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História Coração azul - Uma fanfic Luotto - Desespero x esperança


Escrita por: TataNeveu

Notas do Autor


Olá!!
Mais um capítulo pra vocês. 💙

Capítulo 12 - Desespero x esperança


Fanfic / Fanfiction Coração azul - Uma fanfic Luotto - Desespero x esperança

Otto e Sérgio estavam conversando no escritório quando Joana passa e pergunta por Luísa.

-Como estão as coisas lá? Luísa está muito ansiosa com o parto?

Otto balança a cabeça.

-Ela até está tranquila. Eu que estou apavorado. Não que eu diga isso pra ela.

Eles riem. Joana comenta:

-Mandei mensagem pra ela faz quase uma hora, mas ela não respondeu. Deve estar descansando.

Joana e Sérgio saem e Otto franze a testa, pensativo. Luísa não dormia na parte da tarde, agitada como era. Além disso, não era exatamente próxima das redes sociais, mas costumava respondê-lo logo que ele enviasse uma mensagem. Pegando o celular, ele envia uma mensagem pra ela.

“Luísa?”

Silêncio. O sinal azul de mensagem visualizada não apareceu. Talvez o celular simplesmente estivesse sem bateria, mas um sexto sentido estranho o estava deixando inquieto. Ele olha as imagens das câmeras de casa, mas não a vê, então manda uma mensagem para Poliana, que visualiza em seguida.

“Oi, pai!”

Devia estar tudo bem, Poliana o teria avisado se não estivesse, Otto pensa, tentando se acalmar.

“Poliana, sua tia está em casa?”

“Ela deu uma saída e disse que já voltava, mas está demorando... Por que?”

“Não sei, ela não está me respondendo. Sabe se ela levou o celular?”

Uma pausa maior daquela vez. 

“Eu olhei no quarto de vocês, no do Luís Otávio, na cozinha e na sala, e não está por aqui, ela deve ter levado.”

“Vou encontrá-la.”

“Pai, me avisa quando achar ela, agora fiquei preocupada.”

“Pode deixar.”

Otto levanta do escritório rápido, deixando o paletó esquecido na cadeira. Rastreando o celular de Luísa em segundos, ele pega o carro e dispara para a antiga casa da mulher. Chegando lá ele estranha, a porta estava destrancada, então ele entra, chamando por ela. Procura-a em todos os cômodos, um pânico crescente o invadindo, e sem encontrá-la em lugar algum, ele vai até o sótão. Olhando pela porta entreaberta, ele sente que o coração para de bater ao vê-la estendida no chão. A escada caída na direção oposta e as folhas de papel espalhadas falavam por si. Desesperado, ele corre até ela.

-Luísa! -Chamando-a vezes sem conta, ele tenta ver se ela está ferida, confere o pulso que lhe parece extremamente fraco. Temendo que ela houvesse sofrido uma fratura e com receio de acabar machucando-a caso a movesse, ele pega o celular e disca para a emergência. Passa rapidamente o endereço e a situação, pedindo urgência no atendimento. Depois de desligar o aparelho, ele fica de joelhos ao lado dela, segurando sua mão, o desespero tomando conta dele cada vez mais. 

-Luísa... Meu amor, acorda...

Luísa, mortalmente pálida, continuava desacordada. Parece que horas se passam, quando na verdade apenas quinze minutos haviam passado, quando ele escuta o som das hélices do helicóptero se aproximando e por fim pousando em frente à mansão. Sem querer deixá-la por um instante sozinha, ele ouve a porta da frente se abrir e começa a gritar pelos paramédicos.

-Aqui! Aqui em cima!

Em instantes, os paramédicos chegam e conferem os batimentos de Luísa, levantam a pálpebra e examinam seu olho com uma pequena lanterna, depois a transferem para a maca com extrema habilidade, levando-a para a aeronave a seguir. 

Poliana atravessa a distância entre as duas casas correndo, chegando quando estão içando a maca com Luísa. Otto pede que ela vá para o hospital com um carro de aplicativo e, com a anuência dos paramédicos, segue no helicóptero junto, o desespero só aumentando enquanto os atendimentos preliminares são realizados. Quando um deles encosta o estetoscópio no peito e depois no abdômen de Luísa, ele ergue o olhar pra Otto, solidário:

-Os batimentos dela e da criança estão estáveis, senhor Monteiro. Procure se acalmar.

Mas ela não acordava. Otto, angustiado, se perguntava há quanto tempo ela estaria inconsciente. Por que tinha saído pra trabalhar naquele dia? Por que passara tanto tempo sem verificar se tudo estava bem? Mil perguntas sem resposta passavam por sua cabeça, castigando-o sem piedade. 

O helicóptero pousa no heliporto do hospital particular que atendia-os e eles descem, os paramédicos levando Luísa apressadamente para a área de emergência. Otto faz menção de ir atrás, mas uma enfermeira o detém pelo braço.

-Senhor, não pode entrar aí.

Sabia que ela tinha razão, claro que sabia. Ele lança um olhar perdido à mulher, depois que a porta se fecha atrás dos enfermeiros que estavam levando Luísa para dentro.

-Eles vão ficar bem, não vão? Por favor... Eles têm que ficar bem!

A enfermeira lança um olhar compreensivo a ele.

-Faremos todo o possível. Por favor, aguarde na sala de espera. Informaremos assim que forem realizados os exames necessários.

Agitado, ele não consegue ficar sentado na sala de espera por mais de dois minutos. Andando de um lado para o outro, ele não tira os olhos da porta da sala de emergências. Poliana chega após algum tempo.

-Pai! -Ela se assusta quando o olha. Nunca o tinha visto com os cabelos grisalhos tão bagunçados, os olhos avermelhados, a expressão desesperada daquela forma. O coração da garota se apertou por ele. Ela se aproxima e o abraça apertado. -Pai... O que foi que aconteceu? Como a tia Luísa está? E meu irmão?

Ele balança a cabeça em negativa, correspondendo ao abraço da filha. Depois lança um olhar agoniado a ela.

-Ela estava procurando por fotos... Ela caiu de uma escada. Encontrei ela desacordada no sótão, acho que bateu com a cabeça. Agora ninguém me fala como ela está, eu não sei o que fazer! -Nunca se sentira tão inútil em toda a sua vida. Sentando-se, coloca a cabeça entre as mãos. Poliana se senta ao lado e coloca a mão no ombro do pai.

-Pai, calma... Confia em Deus, tudo vai dar certo.

Ah, a fé de Poliana... Otto não conseguia lidar com aquilo agora, então apenas não responde. Logo coloca-se em pé de novo e recomeça a andar de um lado para o outro. Poliana continua sentada, as mãos cruzadas sobre o peito, parecendo orar baixinho. Após alguns minutos ela se levanta.

-Pai, quer que pegue uma água pra você?

Otto não aguentava mais aquele lugar, estava ficando tonto de tanto andar em círculos e percebia o olhar preocupado de Poliana em si. Balançando a cabeça, ele responde:

-Não, filha, eu vou buscar. Você quer alguma coisa?

Poliana nega, e Otto dirige-se aos corredores, tão brancos e lhe parecendo tão opressivos quanto a sala de espera. Odiava hospitais e todas as recordações que tinha neles. Pegando um elevador até o térreo, ele sai por alguns instantes, respirando fundo ao alcançar a rua. Após pegar a água em uma máquina automática, ele se vira para voltar, mas para diante de uma porta aberta ao lado da recepção.

O oratório do hospital.

Sem parar pra pensar no que está fazendo, ele entra e se senta no último banco. Dirige um olhar ao pequeno altar montado à frente. Lembrando de Poliana, sem perceber, ele começa a falar baixinho:

-Será que ainda lembra de mim? Faz vinte anos que não falo com Você, que não acredito em Você. Vinte anos que implorei pela vida da minha Stela e Você não me ouviu. -O coração apertado no peito quase o impedia de respirar. Ele fecha os olhos e continua falando na capela vazia.- Eu tive meus erros, eu sei. Talvez eu merecesse. Mas por que não castigou a mim? Por que minha filhinha? E agora, Luísa e nosso filho, vai me tirar eles também? -Ele abaixa a cabeça. Uma lágrima escorre pelo rosto dele. -Dessa vez eu não vou aguentar. Vou virar um morto-vivo. Não faria nada comigo mesmo porque sei que Poliana ficaria desamparada. Então me leva no lugar deles. Sei que Luísa vai cuidar deles bem, muito melhor do que eu. Não me deixa perder eles também, eu não posso... Leve a mim se eu preciso ser castigado. -Ele baixa a cabeça e mais lágrimas escorrem. -Sei que eu não deveria testá-lo, não é? Mas eu não tenho escolha agora. Então... Se eu devo acreditar em Você, me dá um sinal. Por favor. Eu estou implorando. Será que Você existe? Será que pode me ouvir? 

A cabeça baixa, ele se recosta contra o banco, derrotado. Sente uma mão em seu ombro.

-Pai...

Ele olha pra cima e vê Poliana, o rosto da garota repleto de lágrimas. Ela tinha ouvido a tentativa de oração desajeitada dele. Ele levanta, olhando pra ela, querendo ouvir e ao mesmo tempo com medo do que ela ia falar.

-Pai... Ela acordou. Está tudo bem. Eles estão bem.

Ele quase caiu de joelhos de alívio. Lançando um meio sorriso ao altar atrás de si, ele beija a testa da filha,  partindo correndo para a área de emergência. Com uma prece de agradecimento, as lágrimas ainda correndo pelo rosto, Poliana vai atrás dele.


Notas Finais


Gente, imagina que eu mataria esse bebê! Jamais! Hahahahahah
Um dos maiores conflitos pra mim no personagem Otto está nessa questão da falta de fé dele. Entendo e respeito o ateísmo, mas eu realmente acho que nesta situação, embora certamente o Otto não viraria alguém religioso de uma hora para outra, ao menos ele entenderia e respeitaria a fé que move algumas pessoas, isso já é um passo enorme e realmente acredito que isso deixaria a Poliana feliz, embora ela o ame e respeite da forma como ele é. Enfim... Como costumo dizer, fluiu assim. Espero que tenham gostado.
Beijos!


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