História Coração bandido - Um final de semana especial

Duas semanas após a morte de Sara, residência da família Tyerri, suíte de  Camus...

Camus

Eu estava na minha suíte, lendo um dos meus mangás enquanto eu pensava no Milo — faz duas semanas que estamos juntos. Estamos namorando escondido de nossos pais e amigos. As únicas pessoas que sabem de nós é a Pandora, Saori, meu primo e Madeleine.

Tanto a Saori quanto a Pandora estão preocupadas sobre a questão de quando iremos assumir nosso relacionamento para os nossos pais. Elas não acham certo escondermos o nosso relacionamento deles, porém pedimos segredo e prometemos que iríamos contar num momento oportuno.

Nós dois ainda mantemos nosso relacionamento em segredo, pois sabemos muito bem que poderemos ser vítimas de preconceitos, mais cedo ou mais tarde. Porém, isso não me impede de amar o meu amor, nem ele a mim. A gente só mantém a descrição diante da sociedade que é um pouco preconceituosa e hipócrita.

Essas duas semanas, não foram nada fácil para Milo, pois ele ainda sofre muito pela perda recente de sua mãe. Vê-lo sofrendo da maneira que ele está, de fato me corta o coração. Eu estive pensando muito, e desejo levá-lo para conhecer novos lugares, ver belas paisagens e conhecer novas pessoas.

Eu ainda estou em dúvida se o levo para viajar para outro país, ou se o levo para a nossa fazenda. Acho que vou levá-lo para a nossa casa de férias em Marselha, pois lá tem uma belíssima vista para o mar, e a gente poderá aproveitar um final de semana bem romântico.

Meu pai e Pandora irão até a Suíça, para curtirem o final de semana, pois devido ao trabalho de ambos, eles mal andam tendo muito tempo para namorar.

Nós temos um casarão na Suíça, e minha madrasta é louca para conhecer o país, então meu pai decidiu levá-la até lá. Meu primo ficará aqui junto de Madelaine, e eu aproveitarei a deixa para levar o Milo até Marselha, uma cidade do interior de Paris – ela é uma cidade portuária, ou seja, um clima perfeito para namorar e ficar junto da pessoa amada.

Só espero que eu consiga convencer o Mi a ir…

Por falar nele, vou ligar para ele.

Peguei meu celular, que estava sobre o criado-mudo, e iniciei a ligação. Ele demorou um pouco para atender, e logo notei que sua voz estava um pouco ofegante, o que me deixou preocupado. Mas logo ele me explicou que estava fazendo cooper, numa ciclovia perto de uma avenida famosa de Paris, que por sinal é situada perto de minha casa. Então combinamos de nos encontrar no tal lugar, e ao encerrar a ligação, me arrumei, peguei a chave da moto, o capacete, minha carteira, o óculos escuro e o meu celular. Após pegar tudo o que eu precisava, segui para me encontrar com o meu amor. E, ao chegar ao lugar desejado, Mi estava encostado numa árvore frondosa e se molhava com a água de sua Squizy.

Eu estacionei minha moto perto de onde ele estava, e fiquei por alguns minutos contemplando aquele belíssimo deus grego esculpido a mão. Tanto foi meu transe momentâneo, que eu sequer vi que havia outras pessoas a minha volta. Só percebi que eu estava viajando além do limite, ao levar uma bolada na cara.

— Moço, me desculpe. Eu não tive intenção de lhe acertar. — uma criança dizia ao pegar a sua bola perto da minha moto.

— Não se preocupe, pois a culpa foi minha por ficar distraído. — falei ao descer da moto, indo em seguida de encontro ao Milo. — Oi, Mi. Como você está? — indaguei próximo ao meu amado.

— Hoje eu estou um pouco melhor. E você, Camy? Como está? Está seguindo a dieta que o doutor Smith te passou? —questionou, me abraçando.

— Estou seguindo sim, mesmo contra minha vontade, pois fígado é horrível, fora o suco de beterraba e as outras coisas que ele passou. — comentei revirando os olhos.

— Tudo isso é para o seu bem. Ainda bem que seu quadro de anemia não é tão grave assim. Mas você precisa seguir tudo direitinho para seu quadro não evoluir para um estado mais severo. — alertou num tom sério e ainda me abraçando. Depois, nós resolvemos ir a uma sorveteria, ali perto. E após escolher nossos sorvetes, nos sentamos numa mesa do lado de fora, bem embaixo de uma árvore bem frondosa.

— Eu gostaria que você viesse me acompanhar para um final de semana em Marselha, e, por favor, não me diga não. — falei o encarando.

— Marselha, a cidade portuária? — indagou com suas belas orbes azuis claras brilhando.

— Sim, meu amor. Meu pai tem uma casa de férias lá, e já que meu pai irá para a Suíça, eu pensei da gente ir para lá, para ficarmos juntinhos. — comentei piscando com um olho só.

— Hum! Será bom ir para lá com você, Camy. Eu só precisarei inventar algo para o meu pai. — meu lindo grego dizia sorrindo.

— Não se preocupe, pois eu já tenho tudo em mente. — avisei sorridente.

— O que você está pensando, seu idiota?! — soltou risonho.

— Simples! Você é o gerente lá, na lanchonete, certo?

— Eu acho que estou conseguindo acompanhar seu raciocínio. — ele disse me olhando no fundo dos olhos.

— É isso mesmo, amor. Você irá dizer que vai para uma viagem a trabalho. Vamos pedir ajuda para o meu primo e a Saori. — falei de uma só vez.

— Eu gostei de sua ideia, porém, eu acho melhor não envolvemos a Saori, pois ela assim como a Pandora deseja que nós contássemos para nossos pais sobre o nosso relacionamento. — soltou sério.

— Você tem razão… É melhor não a envolvermos, pois nossos pais ainda não estão preparados para saberem da gente. — comentei com pesar.

— Não fique triste não, Camy. No momento certo eles saberão. — Mi soltava otimista. Porém, no fundo, eu sabia muito bem que o senhor Degel jamais irá aprovar esse tipo de relacionamento, mesmo que Milo e eu nos amamos muito.

Ficamos ali, conversando por horas, que nem havíamos percebido o tempo passar — meu pai me ligou para me dar o recado, de que minha madrasta estava nos convidando para jantarmos no seu apartamento. Mesmo hoje sendo uma quinta-feira, não teremos aula, pois está tendo conselho de professores na nossa universidade. Então não tendo outro jeito, fui obrigado a me despedir do meu amor, para retornar a minha casa e me arrumar para sair com meu pai.

Mas antes de ir embora, chamei o Milo para um lugar reservado e afastado das pessoas, para poder beijar aquela boca sexy a qual eu me perco e me estremeço todo. Ao chegarmos ao lugar desejado, eu o coloquei encostado, com suas costas encostadas num tronco de uma árvore, e lhe beijei de forma repentina. Ele logo retribuiu meu beijo de forma apaixonada e urgente, ao qual só cessamos na ânsia de ar.

Ao recuperarmos o nosso fôlego, ele me acompanhou até onde estava a minha moto. Ele se despediu de mim com um abraço, e foi em direção onde estava a sua moto.

Após uma meia hora, finalmente cheguei em casa. E ao entrar no jardim, vi meu primo e Madeleine se beijando — ambos se assustaram por pensarem que era o meu pai, porém ao verem que era eu, eles continuaram a se beijar.

Enquanto isso, na empresa do senhor Tyerri...

Degel

Eu estava na minha sala, após uma estressante e cansativa reunião com Sasha, que agora é uma das sócias da nossa empresa. Na verdade, ela quer que Pierre e eu façamos tudo o que ela quer. Mas eu não atendo seus caprichos de dondoca, e isso a irrita. Eu estava sentado sossegado em minha cadeira, quando, de repente, a chata da Sasha adentrou minha sala sem ser anunciada. Então, decidi a questionar sobre sua ousadia.

— O que você faz aqui na minha sala, sem ter sido sequer anunciada?! — a questionei sério e taxativo.

— Eu preciso falar com você, e dessa vez farei de tudo para você me dar à atenção necessária. — soltou diretamente ao me olhar nos olhos.

— Pode dizer. Eu estou te ouvindo. — falei ao me levantar da minha cadeira.

— Eu preciso te dizer algo puro e verdadeiro. — ela dizia se aproximando de mim.

— O que é que você quer? Se for sobre a mudança dos uniformes das secretárias, isso está fora de cogitação. — comentei nervoso.

— Calma, Deg. Não é sobre isso que eu desejo falar, é outra coisa. — dizia de um jeito como se quisesse me seduzir.

— Eu não estou te entendendo, Sasha! E por favor, me trate por Degel. — soltei direto.

— Você não percebe o que eu sinto por você? Eu ainda te amo e te quero, meu amor. — soltou suas asneiras.

— O que é que você bebeu, sua maluca?! Você é casada com o Sisifos, e eu estou namorando a Pandora, o verdadeiro amor da minha vida. — comentei me afastando dela.

— Esqueça essa mulher e fique comigo. Eu te amo e sempre te amei. Eu sei que eu errei no passado, mas, por favor, me perdoe. — ela falava ao se aproximar de mim novamente.

— Por favor, saia da minha sala! Respeite o seu marido que te ama. E sobre o nosso passado, esqueça essa história, pois já era! E como eu lhe disse: eu amo a Pandora. — avisei ao abrir a porta da minha sala para ela sair. Após a maluca sair, eu arrumei as minhas coisas e depois, avisei a minha secretária. Eu resolvi ir para casa. Ao chegar à mesma, segui até a minha suíte para tomar um banho e me arrumar para o jantar que será no apartamento da minha amada Pandora.

Já estando completamente pronto, segui até a sala para esperar pelo meu filho, e logo o mesmo apareceu.

— Desculpe a demora, pai. Eu estava lendo meu mangá e perdi a noção do tempo. — meu filho dizia se desculpando.

— Não se preocupe. Nem faz tanto tempo que eu estou te esperando. — soltei cabisbaixo.

— Pai, aconteceu alguma coisa? Pois o senhor não me parece estar bem. — ele perguntava sério e contendo preocupação.

— Não é nada demais. Só estresse do trabalho. — eu disse ao esboçar um sorriso tímido e forçado.

— Então, vamos? Pois a Pan está a nossa espera. — ele dizia ao sair pela porta. Nós fomos e tivemos um agradabilíssimo jantar. Enquanto meu filho assistia a TV na sala, eu abri o jogo para minha Pan, dizendo o que houve na empresa. Como sempre, ela foi compreensiva comigo e disse que confiava em mim plenamente.

Depois de conversarmos e namorarmos um pouco, nos despedimos, pois já estava ficando tarde e nós íamos viajar no dia seguinte. Meu filho e eu chegamos em casa por volta da meia noite e fomos dormir, pois no dia seguinte eu iria viajar com a minha amada Pan para a Suíça.

Sexta-feira por volta das 7:30, após Degel e Pandora partirem para a Suíça...

Pov Autora

Camus e Milo partiram para Marselha, por volta das 8:00 da manhã, chegando enfim ao lugar desejado por volta das 9:30. Ao chegarem na bela e aconchegante casa de férias, os dois homens foram guardar suas roupas e seus pertences nos quartos.

Após tudo já estar arrumado, eles foram tomar um delicioso café na sacada, preparado com muito amor e carinho pelo francês. Os dois belos homens degustaram o delicioso café, num clima total de romance com um dando salada de frutas na boca um do outro.

Ao terminarem, saíram para dar uma volta pelo bairro, da bela cidade portuária — um passeio que fascinava o grego diante tanta beleza.

Na parte da tarde, eles foram até o cais para contemplar a bela vista mediterrânea e o por do sol. Camus e Milo tiraram várias fotos e curtiram o agradável passeio. À noite, prepararam um jantar bem romântico e depois, o casal apaixonado lavou a louça e deixaram a cozinha limpa, indo em seguida assistir um filme pela Netflix.

Porém, devido o cansaço da viagem, o grego acabou dormindo encostado no amado. Camus o ajeitou em seus braços, e ao término do filme o moreno pegou o grego no colo e o levou para o quarto, o colocando com muito cuidado sobre a macia cama de solteiro. Ao ajeitá-lo na cama, o moreno o cobriu com um lençol leve, de cor azul-claro.

Depois, deu um beijo no amado e seguiu para seu quarto para dormir.

Sábado, 10:00 da manhã, quarto de Milo...

Pov Autora

O francês acordou por volta das 9:00 horas para preparar o café da manhã, e levou para seu amado até o quarto dele. Porém, Milo ainda estava dormindo, mas Camus o acordou com um leve selinho.

Após o grego ter despertado por completo, abraçou e beijou o moreno com um beijo que foi correspondido de forma mútua e urgente, mas o azulado veio cessar o beijo pela ânsia de ar.

Depois que ambos recuperaram o fôlego que lhes faltavam, o azulado se ajeitou sobre a cama, para ambos tomarem o delicioso café da manhã juntos. Milo seguiu para o banheiro para fazer sua higiene matinal, e se arrumar para ele e Camus saírem para passear. Já Camus permaneceu no quarto, o aguardando se arrumar. Porém, ele cobriu os olhos a pedido de Milo, mas só foi o outro se distrair que o esperto francês ficou o espiando se trocar.

Já com o azulado vestido, e completamente arrumado, os dois homens saíram para passear e aproveitar a agradável cidade portuária — passearam até à tarde, e no final foram contemplar o por do sol.

À noite foram jantar num restaurante, e depois retornaram para a casa, para descansarem e arrumarem as malas para retornarem a Paris antes do pai de Camus também retornar de viagem...