História CORRIDA DO AMOR - Jeon Jungkook ( BTS) - Dylan

Maranello, ITÁLIA - 17 de julho 2018 

— NÃO, NÃO! — O grito estridente e assustado da garota deixavam os médicos e principalmente os pais de S/N preocupados com o estado de sua filha. 

Após dois meses do trágico acidente de carro que matou seu namorado, S/N ainda permanecia internada, já que os seus ferimentos foram muito graves. Ela já havia acordado do coma há duas semanas. Porém, o trauma na cabeça começou a preocupar muito os médicos depois de alguns dias dela ter acordado.

— Sedem ela imediatamente — Andrew, que era um dos médicos responsáveis pela garota, pediu urgentemente para os enfermeiros medicarem S/N, que estava descontrolada. 

—  O que está acontecendo com nossa filha, Andrew? Você disse que estaria tudo bem com ela assim que acordasse — o senhor Miller questionou preocupado com todo o estado de sua única e amada filha. 

— Eu disse que as chances dela estar bem seriam de oitenta por cento — respondeu calmamente para Herick, enquanto encostava a porta do quarto de sua paciente. — Por favor, preciso que se sentem e se acalmem ― pediu educadamente para o casal que se sentou em uma das cadeiras de espera da ala VIP do hospital. 

— Não tem como nós ficarmos calmos com essa situação. Primeiro o acidente que custou a vida de meu genro e quase a de minha filha, e agora que ela acordou do coma não se parece mais com minha pequena — a senhora Pietra afirmou desesperadamente enquanto seu marido a abraçava lateralmente na tentativa de acalmá-la 

— Eu sei que isso pode parecer difícil agora, mas eloa poderá sair dessa situação — suspirou. — Eu me juntei a um dos neurologistas e psiquiatras mais renomados da Itália para discutimos o  diagnóstico de S/N, e com esse episódio que vimos agora pouco já temos certeza do que pode ser. 

— E o que seria, doutor? — o senhor Miller questionou o mais novo, que endireitou sua posição na cadeira e começou a mexer no tablet a procura dos exames de sua paciente. 

— Vejam vocês mesmos. — Virou a tela do tablet para o casal que viu uma das tomografias feitas pela manhã. — Como podem ver, ela bateu a cabeça com certa força no acidente que afetou o córtex visual dela. Acreditamos que, por conta do trauma recente que ela teve de descobrir a perda do namorado, possa estar gerando alucinações com ele. Isso é bastante raro, mas pode acontecer — respondeu, fazendo o casal se entreolharem preocupados. 

— O que vocês podem fazer para ajudá-la a sair dessa situação? Ela têm muitos sonhos e queremos que ela tenha um pouco de paz depois de tanto sofrimento — Herick disse todas as palavras que deixava o coração do casal quebrantado por saber que sua única filha estava passando por um trauma tão grande e ainda sendo muito jovem.

— Nós já estamos montando um plano de intervenção para ela. Será um processo um pouco demorado, mas que fará ela voltar a vida normal aos poucos ― respondeu, deixando o casal mais calmo. 

Dias atuais…

Dois meses já haviam se passado desde a visita de Jungkook na Ferrari. E bem, você deve está se questionando sobre o que aconteceu nessas últimas semanas.

JUNGKOOK DECIDIU ENTRAR PARA FERRARI?

Na verdade, como muitas equipes se interessaram por ele, ele pediu para que dessem um tempo para pensar nas propostas que havia recebido e que na corrida que ocorreria nos Estados Unidos ele iria revelar qual foi a proposta escolhida.

Não nego que desde que ele anunciou que iria pensar nas propostas, que inclusive são de equipes muito boas, comecei a ficar um pouco preocupada com a chance de ele não querer fazer parceria com a Ferrari. Jeon era como um objeto raro que estava a leilão e que todos dariam os melhores valores para conseguir tê-lo para si e, pensando bem em como o tratei quando foi na empresa, estou bem receosa quanto a decisão dele.

(...) 

Austin Texas, ESTADOS UNIDOS - Casa dos Millers

00:10 

Já rolava na cama pela décima vez essa noite. Não conseguia dormir pensando que amanhã seria o grande anúncio de Jungkook sobre qual fora sua equipe escolhida para o ano que vem. 

Fiquei pensando e repensando sobre cada segundo que estive com ele, tentando analisar se eu fiz algo de errado que possa fazê-lo desistir de entrar para a Ferrari. E bem, até que fiz sim:

[...]

— Escuta aqui ― falei firme. — Eu não estou aqui para brincadeira. Primeiro, eu não iria contratar alguém por beleza, contrato pessoas pelo talento e convenhamos que isso você tem de sobra. ― Apertei a gola de sua jaqueta com mais força. —  Segundo, não venha com gracinhas para cima de mim, porque eu não sou uma de suas cadelas para você falar tanta merda e terceiro, não gosto de caras egocêntricos, imaturos e principalmente mulherengos — Soltei a jaqueta de Jeon com certa força, fazendo ele sorri debochadamente. 

— Você amassou a minha jaqueta preferida, sabia? — Arrumou a jaqueta em seu corpo proferindo tais palavras debochadamente. — Mas gostei da sua ceninha — Piscou para mim descaradamente.

[...]

—  Argh. — Puxei um dos travesseiros da cama cobrindo meu rosto, enquanto dava um um grito abafado. 

Ter ameaçado Jungkook foi algo que realmente não estava em meus planos, mas ele realmente pediu para que eu reagisse daquela maneira. Onde já se viu ser tão abusado com uma mulher daquela forma? 

Suspirei pesado balançando a cabeça para os lados, como forma de tentar tirar um pouco daqueles pensamentos da cabeça. Eu realmente precisava dormir um pouco, pelo menos hoje. Porém, a única coisa que faltava era o sono. Então decidi me levantar da cama para molhar meu  rosto com água morna. Meu médico disse que isso ajudava a relaxar um pouco e também já ajudaria a evitar tomar os remédios para sono.

Quando cheguei ao banheiro, liguei a torneira, colocando na temperatura morna e assim curvei um pouco minha coluna para poder molhar o rosto, sentindo meu corpo relaxar um pouco com aquele ato. Assim que terminei voltei à posição normal, mas quando olhei para o espelho a minha frente vi Dylan um pouco distante, atrás de mim.

— Dy-Dylan. ― Tentei dizer aquele nome enquanto meu corpo e minha respiração reagiam assustados com aquela situação. Por que ele estaria de volta? Justo agora que tudo estava voltando ao normal!

Afastei-me um pouco da pia e virei para trás com o intuito de ter certeza que ele não estava ali e com alívio descobri que não estava, mas ao voltar o olhar para o espelho bati de frente com o peitoral dele. Meus olhos se voltaram para o rosto dele que estava com um sorriso nos lábios. Sua mão dominante foi para a minha bochecha enquanto eu permanecia paralisada sem conseguir mover meu corpo ou qualquer reação.

— Senti tanto a sua falta —  pronunciou-se pela primeira vez, causando um arrepio em meu corpo. Aquela voz calma e doce que tanto sentia falta estava invadindo os meus ouvidos, mas eu não queria isso. Não agora.

— O que você está fazendo aqui? — Com todas as forças que eu tinha, questionei o loiro que apenas abraçou meu corpo e começou a acariciar meu cabelo. 

— Eu estou aqui para te ajudar. Te ajudar a superar tudo que te causei e fazer você encontrar seu próprio caminho — disse tais palavras calmamente, tranquilizando o meu coração. Não se tratava do outro, mas sim do real Dylan. 

— Você me ajudaria se estivesse vivo e não se fosse uma alucinação. — Separei-me de seu abraço levianamente, saindo do banheiro e abrindo a porta da enorme sacada de meu quarto, me sentando em um dos banquinhos que havia lá. 

— Você já percebeu que eu só apareço quando você está pensando muito em mim? —  Dylan questionou retoricamente, vindo até meu encontro e se sentando à minha frente. 

— Como eu não vou pensar? Esse ano era para ser nosso e agora você não está mais aqui —  suspirei, tirando o olhar dele e direcionando para a vista da área de lazer da casa. 

— Eu sei, mas se acalme. Alguém vai conseguir te tirar disso completamente — afirmou, me fazendo dar um sorriso desacreditado com as palavras do loiro. 

— Se nem os  neurologistas, psiquiatras e até mesmo psicólogos não conseguiram me livrar disso, acha mesmo que um simples civil conseguiria? — questionei, olhando para aquelas orbes azuis desacreditada com tanta bobagem. 

— Tudo é possível. Você se esqueceu? — questionou, se referindo a frase que ele sempre me dizia quando eu pensava em desistir dos meus sonhos. 

—  Não precisa ser fácil, só precisa ser possível —  dizemos juntos. 

Mordi meus lábios, suspirei pesado e logo voltei a olhá-lo.

— Tudo bem. Eu vou confiar em você. — Senti uma lágrima descer pelo meu rosto. — Mas por favor, não deixa ele voltar… é só o que eu peço —  suplico, sentindo a mão dele pousar na minha, a acariciando.

— Eu não prometo nada, mas vou fazer de tudo para que ele não te atormente mais —  disse e eu apenas concordei. 

Aquela noite foi basicamente aquilo, eu o vi e conversei com ele depois de muito tempo. Senti-me um pouco mais à vontade sabendo que ele faria de tudo para evitar que o outro me atormente e que principalmente havia uma esperança desconhecida que poderia me tirar daquilo.

"Mas quem poderia ser minha esperança?"