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História Crazy? Im not crazy. - I Dont Wanna Lose you


Escrita por: kidleader

Notas do Autor


:3
Os pov's da Fany serão bem raros. A história, em grande parte, será focada no ponto de vista da Tae.

Eu iria postar mais tarde, mas acho que não estarei por aqui ;3

**gente, eu espero que as coisas tratadas aqui não influencie ninguém negativamente(muito pelo contrário), de verdade. Se alguém está se identificando com algo, se sentindo triste "demais" e etc... Não espera não, procura ajuda. Ninguém vai internar ninguém não, mas vale a pena conversar com uma "Sophia" quando a gente não está se sentindo bem e os pensamentos estão atrapalhando nossas vidas. Não dá para brincar com isso. É sério D:

Capítulo 10 - I Dont Wanna Lose you


Tiffany’s POV

 

Mais um dia no paraíso. Ou não. A maioria das pessoas não acredita quando digo que passei as férias ou “as últimas semanas” em uma instituição para doentes mentais, sei que eles usam um nome menos “pesado” para o Castelo, mas no fim continua sendo uma clínica para pessoas malucas. Não que eu tenha alguma coisa contra a loucura, na verdade acho que todos são loucos, ou não. Vivo nessa eterna dúvida. Olho para algo e me pergunto se o que estou vendo é aquilo mesmo ou se estou imaginando, ou então me pergunto se as outras pessoas têm a mesma visão do que estou vendo. Em 90% do meu tempo estarei me questionando dessa forma.  Foi assim que tudo começou: em 90% do tempo eu me achava diferente das pessoas.

 

Eu não queria assistir aula de matemática, eu não assistia. Não tinha um motivo para isso, simplesmente não queria. E eu não era uma “má” aluna. Eu não gostava de matemática, então por que as pessoas queriam me obrigar a estudar isso? Não faz o menor sentido. Então eu ia à escola, mas não assistia as aulas de matemática(só as de matemática). O que em muito pouco tempo chamou a atenção da escola que por sua vez avisou ao meu pai. Não preciso dizer que ele ficou uma fera.

 

Logo depois foi a Educação Física que me causou problemas. Era a primeira aula. PRIMEIRA. Onde já se viu colocar educação física como primeira aula? E entre a primeira e a segunda aula não dava tempo de tomar banho direito. Era ma droga. Odeio suar, odeio correr e odeio fazer tudo isso antes das 8 da manhã. Resultado: quase reprovei por falta e fui obrigada a fazer um trabalho enorme sobre os benefícios da educação física para os adolescentes. Eu não fiz esse trabalho, tenho que confessar. A Jessica fez para mim. Mas ninguém sabe disso, até hoje.

 

Eu tenho grande dificuldade em fazer coisas que não quero e não vejo sentido em fazer. Bom, a maioria dos adolescentes não gosta de fazer isso, mas fazem. Eu simplesmente não faço. Não suporto a ideia de fazer, não me importo com as consequências. Foi nesse ponto que comecei a ver que não era igual aos outros. Sem falar que eu nunca parecia estar em sintonia com as pessoas da minha idade. Eu via meus colegas alegres, sorrindo, namorando, estudando, praticando esportes e eu me sentia vazia. Ainda que sem motivo. Eu me sentia diferente. Diferente demais. Além disso, às vezes faço coisas das quais me arrependo quase que imediatamente. Certa vez, o Nichkhun e eu demos um tempo. No mesmo dia que isso aconteceu, fui a uma festa (arrastada, a Yuri disse que eu tinha que me animar) e fiquei com pelo menos três meninos (incluindo um amigo dele) e uma menina (a Yuri). Bebi muito, mas quando voltei à mim eu sabia que havia pisado na bola e fiquei me sentindo culpada.

 

E havia outra coisa, algo que realmente comprovava minha falta de sanidade. Há algo que você deve saber antes,  quem quer se matar passa dias com essa ideia (ao menos as pessoas como eu). Eu passava horas do meu dia pensando se deveria ou não, se era o certo, se iria para o inferno. Era como se houvesse um placar, de um lado “devo me matar” e do outro “não devo me matar” e eu ficava contando pontos de um lado para o outro. Tirei nota alta “não devo me matar”, perdi o ônibus “devo me matar”. Quando penso que passei grande parte do meu tempo pensando nisso eu vejo o quão minha mente é perturbada. E olha eu falando de mim como se não fosse eu mesma… É assim, sou assim. Mas voltando ao assunto… Certo dia tive uma explosão de raiva e tristeza. Até hoje não sei explicar, mas eu queria morrer. Queria de verdade. Tranquei-me em meu quarto com uma faca e decidi cortar os pulsos. Eu não tinha o menor receio de me machucar.  Eu me via tremer, mas me concentrei no corte que ia fazendo na altura do pulso esquerdo, conforme deslizava a lâmina sobre minha pele eu vi meu sangue. Não estava profundo o suficiente, mas aquilo, de alguma forma, havia me acalmado. De repente eu não queria mais morrer. Foi isso, apenas um corte e o alívio para aquela dor tão intensa dentro de mim foi alcançado. Mas me senti imensamente culpada depois.

 

Os cortes se repetiram e pouco tempo depois passei a usar casacos e blusas de manga comprida, não importava o calor que fazia. Quando realmente precisava sair sem isso, eu enchia meus braços de pulseiras. Poucas pessoas suspeitaram na época, mas perguntaram. De alguma forma eu sentia que havia “perdido” o jogo quando me perguntavam o que eram aquelas marcas. A graça estava em não ser descoberta. Mudei o lugar dos machucados para os tornozelos. Dessa vez eu ganhei meu próprio jogo. Exceto quando tive que ir à praia. Então minha irmã viu e avisou ao meu pai. Isso tudo no auge da minha rebeldia com matemática e educação física. Retiraram todos os objetos cortantes de perto de mim, mas eu continuava a me arranhar, e me bater ou machucar de todas as formas possíveis, foi como se houvessem lançado um desafio. “Te desafio a se machucar”; e eu havia aceitado.

 

Meus pais são separados, minha mãe está na América. Meu pai queria me mandar para lá, eu até fiquei feliz com isso, mas ela não ficou. Então fiquei aqui, com meu pai. E fiz questão de tornar a vida de todos um inferno. Eu estava com raiva, estava triste, estava irritada. Certa vez roubei a moto do meu irmão mais velho para dar uma volta. Eu não sabia pilotar uma moto, só consegui foi me arrebentar no chão. Foi quando me internaram a primeira vez.

 

Bem, acredito que sou uma pedra no caminho de todos. Minha mãe nem me quis por perto (nem para uma visita). Meu pai me colocou nesse lugar. O Nichkhun se apaixonou por minha amiga. É, minha presença nesse mundo não é lá essas coisas. Não acham?

 

Quanto a essa coisa do Nichkhun, isso me abalou bastante, de fato. Eu o amava, muito. Sentia que realmente dependia dele para ser feliz, era o único que me dava alguma alegria ainda . Agora ele se fora, logo quando eu estava aqui dentro deste lugar.

 

Eu tenho mania de perder as pessoas com que me importo. Eu tive uma amiga aqui no castelo quando me internaram da primeira vez. Ela já estava aqui há um tempo, era depressiva. Mas não parecia, ela sempre tinha um sorriso para mim. Era o aniversário dela e ela me pedira para ajudá-la a fugir, ela queria encontrar o amigos e se divertir. Normal, não é? É isso que gostamos de fazer em nossos aniversários. Eu a ajudei a fugir. Em um dia de visitas, causei uma pequena confusão na recepção que distraiu o pessoal da entrada. Ela colocou roupas normais e saiu pelo estacionamento, como se fosse uma visitante. Eu fiquei muito feliz por nosso plano ter funcionado. Isso até eu ter recebido alta e ter ido atrás dela. Descobri que ela se matara no dia em que fugiu.  A culpa foi me corroendo e me corrói até hoje. Jamais me perdoarei pelo que fiz. Perdi a Hyo também.

 

Se eu pudesse E se eu tivesse alguém para perder, meu único desejo seria jamais perder alguém novamente.. Eu não tenho mais ninguém. As pessoas com quem me importo não se importam mais comigo. E eu não posso fazer nada para mudar isso.

 

Então ela chegou. Eu sabia ler bem as pessoas, sabe? Só de olhar.  Eu conseguia entender algumas coisas sobre elas sem nunca falar, de fato, com elas e eu costumava acertar sempre. Mas não consegui ler ela. Isso me intrigou, me fez querer falar com ela para conhecê-la, eu  precisava disso. Quanto mais tempo passava ao seu lado, menos queria me afastar, eu estava fascinada. Até tentei ficar com raiva, tentei tratá-la como se não fosse grande coisa, mas é impossível, não consigo. Sempre volto para onde está, sempre volto para ela. E eu estava tão devastada… ela esteve ali, ao meu lado. Ela parou minha lâmina, ninguém jamais fez algo assim. Aí então notei os olhares daquele garoto novo e vi que era uma ameaça. Eu tinha medo de perdê-la também. Não é paixão, ao menos acho que não. Eu ainda sou apaixonada pelo Nichkhun e tenho certeza de que ela gosta do carinha do brinquinho. Mas há algo maior, uma conexão, não aceitaria o fato dela fugir como a Hyo fez, ou me desprezar como minha mãe me despreza. Eu precisava dela do jeito que ela era, ao meu lado, para sempre. Sei que é um exagero pensar que só porque uma pessoa nova entra na vida da pessoa que você preza, ela vai embora, mas também sei que é muito fácil ser esquecida por causa “dessa pessoa nova”.  Não sou a pessoa mais segura do mundo, minha autoestima não é lá essas coisas. Mas ser como eu era, o jeito como eu estava agindo, a estava magoando.

 

Eu tinha que parar, eu tinha que achar um jeito de não me levar pelos meus impulsos. Eu tinha que achar um jeito de não perdê-la.


Notas Finais


Meu tempo está começando a ficar curto ;/
Desculpem os erros e aproveitem o domingo. (vão à praia, ao cinema, sei lá, saiam um pouquinho do AS hahaha)


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