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História Conto do Castiel - Versos e Música (CAPÍTULO ÚNICO)


Escrita por: chocoby

Notas do Autor


oláaaaaaaaaa

vamos para mais um capítulo da coletânea dessa vez estreando Castiel!!!!!!!!!! olá castieters <3

obrigada para quem está acompanhando, até então está sendo um challenge incrível! obrigada pela fidelidade de vcssss, lembrem de pedir se quiserem mais algum paquera de UL e LL

Se vc chegou de paraquedas aqui n se preocupe, vc pode ler um dos capítulos sem saber do outro, não há spoilers das histórias apesar de que elas se passam no mesmo universo. A coletânea estreou com o Lys! Se quiser conferir é só ir nas minhas histórias, aqui no meu perfil.

sem mais delongas, vamos lá?

Capítulo 1 - Versos e Música (CAPÍTULO ÚNICO)


- Coletânea Amor Verdadeiro -

Versos & Música:
Um conto sobre corações quebrados.

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Castiel era um menino quebrado.

Passara os dias de sua infância sozinho. E em seu mar de solidão, Castiel aprendeu o poder de imaginar: primeiro começou com brincadeiras de faz-de-conta. Brincava de marinheiro, super-herói e astronauta. Para uma criança tão pequena, o mundo era vasto e cheiro de cores e possibilidades, das quais ele mal podia esperar para aproveitar.

Amava banhos cheios de bolhas de sabão onde fingia ser um pirata. Ou nas tardes de filmes com a babá, quando ele pulava de um sofá para o outro como um atleta olímpico. Com certeza, tinha várias versões de só um menino.

Puro e inocente menino que mal podia esperar para viver.

Não se importava se estava sozinho, para Castiel sempre importava seu objetivo: aproveitar ao máximo.

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Ele era ingênuo.

Sempre observava seus pais sumirem diante dos seus olhos. O que tinha de tão importante no céu que eles nunca podiam estar em casa? Ele sempre ficava para trás. Até que os anos foram passando e os sons das rodinhas da mala já não lhe traziam a alegria, o barulho das chaves nem a voz de sua mãe o cumprimentando.

Dessa vez, ele apenas abaixou a cabeça por baixo das cobertas e não veio ao encontro deles.

Em um dia em especifico, Castiel de doze anos estava caminhando sozinho depois de uma tarde de chuva. O dia estava particularmente frio, as folhas amarelas e vermelhas caiam no chão, alguns trovões soavam, mas não preocupavam Castiel. Ele, apenas com uma jaqueta e jeans andava com as mãos no bolso, perdido em alguma curva de sua trajetória.

De todas as coisas que podiam chamar a sua atenção, uma vitrine em especial. No meio despojava de uma guitarra elétrica vermelha, tão bela que seus olhos nublados brilharam. Ele pôs as mãos no vidro como uma criancinha, admirava quem tinha a habilidade de toca-la.

Naquele dia ele voltou para casa com nada nas mãos, mas um sentimento no peito. Sentado em sua cama, uma canção de rock tocava nos fones e o ele deixou o barulho lhe envolver como a água.

 Mal sabia ele, que ali começava um caso de amor com ele e a música.

E era melhor evitar as brigas de seus pais quando nos fones, a batida o fazia surdo de qualquer coisa ao seu redor. Sem mais barulhos de vidro quebrando ou baques surdos. Apenas ele de braços abertos, entregue ao universo de sinfonias que ele acabara de descobrir.

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Castiel tinha dezesseis anos e pouca vergonha no rosto.

O começo do seu nono ano na escola parecia ter saído de um filme adolescente. Uma jaqueta de couro, cabelos pretos raspados na lateral de uma maneira considerada “sexy”, uma garota em volta de seu braço e uma guitarra na outra. Não era a qual ele sonhava acordado, mas ele precisava começar de alguma forma.

No intervalo, Débora gostava de cantar em quanto ele tocava. A maneira que ela sorria, o estilo e a confiança eram coisas que ele admirava. Ela não deixava se abalar e com ela, Castiel achava que conseguia conquistar o mundo, que nem aquele menininho sonhava um dia segurar na palma da mão.

Era um sonho.

Muitos amigos, um copo ou dois de álcool, e entre um gemido ou outro mais e mais música. As vibrações, as batidas e as vocais. Era ele e o mundo em um só. Aquela era a vida na qual todos falavam sobre? Por que talvez ele acabasse de provar o próprio céu.

Castiel amava quando seu coração batia tão rápido que ele mal podia escutar nada.

Não demorou muito para um pequeno grupo se formar. Um guitarrista, uma vocalista, um baixista e seu amigo, Jonny, que tocava a bateria. E eles queriam conquistar o mundo e para isso, eles precisavam de uma gravadora.

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E tão alto como a vida o levou, o tão baixo foi o que ela o deixou.

Seus pais brigavam cada vez mais, ele achava sua paixão mais e mais à música. Em um dia particular, ele saiu para a escola com sua guitarra nas costas e enxugando as lágrimas de mais uma briga. No momento que colocou seus pés na escola, ele sabia que as coisas estavam estranhas.

O olhavam com certa pena, outros apenas riam. Castiel nunca foi o cara que ligava para as aparências ou esse tipo de coisa, ele nem ligou. Precisava de um histórico da escola agora se quisesse uma emancipação antes do natal.

Mas a cena que estava além da sala do Grêmio Estudantil o fez querer vomitar. Por um segundo ele não teve reação ao ver o beijo entre Nathaniel e Débora. Pensou em gritar com ela, bater nele... Mas não. Nem quando eles se separaram e ela quis falar com ele, apenas falou com a moça da recepção, fez o pedido e saiu sem deixar uma lágrima.

Sentado em um banco de cimento, um cara estranho estava sentado ao seu lado. Ele escrevia algo em um bloco de notas. E quando menos Castiel esperava o estranho que parecia ter a sua idade lhe disse: “chore”.

E assim ele fez. Deixou tudo sair.

Tudo.

No final daquele dia miserável, ele descobriu que ela tinha assinado com a gravadora um contrato que valia três álbuns. Com a banda que eles formaram, ela deixou a cidade com uma carreira a frente e sua mão ao redor de Jonny.  

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Castiel era um adolescente quebrado.

No dia após ele se encontrou naquele mesmo banco, ao lado daquele garoto que só fazia escrever alguma coisa. Os dois estavam em silêncio e nenhum parecia incomodado um com o outro. Castiel olhava o céu nublado, seus olhos iam para todas as direções.

Havia algo em seu peito que queria sair. Ele só não sabia como tirar daí.

Até ele escutar um rasgo de papel.

“escreva”. O menino ao seu lado disse. “Qualquer coisa, vai ajudar”.

A partir daquele dia, Castiel tinha descoberto mais um universo, que ajudou a expandir a galáxia que era a sua mente. Ele agora passava o dia com aquele menino esquisito, Lysandre. Os dois trocavam de cadernos, pediam concelhos uns aos outros sobre as histórias. Eles se ajudavam a se erguerem.

Tempo depois Lysandre perguntou por que Castiel não tocava mais a guitarra.

E ele respondeu. “de todas as coisas que ela roubou de mim, a minha paixão foi o pior. Não consigo mais”.

Castiel criou uma barreira grossa em seu coração. Agora ele morava sozinho, apenas na companhia de seus cadernos e Lysandre que gostava de vir para tomar alguma coisa. Castiel escrevera letras, cifras... Mas nenhuma delas saiu do papel. Ele não conseguia.

Alguma coisa dentro de si estava simplesmente quebrada.

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Ela tinha fogo nos olhos.

De longe uma bela explosão. Aqueles lábios que se tornavam um adorável bico toda a vez que Castiel acabava com a paciência dela, as mãos que iam aos quadris e os gestos com as mãos. De vez em quando o fazia acreditar que ele levaria uma tapa ou até mesmo um soco.

No momento que eles se conheceram, ele achava que era só mais uma das pessoas que eram subordinadas à Nathaniel. Ela usava uma calça jeans apertada e uma blusa de estampa de dragões chineses, olhos que no primeiro contato, fizeram o acreditar que ela fosse até legal. Até ela tirar da bolsa a merda do boletim dele, pedindo a assinatura de algum responsável.

Castiel se lembra de revirar os olhos.

Não pode ignorar uma dor familiar ao peito. Elas eram tão parecidas. O tipo de garota que o podia quebrar no meio.

Então decidiu que iria odiá-la.

 E assim começou seu segundo ano do Ensino Médio.

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Castiel não conseguia acreditar como uma pessoa podia ser tão irritante.

Ela não tolerava a ignorância, ela demandava tudo que queria. Podendo não ter acertado nas palavras, ela sempre tinha as melhores intenções. Ele não gostava de admitir o tanto que ele prestava atenção nos pequenos detalhes que o olhar de autor lhe deu.

Imaginava como ela reagiria às coisas mundanas da vida.

E sinceramente, ele a odiava. Odiava o jeito que ela conseguia ver o bom em tudo, ela sempre fazia piadas, sempre rodeada de amigos e felicidade. Como a vida dela conseguia ser tão boa? Como ela não conseguia ficar quebrada?

Qual seria o segredo que ela escondia por trás daqueles olhos?

Mas ele tinha que se lembrar de que ele não se importava. Mas como ele não podia não se importar quando ela olhava para qualquer pessoa que estava cantando do mesmo jeito que ele olhava para a guitarra vermelha da vitrine da loja?

O que ela tinha de tão especial?

Então, naquele dia ele foi para casa e escreveu uma música sobre ela. E talvez mais umas.

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  Não foi até em um evento da escola, uma peça para ser especifico, que no meio de uma discussão pesada sobre como eles iam sair do armário masculino que um idiota do primeiro trancou eles dentro, que Castiel tomou o rosto dela no meio das mãos e a beijou.

E assim eles ficaram. Até quando o beijo cessou, eles descansaram a testa um no outro e ali ficaram.

Nenhum dos dois não falaram. Mas os olhos, ah os olhos revelaram muito mais do que eles podiam naquele momento. Os dele traziam toda a mágoa e o desespero que o amor o mergulhou e agora ele tinha medo da água. Os dela era um verdadeiro mistério. Brilhavam com o amor, mas tinham receio, como se ela não o quisesse.

Porém naquele momento o mundo já não existia. E nos braços um do outro, no meio de uma tempestade de emoções, eles encontraram um lugar seguro. Foi uma noite de toques.

Eles deixaram as barreiras caírem. Deixou-a olhar através dos cabelos pintados de vermelho escuro, o polegar de ela deslizar sobre a pele dele, fascinada com as pequenas cicatrizes e vermelhos. E ela o deixou ver as cicatrizes que o amor deixou em sua pele e como ela se escondia numa personagem briguenta para simplesmente não reagir. O jeito que ela se escondia atrás de sorrisos e piadas.

E assim foi a noite.

Talvez a mais mágica que ele presenciou.

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Castiel não esperava que ele se tornasse uma pessoa tão especial para ele. Na escuridão de sua vida, ela espantava os demônios que o caçavam.

E quando ele a tinha nos braços se sentia o dono do mundo inteiro. Fechava os olhos, aproveitava o calor que ela o trazia. Aprendeu a rir quando ela ficava irritada com alguma coisa trivial, do mesmo jeito que adorava a escutar a cantar baixinho quando eles deitavam juntos em uma tarde chuvosa.

Ela o fazia sentir como aquele menino de antigamente. Sonhador, sem medo de viver.

Um dia os dois estavam juntos na cidade quando encontraram um filhotinho de cachorro para a adoção. Um dobermann, que não passava do calcanhar de Castiel, mas agia como se fosse o cachorrinho mais feroz do mundo. Depois de um banho merecido, Dragon aproveitava os dias agora com seus novos pais.

Adorava a ver brincar com Dragon enquanto escutavam algum álbum de rock, mas nada superou o dia que ela fazia a atividade de história pontuada dos dois e escutou as notas de uma guitarra no fundo. Quando ele voltou a tocar, ele notou que era besteira comparar Debora com ela. Debora nunca chegaria aos pés da garota que todo dia se sacrificava por ele.

Ela não se importava o que falavam sobre eles, de fato.

Eram só eles contra o mundo.

E era só isso que realmente importava.    

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Quando o final do terceiro ano chegou, os dois estavam juntos. Porém os dois receavam o que iria acontecer.

Lysandre foi embora para a fazenda de seus falecidos pais e Castiel estava machucado por dentro por ele. Um dos sonhos de Castiel era cantar ao lado dele em algum show que os dois fariam que eles conquistassem o mundo juntos.

Mas nada o machucou mais do que perceber que o mundo dele sem ela não existia. Em um telefonema, ela contou os planos do pai dela. Sobre voltar a capital, o mesmo inferno que ela queria tanto escapar. Em choros, ela revelou que não tinha muito escolha, que seu pai a havia dado um ultimato.

Castiel não pode nem vê-la no carro antes dela partir.

E todas as estruturas que ela havia consertado, caíram. Quebraram.  Mas desse vez houve uma promessa, ela pediu, implorou para que ele não abandonasse o sonho dele. Que por ela e por todos os outros artistas frustrados do mundo inteiro, ele cantasse e mostrasse a todos o que a música podia ensinar.

Na opinião dele, foi à coisa mais nobre que alguém já o pedira. E ele estava determinado a cumprir esse desejo.

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Castiel era um homem quebrado.

Porém mesmo longe dela, separado por tantas horas de viagem, ele não esqueceu. Enfrentou os primeiros projetos da faculdade e depois de um tempo procurando, finalmente conseguiu uma gravadora que quisesse uma demo dele.

Com uns amigos, ele fundou a Crowstorm e seu primeiro single foi postado em um vídeo feito em casa por ele e os amigos. O que eles não esperaram foi o vídeo viralizar e as pessoas gostarem da música.

Era um sonho se tornando realidade. Era irônico pensar que sua primeira música de sucesso foi simplesmente sobre a garota que, quando ele fechava os olhos, aquele sorriso e a cara de emburrada dela apareciam.

A gravadora os havia contratado para três álbuns de estúdio e o seu de estreia era o mais importante de todos. E ele resolveu resgatar aquelas músicas que ele fazia, mas nunca as transformou em canções. Em batidas fortes, sons de baixo e de guitarra, seu primeiro disco foi um sucesso mundial.

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Quando seu empresário disse que tinha uma surpresa para ele, Castiel mal acreditou. Mas quando ele saiu do palco depois de um show de sucesso, ele travou. Por que ela estava ali, com um sorriso bobo e a mesma atitude de sempre.

E ele abriu os braços e ela veio ao seu encontro.

Não se importava se o mundo o visse chorando, ela era mais importante de tudo. Em um lugar mais privado, no apartamento dela na cidade ela revelou que tinha juntado dinheiro e fugido da casa do pai.

Ela estava livre e ele ia finalmente, finalmente casar com aquela menina de fogo nos olhos.

Depois do ultimo show da turnê de verão, no começo do outono os dois se casaram apenas com poucas testemunhas. Simples, mas eficaz. Quando o primeiro filho do casal veio, eles passaram as férias com Lysandre no campo e os dois escreveram mais um álbum para o Crowstorm, agora que Lysandre finalmente estava livre de todas as dívidas.

Castiel formou sua pequena família com as pessoas mais especiais de sua vida e conquistou o mundo que nem ele sonhou. Não foi como um atleta, um astronauta e nem como um herói, mas sim como um músico apaixonado.

Dessa vez ele ia fazer diferente.

Dessa vez ele seria o pai que ele nunca teve; o melhor amigo que ele nunca teve e o marido que ela merecia. Não havia mais espaço para corações quebrados, apenas para a felicidade que o esperava.

De vez em quando, a felicidade batia na porta de forma inesperada.

Do mesmo jeito que a segunda filha deles veio.


Notas Finais


obrigada por lerem!!!!

digam ai qual vai ser o próximo!


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