História Coup de foudre - Brega e clichê, mas ainda assim interessante

Capítulo três: Brega e clichê, mas ainda assim interessante

— Jinyoung eu não acredito que você fugiu do Jaebum assim depois de ele te beijar! — Youngjae grunhiu enquanto lhe encarava com uma expressão de pura indignação.

Depois do beijo que tinha levado de Jaebum, Jinyoung havia ficado envergonhado como um inferno e, na cabeça do garoto, qual era a solução óbvia naquele momento? Fugir, com toda a certeza.

Havia inventado uma ligação aleatória e em seguida mentiu para o alfa dizendo que seus pais haviam ido lhe visitar de última hora e precisava ir embora. Ele até mesmo tinha se oferecido para lhe levar em casa, mas o moreno fez de tudo para que ele desistisse da ideia e que pudesse voltar para casa o mais rápido possível.

Ligou para Youngjae com o coração batendo a mil e as bochechas queimando tanto que Jinyoung tinha quase certeza que seu rosto estava pegando fogo. Estranhamente sentia falta da presença do alfa e o fato de não estar perto dele lhe deixava insuportavelmente ansioso e inquieto, mas Jinyoung sequer conseguia identificar os motivos de tamanha necessidade de estar perto do garoto.

Pensava que, o fato de Jaebum ter investido em si mesmo sem o conhecer direito estivesse mexendo com seu cérebro e lhe deixando meio fora fora de si. Talvez só estivesse confundindo as coisas por, pela primeira vez, ter alguém demonstrando interesse em si.

— Eu não sabia o que fazer! Ele me beijou do nada e o pior de tudo foi que eu gostei. Eu estou confuso, minha cabeça dói e o fato de eu estar longe dele só deixa meu lobo inquieto e ansioso. — Choramingou, abraçando o travesseiro e rolando na cama. — Acho que estou ficando louco.

— Hyung, me diz uma coisa. — Youngjae falou enquanto finalmente se sentava na cama desde que havia chegado a residência do Park; Jinyoung o olhou por cima dos ombros, curioso. — Você sentiu alguma formigação estranha ou, sei lá, algum arrepio quando ele te tocou?

— Acho que sim. — Ergueu uma das sobrancelhas. — Onde você está querendo chegar, Choi? 

— Hyung, você já ouviu falar sobre impriting? — Jinyoung tombou a cabeça e Youngjae pareceu entender que o mais velho não fazia ideia sobre o que ele estava falando. — Hm, como posso lhe explicar sem parecer coisa de fanfic? É uma espécie de amor a primeira vista, sabe? Mas, no caso, você meio que fica ligado a pessoa para sempre, entende? Vocês meios que se reconhecem como potenciais parceiros.

Jinyoung moveu os lábios várias vezes tentando dar alguma resposta para ao amigo, mas sequer conseguia formular uma frase naquele momento. Aquilo tudo parecia coisa dos filmes clichês água com açúcar que costumava assistir, mas se lembrava perfeitamente de escutar alguém comentar sobre isso, ou melhor, algum colega de classe seu sofrer com isso e, literalmente, uma semana depois estar praticamente noivo do cara pelo qual havia se apaixonado.

Por um momento o Park sentiu que iria colapsar ali mesmo, mas respirou fundo, deitando a cabeça no travesseiro e abafando um gritinho nada másculo, encarando o amigo em seguida.

— Você é um tapado, Jinyoung. — Youngjae negou com a cabeça. — Não acredito que eu que tive lhe fazer entender que está apaixonado. Ou melhor, Jinyoung você achou o amor da sua vida! E fugiu dele no primeiro encontro! 

— Não me lembra disso agora, por favor. — O ômega voltou a esconder o rosto no travesseiro. — O que eu faço? Eu sou um trouxa.

— É mesmo, isso eu não posso negar. — Youngjae concordou e o Park fez uma careta. — Você vai levantar essa bunda daí, vai lá na sala buscar seu celular e convidar ele pra sair de novo e eu vou lhe ajudar a fisgar o amor da sua vida, senhor Park.

O mais novo completou, empurrando o garoto com o pé para que ele enfim se levantasse da cama e fizesse o que Youngjae tinha pedido. Céus, sentia que estava perdido nas mãos do Choi, mas ao mesmo tempo havia uma fagulha que lhe dava certa confiança.

Caminhou a passos apressados em direção a sala, buscando o celular em meio a bagunça sobre o sofá e visualizando as milhões de ligações perdidas de Jaebum e algumas mensagens deixadas por ele ao longo da tarde.

Desbloqueou a tela, abrindo o chat do garoto e mordendo os lábios, pensando sobre como iniciar aquela conversa.

— Park Jinyoung, eu acho bom você mandar essa mensagem logo ou eu vou ser obrigado a te quebrar na porrada. — Um gritinho assustador escapou entre os lábios do ômega e Jinyoung se virou para encontrar o amigo no comecinho do corredor, lhe encarando de braços cruzados e aquela expressão que fazia Jinyoung sentir que estava perdendo alguns anos de vida só com ela. 

— Eu só convido ele? Ai Youngjae e se ele me der um fora daqueles depois de hoje? — Youngjae revirou os olhos.

— Jinyoung, me poupe. É tão óbvio que aquele garoto é todo boiolinha por você que até Yugyeom, que é mais burro que uma porta, notaria isso. — Bufou, caminhando em direção ao amigo para tomar o celular em sua mão, digitando por alguns minutos para enfim lhe devolver o aparelho. — Pronto, encontro marcado! Agora vamos arrumar um visual matador para você pegar aquele macho de jeito!

— Não sei se eu deveria continuar com isso...Eu posso simplesmente fingir demência. Não é melhor assim? — Youngjae revirou os olhos.

— Você pode fugir disso, Jinyoung-ah, pode até tentar, mas seu corpo vai ansiar pelo o do Jaebum e vice-versa. Sei que você tem suas inseguranças, mas você quer isso tanto quanto o Jaebum, então porque ter medo? Por que fugir?

Jinyoung moveu os lábios várias vezes para tentar lhe responder, mas nada saiu. Youngjae estava certo, afinal. Por que estava fugindo tanto quando ansiava por aquilo? Por que estava dando um de medroso?

— Eu te odeio por estar sempre certo. — Bufou, cruzando os braços emburrado. — Me diz, qual o seu plano?

— Primeiro precisamos de roupas novas e dar um jeitinho nesse seu visual!