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História Crazy? Im not crazy. - Uma Visita Inesperada


Escrita por: kidleader

Notas do Autor


Eu sempre fico em dúvida sobre o que botar aqui. Eu acho que se não botar nada vou parecer fria e que se eu botar algo vou parecer idiota, então...

Capítulo 3 - Uma Visita Inesperada


Taeyeon’s POV

 

Eu não queria sair da cama, primeiro porque minha cabeça estava pesada, eu estava com preguiça até de pensar. Depois porque fiquei pensando nas histórias das meninas e vi que estava bem errada sobre elas. Poderiam parecer normais e sem problemas, mas elas enfrentavam mais coisas do que tinha imaginado. Claro que achei a Yuri um pouco irresponsável, afinal por que ela estava ali se não queria largar o vício? E quanto à Jessica e à Soo? Elas continuavam com os mesmos problemas… É aí que percebo que sou igual à elas. Eu também estava ali com o pensamento de sair e morrer. Nada mudara em minha vontade.

 

Eu tinha que levantar e aparecer no café… Não posso deixar que percebam que tem algo de errado comigo ou vão acabar ligando os pontos e chegando à nossa festinha de ontem. A Tiffany deveria ser bem forte mesmo para ter me carregado até aqui, digo isso não por eu ser pesada como ela disse, mas é porque ela parecia ser tão… fresca. Eu me enganei sobre ela, apesar dela ter reclamado da unha… E ela contou a história das outras, mas não falou de si. Fico imaginando que tipo de problema ela deve ter.

 

Ok, chega de pensamentos idiotas. Tenho que ir comer e depois tomar os remédios… Ou eles vão pegar no meu pé. O maior desafio foi tomar banho nessa situação, mas uma vez que saí do banheiro me senti um pouco mais revigorada. Quando chego ao refeitório as meninas já estão na metade do seu café.

 

- E aí, apagona! - fala a Yuri me dando um tapinha enquanto me sento com meu cereal ao seu lado.

 

- Você deveria ter me avisado. - digo, séria.

 

- Eu não estava mais nesse plano, amiga. Senão eu teria sim. Sei que é uma droga beber e tomar todos esses antidepressivos. - ela explicou. É verdade, doidona do jeito que ela estava não avisaria nem se a bebida estivesse pegando fogo.

 

- Tá explicado. - digo e sinto o olhar de alguém sobre mim.  Quando olho em sua direção vejo um dedo com curativo na minha frente. - Omo…

 

- Está vendo? Isso é culpa sua. - ela diz, raivosa.

 

- Achei que não podíamos ter unhas grandes aqui. - falei.

 

- Não podemos- fala a Jessica concordando com a cabeça.

 

- Então te fiz um favor, você que tá me devendo. - falei sorrindo para a Tiffany. Sua boca e olhos formaram uma linha. Ela estava furiosa, senti um leve arrepio percorrer meu corpo… E se ela fosse perigosa?

 

- Então você deve saber que foi mais difícil ainda manter essa aqui, já que é proibido. Então você está me devendo ainda mais. - ela fala, rápido demais e um pouco baixo. Seu tom me dá medo.

 

- Ok… - concordo com a dívida. É melhor do que cutucar ainda mais a onça.

 

Naquele dia decidi não ir lá para fora com elas. Eu tinha muitas coisas em minha cabeça. Optei por ir até a biblioteca e continuei a ler o que estava lendo no outro dia. Aproveitei para marcar uma hora no domingo, estava com saudades da internet. Aos poucos minha dor foi diminuindo, mas ainda sentia a cabeça cansada, isso eu sabia que era culpa dos remédios. Subi ao meu quarto e dormi mais um pouco, eu só queria que minha mente voltasse a trabalhar direito!

 

- Vem Taetae, já é hora do almoço. - fala alguém perto de mim e sinto algo em meus pés. É ela, outra vez me acordando com cócegas.

 

- Já estou indo… - falo ainda cansada, mas ela não para até eu me levantar e segui-la.

 

- Tiffany… - eu começo, ela olha para mim enquanto nos encaminhamos para o refeitório.

 

- Por que você está aqui? - eu pergunto e ela para de andar.

 

- No castelo, você diz? - ela pergunta e eu aceno que sim, então ela sorri. - Hm, digamos que eu sempre esteja “no limite”. Vamos logo antes que não sobre coisas boas! - ela diz me puxando outra vez pelo braço.

 

Ainda sobraram muitas coisas boas e hoje até mesmo a Jessica comeu um pouco. Por alguma razão todos estavam um pouco mais animados, exceto a Yuri que parecia, pela primeira vez, indisposta. Ela acabou de comer primeiro que todo mundo e saiu sozinha da mesa sem dar brechas para que a seguíssemos.

 

- Eu vou lá no quarto dela. - falo enquanto me levanto.  A Tiffany me segura por um momento pelo pulso.

 

- Deixe-a, Taetae. Hoje é dia de visita, ela sempre fica assim nos dias de visita. - ela diz, baixinho para mim.

 

- Mas… por quê? - ainda não entendo.

 

- Os pais dela são os donos disso aqui, eles não a visitam. - diz a Sunny em um sussurro.

 

Sinto-me mal pela Yuri. Meus pais podem ser um pouco… como eu posso dizer? Tortos talvez… Mas eu sabia que eles viriam hoje a tarde. Claro que eu não lembrava que era hoje o dia de visitas, mas eu sabia que eles viriam em todos. Talvez se eu não tivesse essa certeza, morrer mordendo a língua não me pareceria tão ruim no final das contas.

 

Quando a hora chega, estou lá atrás, como o resto das meninas, esperando para ver se alguém vem até nós. É estranho ficar aqui fora de casaco, não estava fazendo muito frio, mas a maioria de nós estava assim. Avistei de longe meus pais, eles vinham até mim, meu pai sempre sério e minha mãe com aquela expressão de quem está contendo o choro. Ela veio até mim e me abraçou, senti-me sem ar por um segundo, era um abraço forte, sabe? Abraço de mãe. Até então eu não tinha visto que eles não estavam sozinhos, mais alguém veio com eles… Um garoto bem mais alto que eu, magro (mas ainda assim forte), de cabelos arrepiados e desleixados de maneira calculada (pintados de castanho claro).

 

- Hey, Tae! - ele diz sorrindo. Ele está um pouco diferente de como eu o vi da última vez. Ele está mais homem e menos menino. Há um brinco em sua orelha esquerda.

 

- O… O que… O que… ele está fa-fazendo aqui? - pergunto olhando diretamente para a minha mãe.

 

- Isso é jeito de tratar seu amigo, Taeyeon? - fala meu pai.

 

- O senhor não tem nada a ver com isso. - digo desafiadoramente para ele que fecha os olhos e respira fundo. Ele está se contendo para não fazer uma cena.

 

- Ele esteve procurando por você… Achei que seria bom você ver um amigo. - respondeu minha mãe, ela tremia. Mas não mais que eu.

 

- Deixa eu falar com ela, tia. - ele diz, colocando a mão em seu braço e sorrindo.

 

- Não quero falar com você. - digo e vou andando para longe dali. Ele me acompanha, tento andar mais rápido estupidamente para tentar sair de perto dele, mas é inútil.

 

- Hey, Taeyeon! Pare com isso. - ele diz finalmente pegando em meu pulso.

 

- Se liga garoto! Vá embora, não quero te ver. - grito para ele, agora sei que estou chorando.

 

- Não chore, por favor. Eu sinto muito, ok? Quantas vezes tenho que repetir isso? - ele diz, desesperado.

 

- É essa a questão, Leeteuk. Você não tem que repetir nada.

 

- Eu achei que ainda podíamos ser amigos… - ele fala por fim.

 

- Eu também. - eu respondo e volto a andar. Sinto quando ele me pega pelo pulso outra vez. Seu toque é delicado.

 

- Eu soube que você tentou se matar, por favor, Tae… Por favor… Me desculpe… Eu, eu não sabia… Eu não sabia de nada. - ele continua a me segurar e eu paro. Respiro fundo e o encaro outra vez.

 

- Não é por sua causa que quero morrer, nem é por sua causa que estou aqui. Agora pode ir embora e ficar com a consciência limpa. - digo-lhe e me preparo para sair dali outra vez. Mas ele  me puxa para ele e me abraça.

 

- Eu vou embora, eu… eu só precisava fazer isso. - ele diz enquanto ainda estamos abraçados. Não correspondi seu gesto, mas também não tentei sair dali. Eu estava confusa. Não contava com sua presença ali, muito menos com seu abraço. Depois de alguns segundos ele me solta e anda para longe.

 

Quando estou voltando para dentro da clínica, vejo ao longe um casal conversando. Reconheço a garota, é a Tiffany, ela não me parece bem, o rapaz olha para baixo, como se estivesse envergonhado. Ela olha para mim e ficamos nos encarando por alguns segundos, ela não demonstra, mas eu sei que algo está errado.

 

Vou ao consultório da Sophia, mas a enfermeira me avisa que ela hoje estaria atendendo em sessões familiares, ela não me veria hoje, veria apenas meus pais. Que ótimo, é muito bom saber que vão falar sobre mim sem que eu esteja presente. Vejo que é uma ótima oportunidade de ir à sala de música. O piano de alguma forma se tornara meu melhor amigo. Algumas lembranças vão voltando a mim involuntariamente.

 

flashback on

 

Estamos namorando há alguns meses, mas claro que eu estive apaixonada por ele desde os meus 12 anos. Agora tenho 15 e fazemos muitos planos juntos. Namorar o melhor amigo tem uma série de vantagens, a primeira é que ele não terá ciúmes do meu melhor amigo, depois ele me conhece tão bem… a coisa mais rara do mundo será ele me machucar sem querer (isso de conhecer bem é uma faca de dois gumes).

 

- Taeyeon, tenho que te falar uma coisa. - ele diz assim que terminamos de assistir a um filme na sala.

 

- Omo, é só falar. - eu digo e sinto quando ele aperta minha mão com firmeza.

 

- Minha mãe está doente e teremos que viajar para a América por um tempo. - ele diz e sua voz está falhando. Sei que ele está morrendo de vontade de chorar, mas não vai fazer isso.

 

- Poxa, sinto muito… Por que irão para a América? - pergunto.

 

- Ela terá mais chance de cura se for se tratar lá. - ele diz e ficamos em silêncio um tempo. Repouso a cabeça em seu ombro. Ele diz por fim. - Você irá me esperar, Tae?

 

- Claro, né. Nem deveria me perguntar isso. - respondo olhando em seus olhos. Ele sorri.

 

- Promete?

 

- Prometo- selamos a promessa com um selinho. A promessa que eu fiz, mas que ele quebraria.

 

6 meses depois…

 

Meu irmão acaba de morrer e eu estou me sentindo um lixo. Há umas duas semanas não consigo falar com o Leeteuk, ele não me responde e isso faz com que eu me sinta pior. Estou preocupada com ele e se aconteceu algo com a mãe dele?! É então que ele me liga e pede para que eu vá em sua casa, não fazia ideia de que ele já havia voltado para a Coréia. Eu vou igual a uma idiota, feliz. Quando chego lá ele abre a porta para mim e eu pulo em seus braços, mas algo está diferente, ele não responde com o mesmo entusiasmo. Ele nem sabe ainda sobre o acidente. Ele nem pergunta o que são esses arranhões em meu corpo. Seu olhar é frio, distante.

 

- O que houve? Você sumiu… Aconteceu alguma coisa? Sua mãe está bem? - pergunto preocupada e ele nem ao menos me olha nos olhos.

 

- Eu vou tentar ser o mais direto possível… - ele começa. - Eu sinto muito, Taeyeon. - sente pelo quê? Ele sabe que o Jiwoon morreu? - Não aconteceu nada, não precisa se preocupar… É só que… Eu… Conheci alguém. - ele diz olhando para os próprios pés.

 

- Conheceu alguém? - nessas horas a gente fica muito estúpida mesmo. A mente sabe exatamente o que ele está falando, mas o coração insiste em bancar o idiota.

- Sim… conheci outra pessoa e, acho que temos que terminar. Eu sinto muito… Não foi planejado. - ele diz e eu sinto minha respiração ficar mais pesada. Como ele pôde? Como esse idiota pôde fazer isso comigo? Anos… anos de amizade. Ele estava me magoando no momento em que eu estava mais sensível. Eu fico em silêncio, ainda processando o que ele estava dizendo. - Você aceita minhas desculpas? Ainda podemos ser amigos?

 

- Sabe o que você faz com suas desculpas, Leeteuk? Enfia elas naquele lugar… - eu digo me segurando para não fazer algo pior. Minha vontade era bater nele até toda essa dor que estava aqui dentro sair. Em vez disso quebrei meu quarto e algumas teclas daquele maldito piano.

 

flashback off

 

Aqui estava eu fazendo melhor uso do piano. Colocando a dor para fora, aliviando a alma. E ele ainda se atreveu a vir até aqui… AISH!

 

Vou ao refeitório no horário do jantar, mas nada como. Vejo que a Tiffany também não come nada nem a Yuri. A Jessica ainda dá umas duas garfadas na comida, daqui posso dizer que ela parece estar se esforçando muito para isso, a Sunny  come animadamente, assim como a Soo.

 

- Que bicho mordeu vocês hoje? - pergunta a Sunny com a boca cheia de arroz.

 

- Algumas visitas, às vezes, são piores que nenhuma. - fala a Yuri sombriamente. As meninas olham para ela sem entender e ela explica. - Do meu quarto tive uma bela vista da “tarde de visitas”.

 

Sem o menor apetite, me levanto por fim e vou direto ao meu quarto. Assim que me jogo na cama, vejo que a Tiffany também entra no quarto.  Ela se joga em sua cama e ficamos em silêncio por alguns minutos.

 

- E então, quem era aquele cara? - ela pergunta, do nada.

 

- Que cara? - pergunto virando o rosto para ela.

 

- O que te agarrou. Eu vi ele te abraçando.

 

- Hm… meu ex-namorado e ex-amigo. - respondo e acho que isso soou muito idiota.

 

- O que ele fez?

 

- Hm?

 

- O que ele fez para ser ex?

 

- Arrumou outra. - respondi.

 

- E você está triste por causa dele? - mas que coisa! É um interrogatório agora?

 

- Não mais. Ele não é mais nada para mim. - respondo encarando o teto dessa vez.

 

- Não gosta mais dele? - ela pergunta e percebo que demoro demais para responder. Ficamos em silêncio algum tempo.

 

- E quem era aquele cara? - pergunto sem querer parecer curiosa demais ou intrometida.

 

- O Nichkhun? Meu noivo. A gente namora há uns três anos. Os pais dele são sócios dos meus pais. - ela diz e percebo a tristeza em sua voz. - Ele me disse hoje que ama outra pessoa e perguntou se eu poderia pedir aos meus pais para acabar o noivado. Ele disse que os pais dele devem muito aos meus pais então ele não pode dizer que não quer mais casar comigo. - ela sorri ao dizer isso. - Ele é um covarde… Nos últimos tempos ele dizia que eu o sufocava e um monte de outras coisas… E agora ele me diz que está gostando de uma amiga minha…

 

- E você gosta dele? - eu pergunto.

 

- Sim… Mas de nada adianta, não é? - ela diz isso e sorri outra vez. - Os homens são mesmo uns imbecis. Seu ex é um babaca e meu noivo não fica para trás… deixando duas garotas maravilhosas como nós de lado… idiotas. - não consigo evitar  sorrir. Ela olha para mim e ri. Percebo que há lágrimas em meus olhos, assim como nos dela. - Aish, acho que isso pede uma comemoração. A festa do coração partido.

 

- Hahaha, outra festa?! - pergunto.

 

- Sim… Vamos lá, daqui a pouco terá a primeira inspeção, desceremos, pegaremos as comidas e de lá vou te mostrar algo legal. - ela diz e sua expressão me diz que ela está planejando isso tudo nesse exato momento.

 

- E se nos pegarem? Vamos para o porão?!

 

- Relaxa, é preciso bem mais do que isso para ir para o porão. - ela diz e eu concordo.

 

O que eu tinha a perder? Já que estava nesse lugar isolado do mundo, iria aproveitar. Assim que a enfermeira passou fazendo a inspeção e as luzes se apagaram, saímos de mansinho. Foi difícil passar por todos aqueles corredores até a cozinha, mas conseguimos. Pegamos alguns salgadinhos e, quando eu já estava me dirigindo para fora ela pegou minha mão.

 

- Não vamos para o quarto, vem cá. - a segui por uma porta que levava à lavanderia. Lá as janelas não tinham proteção, então a Tiffany abriu uma delas, deu uma boa olhada e pulou. A imitei, estávamos nos jardins do Castelo.

 

- Acho que isso não vai acabar bem. - falei baixinho enquanto tentávamos passar despercebidas pelas partes iluminadas.

 

- Tá com medo, Taetae?! Para uma suicida você é bem medrosa. - ela diz sorrindo.

 

- Yah! Quem disse que tô com medo?! - falei indignada.

 

Percebi que estávamos nos aproximando do lago. Chegamos até uma grande árvore que ficava ali bem na beira, lá ela sentou e sentei-me ao seu lado. Ela olhava para o céu, foi a primeira vez que consegui ver tantas estrelas. Ali estava escuro e o céu parecia estar mais próximo da Terra, se é que me entende. Então ela apontou para frente e segui a direção do seu dedo, ela mostrava-me o reflexo da lua na água, uma longa listra prateada.

 

- Fujo para cá, às vezes. - ela diz enquanto ainda estou observando tudo, admirada.

 

- É lindo. - falo e ficamos em silêncio durante um tempo.

 

- Já tomou banho de lago? - ela pergunta.

 

- Hã?! Você não está pensando em… - falei, mas parei quando vi que ela já tirava o casaco e a calça de moleton,  ficando apenas com uma blusinha fina e roupas de baixo. - Você é doida.

 

- Você também, ou não estaria aqui. Vamos. - ela diz e entra no lago. Puxo as mangas do meu casaco ainda mais ao pensamento de tirá-lo. Nunca o faria.

 

- Você tem vergonha das suas marcas? Você não viu as minhas? - ela fala e não sei do que ela está falando. - Vem logo Taetae, é a cobrança da sua dívida pela unha.

 

Reluto ainda por uns instantes e acabo entrando na água que estava super gelada por sinal. Há um bom tempo não nadava, me senti bem por estar quebrando as regras.

 

- Está vendo? Nada melhor do que a rebeldia para curar um coração partido. - ela diz e chega perto de mim, pega os meus dois braços e os vira. Ela olha para meus ferimentos e os toca com a ponta dos dedos. - Você fez do jeito certo. Queria mesmo morrer.

 

- Não é muito legal dizer isso. - falo com certa frieza, puxando meus braços para mim.

 

- Você é muito corajosa. - ela diz olhando-me com curiosidade. - Não é fraca como eu. Seus cortes tem um objetivo, os meus só servem para curar meu vazio… fazem de mim patética. - ela diz e sorri tristemente.

 

- Do que você está falando? - pergunto confusa. Ela me mostra seus braços e, de perto, consigo enxergar dezenas de linhas brancas, algumas rosadas. Eram muitas cicatrizes.

 

- Tenho bem mais nas pernas e algumas no abdômen. - olho para ela com a expressão chocada, não consigo evitar. - Relaxa, não precisa ter pena, ao menos estou na moda. - ela sorri.

 

- Por que você faz isso consigo mesma? - pergunto ainda sem acreditar.

 

- Bom, eu gostaria de poder responder a isso também. A verdade é que não ligo muito para mim e… às vezes não me aguento. Eu me odeio. - ela diz isso de maneira casual, mas eu sei que ela está sofrendo. É por puro impulso que a puxo para mim e a abraço forte. Ela se retrai em surpresa, mas aos poucos, responde ao abraço.

 

Quando nos afastamos vejo que ela chorou um pouco, seus olhos estão focados em mim. Sinto-me estranha por um instante e no outro instante sinto seus lábios nos meus, eles apenas se encostaram, mais nada. Ela me beijara e, tão rápido quanto encostou nossos lábios também os separou.

 

- Me desculpe... foi um impulso. - ela diz rápido demais.

 

- Acho melhor voltarmos. - digo.

 

- É. - mas ela já está fora do lago. Enquanto eu ainda estou processando o que aconteceu.

 

Quase nos pegaram duas vezes no caminho de volta ao quarto e, naquela noite, nenhuma outra palavra foi trocada.

 


Notas Finais


Desculpem os erros e.. vlw!


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