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História Consequência Perfeita - Os ares da praia


Escrita por: miedoaperderte

Notas do Autor


OIE <3
Primeiro, li todos os comentários (no caso surtos psicóticos) de vocês no ultimo capítulo e estou MUITO feliz que estão gostando dos rumos que a história está tomando, mas não tive tempo de responder, sorry. Sei que querem Lutteo juntos de uma vez, mas me alegra saber que estão entendendo todo esse processo lento para ele finalmente ficarem juntos. Amo como vocês estão imersos na história deles!!!
Segundo, esse capítulo não tem a Sol <//////3 mas ela volta capítulo que vem, mais preparada do que nunca para juntar os pais.
Terceiro, cês tão preparados?

BOA LEITURA!!!

Capítulo 28 - Os ares da praia


Luna Valente

Um dos fatores que me fez aceitar me mudar para San Diego foi a praia.  Confesso que os anos na Argentina me fizeram sentir muita falta desse estilo de cidade praiana onde as pessoas naturalmente parecem mais felizes. Poder sentir a brisa do mar é uma das melhores sensações, acho que isso é que dá essa leveza e simplicidade para qualquer lugar que tenha praia.

Enquanto Matteo terminava de pagar a conta, depois de uma grande discussão por eu querer dividir e ele querer pagar tudo, vim até a parte de fora do restaurante, um deck de madeira com escadas e um caminho que levam até a areia da praia. Quando estou nervosa ou quero colocar os pensamentos no lugar, gosto de respirar um pouco desse ar que vem do mar. E depois desse jantar, tudo que eu mais preciso é organizar meus pensamentos.

- Concentrada no mar? – levei um susto leve com Matteo me tirando da minha concentração.

- Sentindo um pouco de ar fresco no rosto. É renovador.

- Você ama praia, não é? – apoiou os braços no parapeito, assim como eu.

- E tem como não amar? Olha a imensidão do mar, é uma coisa que traz tanta paz e que acalma. Quando eu andava de patins por Cancun, sem nenhuma preocupação, esse vento no rosto me trazia sensação de liberdade. Acho que a mescla mais perfeita é poder andar de patins sentindo a brisa do mar. – fechei os olhos e sorri sozinha – O que te traz sensação de liberdade?

- Não sei. – abri os olhos exclusivamente para encará-lo – Cantar, compor, conseguir expressar coisas que tenho dificuldade. Qualquer coisa que consiga me libertar do estresse de trabalhar em um escritório é válida. Patinar também já foi uma coisa que me fez sentir liberdade, mas com as circunstancias da vida foi virando uma coisa que raramente faço. – pendeu a cabeça para baixo – Dizem que nadar pelado é a coisa mais libertadora que tem.

- Não. Nem pensar. – neguei antes mesmo dele falar alguma coisa.

- Eu nem falei nada. – e nem precisava.

- Mas pensou. – cruzei os braços.

- E você também.

- Não pensei coisa nenhuma.

- É claro que pensou. Se eu nem te disse nada sobre nós dois nadarmos juntos, você pensou isso sozinha. – sorriu.

E vê-lo sorrir mais uma vez me fez sentir as famosas borboletas no estômago. Não sei nem explicar o quão estranho era pensar na possibilidade de estar me apaixonando outra vez por ele. E mais estranho ainda, estar sentindo as mesmas coisas daquela ingênua menina de 15 anos que se negava a admitir que morria de amores por um mauricinho arrogante.

- Não importa quem pensou ou não, isso não vai acontecer.

- Nem se a gente casar, comprar uma casa com piscina e estivermos sozinhos em casa, sem risco de nenhum vizinho ver? – levantou uma das sobrancelhas. Eu tinha pausado na parte em que ele falou sobre casar. A última coisa que eu quero, depois do desastre em Las Vegas, é casar.

- E quem disse que eu quero casar?

- Não quer? – ainda que eu tenha dito em tom de brincadeira, vi alguma coisa na expressão facial dele mudar e o brilho dos olhos se perder.

- Ainda é um assunto delicado para mim. – admiti e ele suspirou, como se tirasse um peso dos ombros.

- Nesse caso eu não faço mais brincadeiras com o assunto. Desculpa. – dei um leve sorriso e resposta – Mas a proposta de nadar sem roupa segue de pé.

- Eu preferia quando nós dois ainda não tínhamos essa intimidade toda e você não se atrevia a fazer certos tipos de propostas.

- Temos intimidade?

- Temos, não temos? Quer dizer, você está propondo nadar pelado comigo, imagino que não faça isso com outras pessoas. Ou faz? – olhei de relance, deixando escapar aquela sorrateira faísca de ciúmes que sai sem perceber.

- Não. É claro que não. – tratou de se justificar rápido, e isso me fez rir – Só é difícil entender você. Mas se você diz que temos intimidade, ótimo.

- Não é difícil me entender. Sou tão espontânea e não sei esconder o que sinto. Achei que fosse simples saber como eu penso.

- Simples? Luna, eu queimo engrenagens na minha cabeça tentando calcular qual vai ser a sua reação a coisas que faço. Penso mil vezes antes de dar um passo com medo de que você entenda mal e saia gritando comigo sem nem dar tempo de eu me explicar. Por isso me surpreendeu você dizer que temos intimidade.

Era um pouco fofo ver a maneira como ele estava se comportando. Esse Matteo que pensa antes de agir é novidade para mim. Estou acostumada com a versão dele que age por impulso e depois tenta remendar tudo como se fosse possível. Mudo minha atenção para o mar outra vez, e assumo que talvez ele tenha razão sobre eu ser uma pessoa complicada às vezes.

Enquanto observo o horizonte posso sentir o olhar dele queimando a minha pele. Nunca, e quando eu digo nunca, é nunca mesmo, outro homem me olhou tão intensamente do modo que ele faz. Assim, como se tivesse o poder de fazer meu corpo virar pó apenas com a força da mente. Fecho os olhos outra vez, inspirando e soltando o ar de forma calma, mesmo assim meu corpo ainda reage ao viciante olhar que ele insiste em colocar sobre mim.

- Quer dar uma volta na areia? Nunca tivemos oportunidade de fazer isso juntos. – O encaro, pensando no que se passa detrás daqueles perfeitos olhos café tão chamativos e sedutores. Se tem uma coisa que odeio é o fato dele nem precisar se esforçar para ser sedutor. Ele respira e isso já é suficiente para exalar qualquer tipo de hormônio que atrai mulheres. E infelizmente me incluo nessa lista – Ei, é só um passeio na praia, o que tem de mal nisso?

- Muitas coisas. – discordo dele só para não perder o costume.

- O máximo que pode acontecer é rolar um remember na areia. Eu topo tranquilamente. – reviro os olhos, ele coloca as mãos no bolso da calça jeans e sai andando em direção ao mar.

- VOCÊ É UM INSUPORTÁVEL. – grito andando a passos firmes até ele.

- E VOCÊ AMA QUE EU SEJA ASSIM. – grita em resposta, convencido e arrogante. É dessa versão de Matteo Balsano que eu falei um pouco antes – Não consigo não falar essas coisas, é mais forte que eu. E você não deveria se envergonhar.

- Não vamos ter um remember na areia. – ele dobra barra da calça enquanto eu falo.

- Eu sei disso. – ri fraco – Nem quero. Aliás, quero muito, mas não aqui, e muito menos enquanto você não estiver segura o suficiente para isso. Posso fazer essas brincadeiras um milhão de vezes, mas não vou te forçar a nada. Tudo no seu tempo. Inclusive isso.

Sorrio com as palavras dele e com o jeito que ele as disse.

- Você também acha estranho estar conquistando a mãe da sua filha?

- Bizarro. Uma coisa é fazer esse jogo da conquista com uma estranha. Outra coisa é fazer isso com a mulher que colocou no mundo uma cópia minha. Não teria tanto cuidado assim com alguém aleatório. – confessa e o encaro com as sobrancelhas franzidas – To sendo sincero, eu convidaria ela para dormir comigo na primeira oportunidade que tivesse.

- Uau, eu realmente não precisava saber dessa informação. – chuto a areia – E por que todo esse cuidado comigo? – encaro nossos pés andando lado a lado.

- Porque eu estragaria tudo se não fosse assim. Você precisa desse cuidado. Não é um esforço para mim, como você deve estar pensando. E mesmo que fosse, você vale qualquer esforço.

Entrelaço nossas mãos. Sendo sincera, não sei porque o faço. Não sei lidar direito com nada nessa estranha situação de estar voltando a sair com o pai da minha filha. Posso apostar que ninguém no mundo tem uma história como a minha. Sai de um país longe daqui e vim parar na mesma cidade que ele, ele me salvou de um casamento que estava fadado ao fracasso e agora estamos tendo uma relação que não sei se nomear como amizade colorida, ou coisa do tipo. É talvez eu deva chamar de coisa do tipo.

Andamos um tempo pela praia conversando assuntos diversos. Fiz ele prometer que não faria mais brincadeiras ou falaria frases com duplo sentido até o fim da noite, caso contrário não teríamos um segundo encontro. E ele se esforçou para guardar as piadas de mal gosto para si mesmo. Minha cabeça segue sendo um constante vai e vem de informações que se contradizem. Mas no momento me importa mais o que estou sentindo. E estou bem, segura, feliz. Estou o oposto da Luna que foi traída um dia antes do casamento, o oposto da Luna que chorou meses sem reposta do Matteo. Estou sentindo que finalmente vou ser capaz de começar uma nova etapa.

Num segundo de descuido, prestando atenção num casal que vinha na direção contrária com duas crianças, perdi o equilíbrio e fui amparada pelos rápidos braços que me rodearam pela cintura e pelos joelhos. Dois segundos foram suficientes para uma ideia sem pé nem cabeça passar na mente dele e eu começar a me debater contra ele, sem conseguir efetivamente ser colocada no chão.

- Eu juro que se você me jogar na água nunca mais olho na sua cara. – bati com mais força, o que aparentemente pareceu engraçado para ele.

- Não é força, é jeito. Se você pedir com jeito, eu te solto. – correu para água – Quer que eu te solte?

- Não! Aqui não. Essa água deve estar puro gelo. Volta pra areia, Matteo. Por favor. – deixei de estapear o peito dele e me agarrei em seus ombros, tomando cuidado para não derrubar minhas botas na água. Seria o cumulo além de tudo perder os sapatos.

- Está gelada sim, mas suportável. – girou e me segurei ainda mais a ele

- Para com isso. Não tem graça.

- Luna, por favor, não vou te derrubar. Não confia mesmo em mim, né?

- É lógico que confio em você. – assim, espontaneamente, sem eu nem perceber, disse o que ele mais queria ouvir, ainda que  isso era uma verdade relativa, já que servia para algumas questões, como Sol, mas não para outras, como entregar outra vez meu coração a alguém – Agora sai da água e me coloca no chão, por favor.

Tive que utilizar minhas estratégias de jogo para convencer ele a sair do imenso cubo de gelo, conhecido como oceano pacífico. Mudei meu tom de voz e apelei para o contato físico, apoiando a cabeça no ombro e falando baixo perto do ouvido dele. Não queria ter que fazer isso, mas ele pediu. Como reação pude perceber como ele engoliu a própria saliva e os músculos ficaram tensos. Não era só ele que ainda sabia como me deixar anestesiada, eu também não perdi meus poderes sobre ele, e adorei saber disso.

Em terra firme, ou no caso areia, me certifiquei que nós estávamos metros o suficiente longe do mar e que ele não me pegaria desprevenida outra vez. Fui obrigada a encarar os olhos café e me perdi neles tão profundamente que não reagi a repentina aproximação dele. Tão repentina que gerou um choque. Apoiei meus braços sobre os dele para me manter estabilizada e minhas mãos tremeram de leve. O que estava acontecendo comigo? Em sequer um segundo mudei meu olhar dos brilhantes olhos a minha frente. Ele mudou. Rápido e sem duvidar, encarou meus lábios e abriu os seus de leve, em um movimento que pareceu durar uma vida. Como quem espera por um sinal verde, ele se manteve estático, analisando minha boca, parecendo querer fazer uma tese de mim páginas sobre ela; meu sinal verde foi um longo suspiro que não deu margem para dúvidas, eu queria beijá-lo tão intensamente quanto ele parecia querer atacar mina boca e não soltá-la jamais.

Perdi qualquer controle. Estava imersa aos toques pareciam fazer uma fusão dos dedos dele na minha pele. Como quem pede licença, a língua dele se colocou de forma sutil entre os meus lábios, aprofundando esse beijo que era como uma necessidade de respirar. Senti meu coração bombear freneticamente sangue para todo corpo, aquecendo o que já estava quase entrando em combustão. Ao fundo ouvi o barulho das minhas botas caindo no chão, precisava das duas mãos para me manter estável e não cair. Uma das mãos dele se enterrou nos meus cabelos, obrigando meu corpo a se aproximar ainda mais dele, como se houvesse forma possível disso acontecer, como consequência nossos quadris se encontraram e ouvi ele soltar algum barulho incompreensível.

Meu pulmão queimava, minha pele queimava, tudo queimava, cada poro de mim se tornava pó ao toque dele. Caminhei para trás sendo guiada por ele e bati as costas contra alguma coisa que imaginei ser o deck do restaurante que jantamos.  Em seis anos eu não cheguei nem perto de sentir essa montanha russa de coisas que passa pelo meu corpo com um mero e simples beijo, que de mero e simples não tem nada.

A falta de oxigênio estava sufocando, mas pensar acabar esse momento sufocava ainda mais, porque nem eu mesma sabia como iria reagir e se isso voltaria a acontecer tão cedo. O excêntrico sabor que ia ficando marcado na minha boca era só uma das coisas que eu senti falta todo esse tempo e que nunca era suficiente, que eu sempre queria mais. No elevador, na casa dele, na pista. Nenhum desses beijos foi suficiente ou matou essa vontade e necessidade que meu corpo tem dele, que eu tenho dele, que ele tem de mim. Talvez nunca seja suficiente, e por isso essa sensação de estar provando a droga mais viciante que existe, que faz adrenalina viajar pelo meu sangue e apaga da minha mente qualquer coisa, deixando apenas uma nuvem sem nenhum valor.

Fomos interrompidos pelo toque do meu celular, e foi como sentir um balde de água fria caindo sobre mim ou como se ele realmente tivesse me jogado no mar. Com a respiração agitada e os pensamentos nebulosos, demorei a assimilar que precisava abrir a bolsa e ver quem estava me ligando. Nossas testas coladas e o hálito dele ainda nos meus lábios não ajudavam em nada na minha tentativa de concentração.

- Juro que se não for a Sophie ligando para dizer alguma coisa importante sobre a Sol, eu vou odiar a pessoa que atrapalhou esse momento. – disse com a voz cortada, ainda me segurando pela cintura.

Tomei um pouco de espaço para abrir a bolsa e tirar o celular, que não parou de tocar, mesmo com a minha demora a atender. Visualizei o nome na tela e Matteo esticou a cabeça para conseguir ver também.

Só podia ser brincadeira.


Notas Finais


E ai?
O que me dizem?
Teve beijo na praia sim!!! Você quer @ disney?
E só por curiosidade, quem ligou para a Luna e interrompeu essa benção de momento Lutteo? Façam suas apostas, quero ver se alguém vai acertar (eu duvido, mas vamos lá).

Comentem e façam Luana feliz :)
Nos vemos <3


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