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História Cough Syrup - 18. Início das suspeitas


Escrita por: ladyqueenxx

Notas do Autor


uhuuuu to tentando atualizar o mais rapido possivel! <3

Capítulo 18 - 18. Início das suspeitas


Segunda-feira, 11 de abril.

1:54 p.m.:

Alicia andava pelos corredores da Mundial, totalmente perdida. O fim de semana que passou tinha sido horrível, considerando que passou dois dias seguidos tendo que ir ao banheiro de 20 e 20 minutos para vomitar. Realmente, aquela gravidez iria acabar com sua adolescência. Isso que ninguém sabia daquilo. Imagina quando descobrissem. Era inevitável, visto que sua barriga aumentaria logo logo..

    Essa era uma das coisas que mais lhe assustava. Qual seria a reação de seus amigos quando soubessem? Sua família? E o mais importante, qual seria a reação do pai da criança, que nem tinha certeza de quem era?

    Por mais que tudo apontava para Paulo, ainda tinha suas dúvidas. De acordo com seus cálculos, estava indo para o quarto mês, já que quando fez o teste, este apontou que estava de 3 semanas ou mais. No entanto, ainda acreditava nas mínimas chances do filho ser de Mário, e aquele teste estar completamente errado.

    Por mais que seu coração apontasse e escolhesse Paulo devido aos seus “sentimentos proibidos”, como gostava de chamar, sua mente queria que fosse Mário. Considerando que logo estaria carregando um bebê nos braços e que teria inúmeras despesas com o recém-nascido, precisava de dinheiro. E isso, para a família Ayala/Zapata não era um problema. Além disso, enquanto Mário estava desde o início do ensino médio se preparando e estudando para o vestibular, Paulo nem ligava para isso. Bom, pelo menos não que ela soubesse. E convenhamos, agora que seria mãe, seu filho era sua primeira preocupação, sempre. Precisava estar preparada para o que viria a seguir, mesmo que isso significasse abrir mão de seus sentimentos.

    Por que o coração era tão complicado? Por que não podia estar extremamente apaixonada por Mário, a ponto de querer que aquela relação tivesse um futuro? Por que diabos havia topado transar com o Guerra sem proteção? E por que ainda continuava fazendo isso?

    Falando nele, ele apareceu. Quando a Gusman o viu, fez questão de andar mais rápido, para evitar uma possível conversa.

    -Alícia!- ouviu ele a chamar a uma distância considerável, mas não se virou. Continuou andando, mesmo sabendo que ele logo a alcançaria.

    Não foi necessário muito tempo para que isso acontecesse.

    -Alícia!- ele chamou de novo, mas dessa vez já estava ao lado da morena.- Por que está me ignorando?- perguntou, deslizando a tela de seu celular e mostrando as inúmeras mensagens que tinha mandado para a ela. Nenhuma havia sido visualizada.

    -Não estou te ignorando.- ela respondeu, simplesmente.

    Mentira. Durante o fim de semana que passou vomitando, também chorou um monte. Chorou tanto que seu corpo quase ficou desidratado. Sentia-se tão mal por aquilo.. com o que fazia com o namorado.. com o que seria de seu futuro. Por isso, resolveu jogar seu celular longe, numa tentativa de ignorar o mundo por dois dias. Não funcionou direito, visto a preocupação que Paulo tinha estampada na cara.

    -Alícia, você pode falar comigo.- ele explicou, calmamente. O corredor estava vazio. Nem um simples indivíduo passava por ali. Além deles, é claro.- O que aconteceu? 

    -O que te leva a pensar que aconteceu alguma coisa?- perguntou, tentando disfarçar. Sua tentativa foi falha, bem falha. Suas olheiras eram perceptíveis, além do cabelo despenteado. 

    -Eu te conheço desde que a gente tinha 6 anos. Eu consigo saber quando há algo de errado.- explicou, sentando-se no chão. Indicou o lugar ao seu lado para ela se sentar também, e foi isso que ela fez. Largou sua mochila e se sentou ao lado do moreno.

    -Não é porque a gente faz sexo as vezes que você me conhece, Paulo.- ela relembrou, esboçando o sorriso mais torto que pudera.

    -Te conheço sim. Caso você não se lembre, a gente já foi bem próximo.- ele lembrou a garota, que não pode deixar de concordar.- Tipo, bem próximo mesmo.- enfatizou, abrindo sua mochila e procurando algo lá dentro. 

    Ela ficou sem entender. 

    Quando ele tirou lá de dentro uma medalha, ela quase chorou, devido a tamanha quantidade de hormônios que tinha em seu corpo no momento. A medalha foi entregue aos dois quando juntos, aos 9 anos, venceram um torneio de skate da escola. 

    -Você lembra disso, não lembra?- ele questionou, entregando o objeto para ela, que assentiu.- Você lembra do quanto a gente brigou por isso?- ela assentiu novamente.- E você lembra do momento que resolveu parar de brigar comigo e me entregar esse negócio logo?- referiu-se a medalha. Pela terceira vez, recebeu uma confirmação.

    -A gente nunca parava de brigar. Qualquer coisa que acontecia era motivo de briga.- ela pontuou, dando risada ao permitir voltar naqueles momentos, inesquecíveis.

    Paulo sabia quando a garota precisava de apoio, e era isso que estava tentando fazer agora. Não sabia o que se passava na vida dela no exato momento, mas estava fazendo o que podia para colocar um sorriso no rosto da Gusman.

    -Claro que não.- ele concordou, recebendo o objeto de volta e o guardando. O que surpreendeu Alicia foi o fato dele guardar aquilo na mochila até hoje.- Você nunca admitiu que eu sempre fui melhor com você no skate..- ele completou, já se preparando para correr.

    -Claro que eu nunca admiti. Não vou admitir algo que é mentira, Guerra.- ela justificou-se, sorrindo divertido.

    -Eu vou te provar que está errada, Gusman.- ele declarou, levantando-se e correndo. Ela fez o mesmo, já sabendo o que isso significava. 

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Praça mais próxima, 2:20 p.m.:

Depois de correrem por uns 10 minutos seguidos, Paulo e Alicia finalmente chegaram no local desejado. Demoraram um pouco mais pois passaram na casa do garoto para pegarem dois skates, dos tantos que ele tinha. 

Aquela praça traziam muitas lembranças para os dois. Do tanto que a frequentavam quando eram mais novos, tinha se tornado algo nostálgico pisar ali hoje em dia, coisa que raramente faziam. Estavam sempre ocupados, das diferentes maneiras. Enquanto Alícia passava a maior parte do seu tempo estudando e se perguntando porque diabos ainda estava namorando com Mário, o garoto usava-o para beber, fumar e dormir. Super saudável, convenhamos.

Várias pessoas os encararam de uma maneira repreendedora quando foram correndo até a pista de skate, que ficava na outra ponta, considerando o lugar que tinham entrado. Nao ligaram, afinal, estavam felizes daquela forma. Se não se machucassem, não havia problema nenhum.

-Vou te provar que você está errada.- ele assegurou, tirando o skate dos seus braços e o colocando no chão. Não tinha mais tanto jeito para aquilo quando era menor, mas ainda dominava o objeto. 

Alícia riu.

-Duvido.- ela rebateu, fazendo o mesmo. 

Ambos foram até o topo da pista, preparando-se para começarem a “competição”. Algumas garotas estavam ali, provavelmente fofocando sobre o garoto, que com certeza atraiu alguns olhares interessados. De fato, era bem atraente.

-Acho que sua plateia tá torcendo pra você.- Alícia pode notar as risadinhas das garotas, que encaravam o garoto com um certo desejo. Aquilo lhe causou uma pequena irritação, por mais que não demonstrasse.

-Minha plateia é você.- ele contou, subindo no skate e descendo a rampa. Não era muito alta, mas mesmo assim era difícil dominá-la para um skatista.

A garota não disse nada, porém sua pele deve ter assumido a cor de um pimentão naquele momento. 

Em seguida, ela fez o mesmo que ele, descendo a rampa. O resultado foi positivo, pois realmente ela tinha mais domínio que ele naquilo. Sempre fora mais talentosa do que o Guerra quando se tratava de skates. Na verdade, esportes em geral.

    -Eu vou ir de novo.- ele anunciou, não convencido que sua descida tinha sido a melhor. Contudo, o improvável aconteceu. Devido ao grande impulso que pegou, acabou caindo na descida, ficando deitado no meio da pista. As garotas, que antes cochichavam sobre ele, agora estavam preocupadas. Alícia estava do mesmo jeito, indo até ele para checar como estava.

    -Paulo?- ela indagou, chegando perto do garoto. O skate dele estava largado ao seu lado. Aparentemente, o machucado não tinha sido grave, já que não era possível ver sangue saindo de seu corpo.

    -Nossa.. tá doendo muito.-ele contou, cobrindo o rosto com as duas mãos.

    -Onde?- ela perguntou, examinando-o detalhadamente para ver se descobrir de onde vinha aquela dor. Nada. Ao ver que ele não respondia, preocupou-se ainda mais. Vai que tinha desmaiado..- Paulo, onde dói?- repetiu, esperando que dessa vez ele respondesse.

    Mas ele não o fez. Ao notar que a garota se aproximava cada vez mais, a puxou e a fez deitar ao seu lado. A expressão que ela tinha não era das melhores. Estava extremamente brava por ter se preocupado à toa.

    -Tava só brincando com você, Alícia.- ele começou a rir da cara da garota, literalmente. Encarou-a, mas foi retribuído com o olhar de repreendimento. Sentaram-se na pista, um de frente para o outro.

    -Que brincadeira infantil.- revirou os olhos e voltou a encará-lo.- Fiquei toda preocupada e você tirando uma com a minha cara. Inacreditável.

    -Então quer dizer que você se preocupa comigo?- ele questionou, usando as palavras dela como prova. Tinha um sorriso sacana nos lábios, o que fez com que ela se arrependesse prontamente de ter escolhido aquelas palavras para se expressar.- Relaxa, Alícia. Eu também me preocupo com você.- ele admitiu, o que a surpreendeu de certa forma. 

    Sem saber mais o que dizer, a Gusman ficou quieta. No entanto, sem que percebesse, estava se aproximando cada vez mais do garoto a sugar frente. O pior de tudo, ou melhor, dependendo do ponto de vista, era que aqueles movimentos eram incontroláveis. Não conseguia parar, já que não percebia o que fazia.

    Já Paulo notou a aproximação dela, mas nada fez a respeito. Não recuou, mas também nao tentou chegar mais perto. Somente ficou estático, sem acreditar que aquilo estava prestes a acontecer. E outra coisa: aquilo estava vindo dela, sem nenhuma tentativa da parte dele.

    Quando suas bocas se encostaram, Alícia finalmente acordou para a realidade. O que estava fazendo? Estavam em um parque público, correndo o risco de serem vistos por seus amigos, incluindo Mário. Aquilo não poderia acontecer.

Quer dizer, pelo menos não ali..

Chacoalhou a cabeça para evitar que esses pensamentos errados invadissem sua mente mais uma vez. Despediu-se do garoto em sua frente com um simples olhar triste, deixando-o totalmente confuso. Ao finalizar, partiu para sua casa, sem acreditar que aquilo tinha realmente acontecido. Sem acreditar que tinha deixado chegar naquele ponto. Quando admitiria que o Guerra dominava boa parte de seus pensamentos? Provavelmente nunca.

    Ele, por outro lado,sentia-se mais confuso do que nunca. O que foi aquilo? Por que ela tinha feito, se desde sempre deixava claro que tudo que acontecia entre ambos não passava de diversão? Possivelmente, essas perguntas demorariam um bom tempo para serem respondidas.

    -Eu não acredito no que acabei de ver.- Paulo ouviu uma voz, que o tirou de seus pensamentos. Aquela voz o fez gelar. Ao olhar para cima e notar quem que falava, assustou-se.- O que é totalmente irônico, já que eu vi e presenciei. Só me resta acreditar.- sua irmã estava ali parada, com o queixo no chão. 

    -Marcelina, não é o que você tá pensando.- ele tentou se explicar, o que foi inútil.

    -Não é o que eu tô pensando? Paulo, eu acabei de ver vocês dois se beijando!- ela jogou os fatos, ainda incrédula. Seu irmão ainda não tinha conseguido identificar se ela estava feliz ou triste com aquilo.- Se isso for um sonho, eu não quero acordar!- avisou, com os olhos esbugalhados.

    -Quê?

    -Vocês estão juntos?

    -Quê?

    -Vocês. Estão. Juntos?- perguntou, pausadamente. Estendeu o braço para que o garoto pudesse levantar, e ele o fez.

    -Claro que não!- respondeu, prontamente.- Ela namora o Mário, esqueceu?

    -E por que diabos vocês estavam se beijando?- encheu o irmão de perguntas, o que o fez perder a paciência.     

    -Nao sei, Marcelina!- respondeu, gritando. Só precisava de um tempo sozinho, para que pudesse processar tudo aquilo. Com sua irmã o enchendo de perguntas, aquilo não seria fácil.- Pergunta pra ela.- completou, pegando seus skates no chão e indo para a casa. Com isso, deixou para trás a morena, ainda incrédula. 

    Não conseguia acreditar! Seu irmão e sua melhor amiga? Aquilo parecia novela mexicana!

    Por outro lado, tinha Mário. Sendo amiga dele, deveria contar a verdade? Ou deveria esconder o segredo do irmão e da melhor amiga? Precisaria de um bom tempo para conseguir uma resposta para essas questões.

Que situação!

 


Notas Finais


o que marcelina deve fazer? vixiii


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