pensei que nunca faria na minha vida, eu fiz. Eu atirei de volta no cara. Não sei se ele morreu. Mas sei que meu irmão quase morreu. Ver Nash naquele estado foi como se eu também tivesse levado um tiro.

 

Nesses últimos três anos, desde que começamos nessa vida, nunca nenhum de nós levou um tiro e nem atiramos em ninguém. Hoje as coisas mudaram. Vi um lado meu que nunca imaginaria que existisse dentro de mim.

 

Viemos correndo para casa com Nash inconsciente. Eu estava desesperado, pois não podíamos levá-lo para um hospital ou seriamos presos.

 

Shawn nos deixou em casa e correu numa farmácia 24horas junto com Aaron para comprar curativos.

 

Deito Nash no sofá, rasgando sua blusa e vendo o machucado. A bala havia passado de raspão, porém estava sangrando muito. Hayes trás correndo um pano com água e passo por seu machucado, limpando o líquido vermelho escuro.

 

A porta abre com tudo e tenho a imagem de Shawn, Aaron e Sierra, desesperada.

 

— Passo uma noite longe de casa e vocês deixam alguém levar um tiro? — Grita.

 

— Sierra, pelo amor de Deus, não grita! Eu já estou bem nervoso. — Respondo desesperado, puxando a sacola das mãos de Aaron.

 

Minha irmã me ajuda e fazemos o curativo no machucado. Ele havia perdido bastante sangue, e por mais que fosse só de raspão, Nash era bem dramático.

 

— A sorte de vocês é que foi de raspão! — Sierra murmura.

 

Minha cabeça rodava diante de tudo o que aconteceu nesse dia com meus amigos. E a culpa foi minha. Se eu estivesse importando-me mais com eles do que com a Alexis, eles não teriam cobrado-me e isso não teria acontecido.

 

Nash ainda estava inconsciente na sala de estar. Sierra estava tomando banho em seu quarto. Eu estava sentado no escritório trancado e os garotos na sala de estar junto com Nash.

Alexis estava me mandando milhares de mensagens e eu estava apenas ignorando-as. Foi por eu passar tanto o meu tempo com ela, que me afastei de meus amigos e minha irmã.

 

— Cameron, o Nash acordou! — Ouço um grito da sala e corro até eles.

 

Nash estava deitado, ainda acostumando-se com a claridade causada pela lâmpada.

 

— Você levou um tiro de raspão, mas está bem! Cuidamos de você. — Hayes falava calmamente. — Cameron cuidou do cara que atirou em você.

 

— O que ele fez? — Nash pergunta.

 

— Atirei nele. — Respondo baixo e Hamilton fica me encarando por alguns segundos.

 

— Deixem-me a sós com o Cam, por favor. — Pede e todos saem. — Por que atirou nele?

 

— Porque ele atirou no meu irmão. — Respondo, sentindo meus olhos marejados.

 

— Não precisava...

 

— Precisava, Nash! Porque se eu passasse mais tempo com vocês do que com a Alexis, isso não teria acontecido. Desculpa-me. Sério. Eu prometo voltar ser o antigo Cameron antes da Alexis. Eu prometo! — Digo rapidamente, sentindo uma lágrima cair de meus olhos.

 

— Cameron, para! — Ele ri fraco. — Está tudo bem, bro.

 

— Você levou um tiro, Nash!

 

— De raspão.

 

— Mas poderia ter morrido.

 

— Mas não morri.

 

— Eu te amo, Nash.

 

— Eu também te amo, irmão. — Ele responde e sorri, levantando-se devagar e me abraçando.

 

Continua...