Algumas semanas se passaram...
Era uma segunda-feira. Rin chegou ao trabalho e começou a adiantar algumas tarefas.
Sango chegou com uma cara nada boa, seu humor estava péssimo. Rin já sabia exatamente o motivo de sua amiga estar daquele jeito.
– O que o Miroku aprontou agora? – Rin perguntou, sem nenhuma cerimônia.
– Eu peguei aquele desgraçado transando com uma vadia, no sofá da casa dele! – Sango estava tremendo de ódio.
– Canalha! – Cerrou os punhos. – Amiga, você sabe que eu sei muito bem como é isso. Você precisa se afastar dele, pelo menos por enquanto...
– Eu sei! Não quero olhar pra cara daquele cretino! Sei que não tínhamos nenhum compromisso sério, mas... eu... estava gostando daquele imbecil! – Cobriu o rosto com as mãos e começou a chorar.
– Sango! – Rin abraçou a amiga e acariciou seus cabelos, tentando confortá-la. – Espera, eu vou buscar uma água pra você se acalmar...
Deixou a recepção da academia, pegou uma garrafa de água, voltou logo em seguida e entregou para Sango.
– Obrigada... – Agradeceu, ainda nervosa.
– Você precisa se distrair! O que acha da gente sair depois do trabalho? Eu não tenho aula hoje, estou com a noite livre! – Tentava animá-la, a todo custo.
– Não precisa se preocupar, Rin...
– Eu não aceito um “não” como resposta! Nós vamos sim! Vou chamar a Kagome. Chega de sofrer por homem!
– Tudo bem, você está certa... vamos sair hoje! – Sango se animou um pouco.
– Vou mandar uma mensagem pra Kagome!
As horas se passaram e finalmente o expediente das duas acabou. Elas saíram do trabalho e foram para o carro de Rin.
– Vamos passar na minha casa, antes. O meu irmão vai precisar do carro essa noite, e também... eu quero beber! Vamos de táxi! Você pode se arrumar lá em casa mesmo, eu te empresto uma roupa, tudo bem? – Rin disse, enquanto dirigia para a sua casa.
– Certo, sem problemas!
Quando chegaram na casa de Rin, ela ligou para Kagome, que logo chegou lá e as três se arrumaram, juntas. Ficaram prontas e chamaram um táxi, que as deixou no lugar que haviam escolhido para aquela noite. Era um pub bem elegante e aconchegante. Elas não queriam badalação, e sim um local tranquilo para conversar e beber. Sentaram-se e escolheram suas bebidas.
– Traga três saquês, por favor! – Sango pediu ao atendente, que anotou o pedido e já ia se retirando. – Espera aí, você não vai anotar o pedido delas?
O atendente arregalou os olhos. Então os três saquês eram só pra ela? Kagome e Rin riram e pediram um saquê para cada uma. Quando as bebidas chegaram, Sango bebeu as dela em poucos minutos. E assim se passou uma hora e meia. Já haviam bebido diversas doses e estavam bem mais animadas.
– Sango, vai com calma! Nós temos que voltar inteiras pra casa! – Rin alertou a amiga.
– Eu não quero saber! Vou beber até esquecer aquele babaca de merda! E querem saber mais? Vou dar pro primeiro que aparecer! Isso aí! Chega de ser boazinha, santinha e principalmente, chega de ser otária! Vou aproveitar a minha vida! – Sango disse, decidida.
– Entendo a sua raiva, porque já passei pela mesma coisa. Eu diria pra você pensar bem, mas... quem sou eu pra opinar? Vou fazer 19 anos no domingo que vem, e ainda continuo virgem... – Rin suspirou e bebeu seu saquê.
– Convenhamos que você só é virgem porque quer, né Rin? Você tem um youkaizão da porra à sua disposição, prontinho pra resolver esse problema! – Kagome disse num tom de brincadeira, mas com um fundo de verdade. O rosto de Rin ficou completamente vermelho. – Falando nisso, como vocês estão, hein?
– Nós temos nos encontrado em todos os fins de semana, desde que nos conhecemos... e sempre rolam uns amassos bem ardentes. Meu Deus, ele me deixa toda arrepiada e... tão quente!
– Também, né? Um macho daqueles! Eu só o vi pelas fotos que você me mostrou, mas Rin... sinceramente... não entendo como você consegue se controlar!
– SANGO! – Rin a repreendeu, mas riu logo em seguida. – Tira o olho, eu vi primeiro!
– Que foi? Apenas enalteci a beleza dele! Até parece que eu iria querer roubar o seu homem, né Rin? Me poupe! – Sango riu e bebeu mais do seu saquê.
Rin também riu. Sabia que sua amiga jamais aprontaria algo assim. Ao contrário de seu irmão Kohaku, Sango era uma pessoa completamente confiável e fiel.
– É claro que eu sei, sua boba! Kagome, e como você e Inuyasha estão?
– Ele continua sendo muito fofo comigo! Nós temos uns ataques de ciúmes de vez em quando, mas depois fica tudo bem! – Kagome suspirava, apaixonada. – Estávamos planejando viajar pra minha casa na Praia de Ishihama, no fim de semana. Já estava tudo certo, mas aconteceu um imprevisto e ele vai precisar viajar a trabalho, com o pai e o Sesshoumaru, sem previsão de quando vão voltar... então tivemos que cancelar...
– O Sesshoumaru vai viajar também? Ele não me disse nada! – Rin surpreendeu-se.
– Ah, o Inuyasha me contou hoje! Houve um contratempo na empresa, e eles vão precisar ir até a filial de Osaka, o mais rápido possível. Mas me diz, por acaso vocês se falaram, hoje?
– Não...
– Então! Não se preocupe com essas coisas! Como você disse... vocês ainda estão se conhecendo, e não devem tantas satisfações um pro outro, certo? Aliás, eles estão muito ocupados, hoje. O Sesshoumaru não deve ter tido tempo de te contar! Agora, não vai ficar triste por causa disso, né?
– Poxa... mas justo durante o meu aniversário... – Rin se entristeceu.
– Ah, não! Não vai começar chorar! – Uma lâmpada se acendeu em cima da cabeça de Kagome. – JÁ SEI! Vamos pra minha casa de praia! Nós três, uma viagem só de mulheres, o que vocês acham? Rin, podemos comemorar o seu aniversário lá! – Kagome sugeriu, empolgadíssima.
– Eu topo! – Sango aceitou na hora, também animada. – Ouvi dizer que tem homens maravilhosos por lá... eles serão uma ótima distração pra mim!
– Tudo bem... eu vou! – Rin aceitou, mas ficou pensativa e não muito animada.
– UHUUUL! À nossa viagem! – Kagome propôs um brinde e as três amigas brindaram.
Elas beberam por mais algum tempo e já estavam completamente alteradas pelo álcool. Kagome e Sango precisaram ir ao banheiro e Rin ficou sozinha na mesa. Olhou para seu celular e viu o número de Sesshoumaru na agenda. Não resistiu e ligou para ele. Sim, a bebida a encorajou.
– Rin? – Sesshoumaru atendeu rápido, depois de dois toques.
– Sesshy... por que você... não me contou que vai viajar? – Perguntou, com a voz manhosa e chorosa.
– Você me chamou de quê? – Indagou, incrédulo com o apelido.
– De... Sesshy! Você não gostou?
– Rin, você andou bebendo, não é? Onde você está? – Começou a ficar preocupado e ligeiramente irritado.
– Eu bebi sim! Bebi saquê com a Kagome e a Sango! E ainda vou beber mais! E você, onde está? Está com outra mulher? – Começou a chorar.
– Rin, deixe de tolices! Eu vou te buscar agora! – Finalizou a ligação.
Sesshoumaru estava na paz de seu quarto, resolvendo alguns problemas de trabalho, pelo computador. Mas depois da ligação de Rin, deixou tudo de lado e foi falar com o irmão.
– Inuyasha... – Entrou de supetão no quarto do hanyou, sem bater. – Puta que pariu! – Exclamou com desgosto ao se deparar com a imagem de seu irmão saindo do banho, pelado, enquanto enxugava os longos cabelos prateados com uma toalha.
Sesshoumaru desejou com todas as suas forças poder “desver” a cena.
– Que porra você quer aqui, Sesshoumaru? Não sabe bater na porta antes? – Inuyasha reclamou.
– Para onde a sua humana foi com a Rin?
– Elas foram pra um pub, no centro da cidade, por quê?
– Porque elas estão bêbadas e eu vou buscar a Rin agora!
– O quê? Merda! Espera, eu vou com você! Só vou me vestir!
– Esteja lá embaixo em 1 minuto ou eu vou embora! – Sesshoumaru deu as costas e saiu.
Inuyasha se vestiu rapidamente e desceu. Entrou em sua Mercedes vermelha e Sesshoumaru, em sua Ferrari branca. Imediatamente saíram da mansão.
Em alguns minutos, chegaram ao destino e entraram no pub. Várias mulheres os olharam com desejo, mas eles não deram a mínima e chegaram na mesa em que as três estavam.
– Rin! – Sesshoumaru a chamou. Estava parado atrás dela.
– Kagome! – Inuyasha também chamou sua namorada.
– Sesshy! – Rin se levantou, toda alegre e abraçou o youkai, que envolveu seus braços na cintura dela, mesmo estando um pouco irritado com o apelido, e principalmente com a situação em que ela se encontrava.
– Sesshy? HAHAHAHAHAHAHAHA! – Inuyasha começou a gargalhar. Sesshoumaru fechou o semblante, lançou um olhar mortal para o irmão e lhe deu um forte soco na cabeça. – Ai! Que merda, Sesshoumaru!
– Inuzinho, você está bem? – Kagome abraçou e beijou o namorado.
Inuyasha ficou corado ao ter seu apelido revelado na frente de todos. Ele e sua boca grande! Estava zombando de seu irmão, e segundos depois a mesmíssima coisa lhe aconteceu.
– Inuzinho, hein?! – Sesshoumaru deu um sorriso sarcástico. Foi a sua vez de zombar do irmão.
– Maldito! Cale essa boca, Sesshoumaru! – Gritou, irritado e envergonhado.
– Muito bem, muito bonito, mas vocês não estão me vendo aqui não? – Sango disse.
– Ah, e aí, Sango? – Inuyasha a cumprimentou.
– Olá. – Sesshoumaru também a cumprimentou, com seu costumeiro tom neutro. Afinal, não a conhecia. Só tinha ouvido Rin tagarelar sobre sua amiga.
– Normal... só quero cortar o pinto do Miroku fora, mas de resto até que estou bem, obrigada por perguntar, Inuyasha!
– Que merda que ele aprontou agora? – Inuyasha perguntou.
– Eu o peguei transando com uma vadia... – Sango disse, enquanto admirava suas unhas.
– Mas é um imbecil mesmo...
– Você o acha um imbecil por ser um cretino comigo ou por ter sido flagrado?
– Claro que por ter sido um cretino, né! Isso não se faz!
– Pois então diga isso pra aquele filho da puta! – Sango passou da fase da tristeza e melancolia para a fase da raiva e revolta.
– Eu direi sim, agora vamos embora! Vocês três! – Inuyasha disse e pediu a conta para o atendente do pub.
Quando a conta chegou, os irmãos Taisho ficaram abismados.
– 45 doses de saquê? – Os dois indagaram em uníssono, perplexos.
– Ooops! – As três amigas fizeram caras de inocentes e começaram a rir, sem parar.
– Isso porque ainda estamos no começo da semana! – Sesshoumaru resmungou, visivelmente irritado pela irresponsabilidade das três humanas. Abriu sua carteira, tirou algumas notas altas e as deixou em cima da mesa. – Vamos embora! – Segurou Rin pela cintura e a guiou para fora do pub.
As três amigas se despediram.
Como a maioria dos carros esportivos, a Ferrari de Sesshoumaru possuía somente dois lugares, então, apenas Rin foi com ele. Sango foi com Inuyasha e Kagome, na Mercedes do hanyou.
– Você é completamente imprudente, Rin! – Sesshoumaru a repreendeu, enquanto dava a partida em seu carro.
– Me desculpe, Sesshy...
– Não quero que me chame assim em público.
– Tá, tá bom! Seu chato! – Fez um bico. – ...Você vai ter que viajar mesmo?
– Sim.
– Quando você vai?
– Na quarta-feira.
– Espero que você se comporte...
– Viajarei a trabalho e não por diversão! – Sesshoumaru franziu o cenho.
– Eu vou viajar com a Sango e a Kagome... não quero passar meu aniversário em branco, nem em casa. – Rin disse triste, pois não queria ficar longe de Sesshoumaru.
– Três irresponsáveis viajando juntas... – Resmungou.
– Nós sabemos nos cuidar muito bem!
– Não foi o que vi, há minutos atrás! – Rebateu.
– Nós apenas cometemos um pequeno deslize! – Tentou se justificar.
– Faça como quiser... mas se comporte. Sabe que não estarei por perto, para socorrê-la. A propósito, quando é o seu aniversário? – Perguntou, como quem não queria nada.
– Sim, senhor! – Brincou. – Meu aniversário será no domingo... – Respondeu, sem desconfiar de nada.
– Hum...
Não disseram mais nada. Chegaram em frente à casa de Rin. Sesshoumaru estacionou o carro. Ela ainda estava bastante alterada pelo álcool e ele precisou ajudá-la a entrar em casa, já que Satoshi ainda não havia chegado.
– Me leva pra cama? – Pediu, sem nenhuma maldade.
Sesshoumaru sorriu maliciosamente, e o rosto de Rin ficou extremamente vermelho. Era evidente que não tentaria nada com ela naquele estado, apenas queria vê-la corar. Ele a segurou nos braços e subiu a escada. Ela envolveu os braços no pescoço dele, encostou a cabeça em seu peitoral e fechou os olhos. Pelo cheiro concentrado de Rin, ele facilmente soube qual era o quarto dela. Abriu a porta e a deitou na cama.
– Obrigada! – Sorriu. – Fica aqui, até eu dormir? – Pediu tão manhosa, que nem o poderoso dai-youkai conseguiu recusar.
Sesshoumaru se deitou ao lado dela e a abraçou. Os dois não resistiram e se beijaram por algum tempo. Depois de darem alguns amassos, ele achou melhor cessar as carícias, antes que perdesse o controle. Rin estava, cada vez mais, mexendo com ele.
– Durma, Rin.
– Tá bom, tá bom! Seu mandão! – Sorriu e fechou os olhos, adormecendo quase que instantaneamente.
Ao perceber que Rin dormiu, Sesshoumaru cuidadosamente se desvencilhou dela e foi embora para a sua casa.
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