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História Coraline - Do Outro Lado da Porta - ANO 1 e ANO 2 - Voltando para a antiga casa


Escrita por: EduVortex_x

Capítulo 4 - Voltando para a antiga casa


Era meia noite quando eles enfim chegaram até a cidadezinha Small Hill. Estavam todos com fome e cansados e por sorte, uma lojinha de queijos ainda estava aberta.

- Vamos entrar ali – Disse Coraline.

Todos atravessaram a rua e entraram na lojinha. Quando empurraram a porta, um sino tocou, acordando um senhor que roncava atrás do balcão, se tratava de um antigo conhecido de Coraline, o Sr. Bobinsky, que estava um pouco diferente da última vez que ela o viu. Um pouquinho mais gordo e barbudo, e o nariz parecia estar maior.

O Sr.Bobinsky rapidamente esfregou os olhos, arregalando-os bem para ter a certeza de que quem via era realmente Coraline.

- Caroline! – Disse ele.

- Ainda é Coraline, Sr.Bobinsky – Disse Coraline.

- Mas é claro que é, Caroline!

Coraline suspirou, franzindo a testa.

- Oi, senhor! Eu me chamo, Nolan, e tô com uma foooome! – Disse o pequeno.

- Hahaha, mas é claro, meu jovem! Esperem um segundo! – Respondeu o senhor.

- Tenha educação, Nolan! – Cochichou Chris, cutucando o irmão com o braço.

Eis que surge Sr.Bobinsky trazendo uma bandeja cheia de beterrabas.

- Que nojo! – Disse Nolan, deixando escapar.

- Nolan!!! – Gritaram Molly e Chris.

Coraline riu.

- Deixem o garoto! – Disse o senhor rindo – Eu estava brincando. Venham aqui! Tem uma torta que acabei de fazer!

Todos correram até mesa e sentaram-se. A torta parecia estar gostosa, o cheiro estava delicioso.

Enquanto todos comiam, o Sr.Bobinsky perguntou:

- Mas e vocês? O que fazem aqui essa hora da noite?

- Nós fugimos! – Respondeu Molly com a boca cheia de torta – E eu subi uma escada sozinha! – Disse ela se gabando do seu “incrível ato” de coragem.

- Grande coisa! – Disse Nolan de boca cheia.

Molly virou-se fechando os olhos, sentia-se orgulhosa.

- Isso é inveja – Respondeu ela depois.

Nolan balançou os ombros.

- Fugiram? – Indagou Bobinsky.

- Sim, fugimos daquele hospital que fica ali em cima – Respondeu Chris, apontando o dedo para a direção do hospital.

- Pelos bigodes dos camundongos! – Exclamou Bobinsky – Mas o que faziam lá? São apenas crianças!

- Todos nós fomos internados porque simplesmente nossos pais não acreditaram na gente! – Respondeu Coraline, indignada.

- Qualquer pessoa que não soubesse o quanto aquele lugar é ruim, levaria vocês de volta para lá agora mesmo! Mas eu sei! E é por isso que irei acoberta-los! Só que... não sei onde poderia escondê-los.

- Não é necessário, não vamos ficar aqui, estamos voltando para a minha antiga casa. – Disse Coraline.

- Quer voltar até lá? Mas seus pais...

- O que tem eles? – Interrompeu Coraline.

- Eles não aparecem por lá já faz um tempo. A casa está abandonada.

Coraline segurou as lágrimas e disse de um jeito como se não se importasse:

- Melhor ainda. Assim conseguirei pegar a chave sem que eles me levem de volta para aquele inferno!

- Chave?

Foi uma pergunta que Coraline e nenhuma das crianças quiseram responder, simplesmente se levantaram, se despedindo do senhor Bobinsky, dizendo:

- Temos que ir agora.

- Mas está tarde! É perigoso andar por aí essa hora.

- Não posso perder mais tempo – Respondeu Coraline.

- Bom, então eu os levarei até lá, já ia fechar a loja mesmo.

Eles aceitaram. Nolan, que não era burro e nem nada, aproveitou que ninguém olhava e enrolou vários pedaços de torta em um pano e levou com ele.

...

Foram quase duas horas de viagem até que finalmente chegaram no Palácio Cor-de-Rosa. Coraline sentiu um arrepio e um anseio por ter voltado. Esfregava os braços como se estivesse com frio, dizendo para si mesma em voz baixa: “Calma, Coraline... é só uma casa... minha casa”

Todos desceram do carro, se despedindo do Sr.Bobinsky, que ficou um pouco preocupado em deixá-los lá sozinhos. Pegou no banco de trás uma cesta cheia de comida e entregou para eles. Todos agradeceram e entraram na casa.

- Então é aqui que você mora? – Perguntou Chris.

Coraline pegou de baixo do tapete uma chave que seus pais deixaram como reserva. Abriu a porta. As duas crianças, imediatamente, se esconderam atrás do irmão ao ver o imenso corredor escuro quando Coraline abriu a porta.

- Sim... – Respondeu Coraline.

No mesmo instante Coraline sentiu uma grande dor de cabeça. Atordoada, sem ter nada para se apoiar, caiu no chão de joelhos, eram as vozes, elas diziam sem parar:

“Corra, menina! Pegue a chave agora! Agora! Rápido! A teia dela está se reconstruindo! Rápido! ”

- Você está bem? – Disse Chris.

Coraline nada respondeu. Se levantou depressa e correu pelo corredor. Subiu as escadas. Virou os olhos para a porta do seu antigo quarto e empurrou ele com força. Se ajoelhou de frente do guarda-roupa. Abriu a gaveta e tirou todas as roupas que estavam lá. No fundo da gaveta ela pegou uma caixinha. Abriu e tirou de lá de dentro a chave.

- Te achei! – Disse ela.

As crianças chegaram logo depois. Ascenderam a luz e andaram até ela.

- Essa é a chave? – Perguntaram.

Coraline balançou a cabeça, aliviada.

...

1 hora depois.

 

As crianças já estavam dormindo, as duas na cama dos pais da Coraline. Exceto Chris e Coraline, que estavam sentados em frente a lareira.

- O que é isso? – Perguntou Chris.

Coraline segurava uma folha.

- É uma história que eu escrevi quando era pequena – Respondeu.

- Posso ler?

- Claro – Respondeu ela entregando a folha.

 

Chris pegou a folha e leu em voz alta:

“A história de Coraline! ”

 

Coraline ficou envergonhada, mas ele continuou lendo:

“Havia uma menina que se chamava maçã. Costumava dançar muito. Ela dançou e dançou até que seus pés viraram sauçixas Fim. ”

Depois ele viu um desenho da pequena menina dançado sob as palavras no papel.

 

Chris, quando terminou de ler, olhou para Coraline, que o olhou de volta. No mesmo segundo os dois começaram a rir, até que Coraline disse com um sorriso:

- Não era tão engraçado no dia em que eu escrevi.

- Por que? – Perguntou ele.

- Porque foi o dia em que meus pais foram capturados pela Outra Mãe.

- Nossa...

Coraline, por mais que quisesse, não conseguiu conter as lágrimas. Sentia saudade dos seus pais. Esfregava os dedos na chave que estava pendurada no seu pescoço para poder disfarçar, abaixando a cabeça.

- Ei, não fique assim. – Disse Chris, limpando as lágrimas dela.

No mesmo instante eles ouviram os gritos de Molly e Nolan. Coraline e Chris subiram as escadas e correram até o quarto antigo dos pais dela, mas quando chegaram lá o quarto estava vazio, sem sinal das duas crianças. Então eles ouviram o mesmo barulho que uma porta faz quando empurram ela contra a parede.

Os dois desceram, quase caíram, chegaram até a sala e Coraline olhou diretamente para a pequena porta. Estava aberta!

- Ela nos distraiu! – Disse Coraline, irritada – Sua bruxa! – Gritou.

- Meus irmãos! Ela os pegou! – Disse Chris. Seu desespero se tornou maior que seu medo naquele momento.

- Mas isso não é possível! A chave está comigo! E só existe uma chave! – Disse Coraline, mostrando a chave pendurada em seu pescoço.

- E se essa não for a verdadeira chave? E se a Outra Mãe pegou antes de você? – Perguntou, desesperado.



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