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História CORAÇÃO DE ESTUDANTE - CAPÍTULO UM


Escrita por: SouBolinhaRosa

Notas do Autor


pretendo postar os próximos capítulos em breve, deixem sugestões se desejarem, desde já muito obrigada e me perdoem os erros de ortografia, boa leitura

Capítulo 1 - CAPÍTULO UM


PARTE 1

O inverno havia chegado mais cedo do que o esperado e do que eu queria, ao que tudo indica teríamos neve e neve para os descoordenados era humilhante, no mínimo cômico para mim, e de “humorista” meu nome já dizia tudo PARK, um nome americanizado que as famílias davam para seus filhos após a Guerra das Coreias sem nem saber o significado apenas porque achavam a pronuncia interessante, eu diria exótico, afinal a maioria dos pais e avôs naquela época nem sabia pronuncia-lo , era apenas pelo prazer de ter um filho com um nome estrangeiro. Provavelmente eu seria uma piada pronta na faculdade amanhã, meu primeiro dia de aula e eu aqui as 2:30 da madrugada dentro de uma bola de cobertor em um apartamento mofado de 2 por 3 metros, deitado numa colchonete que deveria receber o nome de folha de papel, pois não havia um milímetro se quer de distância entre minha costas e o chão, minha bunda estava amassada pelo voo e agora pelo papelão disfarçado de cama pra mendigos em que eu estava deitado na periferia de Nova York porque né, alugar um apartamento no centro seria um sonho impossível . Mas pelo menos, a parada de ônibus e metro só ficava a 10 minutos de caminhada, era muito mais perto do que eu estava acostumado em Seul, eu tinha que andar 40 minutos até chegar ao colégio, porque ônibus custa dinheiro e dinheiro é algo que me falta desde os primórdios do meu nascimento. Eu ligaria para minha família se pudesse, mas provavelmente estariam todos ocupados pelos meus cálculos e ligações internacionais estavam fora de cogitação. E como minha mãe já havia me anunciado: “só nos ligue caso o dinheiro da comida não tenha chegado na conta, e se a morte bater na sua porta ligue para a polícia, e se sentir saudade abrace o travesseiro, pois é caro bancar o intercâmbio de um filho, imagine dois”.

Eu não era dramático, apesar do meu querido e destemido irmão caçula afirmar com arma empunho que eu era, mas confesso a literatura pré - modernista brasileira me encantava, e como a insônia minha eterna companheira decidiu acalentar-se esta noite tão impropria pra mim, decidir recorrer a minha segunda e amada companheiro o livro de cabeceira que comprei em uma lojinha super charmosa com comidas e produtos brasileiros em Busan. Minhas mãos coçaram ao ver a prateleira repleta de livros em sua maioria traduzidos para o coreano e japonês, seria um sonho ler livros de autores estrangeiros que não fossem americanos ou asiáticos. A possibilidade de estender meu campo de visão para os países latinos era um prêmios aos nerds de plantão como eu se agrupavam e se empurravam no pequeno corredor, era tantas as apções com nomes tão estranhos quanto o meu em um pais americano. Na época decide escolher provavelmente os mais difíceis pra mim de serem pronunciados : Lima Barreto, Machado de Assis e José de Alencar os primeiros de muitos que me fizeram voltar semanas depois para comprar mais e mais.

Ainda me lembro de na semana seguinte levar meu irmão comigo, como último fio de esperança de faze-lo se interessar pela leitura que não incluísse mangas eróticos e revistas em quadrinhos do homem de ferro. Mas eu deveria ter previsto que ele se interessaria muito mais pelas comidas e atendentes com corpos tão curvilíneos quanto a arquitetura de Brasília , do que pelos livros que só tinham um desenho, o da capa. Mas me contentava em velo tão distraído a ponto de não encher meu saco a cada cinco minutos toda vez que eu entrava em uma livraria.

Sai dos meus desvaneios incomuns que sempre me assombravam desde minha chegada aqui, deveria ser a saudade de casa somada a mente vazia que como meu pai sempre diz é oficina do inferno. Me estico todo para alcançar o criados mudo sem acordar meu irmão, afinal um sonambulo é o que eu menos preciso no momento; alcanço com sucesso e lentamente me levanto e sento ainda acalentado pelos cobertores, a iluminação que vinha da janela lateral seria mais que suficiente, as luzes de cidade grande pareciam nunca se apagar, como uma pequena analogia com o meu grande sonho de consumo Paris declarado como a cidades luz. Abro o livro na marcação indicada:

‘’Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? Nada’’

Lima Barreto este sim era dramático, com tudo me encorajava a ir mais além do que eu acreditasse e quem sabe ele estivesse certo gastar sua juventude em coisas vans e esperar da velhice o que? Eu iria ser diferente iria sim estudar bastante, afinal muito se havia investido nisso, mas iria viver cada minuto como se fosse o último, iria aproveitar, fazer amigos, sair, beber (algo que confesso tenho tido bastante curiosidade nos últimos tempos ) traduzindo iria viver intensamente.

‘’Gastará sua mocidade nisso, a sua virilidade também, e agora que estava na velhice, como ela o recompensara, como ela o premiava como ela o condenava? Matando-o”

Um ronco alto se espalha pelo quarto, nada que eu não esteja acostumado vindo do porco com tuberculose deitado ao meu lado

‘’E o que não deixará de ver de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, não provara, não experimentará.”

Outro ronco, nossa hoje meu irmãozinho anda inspirado, eu poderia supor o fantasma da opera tamanha sua eloquência na incrível variação de sons providos aquele ser. Reúno toda minha paciência, porque se eu tiver força, eu mato, e meus pais não gostaria que seu manakae fosse enforcado com o travesseiro do irmão. Fecho o livro e penso em todas as possibilidades do dia de amanhã, eu precisava dar um jeito de fazer a professora não falar meu nome completo na hora da chamada, primeiro que ela não conseguiria, segundo que Jimin pode ser diferente, incomum, mas é muito mais razoável que ter como primeiro nome um parquinho de brincar logo de cara.

O ronco de jungkook se tornava cada vez mais audível, confesso tive medo que ele acordasse a vizinhança, continuar lendo seria impossível. Eu era paciente, mais ter um irmão que ronca igual uma britadeira na tpm e insuportável. Pego o travesseiro, conto até três e jogo nele com toda força que consigo.

- Ah! O que foi? Um terremoto??

- Que eu saiba os Estados Unidos esta em cima de uma placa tectônica e a probabilidade de um terremoto e muito improvável

- credo que nerd, me deixa dormir!! Porque me acordou??

- eu também tenho o direito de dormir

- quem aqui tá te impedindo??

- você sua besta! Roncando igual um porco

- eu não ronco eu apenas faço barulho musicados pela boca

- e isso é conhecido popularmente como ronco

- Ah cara vai dormir vai, me deixa

Ele se vira para o outro lado e quatro segundo depois a britadeira humana retoma com força total

Sorriu não tem como me zangar com ele por muito tempo, eu posso falar mal , reclamar e tudo mais, só que eu sou o irmão mais velho é minha responsabilidade encher o saco e pegar no pé, apesar de não ser o maior em estatura( eu devo ter colado chiclete na tabua dos mandamento pra merecer isso), eu nasci primeiro, comi o triplo de tigelas de arroz que esse biscoito aí, sorrio com o pensamento de um novo apelido para rivalizar com o baleia assassina que ele me deu semana passada e minha pequena gloria faz crescer meu sorriso ( o gosta da vitória, o prato não tão frio assim da vingança), mas logo meu pequeno divertimento some com a possibilidade de alguém além de mim zombar dele na nova escola, pois só eu tenho esse direito previsto pelo código de honra da irmandade. Convenhamos, eu confesso amo meu irmão e faria tudo por ele, não suportaria ver alguém deixa-lo pra baixo, porque apesar de ser marrento, ele é mais sensível e tímido que muita gente imagine. Eu aguentaria a barra de ser chacota da turma de boa, acho que até iria curtir receber tanta atenção, mas ele provavelmente se fecharia ainda mais, eu tenho sido seu melhor e único amigo nos últimos 8 anos, desde que Tae seu grande amigo de infantil se mudou para o Brasil, depois dele, tem sido difícil para ele se enturmar, e apesar dos meus esforços, as coisas não tem dado certo no campo da amizade e nem do amor. Acredita que até em um site de relacionamento eu já escrevi ele, penas que recusava todas as pretendentes, sempre colocando defeitos em meninas que pra mim se encaixariam perfeitamente em uma capa de revista.

Eu tinha que fazer algo por ele, por mim, por nos dois, Park Jimin o povo até engoliria com o tempo( eu acho) e mesmo se não engolissem eu nunca liguei muito mesmo pros outros, mas Jungkook, era mais complicado, o kook cagava no final. Se nós chegássemos bem cedo no campos da universidade poderíamos tentar encontrar a professora e pedir que ela fale apenas jung e jimin, tenho certeza que ela agradeceria em não ter que falar tanto. Seria uma boa solução, estou até orgulhoso de mim mesmo, e o prêmio do Oscar de melhor solucionador de problemas vai para JIMIN, o nerd.

Apoio minha cabeça no travesse fino e respiro profundamente, viro minha cabeça para o lado e são 4:10 da madrugada, sendo que eu teria que acorda as 8:00 da manhã

- Meu Deus, preciso dormir preciso dormir

- cala a boca, se mandar dormir, não faz você dormir

- achei que estivesse dormindo

- você se mexe muito, me acordou

- desde quando começou a ter sono leve?( não consigo conter o sorriso)

- Ah qual é? Vai encher agora

- foi mau, só quero saber uma coisa desde quando está me ouvindo ?

- desde quando você começou a falar meu nome, olha relaxa tá, eu sei me virar muito bem sozinho

- eu sei disso, não me entenda mau, é só que me preocupo com você

- eu quero que faça isso, tentar me proteger o tempo todo, pode não parecer mas eu sei me defender, agora vamos dormir, não quero ter que dormir na sala de aula logo no primeiro dia, por isso boa noite baleia

- boa noite biscoito maisena

Uma agitação tomava meus ombros acompanhada de uma voz longe que me chamava

- Acorda acorda Jimin vamos perder a aula

- O que?

Disse com a voz marejada, os olhos estavam chegados, a claridade que tomou o quarto me impedia de abri-los.

- Acorda temos aula

- Ah?

- JIMIN

- O que foi? Me deixa dormir

- Aula entendeu, aula, vamos nos atrasar no primeiro dia, o despertador não tocou

Nossa, não acredito que o Jungkook me acordou, logo agora que ficou bom, estava sonhando com a Megan Fox, que mulher, que corpo. Mas pera ai, como assim aula, luz, claridade, então já era de manhã. Esse entendimento, me fez dar um salto da cama, tamanho o susto

- Como assim? Que horas são?? Porque não me acordou?

- Olha eu tava tentando

- HORAS JUNGKOOK, AS HORAS?

- 7:30

- Meu Deus, VAMO LOGO

- Não grita

- EU GRITO SE EU QUISER

Corro pro banheiro, pego a basta e a escova, mas a agitação dentro de mim era tamanha que minhas mãos tremiam, me fazendo derramar metade do creme dental no espelho

- Ah droga

- ANDA LOGO JIMIN

Respiro fundo, decido não responder, já estava nervoso demais pra isso, entupo minha boca de basta e tento escovar mais rápido que consigo. Saio do banheiro e dou de cara com meu irmão já vestido, lhe dou espaço e vou direto pra pequena cômoda em que na noite passada já deixei separado a roupa pro primeiro dia. Antes de terminar de calçar os sapatos, jungkook sai do banheiro já pegando e bolsa e guardando os livros

- Se a gente correr, quem sabe de tempo

- Que horas já são?

- 7:45

- Então vamos logo, na volta eu compro uma sirene da polícia como despertador  



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