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História Coração de lobo - Anotações e observação


Escrita por: Maru-chan7

Notas do Autor


Desculpem a demora :') Espero que gostem e boa leitura.

Capítulo 3 - Anotações e observação


Fanfic / Fanfiction Coração de lobo - Anotações e observação

A primeira semana de aulas passou com apresentações de professores e colegas.

Houve uma breve explicação do que os jovens aprenderiam e da importância de levar a sério o que era falado pelos mais velhos.

Basicamente conseguiram uma semana inteira para fazer amigos e conhecer os professores.

A faixa etária seria dos 13 anos até os 18. A idade de observar e copiar.

As aulas agora começariam para valer,sem enrolação ou atalhos os jovens aprenderiam tudo aquilo que os tornaria adultos fortes e sábios.

O único humano puro entrou quase no fim da primeira aula,onde ninguém ligava se ele estaria na escola ou sendo devorado por um lince.

Com vergonha do atraso sentou em uma mesa vazia rapidamente, e prestou atenção no que o professor regente falava.

—Como eu dizia, observar é extremamente importante.Com olhos atentos notamos os doentes ou as falhas do bando. _ com desprezo o professor olhou diretamente para Izuku,demonstrando seu desgosto pelo rapaz_ Lembrem que lá fora os fracos são inúteis e vulneráveis,precisarão de proteção a todo momento e acabam sendo um peso para aqueles ao redor. Ser fraco é uma sentença de morte.

Midoriya sabia que seria difícil ser aceito na escola. Ele sabia que os híbridos dali iriam querer quebra-lo emocionalmente. Ele sabia que iria ser ferido e que ia doer.

Mas...aquilo era mais cruel do que ele imaginou.

O adolescente tinha 16 anos e nunca foi para uma escola.Era o seu primeiro ano em uma unidade de ensino e ele já queria chorar como nunca.

Depois que descobriram a classificação do filho de Inko Midoriya como "Humano Puro" muitos híbridos não suportavam a presença da criança,o tratando como o pior dos criminosos com frieza. Enquanto os outros filhotes batiam nele,os adultos falavam coisas que jamais se deve dizer a alguém.

Não demorou muito para Inko explodir de raiva.

Algumas pessoas dizem que a mulher simpática ameaçou todos aqueles que falavam de sua cria com uma morte torturante. Outras pensam que ela ofereceu um grande tesouro para os anciãos em troca de deixarem seu filho em paz. No entanto,a verdade foi proibida de ser falada.

Infelizmente,as pessoas estavam voltando a tratar o humano de maneira desagradável.

—Professor,não tinha que ter um grupo de adultos pra mostrar como matar? _uma menina com os cabelos vermelhos perguntou.

Izuku focou sua atenção na pergunta e não demorou para pegar seu caderno e estojo. Ouvindo com atenção e escrevendo com velocidade aquilo que achava ser relevante da resposta do mentor.

—Estamos com muitos filhotes de lebres e cervos nessa estação. Saem facilmente de perto do bando e não são rápidos o bastante,então não precisarão se preocupar muito com a primeira caçada.Fiquem na posição que se sentirem confiantes,cada classificação tem a sua nobreza e importância.Estarei com vocês para abater o animal e caso algo saia do controle. Será um teste inicial para conhecerem o território e analisarem os hábitos dos animais. MIDORIYA IZUKU LARGUE ESSE CADERNO E PRESTE ATENÇÃO.

Na mesma hora,o rapaz deu um pulo pelo susto e fez o que lhe foi ordenado.

Deku tinha como hobbie anotar tudo aquilo que o ajudaria como lobo.

Suas anotações continham de quase tudo.

Desde como abocanhar o alimento até a criação de um filhote.

Naquele momento ele estava escrevendo sobre as lebres,mas não pode terminar graças a bronca.

Engoliu a saliva e ficou paralisado,toda a sala o olhava com a mesma raiva do professor,que só pararam quando outra pessoa chamou a atenção deles.

—Katsuki Bakugo! Já estava achando que não vinha mais e ficariamos sem o melhor lobo para estrear o ano!_ o educador riu tentando bajular o garoto que estava na porta prestes a entrar _ Se não estou enganado você foi pontuado como uma das mordidas mais fortes da escola não é mesmo? Ah eu não esperava menos de você!

A turma de 17 estudantes babava junto com o adulto encima do loiro que se ajeitava em seu lugar.

-- É.

A resposta seca foi inesperada.

Normalmente o de olhos vermelhos se exibiria e falaria que logo alcançaria seu lugar como líder absoluto do povo de One for All,depois rebaixaria os colegas e por fim provaria ser um prodígio com sua inteligência e transformação.

Entretanto,Bakugo ficou em silêncio, algo raro e um tanto estranho.Não olhando nenhuma vez para Midoriya.

Ele não suportaria encarar as iris verdes depois do que fez...

Ao contrário de Izuku,ele tinha entrado no banheiro certo e se aliviado da mesma forma que o Deku. Depois arranjou um uniforme com a coordenação e ali estava,ouvindo um professor babaca que puxava seu saco.

Já havia estudado sobre aquele momento,sobre os hormônios que chegariam e fariam se sentir estranho. Não deu tanta importância quando teve aulas de maturidade sexual e agora sentia a falta delas. Uma boa explicação sobre o por que diabos teve uma ereção pelo seu rival no começo do dia,o ajudaria a se sentir menos depravado.

Não respondeu as perguntas de seus colegas pedindo se ele estava bem,nem se importou com as coisas óbvias que eram explicadas na sala.

Katsuki sabia dos perigos das florestas de seu território,então se permitiu flutuar nos próprios pensamentos enquanto não chegava a hora do treinamento prático.

Oposto a isso,Midoriya escrevia sem parar assim que o mentor tirou os olhos dele.

Sua busca por conhecimento não seria parada por um professor. Afinal,não estava fazendo nada de errado.

--Poderemos levar a presa para casa no final do dia?

Ah, o momento único da primeira presa! A prova mundial de que não era mais filhote. Poder caçar seu próprio alimento era uma grande honra e motivo de orgulho.

— Entendam que não será fácil abater qualquer animal nos primeiros dias. Mas sim,poderão levar aquilo que matarem.

— E quando vamos observar?

—Daqui..._olhou para o relógio na parede atrás de si_ ...5 minutos.

Os alunos mais confiantes estavam empolgados,os tímidos ficaram nervosos,e Izuku passou a rever suas estratégias para quando saísse para a floresta.

"Vou começar ficando no meio,assim não fico para trás nem muito na frente. A prioridade é observar para entender. Se tivermos que correr isso será problemático já que sou o mais lento. Não podemos levar facas então matar está fora de questão. Talvez eu consiga pegar uma ovelha se a induzir a ter uma queda brusca. Como é proibido atacar outro lobo,o professor não vai deixar ter brigas..."

E continuou a murmurar.

O professor voltou a falar assim que pegou do armário um pacote fino de cor cinza que estava lacrado:

—Entraremos no Paraíso das melodias através da trilha seguindo ao lado do Córrego da Decadência,então teremos que caminhar um pouco até chegar lá.

O Paraíso das melodias é a floresta perfeita para os híbridos iniciantes na caçada,pois muitos pássaros juntos que ali vivem cantando o dia inteiro davam a falsa percepção de segurança,dando oportunidade para os predadores pegarem suas vítimas de guarda baixa.

Izuku e o restante da turma se levantaram e seguiram o hibrido mais velho que fez um gesto com a mão para que o acompanhassem,chegando em poucos minutos na área externa da escola.

—Para não rasgarem o uniforme tem as divisas onde poderão se trocar. Deixem suas coisas lá e voltem já transformados.

Apontou para uma espécie de galpão que, apesar de ser bem espaçoso precisava de uma pintura nova. Lá continha uma enorme divisão entre direito, esquerdo e meio, além de armários não muito seguros,mas que serviriam para proteger os pertences enquanto estivessem caçando.

O lado direito foi tomado pelas garotas,o esquerdo pelos garotos e no meio foram se trocar os híbridos que não pertenciam a esses gêneros,ficando em frente ao portão somente o híbrido mentor e o humano.

Izuku se perguntava se o professor não se importava em rasgar as roupas formais já que não dava sinal de que iria trocar de roupa.

— Pegue.

Foi curto e direto,jogando na direção do jovem o pacote cinza que havia pego.

—O que é isso? _ o outro perguntou depois de pegar desajeitadamente o embrulho leve.

—Suas roupas. Agora vá se trocar junto com os outros.

—Mas eu não me transfo-

—E por isso acha que vai entrar em uma floresta úmida e cheia de lama com o uniforme da escola?_ revirou os olhos odiando ter que falar com aquele ser_Coloque essas que os líderes mandaram te entregar,são do seu tamanho e poderá sujar o quanto quiser.

—C-Certo.

Midoriya nem olhou para trás enquanto se afastava daquele macho,tinha medo que se olhasse veria mais ódio do que surportava.

Pensou muito em ir para a divisão do meio onde havia menos híbridos para repararem em si, mas não achou isso muito ético.

Não queria se meter em encrencas novamente.

Com coragem o esverdeado entrou de cabeça erguida na divisa da esquerda,procurando um armário desocupado e ignorando os olhares curiosos que recebeu.

—O que ele faz aqui? _os adolescentes começaram a falar.

—Ae fracote vai se arrumar pra virar comida de águia?

—Vai servir só pra palitar os dentes dos ursos.

—Vai insistir nessa palhaçada? Todos sabem que você vai morrer lá.

—Esse idiota vai ver como é o mundo real e vai voltar chorando pra mamãe.

E continuaram enquanto Izuku mesmo tímido abria seu pacote,com roupas diárias e íntimas pretas,para então começar a se despir.

Bakugo que estava observando tudo de longe foi o primeiro a mudar sua forma,saindo daquele cenário do jeito irritado que o caracterizava.

Somente os deuses sabiam como seria desastroso permanecer ali com intenções de ver o corpo de Midoriya nu.

A curiosidade revelaria suas vontades.

Seria vergonhoso ser pego admirando o corpo esguio e pálido do rival naquele momento,por isso,saiu de perto dele o mais rápido que pode.

Sem demora o loiro foi seguido pelos outros híbridos,que rapidamente guardavam seus uniformes e ganhavam a aparência animalesca.

O esverdeado depois que vestiu a camiseta e uma calça de moletom calçou seus tênis e também saiu,sendo um dos últimos a aparecer.

O professor que também já estava transformado o olhou dos pés à cabeça,rosnando algo que Izuku não compreendeu.

Ali estavam 19 lobos com diferentes cores e tamanhos,variando de preto até azul-turquesa prontos para marchar em busca do aprendizado e do almoço.

O guia daquela aula passou a explicar por onde passariam,mencionando novamente os riscos,alertando para ficarem juntos e pedindo a colaboração dos alunos.

Era 8:15 da manhã e o garoto humano pensou que estavam brincando com a sua cara. Pois tudo que ouvia era rosnados e grunhidos que faziam as cordas vocais dos lobos tremerem pela comunicação desumana.

O filho de Inko não estava entendendo absolutamente nada do que era "dito" pelos lobos.

Bem,não é como se tivesse recebido aulas de como interpretar rosnados de canis lupus,mas pensou que seria fácil compreender pela linguagem corporal.

Infeliz engano...a linguagem corporal também não estava dando para entender.

Olhou atentamente cada movimento de seus colegas com a decisão de que os imitaria para conseguir se adaptar.

Quando o lobo mais velho parou de fazer seus sons roucos o grupo se moveu em pequenos trotes para longe da escola,seguindo o mais velho com as cabeças alinhadas com o resto do corpo e orelhas em alerta.

***

Havia passado aproximadamente 35 minutos quando encontraram seu verdadeiro ponto de partida,o Córrego da Decadência,onde água limpa e pedras escorregadias com abundância condiziam com o nome do local.

Todos estavam sedentos e cogitavam parar um pouquinho para matar a sede e admirar com mais calma como era a paisagem fora dos portões seguros da alcatéia.

Bakugo e Izuku foram os únicos que,mesmo com sede,não se aproximaram do córrego.

O instinto dos dois alertava sobre perigo,gritando para não se aproximarem ou seria tarde demais.

Ficaram imóveis em seus lugares; O lobo de pelos claros na frente e o humano no final da fila olhando os colegas se direcionarem para a fonte de água.

Se o mentor não tivesse rosnado com tamanha brutalidade para impedir aqueles tolos de se aproximarem,muitos jovens híbridos teriam escorregado nas pedras cobertas por musgo e morreriam de afogamento após ficarem inconscientes por bater a cabeça nas rochas que pareciam inofencivas. Assim como já tinha acontecido com aqueles que vieram antes deles e desconheciam esse risco.

Era a armadilha perfeita da natureza,que com aquele líquido cristalino atraia diversos seres que não resistiam a tentação e morriam por serem ingênuos demais.

O lobo mais velho rosnava e mostrava os dentes como repreensão,fazendo seus alunos focarem em si e deixarem de ir até a água.Midoriya não estava levando a bronca,mas se sentiu mal do mesmo jeito.

Katsuki bufou com sarcasmo e arrogância,desprezando seus colegas mentalmente. Talvez ele tivesse feito algum comentário maldoso,mas Izuku não conseguiria entender.

Continuaram a caminhar,dessa vez ao lado do córrego sem se aproximarem muito por precaução,até que novamente pararam.

Os olhos verdes de Izuku se abriram um pouco mais pela surpresa,não acreditando em tamanha beleza de uma floresta que mal era mencionada.

Árvores com galhos muito bem ramificados e flores com uma infinidade de variedades abrigava aves de todos os tipos. Sendo a maioria os chamados Fantasmas Doces,que com suas penas coloridas se misturavam e desapareciam com facilidade entre a paisagem também multicolorida,levando a doçura de seu canto por toda a floresta.

Os alunos agora entendiam o nome "Paraíso das melodias" para aquele lugar,pois a luz reluzia tons fascinantes e o vento acariciava a audição alheia com as músicas das aves.

O garoto de sardas não conhecia muito do mundo fora de sua alcatéia,sempre foi criado sobre a proteção de sua mãe para que não sofresse,mas agora que estava ali do lado de fora mesmo com dor no corpo e sede,só conseguia admirar a perfeição do planeta em que vivia.



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