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História Corte de Sombras e Sonhos - O Bando de Exilados


Escrita por: lisacampos

Notas do Autor


Oi amores, cá estou eu com dois capítulos no mesmo dia. Bem, quem já leu ACOSF vai reconhecer esse capítulo com algumas boas mudanças, por isso foi mais rápido de escrever. Um beijo e espero que gostem ;)

Capítulo 8 - O Bando de Exilados


Fanfic / Fanfiction Corte de Sombras e Sonhos - O Bando de Exilados

— Terras Humanas

Sem a magia da Muralha bloqueando o acesso às terras humanas, Dav atravessou após o pôr do sol diretamente para a mansão que havia se tornado o lar e a sede de Jurian, Vassa e, aparentemente, Lucien.  Seu treino da manhã tinha sido exaustivo, como sempre, mas a boa dose de endorfina a fez se sentir renovada no final. Davina estava radiante por conta de sua primeira missão como Cortesã. Era o que ela sempre sonhava quando pequena. Seu irmão se tornaria Grão-Senhor e ela seria parte da Corte dos Sonhos, eventualmente se casaria, teria filhos e eles viveriam felizes para sempre. Apesar de ela não acreditar mais em “feliz para sempre”, ali estava ela dando o primeiro passo na direção do seu futuro. 

Observando o local com os olhos, ela percebeu que até mais de um ano depois, as devastações da guerra ficaram evidentes em torno da propriedade: árvores derrubadas, manchas de terra estéreis onde a vegetação ainda não havia retornado e uma planície vazia que fazia a casa de pedra cinza parecer um sobrevivente acidental.  Davina não sabia a quem a casa havia pertencido e, aparentemente, nem mesmo seus novos ocupantes. Feyre tinha lhe dito que eles se autodenominavam como Bando dos Exilados. 

A fêmea ergueu o seu punho para a porta, mas está se abriu antes mesmo que ela pudesse tocá-la.  O rosto bonito e com um cicatriz atravessando o olho esquerdo de Lucien apareceu, seu olho de ouro brilhava.  

— Eu pensei ter sentido alguém chegando.

— Sei que não esperavam essa visita, mas posso entrar? — ela questionou, sem saber se sorria ou se apenas olhava seria para o macho. Uma certa incerteza tomou conta de si e ela se sentiu burra por ter feito aquele pergunta. Ele podia simplesmente dizer “Não” e bater à porta em sua cara. Pronto. Missão abortada.

— Claro — disse Lucien educadamente, no entanto ela notou uma certa desconfiança em sua voz. Provavelmente se questionava o que a irmã de Rhysand fazia ali. Os ombros do macho estava rígidos e um silêncio tenso que emanava de cada pedra da casa. Talvez ela tinha chegado em uma momento errado. Sem se virar, Lucien disse — Eris está aqui.

Dav então entendeu o motivo de sua tensão. Eris era irmão mais velho de Lucien e tinha fama de ser conhecido como cruel e astuto. Ele tinha abandonado Mor a mercê da própria morte na fronteira da Corte Outonal quando ela fora deserdada e punida por ter se relacionado com Cass. No entanto, a morena permaneceu com a postura firme e elegante. Política era um jogo de palavras e aparências e, felizmente, ela se considerava boa com estas.

Ao entrar no cômodo, sua atenção se concentrou no homem ruivo de cabelos curtos sentado perto da lareira na sala de estar surpreendentemente chique. Eris recostava-se em uma cadeira dourada, suas pernas tornozelo esquerdo cruzado sobre o joelho direito e seu rosto pálido eram o próprio retrato da arrogância cortês. Ele era, assim como o irmão, extremamente belo, apesar de serem completamente diferentes.

— Imaginava quando seria minha hora de conhecer a famosa irmã de Rhysand — Eris sorriu, se levantando e andando na direção da morena. Ela não tinha ideia de como ele a reconhecerá, afinal, não tinha nada a ver com o irmão, mas não deixou isso transparecer. O olho dourado de Lucien clicou, analisando o que aconteceria a seguir.

— É um prazer, milorde — Dav disse, exatamente com o mesmo tom de voz que utilizava com Soryn. O mesmo tom de voz que a mantivera viva pelos últimos cinquenta anos. Eris sorriu, e pegou a mão da fêmea, depositando um beijo sobre a mesma. 

— O prazer é todo meu — ele disse e voltou ao seu lugar, sendo praticamente impossível ler algo de seus olhos neutros. Ela pôde ouvir Lucien pigarrear, ainda do seu lado e então se virou para a outra fêmea no ambiente.

— Majestade — ela se direcionou à mulher que usava uma jaqueta cobalto contrastando fortemente com o vermelho-ouro de seu cabelo sobre sua pele pálida e cheia de sarda — Eu me chamo Davina e sou irmã do Grão-Senhor da Corte Noturna.

— Eu sei quem você é — Jurian disse ao sorrir para ela, sem nem deixar Vassa responder, enquanto esta o fuzilava com seus olhos azuis esverdeados — Uma dica: chamá-la de Majestade apenas aumenta o seu ego.

— Eu também sei quem você, General Jurian — Dav respondeu com uma voz amistosa, sorrindo para o homem. Ele havia sido cortado em pedaços por Amarantha, sua consciência de alguma forma presa em seu olho, que ela montou em um anel e usou por quinhentos anos.  Até que seus ossos remanescentes fossem usados ​​por Hybern para ressuscitar seu corpo e devolver aquela essência a esta forma, a mesma que havia liderado exércitos naqueles campos de batalha antigos durante a guerra.

— Lucien nos contou sobre sua situação — Vassa disse e a morena notou uma certa pena no seu olhar — Que bom que está sã e salva — Então era se virou para o homem sentado ao seu lado no sofá —  E eu  sou uma rainha, você sabe.

Davina sabia que a ruiva estava o repreendendo mas algo na postura mais relaxa de Lucien, que agora se sentava ao lado do moreno no móvel traduzia que aquela implicância entre os dois era normal. Uma rainha à noite e um pássaro de fogo durante o dia. Por isso que Davina tinha esperado até o pôr do sol para visitá-la.

— Você veio com notícias ou pedidos? — Lucien lhe perguntou, curioso.  

— Vim apenas inquirir algumas coisas — Davina enrolou. Ela não esperava que Eris estivesse ali e ainda decidia se valia a pena ou não falar do assunto que realmente viera tratar em sua frente. Mas apesar de tudo, Rhys confiava no macho, então ela provavelmente deveria — Como está a Corte Primaveril? — um frio subiu na sua espinha ao citar o nome da Corte cujo o último governante havia assassinato sua mãe a sangue frio.

—  Está bem — o rosto do feérico permaneceu neutro e ela percebeu que ele não falaria mais que isso. Sua lealdade a Tamlin era algo admirável e ele apenas repassava informações do tipo para Rhys.

Dav pôde ouvir Eris soltar uma risada nasalada, provavelmente percebendo que ela não queria tratar do assunto verdadeiro na sua presença. Por isso, a fêmea se virou em sua direção.

— Por favor não se ofenda por eu perguntar, mas o que o você faz aqui? — ela se esforçou transmitir genuíno interesse em suas palavras e o homem lhe abriu um sorriso, mas o reduzindo logo em seguida.

— Dezenas de meus soldados e que estavam patrulhando minhas terras há dias não me dão mais notícias.  Não encontramos nenhum sinal de batalha.  Mesmo meus cães não conseguiram rastreá-los além de sua última localização conhecida — A face de Davina permaneceu imparcial mas ela estava internamente surpresa. Os cães da Corte Outonal eram os melhores caçadores em Prythian.  Caninos abençoados com magia própria.  Cinzas como fumaça, eles podiam correr rápido como o vento e farejar qualquer presa.  Eles eram tão valorizados que Beron, o Grão-Senhor, os proibia de serem dados ou vendidos além de suas fronteiras, e tão caros que apenas sua nobreza os possuía.

— Nenhum deles consegue atravessar? — ela perguntou, finalmente se sentando na poltrona de frente a Eris e ao lado do sofá.  

— Não. Embora essa unidade seja uma das mais habilidosas em combate, nenhum de meus soldados é notável em magia.

— Eris veio ver se eu conseguia pensar em algum motivo para seus soldados terem tido problemas com humanos.  Seus cães detectaram odores estranhos no local do sequestro.  Pareciam humanos, mas eram... diferentes de alguma forma — Vassa se pronunciou, todos os olhos se direcionando para ela.

— Tem havido tensões entre os humanos em quanto à espécie de vocês, mas, pelo que ouvimos das forças de Lorde Graysen, — “O ex-noivo de Elain” Dav se relembrou — Os humanos aqui mantiveram as velhas linhas de demarcação e não têm interesse em criar problemas. 

— E quanto a suas irmãs? — a morena inquiriu para Vassa, ao tentar parecer que a ideia simplesmente surgiu na sua cabeça. Ela não queria entregar de bandeja o porquê de ter vindo, ainda não.

— Estávamos falando disso quando você chegou, na verdade — a rainha contou, juntando suas mãos sobre seu colo — Sabemos dos mesmos rumores que provavelmente vocês ouviram: elas estão se organizando e prontas para causar problemas.

— A verdadeira questão é se elas são burras a esse ponto  — disse Jurian.  

— Elas são tudo menos burras — discordou Lucien, balançando a cabeça — Mas deixar um cheiro humano no local é uma pista tão óbvia que parece improvável que seja uma delas. 

— Embora eu não consiga imaginar por que alguma delas capturaria seus soldados — Vassa disse a Eris, que parecia estar monitorando cada palavra que saía de suas bocas. 

 — Suponho que isso poderia ser para semear tensões entre nós.  Para fazer com que nos olhemos com suspeita — Dav concluiu, seu olhar varrendo todos naquela casa — Enfraquecer nossos laços.

— Hybern teria feito isso — Jurian concordou e a morena se remexeu desconfortável em sua cadeira, o que pareceu passar despercebido por todos, exceto por Eris, que a olhava como se montasse um quebra cabeça — O rei pode ter lhes ensinado uma ou duas coisas.  

— As rainhas não precisam de ensino.  Elas sempre foram bem versadas ​​em traição antes mesmo de se juntar a Hybern.  E já lidaram com monstros piores do que ele — a humana contou e Davina se pegou pensando quais monstrous seriam piores que Soryn.  

— Qual das rainhas faria algo tão ousado? — o rosto de Vassa se contraiu com a pergunta da feérica.

— Briallyn — a rainha outrora jovem e humana que fora transformada em Grã-Feérica pelo Caldeirão.  Mas em sua raiva por tudo o que Nesta havia tirado dele, o Caldeirão puniu Briallyn.  Ela se tornou imortal, mas com a aparência de uma velha. 

— Envie aquele seu encantador de sombras para investigar Briallyn — Jurian ordenou, seu rosto sério — Se ela é, de alguma forma, capaz de capturar uma unidade de soldados feéricos, precisamos saber como.  Rapidamente. 

— Como ela chegaria aqui e desapareceria tão rapidamente?  A travessia do mar leva semanas — Lucien ponderou, tentando juntar as peças em sua cabeça.

 — As rainhas podem atravessar —  disse Jurian — Eles fizeram isso durante a guerra, lembra? 

— Somente quando várias de nós estamos juntas — explicou Vassa.

— O que eu sei é que as outras três rainhas a abandonaram — disse Eris e Davina guardou aquela informação e as perguntas que ela levantou.  Como ele sabia disso?  — Briallyn está morando sozinha em seu palácio há semanas.  Muito antes de meus soldados desaparecerem. 

— Ela seria realmente tola o suficiente para fazer algo assim se as outras rainhas tivessem ido embora? — os olhos de Vassa escureceram com a perguntar de Jurian.

— Sim.  A partida dos outros serviria para remover obstáculos às suas ambições.  Mas ela só faria isso se tivesse alguém de imenso poder por trás dela — até o fogo pareceu se acalmar. 

— Quem? — foi Lucien quem perguntou.

— Koschei — a mulher disse com rancor na voz. De repente memórias de seus amigos e irmão lhe contando sobre a guerra passaram pelos olhos de Dav.

— O feiticeiro que a prendeu se chama Koschei?  Ele é... ele é o irmão do Escultor de Ossos — Davina se pronunciou após ter permanecido um tempo quieta e todos a olharam boquiabertos — O Escultor de Ossos certa vez mencionou para Cassian e Feyre um irmão imortal e um senhor da morte.  Esse era o nome dele. 

— Sim — suspirou Vassa — Koschei é - era - o irmão mais velho do Escultor de Ossos.

Lucien e Jurian olharam para ela com surpresa. Mas o olhar de Vassa estava sobre a outra fêmea.  Medo e ódio o  encheram, como se falar o nome do ser fosse abominável.  Sua voz ficou rouca.  

— Koschei não é um mero feiticeiro.  Ele está confinado ao lago apenas devido a um antigo feitiço.  Ele foi enganado uma vez e tudo o que faz é para se libertar. 

— Ele ainda está no lago — disse Lucien com cuidado.  Ele tinha estado lá, Davina se lembrou.  Com o pai de Feyre para libertar Vassa.

— Sim — alívio perpassou os olhos de Vassa — Mas ele é tão velho quanto o mar - senão mais velho.

— Alguns dizem que ele é a própria Morte — Eris murmurou.  

— E você acha que Koschei faria tudo isso — Dav a pressionou sutilmente — Não por simpatia pelas rainhas humanas, mas com o objetivo de se libertar?

— Certamente — Vassa lhe olhou nos olhos —  Temo o que pode acontecer se ele se livrar do feitiço que o mantém preso. 

Lucien olhou pela janela - como se pudesse ver o lago através de um mar e um continente.  Como se ele estivesse travando seu objetivo.  Mas Dav já tinha ouvido o suficiente.  Então ela se despediu educadamente de todos e se dirigiu para fora da casa.  Após dar dois passos além da porta da frente, respirando o ar fresco da noite, ela ouviu Eris dizer atrás de si: 

— Que bela cortesã você é — a morena se virou para encontrá-lo fechando a porta da frente e encostando-se nela, ficando em silêncio por algum tempo — Seja o que for que você esteja fazendo, seja o que for que esteja investigando, eu quero participar.

— Por que? — ela inquiriu com um olhar desafiador, dando um passo à frente na direção do macho que era muito mais alto que ela.

— Porque eu preciso saber que vantagem Briallyn tem, o que Koschei disse a ela ou mostrou a ela.

— Para depôr o seu pai?

— Porque meu pai já prometeu suas forças a Briallyn e à guerra que ela deseja incitar.

— Como? — a face dela se tornou um tanto quanto preocupada e Eris retribuiu o semblante. Ela já tinha ouvido que Beron era cruel, ambicioso e com sede de poder, mas nunca imaginou que ele fosse burro. 

— Ele percebeu qual era o objetivo dela e foi ao seu palácio há cerca de um mês. Eu fiquei aqui, mas enviei meus melhores soldados com ele.  

— Esses não seriam os mesmos soldados que desapareceram, seriam? — Eris acenou com a cabeça gravemente.  

— Eles voltaram com meu pai, mas estavam... desligados.  Indiferentes e estranhos.  Desapareceram logo depois - e meus cães confirmaram que os cheiros não local são os mesmos dos presentes que Briallyn enviou para obter os favores do meu pai. 

— Você sabia que era ela o tempo todo? — Davina apontou com o queixo para a casa e as três pessoas dentro dela.  

— Eu precisava que Vassa confirmasse que Briallyn poderia fazer algo assim.  

— Por que Briallynlyn se aliaria ao seu pai apenas para sequestrar seus soldados? — Davina olhou dentro dos olhos âmbares de Eris.

— Isso é o que eu gostaria de descobrir.



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