1. Spirit Fanfics >
  2. Controvérsias Rurais >
  3. Uma Fantochada Em Três Atos

História Controvérsias Rurais - Uma Fantochada Em Três Atos


Escrita por: OctoberD

Capítulo 18 - Uma Fantochada Em Três Atos


Pov Chanyeol

 

15:10h – 01/02/2017 – HaHoe – Escola Secundária Kim Bong Woon

 

- Podemos começar os testes, meninos! Boa sorte que bem precisam. – o professor Leetuk dá-nos a indicação de que podemos começar a prova com a sua dose de humor de tio. Todos nós viramos a folha que ele previamente colocou em cada mesa da sala. Assim que começamos a olhar para o enunciado, certos alunos começam imediatamente a escrever os seus cálculos na folha de respostas.

Na primeira página vejo as cinco questões de escolha múltipla habituais, cada uma a valer 10 pontos. Respondo facilmente às três primeiras e, nas duas últimas, encontro-me um pouco aflito. Devido ao meu estado de atrofiamento, acabo por responder ao acaso a esses dois itens.

No meio de tudo isso, demorei vinte minutos a responder à escolha múltipla, sendo que tenho apenas outros setenta para acabar a prova. Tenho que me apressar.

Ao começar o segundo grupo, deparo-me com um exercício de lógica. Uma coisa simples que eu levo cinco minutos a fazer. Entretanto, o meu olhar desvia para a secretária de Sehun que só naquele momento estava a virar a página para começar o segundo grupo.

- Foda-se! Qu’esta merda? – questiona ele após ficar três minutos a olhar para o enunciado. – Quando é que nós demos isto?

- Pst! Sehun! – sussurro na tentativa de chamar a sua atenção, fazendo-o olhar para mim com uma expressão atrapalhada. – Precisas de ajuda?

- Só quero que me digas a escolha múltipla. – murmura ele em resposta. Passaram trinta minutos e ele nem fez a escolha múltipla? Puta que pariu!

- Bê, cê, dê, à, cê! – sussurro.

- Obrigado! - ele agradece e volta a atenção para o seu teste.

No segundo exercício, deparo-me com um binómio que tínhamos de reduzir através da regra de Laplace e depois calculá-lo através da fórmula resolvente. Era um exercício trabalhoso, mas consegui resolvê-lo e não demorei mais do que vinte minutos.

Cheguei ao primeiro exercício de geometria analítica no plano e já vi a minha nota ir pelo ralo. Nem pensar que eu vou conseguir resolver esta merda como deve de ser.

 

 

 

 

 

 

- Então, como foi o teste? – pergunta o Baekhyun no momento em que saímos da sala.

- Uma merda. – digo automaticamente. – Aquele teste está miserável.

- Ah, tá bem. Tu dizes sempre isso e safas-te sempre. – resmunga o Sehun que vem atrás de nós.

- Sim, mas desta vez eu tenho um dez ou menos. – Protesto. Sinto-me burro por não ter conseguido resolver algo tão simples.

- Eu arrisco-me a dizer que consigo chegar ao treze … - diz o Baek a medo. – E tu, Sehun?

- Se tudo o que eu estou seguro de que está certo o estiver de facto, tenho um cinco. – ele dá de ombros e senta-se a uma mesa no bar.

- Foda-se! Estás mesmo mal. – lamento, ao afagar-lhe o antebraço.

- Ai, meninas, e esse teste? – pergunta a porquitchona da Irene numa mesa à nossa frente.

- Horrível! Eu vou ter a miséria de um catorze. – protesta a Tiffany.

- Eu vou ter uma nota mais ou menos, tipo um dezasseis. – bufa o larilas do Luhan frustrado com a vida.

- Eu acho que só vou ter dezanove. – diz a Jessica num tom de semi-deceção.

Para um crânio como ela, meio que se entende a reação, mas que vá p’ro caralho com as amiguinhas também.

- A conversa destas pindéricas está-me a meter nojo. – diz o baek que subitamente levou as mãos às têmporas.

- Ya, vamos bazar para a frente da sala. Não quero começar outra discussão hoje. – diz o Sehun ao agarrar na mochila pela alça, dirigindo-se à nossa sala de aula.

- Que horas são mesmo? – À medida que nos aproximamos da sala, pergunto, ao eu o Baek olha para o seu pulso e responde apenas:

- Faltam dois minutos.

- Mas olha que o stor já cá esta! – observa o Sehun e logo nós vemos o stor a entrar com um rapaz na sala, rapaz esse que ao nos ver, cumprimenta-nos:

- Olá, Chan! Olá, Hun! Olá, Costa! – os portugueses daqui apanharam o hábito de chamar Costa ao Baek, mas eu nunca percebi porquê. Eles disseram-nos que em Portugal é um apelido muito comum, então deixámos andar.

- Olá, Chico! Como te correu o teste? – pergunto.

- Oh, foi uma autêntica fantochada em três atos. – o português dá de ombros e depois entra na sala.

- O que é uma fantochada? – Sehun sussurra-me ao ouvido.

- Não faço ideia. – respondo-lhe pelo canto da boca no mesmo tom.

- Três quê? – inquere o Baek.

- Três atos. Um quando eu lia, outro quando eu pensava e outro quando eu não percebia um caralho do que estava para lá escrito.  – elucida ele.

Ah. – dizemos os três em coro quando, supostamente, entendemos o que ele quer dizer. A campainha toca e nós os três ocupamos os lugares do fundo antes que a sala encha.

Assim que todos os alunos estão na sala, o professor larga o aquilo que seja em que ele estava tão focado no computador e começa a dar a aula:

- Meninos, hoje vamos ter um debate, ou uma discussão, sobre um tema polémico. Aquele que eu escolhi foi: a homofobia contra o casamento gay.

O quê? Mas agora isto é um circo para virmos falar de palhaçada. Daqui a nada está é o circo a pegar fogo e, se tudo correr bem, com toda essa paneleiraje lá dentro.

- Quem quer ser o primeiro a dar a sua opinião? – ao ouvir tal pergunta, eu e o Luhan levantamos a mão.

Realmente para ele a opinião é como o cu: quer ser sempre o primeiro a dar.

- Podes ser tu, Park. – o professor concede-me a palavra e eu sorrio ladino.

- Eu acho o casamento gay uma autêntica barbaridade que devia ser punida por lei. – ao expor a minha mais sincera opinião, o chinês paneleiro olha para mim. Olhos arregalados e boca completamente aberta devido ao choque causado pelas minhas palavras.

Ou isso ou quer que eu lhe meta lá a piça, mas bem que pode esperar sentado.

- E o que te leva a pensar assim? – o professor senta-se em cima da secretária e começa a puxar pela minha linha de raciocínio.

- É que, para mim, dois homens juntos é contranatura e completamente asqueroso. – falo abertamente.

- Curioso. E tu, Luhan? – dirige-se o professor para o aluno que também havia erguido a mão. – Também pensas assim?

- Mas é claro que não! – seriamente ofendido, Luhan responde com um riso sarcástico. – Acho que o pensamento de duas pessoas do mesmo sexo não se possam casar por causa da condição biológica é completamente estúpido. Toda a gente é livre de se amar desde que esse amor seja reciproco.

- Muito bem! E não achas contranatura como o teu amigo disse. – inquere o professor.

- Ele não é meu amigo. – ambos nos apressamos a deixar esse ponto bem assente, tanto que acabamos por falar em uníssono.

- Mas, não! Não há nenhuma razão para considerar isso contranatura. Afinal, já vem desde a Grécia Antiga, para não falar nos primatas e nos golfinhos. – ele começa a falar e o meu estomago começa a centrifugar só na imagem de alguém do mesmo sexo que eu ter qualquer tipo de relação com aquilo. – E muitas vezes é tudo uma questão de atração, até porque ninguém é 100% hétero …

- Ai, tu vê lá o eu dizes, ó paneleirote! – vocifera o Sehun no lugar dele. – Homem que é macho coça os tomates e vai ver o Benfica para a tasca enquanto começa a enfardar jolas. – ele aponta para si próprio com os polegares. Ganda Sehun!

- Ui, tudo bem, machão! – ironiza o loiro, claramente irritado com as palavras do meu amigo. – Vê lá se não apareces aí com a cura gay então!

- Mas eu sei qual é a cura gay! – ele começa. Isto eu quero ouvir. – É a cona da Irene. Uma vez que um gajo lá vai, vicia e já não quer outra coisa. 

A grande maioria da sala explode em gargalhadas com a boca do Sehun, à exceção do grupinho do Luhan que fica com cara de tacho.

- Então já vi que a usaste bastante quando namoraram para teres ficado com essa macheza toda. – profere o gajo e um mar de urros ecoa pela sala. Os únicos a não urrar foram o Sehun, o Baekhyun e eu.

- Esta macheza é natural, seu caga-tacos. – Sehun riposta instantaneamente.

- E já vi que o bloqquei no cérebro também porque, para além de seres um burro do caralho, também ficaste preso nos anos quarenta.

Assim que o Luhan profere esta última frase, a campainha ecoa pela escola e o professor dá-nos ordem para sair. Ele deve mesmo adorar barraco para não nos ter mandado calar a aula toda.

Nós levantamo-nos e, ao sair, cruzamos olhares mortais com o Luhan, o qual nos devolve o mesmo olhar, sem trocarmos uma única palavra.

Mas há uma coisa que ele disse que me deixou a pensar.

Será completamente errado sentir atração por alguém do mesmo sexo se houver amor verdadeiro?


Notas Finais


Não se esqueçam que "Chanbaek" é uma das tags da história rsrsrsrsrsrsrs


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...