História Corazón - Gastina (Em revisão) - Some promisses...

Matteo on

Estava andando pelos corredores do colégio, não podia negar a falta que Gaston fazia, ele era meu melhor amigo, então era inevitável não sentir sua falta, apesar de tudo. Senti um toque em meu ombro e virei rapidamente.

- Onde esta Gaston?

- Oie para você também, Delfi – revire os olhos.

- Me responde, Matteo – Ela exigiu.

- Eu não sei – falei simples.

- Como não? – Ela perguntou inconformada.

- Não sabendo, oras – dei de ombros.

- Ele esta sumido, faltou vários dias no colégio – Delfi falou com a voz manhosa, aquilo me irritava muito.

- Garota eu não sei onde o Perida esta, vai encher outro – Gritei, virando e costas e deixando ela plantada com maior cada de tacho.

Continuei o corredor com os pensamentos em Gaston, Nina havia me enviado uma mensagem avisando eu ele não estava no orfanato, antes de me xingar de todos os nomes possíveis por não ter contado esse segredo de Gaston a ela.

Eu também me surpreendi quando descobri aonde Gaston ia todos os dias após o colégio, ele nunca me falava, e nunca podia ir la para casa jogar vídeo game.

Um dia eu decidi segui –lo e não acreditei quando descobri tudo, aquilo me fez admirar ainda mais Gaston, sim eu o admirava, senti orgulho dele, depois de tudo que passou, ele ainda fazia coisas boas, eu sabia que ele era do bem.

Flashback on

Estava saindo de casa, para ir até a casa de Gaston, moramos próximos, quase vizinhos, mas me escondi quando o vi sair com um saco enorme em mãos, minha curiosidade foi maior.

- O que é isso, Perida? – gritei, o fazendo me olhar.

- Hum... isso... é... não é nada – Ele respondeu nervoso.

- Você sabe que sei quando esta mentindo – Revirei os olhos me aproximando.

- Quer mesmo saber? – Ele perguntou desistindo de me enganar.

- Obvio – Falei com firmeza.

- Vem – Ele puxou meu braço, entramos em seu carro e ele parou em frente ao orfanato.

- Gaston o que você...

- Não fala nada, por favor, Matteo, só me segue.

Fiquei em silencio e o obedeci.

Ele entrou no orfanato e uma menina adorável apareceu, descobri que se chama Meredith, Gaston tirou uma boneca de sua sacola, era o presente para ela de dia das crianças.

A menina abraçou Gaston e ele sorriu, era um sorriso que eu via poucas vezes em seu rosto, talvez o sorriso mais verdadeiro de Gaston.

A garota o abraçou, sorrindo abertamente e meus olhos encheram de lagrimas com  aquela cena tocante  aos mesmo tempo surpreendente.

Saímos do orfanato, pude perceber que Gaston tinha algumas lagrimas no canto de seus olhos.

- Por que faz isso? – Fui direto.

-Eu tenho muito dinheiro, ao invés de desperdiçar com coisas bobas, eu prefiro usar em coisas que valem a pena. – Ele respondeu sem me olhar.

- Gaston, a verdade – exigi.

-Gosto de crianças – Ele sussurrou.

- O que? – Perguntei, fingindo eu não tinha entendido.

- Eu gosto de crianças – Ele falou lentamente – Entendeu agora?

- E por esse motivo resolveu ajudar uma única menina.

- Merda Matteo, eu estava voltando um dia do colégio e encontrei-a perdida na rua, decidi leva la para um lugar onde os acolhesse, no caso o orfanato que estava ali perto, ela relutou, mas depois de muito insistir eu a levei até la – Ele respirou fundo, ficando vermelho, Gaston não gostava de revelar sua vida, nem para seu melhor amigo.

- E porque ainda continua a visitando, porque trata tão bem ela? – Perguntei disposto a arrancar mais dele.

- Prometi que nunca a deixaria, que sempre a visitaria, e merda! Eu amo Meredith, sinto como se fosse minha... Minha...

- Filha? – Sorri.

- Droga! É.

Flashback off

Sorri lembrando de Gaston, aquele garoto era indecifrável, estava com dó de Nina, eu sabia que por mais que tentasse, ela não o encontraria, eu conheço Gaston muito bem para saber que se ele havia feito isso era porque realmente não queria ser encontrado.

Ouvi um choro forte, vindo de algum canto daquele lugar, segui o barulho até o jardim do colégio... era Luna?

Me aproximei preocupado, tocando levemente em seus cabelos, ela estava com cabeça em meio aos seus joelhos.

- Me deixe sozinha – Ela pediu sem levantar a cabeça.

- Calma Luna sou eu – Falei acariciando suas madeixas.

Ela levantou a cabeça e me encarou profundamente, achei que ela fosse me xingar, me bater, mas ela apenas me fez uma pergunta.

- Sente falta dele?

- De Gaston? – Perguntei, enxugando suas lagrimas.

- Sim – Ela soltou um soluço alto.

- Não sabe o quanto – Respondi sincero.

- Então sabe o que estou sentindo – Ela me olhou e mais uma lagrima escorreu e seus olhos.

- Esta chorando porque esta com saudades da Nina? – Perguntei.

Ela assentiu, tremendo a boca, indicando que voltaria a chorar.

- Menina Delivery, por favor não chore – pedi enxugando novamente suas lagrimas.

- Ela não pareceu hoje no colégio de novo, Matteo, fui a sua casa e sua mãe me disse que ela não estava, seu celular só da caixa postal eu não sei o que fazer- Ela falou angustiada.

- Nina foi procurar Gaston – Dei de ombros.

- Eu sei disso – Ela sussurrou.

- Então porque esta assim? – Perguntei sem entender nda.

- Antes de ela ir, brigamos feio, no seu aniversario. – Ela apontou em meu peito.

- Luna, não é como se ela tivesse morrido ou indo embora para sempre, quando ela voltar vocês irão fazer as pazes.

– Eu sei – Ela respondeu com um fio de voz.

- Então porque esta tão angustiada? – Perguntei ainda não entendendo a garota aluada.

- Porque não perdi só Nina – Ela desviou seus olhos do meu – Perdi você também Matteo.

Aquele foi o máximo, Luna voltou a chorar e colocou novamente a cabeça em meio aos joelhos, demorei um tempo para entender o que ela tinha me falado, ela estava chorando por mim também? Aquela garota me enlouquecia.

- Menina Delivery – Toquei levemente em seus cabelos.

- Vai embora mauricinho – Ela falou abafado, com a  cabeça em meio aos joelhos.

- Olha para mim, por favor.

Depois de muito relutar, ela finalmente me olhou,  fazendo com que eu me perdesse em seus olhos verdes.

- Se acontecesse a mesma coisa comigo, se eu “ fosse embora” da mesma forma que Gaston foi, você iria atrás de mim? – Perguntei a vendo corar levemente.

- Com toda a certeza, Mauricinho – Ela sorriu de canto.

- Era tudo que eu queria ouvir, minha menina Delivery – Sorri puxando a mexicana para um beijo.

Talvez aquele beijo significasse nossa paz e o começo de um novo “relacionamento”.

- Erramos quando nos intrometemos entre o amor complicado de Gaston e Nina – Luna sorriu, ofegante logo após nosso beijo.

- Sim, aqueles dois não tem jeito, acho que o amor deles sempre será complicado. – Respondi sorrindo e abraçando Luna.

- Ainda bem que somos menos complicados que eles – Ela sorriu, fazendo um carinho em minha bochecha.

- Será que somos? – Perguntei a olhando.

- Pelo menos você não foi embora e me largou como Gaston fez com a Nina.

- Você sabe que Nina desejou que ele fosse. – Rebati, defendendo meu amigo.

- Ele era um demônio, até eu desejaria – Ela respondeu se irritando.

- Ei prometemos que não nos envolveríamos, mais – Reprendi a mexicana que riu fraco.

- Tem razão meu mauricinho, prefiro fazer outra coisa – ela sorriu maliciosamente.

- O que? Minha garota Delivery – Imitei seu sorriso e me aproximei.

- Mauricinho, a lerda da relação sou eu. – Luna – Falou aproximando ainda mais seu rosto.

Não respondi, apenas puxei o rosto de Luna com vontade e lhe dei um beijo de tirar o folego, eu não resistia a aquela Aluadinha e eu sabia que apesar de tudo, sempre teríamos um ao outro.

Ramiro on

Decidi ver como Nina estava, ela havia ido a um longo tempo até o quarto de Gaston e ainda não tinha voltado, eu sabia que aquilo não adiantaria em nada, apesar de não ter convivido muito com Gaston eu o conheci o suficiente para saber que quando ele começa uma coisa ele vai até o fim e eu tinha certeza que ele não queria ser encontrado.

Ouvi um grito ecoando do quarto de Gaston, quer dizer o quarto que ele estava hospedado. Só podia ser a Simonetti. Corri em direção a porta e empurrei rapidamente, encontrei a morena sentada ao chão.

Sua expressão era de dor, seus olhos estavam fechados e pude ver algumas lagrimas no canto deles.

- Nina, Nina – Chamei a morena repetidas vezes, mas nada.

Comecei a me preocupar, Nina começou a soar frio enquanto dizia palavras desconexas.

- Ele me deixou novamente, não, não.

- Nina, merda! Acorda – Falei um pouco mais alto – A chacoalhando.

Ela abriu os olhos assustada e me abraçou, demorei um pouco, assustado com sua reação repentina mas logo correspondi  ao abraço.

- Ele estava aqui, Ramiro, ele estava. – Ela falou angustiada.

- Quem Nina? – Perguntei sem solta –la.

- Gaston ele estava eu sei que estava – Ela falou, eu podia sentir a dor em suas palavras.

- Nina, calma – Soltei ela lentamente – Foi apenas um sonho.

- Não Ramiro, ele estava aqui, ele estava – Ela repetiu novamente.

- Nina, eu estava o tempo todo la embaixo, ele não subiu, você sonhou.

- Não  não pode ser – Ela levantou passando as mãos no rosto.

- Calma – me aproximei dela, com pena.

- Porque? Porque ele esta fazendo isso comigo? – Gritou na varanda do quarto.

- Ele não te merece Nina – Falei sincero a abraçando novamente.

- Eu quero ele Ramiro, eu não aguento mais, eu estou cansada.

- Nina acho melhor desistirmos – sussurrei.

- Não – ela suplicou – Por favor, não.

- Gaston não quer ser encontrado Nina, acredite, ele não quer.

- Ele disse isso no sonho – Nina sussurrou.

- Talvez fosse um sinal – Respondi abaixando o olhar.

- Talvez esteja na hora de desistir? – Ela perguntou coma voz embargada.

- Talvez seja  hora de seguirmos em frente, acreditando que Gaston não ira voltar – Despejei tudo, sem olha –la.

- Como? Eu não sei viver sem Gaston – Ela soluçou, enquanto seus olhos se enxiam novamente de lagrimas.

- Terá que aprender Nina – Fui sincero.

- Eu estou pagando, esse é o preço do meu desejo certo? – Ela perguntou me olhando.

- Não, Nina – Sorri confortante – Você não tem culpa por ter se apaixonado por alguém como Gaston.

- Poderia ter me apaixonado por qualquer um, mas meu coração escolheu o pior de todos, preferia que Gaston fosse apenas o cara que eu odiava, era tudo tão mais fácil.

- Você se apaixonou por Gaston, exatamente por que o odiava, o amor de vocês cresceu do ódio Nina.

- É eu sei, até nosso ódio era menos destruidor, do que a merda de seus mistérios, eu não aguento mais suas frases indecifráveis e seus enigmas idiotas.

- Isso esta te enlouquecendo, Nina – Falei preocupado.

Ela respirou fundo, enxugou as lagrimas, abriu um pequeno sorriso.

- Se Gaston não quer ser encontrado, ótimo! Agora sou eu quem não quer encontra –lo.

- Esta desistindo? – Perguntei surpreso.

- Algumas promessas precisam ser quebradas.

"As vezes o Amor da sua vida, não é o amor para sua vida."

— Layane Priscila