Mais uma semana se iniciava. Suspirei resignada. Eu amava meu curso, de verdade, no entanto a faculdade era extremamente cansativa e conciliar tudo isso com o trabalho e a saúde pessoal era ainda mais estressante. No exato momento eu estava na biblioteca, tentando a todo custo concluir um trabalho antes mesmo das aulas começarem. Era isso ou ter uma nota baixa.
Após a pequena corrida contra o tempo para concluir a pesquisa e o braço dolorido por ter usado cada segundo livre dos meus dias trabalhando em cima disso eu finalmente havia chegado ao fim. Suspirei novamente, desta vez de alívio e rapidamente comecei a guardar o material que acabara de usar e me apressei para ir para o meu bloco.
No caminho vi Naruto. O loiro estava com seus costumeiros fones de ouvido e comia uma maça enquanto seguia distraído para o bloco do seu curso, ou pelo menos estava até que seus olhos recaíram sobre mim. Durante a semana que se passou nós conversamos muito, principalmente por meio de mensagens.
— Bom dia Cherry. — Naruto me cumprimentou animado e eu revirei os olhos pela centésima vez que ele me chamava por aquele apelido.
— Bom dia Naruto.
Saudei e continuei meu caminho rumo a minha sala e Naruto veio no meu encalço.
— Sabe, eu andei pensando…
— Olha, ele pensa. —Brinquei.
— Engraçadinha. — Me respondeu com uma cara que me foi impossível não rir. — Mas é sério, eu andei pensando e a gente precisa sair mais. Estou completamente tentado a tornar sua vida mais animada.
Arqueei uma de minhas sobrancelhas para minha total descrença ao que ele havia insinuado.
— Mas a minha vida é animada.
— Claro, como se sair de casa pra faculdade e da faculdade para o trabalho e ler o morro dos ventos uivantes no final de semana fosse muita diversão.
— Eu gosto.
— Gostar não quer dizer nada. Eu gosto de tomar vitamina pela manhã e isso não quer dizer diversão. Eu falo de sair, conhecer pessoas, lugares, sabores.
Eu parei de caminhar e olhei em seus olhos. Queria brigar com ele, queria mesmo, mas também sabia que ele estava certo. Ele me encarava cheio de perspectiva.
— Tá. — Respondi de uma vez com um sopro.
— Sério?
Revirei os olhos. — Tá pode ser. Sério.
— Ótimo, ótimo. Vou até deixar você escolher dessa vez. — Olhei pra ele de jeito que o fizesse entender o quanto ele se achava… de fato Naruto era muito convencido.
Pensei um pouco e logo uma ideia me veio a mente.
— Você trabalha hoje? — Durante nossas conversas ele me disse que trabalhava de meio período em um escritório de advogacia.
— Tenho uns processos pra revisar, mas se eu conversar com o Senhor Jiraya ele me libera para concluir amanhã. Por quê?
Sorri sapeca.
— Eu quero levar você pra conhecer um lugar, aproveitando que a lanchonete não funciona hoje. — Ele sorriu abertamente. — Mas você vai ter que me deixar no Ichirakus mais tarde.
— Sim senhora. — Respondeu fazendo uma continência.
— Bobo. — Sorri e lhe dei tchauzinho, seguindo assim para minha sala.
- -
Durante todo o período das aulas Ino grudou em mim como um chiclete. Depois de ter basicamente me obrigado a contar tudo sobre a minha amizade com o Uzumaki e ouvir cada palavra minha absolutamente quieta, o que era estranho em se tratando da Ino, assim que concluí meu relato ela me observou por uns segundos antes de sorrir e afirmar “Ele está afim de você”, obviamente neguei e disse que ela estava ficando maluca, mas vez ou outra eu me pegava pensando nos seguintes questionamentos “Será?” ou “E se a Ino estiver certa?” como eu estava fazendo neste exato momento enquanto me encaminhava para o estacionamento onde encontraria o Uzumaki, porém balancei a cabeça e espantei tais pensamentos, da mesma forma que sempre fazia quando os mesmos apareciam.
Vi Naruto sentando sobre a moto, enquanto mexia entretido no seu celular. Logo o meu também vibrou em sinal de uma nova notificação. Peguei e era uma mensagem do loiro Uzumaki.
Já estou no estacionamento. — Revirei os olhos para sua ansiedade.
Eu sei. — Digitei rapidamente e enviei. Logo ele levantou a cabeça e me procurou com olhos de águia e assim que me viu sorriu ladino. Aquele seu sorriso sempre fazia meu pobre coração bombear mais rápido. Automaticamente meus pés aceleraram o passo e logo eu estava chegando mais perto dele. Naquele dia o loiro usava uma calça jeans levemente desbotada e uma camiseta preta colada ao corpo malhado.
— Pegue. — Disse me oferecendo o capacete. — Estou doido pra ver aonde você vai nos levar hoje.
O sorriso aberto e as batidinhas que ele dava no tanque da moto sinalizavam isso sem que ele precisasse se pronunciar a respeito.
— Acredite, eu sei. — Respondi sorrindo e me preparando para montar em sua garupa. Assim que o fiz pude sentir seu perfume e uma coisa eu posso afirmar com toda certeza, o cheiro de Naruto estava se tornando meu vício secreto e particular. Ele possuía um cheiro forte, mais com um toque de frescor e extremamente almiscarado e quando ele virou o rosto na minha direção perguntando para onde deveria ir eu senti seu hálito de hortelã pelo chiclete mascado. Viciante.
Depois de explicar qual caminho seguir me segurei em sua cintura e deixei que ele acelerasse sua moto. Mesmo sem querer admitir eu estava começando a gostar da sensação de andar agarrada a sua cintura enquanto ele pilotava sua moto e a velocidade fazia o vento balançar nossas roupas e meu cabelo.
Com Naruto pilotando chegamos ao nosso destino antes do tempo previsto. Assim que ele parou eu saltei do transporte já retirando o capacete e seguindo em direção ao pequeno chalé, olhei na direção do loiro e ele ainda estava saindo de cima da sua moto com um ponto de interrogação nos olhos, mas assim que olhou pra mim eu o chamei com um aceno e ele se apressou em me alcançar nos primeiros degraus da entrada do chalé.
— Você não disse que diversão era sair, conhecer pessoas, lugares e sabores? — Ele balançou a cabeça concordando. — Então, quero que conheça uma pessoa muito especial. — Peguei ele pela mão e saí arrastando o mesmo em direção a porta aberta da sala da minha vó.
— Vovó? — Logo a senhora chegou ali me com surpresa.
— Ah, minha Sakura. Não sabe como a vovó sentiu sua falta. — Nos abraçamos e quando vovó me soltou olhou para Naruto com uma sobrancelha arqueada.
— E esse bonitão, quem é?
— Esse é o Naruto vovó, Naruto esta é minha avó Chiyo. — Naruto que estava sorridente abraçou minha vó dizendo que era um prazer conhecer uma senhora tão encantadora e a mesma ficou levemente corada.
Eu entendo, vovó… Ele parece ter prazer em me deixar assim.
Depois de devidamente apresentados vovó nos levou para cozinha dizendo que era para ajudarmos ela a terminar de preparar o almoço, afinal seis mãos trabalham mais rápido que duas. Durante todo o tempo antes e durante o almoço e entre conversas eu flagrava o loiro me encarando e sempre que isso acontecia ele me sorria ladino fazendo-me corar, que consequentemente o fazia estufar o peito em deleite.
Naruto estava perigosamente chamando a atenção do meu coração e eu ainda não sabia se isso era uma coisa boa ou não, mas estava com toda certeza me dispondo a saber. E se Ino estivesse errada e ele não estivesse a fim de mim, eu poderia fazê-lo se interessar, quem sabe.
É, quem sabe...
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