-Desculpe, eu só estou um pouco pensativa. - falei para Lucy, filha da Maria, que as vezes ficava com a mãe. Ela era como uma irmã.
- o que é isto no seu pescoço? - Ela perguntou apontando e depois tampando um sorriso com a mão- isso é um chupão!
Meus olhos se arregalaram, me levantei de imediato do sofá e corri até o espelho, que ficava em cima da bandeja de bebidas do meu pai, tomando um susto quando vi uma marca vermelha um tanto arroxeada no meu pescoço.
-Ow, o seu namorado sabe o que faz. Qual é o nome dele mesmo? Ah é. .. Ian. Acertei?- cerrei os olhos para ela que ergueu os braços em rendição, gargalhando alto. - desculpe.
Suspirei olhando para meu reflexo e subi um pouco o sweater tentando esconder aquela marca, mas falhando. Corei por perceber que nem tinha notado quando o Ian havia feito isso em mim. Aquele idiota...
- Sua mãe disse para você encontra-la no hospital, parece que ela quer sair com você, ou algo assim.- Maria apareceu descendo as escadas com o koll em seus braços.
-Tudo bem, eu vou apenas ligar para o hospital infantil. Hoje é sexta, e eu sempre ligo para a Jô. - Maria concordou, enquanto eu subia os degraus rapidamente a fim de chegar em meu quarto e telefonar de uma vez.
Jô era fundadora do hospital e uma grande amiga minha. Acreditou em mim desde o início quando disse que salvaria aquele hospital e as crianças.
Peguei meu celular e disquei rapidamente, sendo atendida no segundo toque.
-Jô!- saldei, ouvindo sua risada do outro lado.
- Sempre animada, pequena Nina. - murmurou para mim. Ela era uma senhora de cabelos castanhos escuro e provavelmente já foi muito bonita quando era mais jovem. Não que ela seja feia, longe disso, sua simpatia encanta qualquer pessoa.
- Eu liguei para saber como vão as coisas, prometo que domingo eu irei visitar as crianças. - sorri para o nada, ouvindo ela se animar.
- Oh, Mike e as outras crianças estão sentindo falta de você, e da Candice também.
- Diga ao Mike, que irei levar um presente para meu garotinho. Sobre as doações eu...- tentei dizer, mas Jô me cortou
- Antes de qualquer coisa, sua mãe me contou que você está namorando! - tentei conter um suspiro, enquanto podia ter certeza que ela pulava de alegria.
-Você falou com minha mãe? - perguntei curiosa.
- Ela quem me ligou, querida. - me sentei na minha cama mordendo a pontinha do meu dedo mindinho- ela estava um pouco preocupada com você, mas deve ser briga de casal, não é?
Isso não é importante, Jô...
- Ela só disse isso mesmo? - insisti
- Me chamou para jantar em sua casa, próxima terça. Por que querida? Aconteceu algo?
- Não! - Disse rapidamente - Eu só pensei que vocês estariam... eu não sei, pensando em deixar outra pessoa mais capacitada assumir o meu lugar.
- Oh, querida não pense isso! - falou alto- Eu e sua mãe, temos tanto orgulho de você. Fique tranquila, você é capacitada o suficiente e sei que vai conseguir.
Mordi os lábios comprimindo um sorriso.
- Jô, muito obrigado por confiar em mim, prometo não desapontar.
- Não vai, pequena Neens.
Depois de passar alguns detalhes a Jô, eu tomei um banho e vesti meu sweater favorito, com um gatinho que tinha uma tiara de flores em sua cabeça, ele era preto e branco além de ser confortável. Arrumei meus cabelos fazendo cachos e os deixando solto, eu gostava dele amarrado, mas hoje eu iria sair com a mamãe e gostava de agrada-la.
-Seu pai já chegou, está lá no escritório- Lucy disse e eu sorri concordando.
-Diga a ele que eu fui encontrar a mamãe no hospital. - acenei para ela, vendo o táxi que eu havia chamado, parar em frente da minha casa.
No caminho, quando vi alguns caras muito parecidos com aqueles que o Ian temia, me lembrei que deveria contar a Candice sobre o Joseph usar drogas.
Eu sei que isso não é da minha conta e também não quero ver Candy infeliz com o Joseph, mas é minha obrigação de amiga. Mandei uma mensagem rapidamente para a Candice, perguntando se ela poderia almoçar comigo amanhã, e ela, felizmente, concordou. Eu contaria de qualquer jeito.
Logo que cheguei ao hospital, a recepcionista que atendia um idoso, me reconheceu e me deu um pequeno crachá para que eu pudesse ir ver a mamãe onde quer que ela esteja. Laura, uma das enfermeiras chefes, apontou minha mãe e eu sorri ao ver ela apressada pelos corredores, segurando uma prancheta marrom.
-Mãe! - a chamei e a mesma sorriu grande para mim, apontando para uma sala onde ela entrava.
Eu vi uma pessoa familiar sentada numa maca com o braço machucado e contorcendo os lábios enquanto minha mãe avaliava seu ferimento. Eu fiquei surpresa ao ver que a mulher era a mãe do Ian.
Seus olhos azuis se iluminaram ao me ver.
-Oi - ela disse para mim e apontando logo em seguida- é sua filha? - perguntou a minha mãe que assentiu sorridente.
- somos idênticas, não é? - mamãe perguntou e eu olhei para a prancheta. - Edna Somerhalder?
Meu corpo pareceu congelar, e eu apontei rapidamente para fora, tentando arrumar alguma desculpa para beber água ou ir ao banheiro. Eu estava tão desesperada.
Se minha mãe descobrir que aquela é a mãe do Ian, eu estou ferrada!
Eu seria pega em uma mentira!
E eu odeio mentiras!
Um corpo sentado em um dos assentos de espera me chamou a atenção, principalmente pelo cabelo bagunçado. Seu rosto estava até bem escondido pelo grosso moletom preto, mas claramente, eu o reconheci.
Me sentei ao seu lado, vendo ele, aliás, o Ian me olhar rapidamente, arregalando os olhos e tampando o rosto, enquanto sussurrava/gritava comigo.
- Que porra está fazendo aqui? !- perguntou um tanto irritado, e eu apontei para o grande quadro onde tinha a foto dos meus pais.
- Esse hospital é dos meus pais se ainda não percebeu. - disse me irritando, já que a conversa do jantar passado foi basicamente sobre a profissão deles, mas o Ian sequer deve ter prestado atenção.
- Eu sei disso, mas por acaso você virou uma enfermeira? - falou arrogante, e eu prendi o ar, inalando minhas bochechas.
- Eu estava com minha mãe agora pouco, e ela estava conversando com a sua. - vi seus olhos se arregalarem e sua mão esquecer de tampar o rosto.
-Mas que droga! faça alguma coisa.- disse já se levantando, e eu o vi ainda tentando se esconder- sua mãe não pode saber. Droga de dia!
Ian parecia mais irritado, enquanto desbloqueava o celular.
- Eu é quem digo isso, se minha mãe descobrir que estou mentindo, ela ficará tão decepcionada comigo. - meu coração pareceu se afundar cada vez mais quando eu pensava nisso.
- E quem se importa?! Minha mãe está prestes a abrir sua grande boca e acabar com tudo, já imaginou a humilhação que eu vou passar? - perguntou entredentes, eu me espantei pela sua relação, impressionada com sua frieza.
- Você é tão fútil Ian- passei por ele indo em direção onde nossas mães se encontravam, deixando o Ian e sua idiotice para trás.
Quando cheguei, Edna já estava com o braço enfaixado, e minha mãe mostrava um porta-retrato com a foto da nossa família para a mulher bonita, porém de aparência cansada.
- E essa daqui é a minha filha Nina, você já conheceu, é claro.- mostrou e sorriu ao me ver entrar.
-Eu tenho um casal. - Edna disse para minha mãe, que concordava sorridente. - Mas minha filha mais velha, sempre morou com os avós, então nos vemos bem pouco. Eu nunca tive condições de criar meus filhos e hoje em dia, é que consigo manter tudo em ordem.
Senti um nó se formar em minha garganta. Como o Ian pode ter vergonha desse ser humano tão gentil?
- Você é uma grande mulher, Edna. - mamãe a elogiou e logo olhou para o relógio- Eu preciso ir, fique aqui até uma enfermeira aparecer e lhe passar alguns remédios por acaso você sinta dor. Adorei te conhecer.
Mamãe deu um pequeno abraço em Edna e tocou em meu ombro, passando por mim.
-Mais uns vinte minutos e eu vou poder sair. - murmurou para mim e saiu porta a fora ouvindo seu nome sendo chamado pelo alto falante.
- Você é amiga do Ian, não é? - Edna perguntou um pouco menos sorridente, e eu assenti. - Ele foi embora? Porque eu sei que ele não gosta muito de aparecer... comigo.
Meu peito pareceu se espremer, e eu sentei ao seu lado, sorrindo de leve.
-Ele ainda está aqui, mas se ele tiver ido, você pode sair para jantar conosco.- ofereci, mas ela negou.
- Muito obrigado, mas eu tenho que trabalhar ainda hoje.- olhei espantada para ela que apenas encolheu os ombros.
- Mas você não pegou atestado?
- Eu peguei, mas ainda assim, não sei se posso me dar ao luxo de perder esse emprego, tenho contas para pagar. - concordei com a cabeça, e sorri carinhosa para ela.
- Mas é melhor a senhora repousar. Se fizer esforço agora, provavelmente vai se ferir mais, o que vai piorar e te deixar mais tempo sem trabalhar. - expliquei, e ela balançou a cabeça.
- Você deve ter razão, e também são só alguns dias. - disse, e eu tratei de me despedir após ver uma das enfermeiras entrar.
-Até mais, Nina- Edna me deu um tainha na bochecha com a mão livre, e eu acenei para ela sorrindo.
Encontrei o Ian sentado no mesmo local, só que agora falando no celular e desligando rapidamente quando me viu, correndo apressado até mim
- O que ela disse? - perguntou um tanto desesperado, e eu revirei os olhos. Ian me fazia ter essa vontade cada vez que abria a boca para falar.
- Você deveria se orgulhar da sua mãe. - falei e ele me ignorou sentando-se novamente no banco - Você não sabe o quanto ela é maravilhosa.
Agora foi a vez dele revirar os olhos para mim.
- Quer trocar então? Você me dá os pais milionários e eu te dou a família pobre e destruída, que tal?
Suspirei desistindo de discutir com o Ian, ele teria que enxergar sozinho que está se tornando uma pessoa ruim. Eu não tinha absolutamente nada a ver com isso.
- Filha, eu preciso que você pegue o meu casaco... Oi, Ian!- minha mãe gritou animada, e pude sentir o Ian endurecer ao meu lado. Meus olhos correram para o corredor tendo certeza que Edna ainda estava na enfermaria.
- Senhora Dobrev - falou sorridente, e eu quis esgana-lo por ser tão falso com minha mãe.
- Que isso, querido, pode me chamar de Michaela. - ela sorriu grande, e por um segundo pensei que o Ian havia esquecido o nome dela.
- Eu já estava de saída...- Ian disse apontando para o elevador, e meus olhos se arregalaram, já que ele provavelmente iria embora sem Edna.
- Então desça com ele, Nina. Pegue meu casaco no carro,que eu logo irei sair. - Ela me estendeu as chaves, e eu olhei para o Ian, suplicando para que ele não deixasse sua mãe sozinha.
- Vamos. - Ele me puxou pela cintura, e meus olhos ainda não desgrudavam do corredor.
(Ian POV)
Ela parecia relutante em me seguir até o elevador, falando com sua voz irritante coisas irritantes que me irritava.
- Da para calar a boca?!- pedi apertando o botão para descer e escutando ela bufar atrás de mim dentro do grande elevador espelhado.
-Você vai deixar sua mãe aqui?- ela disse alto e um tanto brava- Eu não posso acreditar que está fazendo isso...
- Mas que droga! - Me virei para ela, a vendo se encolher rapidamente - Dá para parar de cuidar da minha vida?
- Mas ela é sua mãe!
- Cala a boca! - gritei novamente, e ela estufou o peito pela primeira vez.
- Pare de me mandar calar a boca! - gritou para mim, e eu revirei os olhos.
O elevador parou rapidamente lançando Nina em meu peito, que soltou um pequeno grito quando viu que havíamos parado.
- Mas que porra!- comecei a apertar todos os botões rapidamente, vendo ela bater na porta achando que tinha alguém.
- Nós estamos trancados no meio do caminho, pare de ser uma idiota e ficar batendo na porta. - puxei seu ombro, recebendo um tapa rapidamente.
- Não toque em mim! - Gritou brava, e eu sorri vendo a marca em seu pescoço.
- Não foi isso que você disse enquanto gemia manhosa, sentindo meus dentes morderem seu pescoço. - ela arregalou os olhos e empurrou meu peito - Quer outra marquinha dessas, Neens?
- Você é um idiota! - ela me deu mais um empurrão no peito enquanto eu continuava sorrindo - Um tremendo idiota que...
A calei rapidamente, prensando seu corpo em uma das paredes espelhadas do elevador e sentindo seu corpo relutante se arrepiar com meu toque.
- Eu sei que você quer...- sussurrei em seu ouvido, a ouvindo arfar rapidamente.
Puxei seu queixo para cima, e colei nossos lábios com força, sentindo a relutância da Nina em me deixar explorar sua boca novamente. Levei minhas mãos à sua cintura, impulsionando seu corpo no meu e a fazendo levantar do chão e entrelaçar suas pernas em mim.
Beijei sua boca com vontade e até um tanto grosseiro, tirando gemidos doloridos dela, enquanto puxava seu lábio inferior com os dentes, apertando sua cintura com força e a prendendo contra parede, tentando possui-la cada vez mais.
Nina tinha um gosto indescritível, suas mãos que puxavam meus cabelos, estavam me deixando a loucura, principalmente quando ela tomou coragem e puxou meus cabelos para trás, rompendo o beijo e descendo sua deliciosa boca pelo meu pescoço.
Tirei uma das minhas mãos de sua cintura e corri para meu zíper, abaixando-o rapidamente e abrindo os botões. Senti ela congelar no meu colo e abrir os olhos assustados.
- o que?! Me solta!- gritou praticamente caindo do meu colo com os lábios vermelhos e com a expressão assustada - Eu não acredito que você... Você achou que íamos...
- Ah, qual é, Nikolina? É só uma foda. - falei irritado, vendo ela boquiaberta. Ela era a virgem mais difícil que eu já vi. - Vamos lá. Nós temos o elevador todinho para nos dois.
Ri da sua expressão que ainda parecia desacreditada, senti meu membro pulsar só de imaginar em foder ela agora.
- Eu não sou essas garotas que você usa, Ian! - seu grito foi cortante, me fazendo parar de sorrir e encarar seu rosto sério - Pare de me tratar como uma vadia! Eu não sou assim ! Pare de achar que eu sou fácil e que isso não tem valor algum para mim! Porque tem!
- Pare de drama...- comecei, mas ela apontou o dedo para mim, já com lágrimas nos olhos.
- Não ouse tocar em mim novamente! - gritou, e eu a puxei pela cintura, sorrindo cafajeste quando o elevador começou a andar
- Agora podemos foder em movimento. - falei, e logo em seguida, um estalo foi ouvido. Meu rosto se virou com o tapa que ela havia me dado, e eu olhei incrédulo para a garota de bochechas coradas e lágrimas escorrendo.
- Você me da nojo, Somerhalder! - gritou em prantos e saiu rapidamente quando as portas do elevador se abriram, mostrando o estacionamento vazio, enquanto eu segurava minha bochecha dolorida.
Meus olhos se arregalaram quando ela gritou novamente.
- Esqueça nosso trato, a esqueça nossa mentira! Eu nunca mais quero te ver em minha frente!
Ela saiu correndo pelo estacionamento, enquanto as portas voltavam a se fechar.
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