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História Crazy Bout You - Storms and Saints


Escrita por: MrsAbernathy

Notas do Autor


OLAR
Olha eu de volta!
Podem preparar a pipoca pq HJ TEM FIGHT
IIIIT'S TIIIME!
Sobre o título do capítulo a música Various Storms & Saints da Florence + The Machine me ajudou a finalizar e colocar coisas essenciais no capítulo então é homenagenzinha msm <3 (mas na moral achei tudo haver a letra com o relacionamento Wade e Cable da fic) fez sentido pra mim né rs

Sem mais enrolação, boa leitura! :D

Capítulo 45 - Storms and Saints


Wade retirou a tampa do primeiro bueiro que achou pela frente. Desceu três degraus da escada e o fechou de volta.

O lugar fedia bastante, mas as paredes correspondiam à da foto que Cable enviou de Peter. Wade terminou de descer a escada e pisou no chão meio molhado, começando sua caminhada. Aquele lugar parecia um verdadeiro labirinto, mas ele tinha certa noção de onde estava indo, tentando recordar-se do lado de cima, nas ruas que tanto já andara em sua adolescência.

Às vezes quando era mais novo, na adrenalina de correr de outras gangues sem olhar de fato para que lado estava indo, Wade tentava recordar-se do cheiro de cada rua daquele bairro para saber onde exatamente iria. A rua de uma gangue de skinheads fedia fortemente a maconha. Não que só ali fedesse a maconha, mas a rua dos skinheads era de um cheiro quase insuportável. A rua da gangue da qual o perseguia fedia a carne podre e ele não duvidava se fosse carne humana, mas a rua da qual se encontrava o galpão onde morava fedia a metal, um cheiro metálico forte misturado com pólvora. Quando esse cheiro impregnava suas narinas ele sabia que estaria salvo, que estaria em casa.

O cheiro forte de esgoto parecia camuflar quaisquer cheiro de metal ou pólvora que Wade poderia sentir, dificultando sua busca. Ali embaixo ficava cada vez mais escuro e Wade sabia que era porque estava anoitecendo. Se não achasse Peter naquela noite, Gwen ligaria para a polícia.

Alguns metros à frente, Peter lutava contra seu sono, enquanto sua barriga roncava. Cable comia um sanduíche que Peter achava ser o seu para o jantar.

- Mmmm!

Cable olhou para o lado, descontraído, alimentando-se.

- O que foi?

- Mmmm-hmmm!

O loiro bufou, colocando na boca o último pedaço do pão, levantando-se e tirando o pano da boca de Peter.

- Eu tô com fome! - declarou o castanho.

- De novo?! Pra um magricelo você come até demais, não acha?

- Já fazem mais de quatro horas que eu comi!

- E como pode saber, hein?

Peter trincou os dentes, encarando Cable de modo ameaçador. Nate apenas limitou-se a rir da pequena afronta do menor, era ridículo ao seu ver.

- Se quer me matar, deixe de ser covarde e faça você mesmo, não deixe que meu corpo faça por você - provocou Peter, vendo uma veia saltar da testa de Cable.

Ele sabia que Cable o mataria por aquele comentário, mas ele precisava gritar, precisava de um impulso de pânico que o fizesse gritar o mais alto que pudesse, para que Wade o escutasse.

Cable desamarrou Peter da cadeira de modo urgente, o agarrando pelos braços e o erguendo contra a parede suja, impulsionando o punho para trás.

Peter sentiu a adrenalina percorrer por seu corpo e o pânico voltar com tudo.

- WADE! - Berrou o castanho. Tão alto e tão assustado que ecoou por todo o encanamento daquele lugar.

Perto dali, Wade ouviu o berro assustado de Peter o chamando. Seu primeiro instinto foi correr o mais rápido que pôde até o eco da voz.

- Peter!

Cable ouvia a voz de Wade cada vez mais próxima. Ele deu um sorriso de canto, abaixando a mão fechada até seu coldre. Peter engoliu em seco, observando os movimentos lentos de Cable que pensava se dava um tiro em Peter naquele momento ou depois de dar uma surra em Wade.

Deadpool finalmente os encontrou, paralisando imediatamente. Cable estava com uma arma apontada para a cabeça de Peter.

- Gosta do que vê, Wade? Isso tudo é por sua causa, você sabe. Essa morte na sua consciência seria devastador, não é? - provocou.

- Para Nate, eu fico no lugar dele.

- Quer fazer troca à essa altura do campeonato? Por que eu faria isso se eu tenho os dois agora?

- Você não me tem, seu merdinha - rosnou Wade. - Tá com medo de lutar comigo antes? Fácil dar um tiro no Peter sem me enfrentar antes, sequestrá-lo sem que eu esteja por perto. Não sabia que era tão cagão assim, eu prometo que não enfio o cano da minha arma tão fundo na sua bunda.

Cable soltou Peter, o jogando contra o chão molhado, indo em direção à Deadpool.

Wade deu uma rápida olhada em Peter checando se ele estava bem, antes de sair correndo dali, sendo perseguido por Cable.

oOo

Gwen se encontrava aflita, sentada sob a cama de Peter, de alguma forma com um fio de esperança em encontrá-lo entrando por aquela porta, bem e sem nenhum arranhão. Quando a porta se abriu ela olhou em expectativa, mas quem entrou por ela era apenas Harry, junto de Sam.

- Gwen?

- Ah... oi Harry.

- Nossa, bom te ver também - disse, irônico. - Cadê o Peter?

Gwen apertou os lábios, apertando as próprias mãos e segurando o choro.

- Você está bem, Gwen? - indagou Sam estranhando as atitudes da loira.

- Harry... é o Peter... - começou a loira. Ela sabia que era a hora de contar a Harry, ele seria o primeiro a sentir a falta do melhor amigo.

- O que tem o Peter? - perguntou Harry um pouco mais nervoso.

- Ele foi... como é que eu posso dizer...?

- Fala logo!

- O Peter foi sequestrado!

Harry arqueou a sobrancelha, desacreditando.

- Você só pode tá de brincadeira comigo - riu -, quem sequestraria o Peter? Ele não tem um centavo pro resgate.

- Harold, isso é sério!

Harry franziu o cenho, estranhando a loira. Gwen não o chamava pelo seu nome, era chocante ouvir ela dizer, e se ela disse a coisa era mesmo séria.

- Bem, você tem, não tem? - sugeriu Sam.

- Não - negou Gwen. - Não tem nada a ver com o dinheiro do Harry, o cara não quer dinheiro, ele só quer o homem do qual Peter andou tirando fotos - finalizou a loira, não se achando no direito de entregar Wade.

Harry começou a entrar em pânico naquele momento. Aquele sim era um motivo plausível.

- Como você sabe? Já ligou pra polícia?!

- Não, Wade foi atrás do bandido. Ele mandou fotos do Peter preso com ele.

- Meu Deus - disse Sam.

- Eu sabia que o Peter ia acabar se ferrando por causa dessas fotos! E o que deu no Wade pra ir atrás dele? Aquele maluco... tá achando que é super-herói? Eu vou ligar pra polícia... - dizia Harry, nervoso.

- Espera Harry... - interveio Gwen - devíamos esperar noticias do Wade primeiro.

- Nem pensar que eu vou esperar o Wade enquanto o Peter sofre sabe-se lá o quê nas mãos desse bandido! - disse Harry pegando o celular do bolso e discando para a polícia.

oOo

- Ficou molenga no Texas, Nate? Está mais lerdo do que costuma ser!

Cable cansou-se de bancar o idiota naquela briga de gato e rato. Definitivamente Deadpool era mais rápido do que ele, mas ele conhecia aquele lugar, atalhos que poderiam o levar até o mercenário de forma mais rápida, e foi o que ele fez.

Wade corria o mais rápido que podia, correu tanto que quando se cansou não via mais o paradeiro de Cable ao parar para descansar. Ele se inclinou, botando as mãos sob o joelho enquanto recuperava o fôlego. Ele riu, olhando mais uma vez para trás achando a lerdeza de Nate um trunfo.


- Vai ser moleza - disse Wade.

- Eu não contaria com isso - respondeu Cable.

Deadpool se endireitou rapidamente, enquanto Cable o encarava da passagem de um outro lado do esgoto.

- Merda...

- Não adianta correr, Wade, eu vou te achar.

- Então é melhor resolvermos isso logo.

Cable iniciou a briga, acertando um soco no queixo de Deadpool, que apesar de meio zonzo, devolveu um chute na canela do adversário e uma cabeçada bem dada.

Os dois se desequilibraram, tontos, mas logo voltaram a brigar, desferindo socos um no outro. Cable segurou firme os braços de Deadpool o paralisando por uns segundos, aproveitando do momento para dar joelhadas no estômago do mercenário.

Wade ficou sem fôlego. Ele devolveu o golpe na mesma moeda conseguindo com que Cable o soltasse, mas sem tempo para recuperar fôlego. Deadpool logo deu um giro absurdamente rápido e levantou a perna direita, atingindo violentamente Cable no rosto.

Cable cuspiu um pouco de sangue, encarando irado o mercenário. Ele rosnou aproximando-se de Deadpool e o pegou pelo pescoço.

Wade tentava tomar fôlego pelo nariz enquanto as mãos de Cable apertavam-lhe o pescoço, tirando-lhe o ar. Ele cravou os dedos nos fios loiros de Nate, segurando-o firme e batendo a cabeça do adversário contra a parede mofada.

Cable caiu no chão, desnorteado. Wade aproveitou do momento para arrancar o cinto de Nate, o desarmando. Ele o jogou longe, ficando entre o caminho de Cable e às armas.

- Não preciso de armas pra matar você - disse Cable se levantando.

- Sabe do que você precisa? De um suco de maracujá - zombou Deadpool.

Cable rugiu, raivoso, antes de correr até o mercenário, recomeçando a luta.

[...]

Peter arrastava os pés lentamente pelo chão sujo, incapaz de andar direito. Ele sentia-se fraco, faminto e desesperado. Olhava para os cantos do esgoto, procurando alguma escada que o levasse para a superfície. Depois de quase dez minutos usando o que restava de suas forças para caminhar, finalmente achou uma. Subiu às escadas com dificuldade e demorou até que conseguisse mover a tampa pesada do bueiro, mas finalmente pôde sentir o ar de Nova York novamente. Poluído, é claro, mas era um aroma muito melhor do que o do esgoto. Peter só lamentava não ver o sol, a lua já estava no céu, anunciando o começo da noite.

Após a fuga Peter não sabia o que fazer. Cable havia pego seu celular e não parecia haver orelhões ali por perto. Na verdade parecia não haver nada, nem sequer uma alma viva na rua, aquele era um bairro meio perigoso e Peter não sabia se era uma boa ideia incomodar alguém batendo a primeira porta que achasse.

Peter levantou-se do chão, deixando o bueiro aberto caso Wade precisasse fugir rapidamente, porque ele tinha fé que Wade aparecesse bem e vivo a qualquer momento, mas isso não aconteceu. Peter ficou um bom tempo ali, esperando, apesar do risco de Cable voltar. Quando o menor estava com as esperanças quase dizimadas ele ouviu um som familiar ressoar em sua direção. Era a sirene da polícia.

Peter sentiu-se imensamente aliviado, porém com medo por Wade. Ele viu o carro da polícia parar perto dele e a imagem de Rick, Harry e Gwen correrem até ele.

[...]

Deadpool sentiu suas costelas sendo quebradas pelo peso da força dos pés de Cable. Ele estava no chão, exausto, derrotado, enquanto Cable o chutava repetidas vezes.

- Cadê a sua tagarelice agora, hein? - zombou Cable, pisando fundo nos dedos de Wade. Já perdera a graça chutar apenas o estômago do mercenário.

- Ainda vou meter minha arma em você, bastardo - cuspiu Deadpool.

Cable apenas dignou-se a rir antes de dar um chute forte e certeiro nas partes íntimas de Deadpool que gemeu alto, contorcendo-se.

Lá debaixo os dois começaram a ouvir sirenes de polícia bem altas. Cable olhou para os lados, nervoso.

- Aquele maldito pirralho! Devia tê-lo matado!

A risada de Deadpool ecoava pelo esgoto, deixando Cable ainda mais nervoso.

- Ou você me mata ou foge - disse o mercenário dando o ultimato.

Cable apertou os punhos, ficando vermelho de raiva. É claro que ele não se deixaria ser pego novamente, ele sabia muito bem o quão difícil era fugir da prisão.

- Isso ainda não acabou - declarou antes de sair dali correndo.

Wade se remexeu, sentindo como se agulhas muito grandes o perfurassem todo, mas ele conseguiu levantar-se e ir atrás de Cable. Estava fora de cogitação deixá-lo escapar.

Nate correu até que as sirenes da polícia ficassem mais baixas, para uma direção onde eles não o vissem quando saísse do esgoto. Ele subiu às escadas e lentamente tirou a tampa do bueiro. Ele estava numa direção contrária de onde a polícia estava estacionada.

Cable sorriu, triunfante, pronto para correr dali, mas uma mão agarrou sua canela assim que ele tentou correr, fazendo-o cair.

Deadpool saiu daquele bueiro ainda agarrado à canela de Cable. Ele tocou no próprio coldre, cogitando a hipótese de dar logo um fim naquilo, mas levou uma rasteira de Cable, caindo ao lado do mesmo.

- Merda! - praguejou Wade. - Eu te odeio, sabia?

- É recíproco - disse Cable se levantando.

Do outro lado, Peter era bombardeado de perguntas e sermões. Rick lhe perguntava várias coisas sobre o sequestro, enquanto policiais desciam às escadas do bueiro para procurar Cable, e Harry e Gwen lhe davam sermões sobre o quanto aquilo era loucura.

Peter apertou os olhos, achando que enlouqueceria com tantas vozes entrando em sua cabeça ao mesmo tempo. Se fosse daquele jeito que Wade era bombardeado pelas vozes ele começava a entendê-lo.

Peter abriu os olhos tentando focar num lugar longe dali. Ele olhou para o fim daquela rua, paralisando ao encontrar Cable, de pé, de costas para ele, olhando para o chão e no chão estava Deadpool.

Os dois começaram a brigar. Deadpool se levantou, pronto para mais uma. Ele sacou a arma de seu coldre e apontou para Cable que ao invés de ir para trás só se aproximou mais ainda de Deadpool como se soubesse que o mercenário não fosse atirar. De fato Deadpool continuou com a arma apenas apontada para Cable que aproveitou o momento para dar um golpe no pulso de Deadpool fazendo a arma cair e voar para longe.

Peter segurou a respiração, alheio ao que lhe falavam, observando a luta. Deadpool usava a mão esquerda para tentar socar Cable, mas o outro estava levando a melhor até que nocauteou Deadpool com um soco no nariz.

- Não... - sussurrou Peter, saindo correndo dali em direção à Deadpool.

- Peter! Onde você está...? - Harry não pôde terminar a frase, vendo no final da rua um cara muito alto e assustadoramente intimidador, em pé, enquanto um outro cara estranhamente mal vestido, todo de vermelho estava no chão.

- Meu Deus... - disse Gwen paralisada.

- Que porra é aquela? - indagou Harry.

- Aquele é o Cable - disse Gwen.

- Não, eu tô falando da coisa vermelha - disse Harry.

- É o mercenário procurado do Clarim Diário - disse Rick.

Peter não se aproximou tanto de Deadpool por conta de Cable que estava entre eles. Ele ainda não havia notado sua presença já que estava de costas para ele, mais interessado em acabar com Deadpool.

Wade encarava Peter acenando em negação com a cabeça para que o menor não fizesse nada, nem desse um passo.

- Últimas palavras? - indagou Cable agarrando Deadpool pelo traje.

Peter entrou em pânico, olhos para os lados, procurando algo que o ajudasse e quando achou, pegou como se fosse sua vida. Era a arma de Deadpool.

- Solta ele - disse Peter engatilhando a arma.

Cable virou-se, lentamente, dando um sorriso maldoso.

- Vai me matar, Peter?

- Acha que eu não tenho coragem?! - ameaçou o menor.

- Eu acho que não, mas não devo me arriscar, não é? - disse puxando Deadpool para sua frente, o usando como um escudo.

- Seu covarde - disse Peter tentando mirar na cabeça de Cable que era a única parte exposta do maior. O problema era que ele não sabia se seria tão bom de mira.

- Acaba logo com isso! Atire! - berrou Nate. - Se eu for morrer Wade, pelo menos levarei você junto comigo.

Wade tentava se soltar em vão, parecia que quanto mais Cable sentia raiva, mais forte ele ficava.

- Traidor... - murmurava Cable. - Eu fiz de você quem você é, eu te abriguei!

- Sinto muito, Nate... mas você merece apodrecer na cadeia.

- Atire logo! - gritou Cable dando uma joelhada nas costas de Wade para encorajar Peter a fazer alguma coisa.

Peter começou a tremer muito. Ele fechou os olhos, pegou na arma com as duas mãos e os abriu, enxergando tudo um pouco embaçado, tentando focar em seu alvo. Um tiro foi dado.

O som ensurdecedor do disparo fez com que Peter desse um pulo de susto, tão confuso quanto chocado. Ele olhou para os dois vendo a bala cravada na testa de Cable, em cheio. Os braços largaram Deadpool e o corpo caiu para trás, morto, mas o disparo não foi Peter quem havia dado. O menor virou para trás vendo Rick ainda com o revólver apontado para frente. Ele tinha noção do quanto Cable era cruel, mas vê-lo sendo morto, em sua frente, era chocante demais.

Wade estava com os olhos arregalados por trás da máscara. Ele encarava o corpo morto de Cable em descrença. Os olhos de Cable estavam bem abertos e assustados por causa do tiro repentino. Wade pensou em se abaixar ao menos para fechar eles, era uma imagem muito perturbadora de se olhar por muito tempo, mas a voz de seu pai lhe fez recuar.

- Mãos para cima! - disse Rick indo em direção de Deadpool.

Peter largou a arma, seguindo Rick.

- Rick, espera... ele não fez nada de errado...

Deadpool não disse nada, apenas permanecera calado, com as mãos para cima enquanto Rick o revistava e logo em seguida o fazia abaixar às mãos para algemá-lo.

- Não me interessa se ele estava te ajudando, Peter. A Srta. Stacy me informou que ele é seu amigo, mas ele ter te ajudado nesse caso não faz dele inocente.

- Mas...

- E você - disse Rick se dirigindo à Deadpool -, não tem nada à me dizer?

Deadpool negou com a cabeça, ainda mudo.

Rick olhou para trás não vendo nenhum sinal de policiais por perto, provavelmente ainda estavam no esgoto. Uma completa irresponsabilidade levando em conta que um disparo de bala foi feito lá em cima. Ele virou-se novamente para o mercenário, girando a chave da algema, o libertando.

Deadpool encarou Rick, confuso.

- Você me decepciona, Wade - disse Rick tirando a máscara do rosto do filho.

- Como...? - disseram Wade e Peter, ao mesmo tempo, chocados.

Harry e Gwen correram em direção deles, preocupados. Gwen levou as mãos à boca, assustada com o corpo de Cable sem vida no chão.

- Harry Osborn me diz que meu filho foi atrás do namorado e Gwen Stacy me diz que o mercenário é amigo do Peter e foi salvá-lo, eu chego e só vejo o mercenário que "coincidentemente" é exatamente da altura e tem o porte do meu filho. Qual é, eu sou um policial, não sou burro.

- Isso é loucura... - disse Harry. Ele não sabia se começava a pirar porque tinha um cara morto ali ou porque Wade era algum tipo de mercenário que andava por aí de calças justas.

- Tem noção do que isso faria com a minha carreira? - perguntou Rick, sério.

- Pai...

- Eu vou levar vocês ao hospital - disse Rick. - Entrem no carro, eu só vou avisar aos policiais que está tudo sob controle.

- Pai, me escuta.

- Agora não, Wade!

Wade deu um suspiro encarando Rick descer até os esgotos.

- Ele vai te perdoar, pais perdoam - disse Peter.

- Eu não contaria com isso - comentou Harry, por experiência própria.

- Eu trouxe roupas pra você. Era pra vestir antes que seu pai te visse... bem, mas vista para que ninguém te veja como Deadpool, estão no carro - disse Gwen.

- Obrigado, Gwen - disse Wade.

O loiro encarou Peter e o medo da conversa com o pai se esvaiu. O importante era que Peter estava vivo. Ele pegou na mão do menor e o trouxe para si, o abraçando.

- Seu maluco, ia mesmo matar o Nate?

- Claro que eu ia - disse Peter retribuindo ao abraço.

- Não foi o que pareceu, estava tremendo mais que vareta - disse Harry.

- Cala a boca - resmungou Peter.

Wade entrou no carro e se trocou antes que os policiais voltassem. Wade e Peter entraram na viatura de Rick que os levou para o hospital, enquanto Gwen e Harry eram levados de volta para a universidade em outra viatura.

Peter devorava um sanduíche natural que Rick lhe comprou no caminho enquanto Wade ficava cutucando seu rosto todo roxo pelos socos que Cable havia dado em Peter.

- Isso dói, Wade - disse Peter de boca cheia. - Você tem vários hematomas aí, cutuque os seus.

- Me desculpe - suspirou o loiro com mais culpa do que o normal para uma frase tão banal quanto a de Peter.

- Não começa, não se sinta culpado pelo que aconteceu, eu não o culpo. Nada disso é culpa de ninguém, só do próprio Cable que agora tá morto. Assunto encerrado.

- Não devia ter te deixado sozinho.

- Devia sim, você respeitou o meu espaço. E você foi atrás de mim no fim das contas, não é? - disse o castanho encarando o rosto inchado de Wade. - Ninguém nunca fez o que você fez por mim hoje.

[...]

Rick observava da porta do quarto de Peter tia May medicá-lo com o rosto inchado de tanto chorar. A mulher quase havia tido um derrame ao ouvir o sufoco pelo qual Peter passou.

Rick andou alguns passos chegando à sala ao lado onde Wade estava internado com lesões internas e externas. Ele não estava inconsciente como achou que ele estaria. O loiro tomava tantos remédios por conta de sua doença que os efeitos de alguns o fizera mais resistente.

Wade sentia a cabeça girar, mas a onda de sono não era forte o bastante para dopá-lo. Ele podia ver da janela da porta o rosto de Rick lhe encarando. Ele ainda não havia conversado com o pai e ao vê-lo entrar no seu quarto de hospital, sentiu um frio na barriga que nenhum bandido jamais havia o feito ter.

- Você está bem? - indagou Rick.

- Sim... - disse Wade com a voz rouca.

- Tem sorte de apenas eu e seus amigos tê-lo visto daquele jeito.

- Rick, eu...

- Por que fazia aquilo? Não está satisfeito com a vida que eu te dei?

- É claro que eu tô, eu só queria ter um trabalho.

- E chama isso de trabalho?

- É quase o que você faz.

- Eu não trabalho pra bandido.

- Eu não trabalho pra ninguém, só pra mim.

- Pois se quiser continuar lá em casa, vai parar imediatamente de fazer esse tipo de trabalho sujo, me ouviu, Wade?

- Eu vou parar - disse Wade. Ele não contestaria Rick, sabia que o mais velho estava certo.

Rick apenas dignou-se a acenar positivamente, saindo do quarto logo em seguida.

Wade suspirou, cansado. Talvez aquele fosse definitivamente o fim de Deadpool.


Notas Finais


Adeus Deadpool? .-.


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