História Contra as Regras - Dramione - Pensamentos Inapropriados

   Draco encostou-se ao balcão perplexo. É claro que a morena tinha o beijo que ele imaginou. Mas de onde tirou essa ideia maluca? Agora ele iria de verdade para Azkaban, sem volta.

   Caminhou até a sala e então pegou sua camiseta no sofá, vestindo-a novamente.

   - Você é um tremendo idiota Malfoy - sussurrou dando um tapa em sua própria testa.

   O forno apitou e satisfeito por ter algo para distrair a mente ele voltou para a cozinha. Tirou a torta do forno e a cortou em pedaços completamente idênticos. Arrumou a mesa de jantar para que pudesse pelo menos tentar concertar o que ele havia feito.

   Sentou-se na cadeira e colocou os cotovelos na mesa, apoiando a cabeça nas mãos.

   Podia sentir os lábios levemente inchados e embora estivesse arrependido ele não pode conter o sorriso que estava pregado em seu rosto.

   Passar a manhã inteira pensando na bruxa mais inteligente do mundo estava acabando com ele, e quando finalmente a viu chegar não pode resistir. Ele corria sim risco de ser morto, e por Merlin, ele nem estava com sua varinha!

   Percorreu o cabelo com a mão e então levantou a cabeça com o movimento repentino na ponta da mesa.

   Hermione o encarava com raiva. Ele não via aquele olhar desde o terceiro ano em Hogwarts, quando recebeu o soco dela.

   Ela estava com a mesma roupa de antes, varinha em mãos e o que ele não pode deixar de reparar, os lábios dela estava como os dele.

   - Primeiro você vai me falar o que foi fazer no meu quarto - a voz dela estava ríspida.

   - Eu não devia ter entrado, me desculpe.

   - O que você foi fazer no meu quarto? - repetiu a pergunta.

   - Eu fui atraído pelo lugar, a porta estava entreaberta e eu entrei, me desculpa.

   - Você é um depravado Malfoy, caralho não se mexe nas coisas da mulher que está te ajudando a fugir de uma acusação injusta! E isso de me beijar? Você está maluco? Você tem sorte de não estar no chão daquela sala esticado e morto.

   Draco encolheu um pouco com as palavras da morena. Morto ele não queria estar.

   - Eu não tenho pra onde mandar você - com um aceno de varinha dela a cadeira se afastou e então ela se sentou, longe dele - Ronald não sabe que você não vai ser mandado para Azkaban de verdade, logo não posso te mandar para a casa de Harry já que os dois são amigos e ele pode acabar se encontrando com você lá, você não pode ir pra sua casa, e eu não vou te mandar para o Ministro!

   - Porque não? - Draco ergueu uma sobrancelha que tratou de abaixar quando recebeu um olhar gélido de Hermione.

   - Não te interessa. O fato é o seguinte, você vai manter distância de mim enquanto estiver aqui, e se me agarrar contra a vontade de novo eu te mato.

   Com outro aceno de varinha dela um pedaço de torta voou até seu prato. Draco esperou que a morena desse a primeira mordida. Cozinhar era um passa tempo preferido, e talvez pudesse se desculpar com ela fazendo gostosuras.

   Hermione levou um pedaço a torta até a boca e instantaneamente fechou os olhos. Estava divina, assim como o beijo mais cedo. Frustrada abriu os olhos, os olhos cinzentos de Draco lhe encaravam, e ela baixou o olhar para o prato.

   Comeram em silêncio, Hermione devorou tranquilamente quatro pedaços de torta, e quando se levantou da mesa tentou parecer brava novamente.

   - A propósito, você pode cozinhar como pedido de perdão por ter feito o que fez.

   Ela deu as costas para ele então se retirou para seu quarto. Pôde ouvir o barulho da torneira ligada enquanto Malfoy lavava a louça. Decidida a continuar com raiva do loiro, a morena caminhou até o banheiro e ligou a água da banheira, derrubando alguns sais de banho lá dentro. Tirou o vestido e a lingerie minúscula e então entrou na água.

   Fechou os olhos e repassou todo o plano na cabeça, entregara a poção para Blásio na hora que chegou no ministério, e é claro, pegou fios de cabelo suficiente para uma semana inteira, entregaria para Jorge mais tarde. Com sorte pegariam o assassino logo. E também tinha o animago para vigiar. Ela havia repassado a lista, e nenhum dos animagos registrado tinha os olhos do que ela procurava.

   E tinha Kingsley, se ele estivesse sendo controlado pela Maldição Imperios Harry saberia.  Não, ele deveria estar apenas com problemas pessoais. De qualquer forma ela descobriria mais tarde. E como teria que manter as aparências de que tudo estava resolvido, ela aceitaria a promoção logo na segunda feira.

   E então ela teria dias a sós como loiro até tudo ser resolvido. De baixo do mesmo teto, e ainda por cima sabendo que o beijo dele era tão quente quanto um whisky de fogo. E que ele tinha mãos firmes, fora o som brutal que fez no meio do beijo.

   Ainda de olhos fechados, Hermione arrastou uma mão até o seio direito, arfou quando constatou que o bico do seio estava ereto. O meio de suas pernas ardia enquanto ela relembrava a língua de Draco em sua boca. E mesmo não querendo, a mão livre percorreu seu corpo até chegar ao lugar úmido e quente.

   Ela permitiu se tocar, imaginando os dedos longos de Draco, tocou em todo o lugar que queria que ele tocasse. Esfregou seu clitóris sem pudor, soltando um gemido baixo, ela estava um completo caos, e saber que Draco se encontrava a uma parede de distância fazia seus movimentos se tornarem mais rápidos.

   A água da banheira começou a se mover com seu movimento frenético, e uma poça já se formava no chão. Agora com os gemidos um pouco mais alto, Hermione deslizou um dedo para dentro de si, arfou e então começou um movimento lento de vai e vem, como seria o gosto do corpo de Malfoy? Seria doce e picante como o beijo?

   Acreditando que sim, ela acrescentou um dedo na brincadeira, agora se contorcendo ainda mais. Sentiu seu interior se ascender ainda mais, ela estava chegando perto e podia sentir. Estava à beira do precipício e com apenas mais um movimento ela estaria nas nuvens. Entretanto o universo não estava a seu favor no momento.

   - Mione?

   Hermione parou rapidamente os movimentos, abrindo os olhos e se sentando ereta na banheira.

   Ela nunca havia desejado tanto que Harry fosse embora quanto naquele momento.

   - Oi - respondeu com a voz entrecortada e fraca.

   O meio de suas pernas latejava, e ela precisava daquele orgasmo negado.

   - Desculpe, eu não te achei pela casa, e então ouvi sons do banheiro, você esta bem?

   Ela respirou fundo se controlando e controlando a raiva.

   - Sim Harry, me dê um minuto e já saio daqui.

   Harry se afastou e Hermione se recostou de volta na banheira. Sem chances, havia sido atingida com um balde de água fria, e não iria mais conseguir atingir o objetivo. Mais frustrada do que antes, ela socou a mão na água contendo um grito.

   Enquanto isso na sala, Draco encarou Harry por cima da revista trouxa que folheava.

   - Eu disse que ela estava no banho.

   - É você disse - Harry abriu a geladeira da cozinha pegando uma garrafa de cerveja amanteigada.

   Harry se sentou no sofá desocupado e pegou O Profeta Diário do dia. A manchete enorme dizia: “Assassinatos trouxas ainda não resolvidos, por onde anda os aurores?”.

   Em baixo havia uma foto dele e de Hermione, estavam saindo da delegacia trouxa. Quem deixou a informação de que eles estavam por lá?

   Começou a ler a matéria.

   “O primeiro assassinato trouxa ocorreu há semanas, e a causa da morte foi a maldição imperdoável Avada Kedavra. De acordo com fontes confiáveis houve mais treze vítimas após essa. O ministério não divulgou nada, e os poucos que sabem temem que Aquele-Que-Não-Deve-ser-Nomeado tenha retornado. Os envolvidos no caso são o famoso trio de outro, Potter, Granger e Weasley, os quais se recusam a dar qualquer entrevista para nosso jornal. Também contamos inúmeras vezes com a presença de Draco Malfoy, o ex comensal da morte, que andava seguindo o trio por todo o lado. Recentemente descobrimos que Draco Malfoy foi escoltado para Azkaban, e será julgado pelo assassinato dos treze trouxas. A pergunta que não quer calar é porque Malfoy estava seguindo o trio de ouro, será que estava tentando encobrir seus rastros do ministério? Vocês meus caros leitores descobrirão logo, já que nossa amada jornalista Rita Skeeter ficará responsável por cobrir seu julgamento.”

   - Mas que droga!

   - O que aconteceu? - Hermione apareceu na sala, vestia um shorts curto solto nas pernas e uma regata. O que não passou despercebido por Draco.

   Harry lhe estendeu o jornal, enquanto ela lia sua boca se abria cada vez mais. Completamente incrédula, Hermione passou o jornal a Draco que também leu a matéria, com a testa franzida.

   - Como eles conseguiram essa foto? – ela se virou para o amigo.

   - Não sei, mas vamos continuar com o plano - Harry passou a mão pelo cabelo. - Vamos agir naturalmente, em qualquer circunstância mandamos Malfoy para Azkaban e daremos entrevistas de que tudo foi resolvido. Pelo menos assim o assassino terá que parar de agir.

   - Não sei não - Draco se pronunciou, ainda encarando o jornal. - Porque ainda me tratam como ex comensal da morte? Fala sério, eu mudei gente.

   Hermione rolou os olhos e se sentou ao lado de Harry.

   - A propósito, não baixem a guarda perto dos trouxas que vocês conhecem, o assassino pode atacar a qualquer momento com a cara de vocês.

   - Acha que ele faria isso? - Harry ergueu uma sobrancelha.

   - Com toda certeza - Draco dobrou o jornal e pegou novamente a revista. - Ele matou todos os amigos trouxas que eu tive só pra me incriminar, roubar o rosto dele vai deixar ele furioso.

   Hermione deitou a cabeça no colo de Harry e ligou a TV, ao se aconchegar melhor o shorts subiu alguns centímetros e Draco se remexeu no sofá.

   Passaram a tarde inteira assistindo a desenhos e comendo pipoca, resolveram deixar por ora os casos de lado, precisavam de uma folga.

   Quando deram seis horas da tarde Harry se foi, Hermione ainda estava deitada e Draco se levantou para tomar um banho. Foi o banho mais gelado que tomou na vida inteira, e se a morena continuasse brava e usar roupas no mesmo comprimento ele teria que tomar outro.

   Draco só saiu de baixo do chuveiro quando o queixo não parava de bater e o corpo estava completamente mole.

   Já no quarto de hóspedes, pegou uma muda de roupa gasta na pilha que Hermione havia arrumado pra ele e vestiu, arrumou o cabelo da maneira que pôde e então saiu de novo, estava com vontade de sair, mas se sugerisse isso para a morena, principalmente depois da matéria, ela ficaria uma fera.

   O loiro caminhou de volta para a sala completamente derrotado, e então estacou quando a porta do quarto dela estava aberta. Ousou olhar, Hermione estava de costas para ele, havia mudado de roupa, agora vestia uma calça jeans preta e uma camiseta de manga ¾ vermelha, o cabelo cacheado caia livremente pelas costas e o som da banda As Esquisitonas saía de algum canto do cômodo.

   Draco se recostou na parede observando a cena, cruzou os braços sobre o peito e pendeu a casa para o lado, dando uma olhada no corpo da morena. Ela estava incrivelmente sexy.

   Ela se virou fazendo careta para ele, que apenas sorriu mais.

   - Falei pra ficar longe.

   - Eu estou longe - Draco elevou os braços em forma de rendição. - E não estou te agarrando também, você não disse que era proibido ficar no corredor olhando para seu quarto quando a porta estivesse aberta.

   Hermione o olhou da cabeça aos pés e deu de ombros. Se virou novamente para o espelho e voltou a fazer sua maquiagem.

   - Vai sair?

   - Vou ao Abe, Harry precisa se distrair.

   - Nossa, eu daria tudo para sair um pouco.

   - Sinto muito Malfoy, mas são as regras, você não pode ser visto com a gente de novo pelo menos.

   Ele concordou com a cabeça, decepcionado. Porém continuou observando a morena, e não conteu o sorriso quando a viu com um all star vermelho nos pés. Ele gostava do estilo da Hermione do ministério, mas definitivamente preferia aquela versão da moça.

   - Se abrir mais um pouco a boca a baba escorre.

   - Haha.

   Hermione se levantou batendo a mão na calça e colocando a chave de casa no bolso. Deu uma última olhada no seu reflexo e então caminhou até ficar frente a frente com Draco. Por alguns segundos o olhar dos dois percorreram seus rostos. Draco se sentiu mais que tentado a puxa-la para mais um beijo, Mas não faria isso, não enquanto ela recusasse.

   - Quer algo de lá? - ela perguntou.

   - Sim - Draco umedeceu os lábios encarando ela diretamente nos olhos, sem piscar. - Você.

   Pega de surpresa, Hermione se afastou um pouco, a necessidade do banho voltando a tona, chacoalhou a cabeça e se afastou alguns passos. Riu nervosa e seguiu para a sala.

   - Volto um pouco tarde, não precisa me esperar acordado.

   Draco assentiu e ela saiu pela porta, passando a chave. Agora ele estava preso na casa, definitivamente proibido de sair dali. Passou a mão pelo cabelo ainda mais perplexo do que ficou o dia inteiro. Seria uma semana difícil e ele tinha certeza de que para ela também.