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História Contrato - Fillie - Antes da tempestade sempre vem a calmaria


Escrita por: fl0rence

Notas do Autor


Que os jogos comecem, e a sorte esteja sempre a seu favor!

Capítulo 51 - Antes da tempestade sempre vem a calmaria


Algo estava acontecendo. Eu só não sabia o que era. Não ainda.

Tudo parecia normal mas diferente. Estava com medo, só não sabia do que.

Eu podia sentir que o céu havia transformado-se em nada mais que nuvens escurecida prestes a derramarem uma tempestade que devastaria tudo o que tocasse. Meu coração parecia sentir o vento tomando uma nova rota, o sol retirando-se gradativamente como se para ninguém notar que ele cederia espaço para outra coisa. 

Cinza, nublado e frio. E verde. Com um brilho que parecia saber a que veio. 

 

– Ei – Senti um beijo no topo da minha cabeça. – Você deveria parar de encarar o nada como se fosse uma doida e comer a costela intocada desse prato. – Puxou a cadeira virando-a e sentou-se diante de mim. Sorri imediatamente.

– Estou comendo a costela, Noah. – Ele riu como se eu fosse uma idiota.

– Na verdade, eu diria que você apenas a cortou em milhares de pedaços. – Olhei para o meu prato de porcelana. Franzi o cenho. – O que está acontecendo? 

– Não sei do que está falando. – Desconversei. 

– Sabe exatamente do que estou falando, Mills. 

– Não é isso. – De repente os pedacinhos de costela grelhada pareciam bem dignos da minha atenção. Enfiei a ponta do garfo em um e levei até a boca, mastigando lentamente. Já estava frio.

– Então o que é? Está estranha hoje, até para os seus parâmetros. – Arremessei meu guardanapo de pano nele. 

– Idiota. É só que estou achando o dia esquisito. – Ele ergueu uma sobrancelha castanha. 

– O dia está ótimo. O céu está limpo e sem nuvens.

– Sabe o que dizem sobre dias calmos assim? 

– Dizem que você deveria terminar sua refeição e que eu sou um tremendo gostoso. Aliás...

– Por Deus, cale a boca. – Pedi e ele piscou um olho, feliz em atingir o seu objetivo de arrancar uma risada minha.  

Que foi embora na mesma velocidade em que chegou.

– Noah. – Ele me olhou atento devido a seriedade em meu tom. – Me prometa que eu não irei perder você. 

– Huh? Do que está...

– Me prometa. Por favor. 

– Você não vai me perder, está maluca?

– Apenas prometa. – Minha voz saiu mais urgente do que eu pretendia. Ele pôs sua mão por cima da minha, apertando-a entre os dedos e os olhos esmeraldas e brilhantes fitaram-me com carinho.

– Você não vai me perder. Eu prometo. 

 

Praticamente me lancei nos braços dele assim que cruzou as portas. Sentia-me patética e consternada. 

– Isso tudo é saudade? – Rodeou os braços em minhas costas e senti os músculos da região apertarem-me trazendo um suspiro de alívio parcial.

– Eu amo você. – Falei em sua camiseta. Afastou-se trazendo a ponta do indicador para o meu queixo erguendo meu rosto. 

– O que foi? – Quis saber, com os olhos perscrutando os meus. – Está preocupada outra vez. – Constatou.

– Primeiro foi a perseguição a você, depois o ataque ao meu pai. Toda vez aconteceu alguma coisa. Eu sinto que vou perder algo, mas é de uma forma diferente. 

Ele me abraçou novamente. Mais forte agora. Seu gesto dizia “vai ficar tudo bem”. E eu queria acreditar. Eu realmente queria. Só que haviam coisas acontecendo que faziam-me duvidar de sua declaração. 

 

Finn ficou o resto da tarde na mansão. Eu não sei se por ter nada mais para fazer - o que eu duvido - ou se para ficar comigo por conta da pequena crise que eu tive. Aposto minhas fichas na segunda opção, levando em consideração que ele não foi sequer ao escritório. Nós literalmente passamos as horas seguintes em frente a televisão com baldes de pipoca com caramelo e frappuccinos de cookies do Starbucks. Cutuquei sua bochecha com o pé e ele olhou para mim.

– Obrigada.

– De nada, gatinha. 

– Sabe, você poderia usar óculos mais vezes. É sexy. – Ele ergueu a sobrancelha por trás das lentes com ar de deboche.

– Você tem fantasias comigo usando apenas óculos, baby girl?

– Você é ridículo. – Reclamei enfiando um punhado de pipocas na boca porém com a imagem passando frente os meus olhos e senti uma quentura subindo pelo corpo todo. 

Seu celular tocou e ele atendeu no segundo toque. Trocou algumas palavras com um dos rapazes e desligou, me olhando logo em seguida e assim que abriu a boca para falar eu tomei a frente.

– Eu vou com você. 

– Eu não acho uma boa ideia. 

– Não me lembro de ter perguntado a sua opinião. – Ele deu uma risadinha rouca, puxando-me para o seu colo. 

– Estou falando sério. Não quero que se envolva nisso. Mais. – Sibilou a última frase mais para si mesmo que para mim. 

– Não vou me envolver. Apenas quero acompanhar você nesse tal hangar que tanto vão. 

– Ir até lá é se envolver. – Seus dedos tocaram a pele das minhas costas provocando uma pequena reação química. 

– É só um lugar. 

– À essa altura imagino que saiba que não é só um lugar. Não é como se fôssemos lá para passar o tempo e jogar baralho.

– Eu sei, rei do pôquer. – Espalmei as mãos em seu peito. – É só hoje. 

– Quem não te conhece que te compre, Millie Wolfhard.

 

A noite estava silenciosa, a não ser pelo ronco do motor da lamborghini preta correndo pela rodovia. Chegamos em poucos minutos ao mesmo ponto em que meses atrás eu saltei do carro de Finn indo para o de Noah no meio da noite, enquanto algo acontecia e ele precisava correr contra o tempo. Havia um trecho de terra batida e seguimos por ele. As árvores eram altas e preenchiam praticamente todo o nosso campo de visão. Depois de algum tempo dirigindo no meio do nada, onde se eu estivesse sozinha certamente teria me perdido nos primeiros minutos, avistei três carros tão luxuosos quanto o de Finn e identifiquei cada um deles, estacionados de frente para o tal hangar que era uma construção simples. E por simples quero dizer simples mesmo. Quem passasse por ali imaginaria ser um local abandonado, não chamaria a atenção e estou certa de que que este seja o principal objetivo. Bati a porta e Wolfhard ligou o alarme, contornando o automóvel e alcançou minha mão. Quando a porta foi aberta com um guincho, como se não visse um pouco de óleo há vidas, meus olhos arregalaram. Era um galpão, de fato; não muito grande, mas quem visse de fora não imaginaria o que tem do lado de dentro. Além de uma ótima iluminação (não aparente do lado de fora, por isso tamanha surpresa) em extremidades diferentes encontrava-se vários artigos. Em cima de uma escrivaninha resistente vi uma monstruosidade que seria um computador que parecia pertencer à algum hacker do tanto de teclados e CPUs. Parecia ser, claro. Ri sozinha pelo meu pequeno momento de ingenuidade. Em cima de uma mesa quadrada grande várias armas que eu jamais vira estavam esparramadas como se aguardassem uma arrumação. Ao fundo, na parede, encontrei um arsenal delas,  milimetricamente organizado; parecia até uma área decorativa. Mas eu sei que apenas parecia. Caixas e mais caixas empilhadas em outra ponta, organizadas de um modo que não compreendi. Tinha também um frigobar, microondas, dois sofás aveludados e uma mesa redonda com cinco cadeiras. Vi duas portas onde uma delas pensei ter um banheiro. No meio do espaço um pedaço grande de papel cobria parcialmente uma mesa e presumi ser um mapa, como o que estivera sobre a mesa da cozinha da casa de vidro muitas semanas antes. Caleb foi o primeiro a nos notar, prestes a morder um pop tarts. 

– Ué, a patroa? – Um barulho de rodinhas arrastando no chão revelou Gaten, que estava escondido atrás daquela maquina. 

– Essa é nova. – O próprio comentou.

– Ela me ameaçou. – O cacheado ao meu lado respondeu, mal humorado. Ele realmente não queria que eu estivesse ali. E nem foi uma ameaça assim tão grande... 

– Agora eu realmente acredito que vocês são gênios do crime. – Murmurei.

– Em partes. – McLaughlin respondeu dessa vez sugando pelo canudo de metal o conteúdo da lata de coca-cola. Canudos de metais são coisas de Sadie.

Não reparei de onde Noah saiu. 

– O que está fazendo aqui? – Inqueriu assim que pôs os olhos claros em mim.

– Nada. – Respondi um tanto na defensiva.

– Perdeu o juízo, Finn? 

– Acredite, eu tentei. 

Um barulho de motor fez-se presente, atraindo nossa atenção. Foi ficando cada vez mais alto ao aproximar-se do galpão. Os rapazes ficaram em alerta. Até onde eu sei aqui é um esconderijo onde ninguém mais sabe a localização. O que significa que seja lá quem estiver chegando não é boa coisa e não está fazendo questão nenhuma de ser discreto. Finn escondeu meu corpo atrás do seu como proteção e permaneceu segurando minha mão. Gaten e Caleb dispuseram-se mais a frente um de cada lado e as mãos sobre os coldres. Por que eu nunca notei que eles usavam coldres? Noah ficou no meio também a posto para qualquer que viesse a ser o problema. Senti o suor brotar na minha têmpora. Eu sabia que o incômodo que tive o dia todo não era em vão. Nunca fora.

Reconheci ser uma moto. Ela estacionou e ficamos em silêncio ouvindo e esperando. Ouvi um clique e soube na hora que um dos três à nossa frente havia destravado a arma. Engoli em seco. Meu coração batia forte na garganta. A porta abriu-se revelando uma silhueta claramente feminina. Seu rosto e cabelo estavam cobertos pelo capacete. As botas dela foram o único barulho a ser ouvido até que parou de frente para nós. Vi a arma engatilhada na mão de Schnapp pronta para entrar em ação. Os outros também permaneciam preparados para agir se necessário. Ela vestia preto dos pés ao capacete exceto pelo colar vermelho que sumia em seu decote. Pôs as mãos na peça e puxou-a, deixando a mostra primeiramente os fios de cabelos lisos e castanhos para depois revelar a pele morena e os olhos verdes e expressivos. Não sei se expressivos positivamente ou não. Não me passou despercebido a força qual Finn apertava a minha mão, como se tal ato pudesse fazê-lo sumir ou quebrar os meus ossos, dependendo de seu objetivo; e nem a forma que os outros olhavam-na.

 

Quem é ela?

Verdes e brilhantes. 

Familiares.

Verdes e familiares.

 

Ela toda me parecia familiar. Familiar até demais. Só que eu tenho certeza absoluta de que eu nunca a vi. Seus olhos varreram o ambiente e eu soube imediatamente quem ela procurava.

 

O que está acontecendo? 

O que está acontecendo?

Quem é ela? 

 

O olhar hazel encontrou o meu e então eu soube. Tão claro como a luz do alvorecer. 

Eu sabia quem era ela.

Noah foi quem quebrou o silêncio.

– O que está fazendo aqui? – Sua voz soara ríspida como nunca antes eu ouvira. 

– Não está feliz em me ver? Depois de tanto tempo está mesmo falando assim comigo? – A voz soou afetada. 

– O que está fazendo aqui, Chloe? – Repetiu no mesmo tom de antes. 

 

Eu não precisava de mais nada para entender que a familiaridade em sua aparência é por ela ser a cópia fiel do meu melhor amigo. A versão feminina e tão linda quanto de Noah Schnapp. Eu nunca soube que ele tinha uma irmã gêmea. 

E então a minha ficha caiu. Despencou.

É ela.

Ela é a garota cujo Finn nunca quis me contar. 

Ela é quem fez parte de sua vida por tanto tempo. 

Ela é a pessoa por trás das iniciais.

E agora ela está de volta. E eu sinto como se isso fosse um pesadelo prestes a começar. 

 

Eu me perdi de mim?

Ou me fundi à ele? 

 

O que está acontecendo? 

O que está acontecendo?

 

Olhos verdes e brilhantes

 

 

Eu soube na mesma hora:

Ela é tempestade. 

E ele também.


Notas Finais


BABADO GRITARIA E CONFUSÃO 💣🤪🔥🌪🤯
EU QUERO VOCÊS QUEBRANDO O RECORDE DE COMENTÁRIOS NESSA FIC DEPOIS DESSE CAPÍTULO OK????? PRA QUEBRAR ESSA PLATAFORMA KHGMKGBKUHN A EXAGERADA NÉ MORES

QUERO AS TEORIAS NA MINHA MESA!!!!

Parabéns à todos que descobriram quem era desde o início.


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