História Crazy? Im not crazy. - Back

Taeyeon’s POV

 

Era um lugar pequeno, nunca o havia notado antes, mas passava por ali com frequencia. Ela pediu um milkshake, eu não ia pedir nada porque meu estômago estava dando voltas desde a hora que vi aquele vídeo em seu celular. Mas ela também pediu um para mim e nas circunstâncias em que eu estava, não podia recusar.  Ela sugava o líquido e se deliciava com seu sabor. O meu estava intocado sobre a mesa. Sinto meu celular vibrar, eu o pego e vejo que é a Tiffany me ligando. Ela toma-o de mim.

 

- Devolva. - falo antes de tirar o aparelho de suas mãos.

 

- Por que não atende? - ela pergunta quando guardo o celular outra vez.

 

- O que você quer?! Diga logo, não tenho todo o tempo do mundo. - já estava ficando sem paciência.

 

- Qual o problema? Está atrasada para encontrá-la? - como que essa cobra sabe dessas coisas?! - Omo! Acertei?! Assim fica mais interessante.

 

- Fala logo o que tu quer… - falo já colocando as mãos nas têmporas e massageando. Controlar a raiva é algo que não me é muito fácil.

 

- Bom, como você bem sabe… Tenho provas de que você e suas amiguinhas estiveram internadas na Clínica para Jovens… bla bla bla… não sei o nome todo.  

 

- Onde você conseguiu esse vídeo?! - pergunto. Será que o Donghae mostrou para ela?

 

- Meu priminho não é o melhor quando se fala em tomar cuidado. O notebook dele nem ao menos tem senha de usuário. Foi fácil, posso garantir. - que vadia!

 

- Isso aí não significa nada. Não tenho medo de que saibam onde estive. - não tinha mesmo. Eu quis morrer, atire a primeira pedra quem nunca pensou nisso.

 

- Hm… Mas será que a Triforce quer que seus segredos sejam revelados assim?! Imagina o que aconteceria com a mãe da Ice Witch se a imprensa soubesse sobre sua filha… Ou com o grupo Hwang se ouvissem que uma de suas herdeiras é louca.. Ou com a nossa querida ginasta, será que ela ainda iria para alguma competição? Ou mesmo com a própria dona da instituição se soubessem que ela não consegue controlar a própria filha! - não fazia ideia de como ela sabia tudo isso sobre as meninas. Ela se deliciava com o que dizia. Eu tinha vontade de bater nela até minha mão doer, mas não podia. Ela estava certa. Seria terrível, sem contar que essa pressão toda poderia piorar a situação delas.

 

Respiro fundo. Sinto meu coração bater mais forte pelo medo que sinto por elas. É provável que eu esteja tremendo, mas não posso verificar neste momento.

 

- Pela sua cara, vejo que entendeu. - ela diz.

 

- O que você quer?

 

- Hm, para começar, vamos ser amigas, araso?! - ok, essa garota é mais maluca que todo o castelo junto. Sério.

 

- What?!

 

- Vamos ser amigas. Vamos almoçar juntas, vou participar de sua vida. - ela não estava blefando. - Já que você não vai tomar isto, me dá aqui.

 

Ela pega meu milkshake e continua esperando por minha resposta.

 

- Por que você…

 

- Sem perguntas, querida. Você não estava atrasada?! Go ahead… Aproveite seu último dia de liberdade. - ela diz enquanto suga mais do líquido do meu milkshake. - Agora me dê o número de seu telefone.

 

Passo o meu número para ela e em seguida ela o chama.

 

- Agora guarde o meu. Melhores amigas devem manter contato sempre, não acha? - ela diz sorrindo o sorriso mais falso do mundo. Quando vou saindo ela ainda me chama. - Espero que mantenha a discrição sobre o assunto.

 

Vou embora me sentindo enjoada e sem vontade de fazer nada. A situação era delicada demais, em minhas mãos estava em jogo o problema familiar de três famílias. Vou até a casa da Tiffany e ela me atende super brava.

 

- Onde você tava? - pergunta. Ela tem toda a razão de estar com raiva, meu atraso era de 40 minutos.

 

- Tive que resolver umas coisas, Fany-ah. - tento explicar vagamente. Eu não podia contar para ela. A Tiffany não deixaria a Suzy me chantagear, ela entregaria o jogo. Acho que nenhuma delas suportaria o fato de que eu iria defendê-las. Todas seriam contra. Mas me diz, você em meu lugar, o que faria? A Sooyoung é uma ginasta, um escândalo desses acabaria com qualquer chance de patrocínio futuro, por exemplo. A mãe da Jessica é dona de uma marca muito famosa, ter a própria filha envolvida com transtorno alimentar seria terrível para os negócios… Nem preciso mencionar que o Castelo sofreria um golpe tremendo se o caso da Yul viesse à tona. Além disso há a Fany… meu maior medo era que esses problemas a desestabilizassem e ela voltasse a se machucar, a ficar mal… Os negócios do pai dela não eram a prioridade aqui, ela própria era. E eu faria de tudo para protegê-la. - Foi mal… Você me perdoa?

 

- Hm… - ela me avalia por alguns segundos. - Mas vai ficar me devendo.

 

- Araso, araso. - me dou por vencida.

 

Fomos ver um  filme, uma comédia romântica. Ela repousava a cabeça por sobre meu colo e eu lhe fazia carinho. Ela era tão linda, tão meiga, o jeito como sorria quando alguma cena mais romântica passava me diziam que ela estava associando a nós, pois ela olhava para mim sempre que isso acontecia e eu lhe sorria de volta. Seria bom se fosse assim para sempre, sabe? Eu a queria em meu colo para sempre. Quando o filme acabou ela começou a comentar do mesmo, mas eu voava, pois passei grande parte dele concentrada nela. Não era minha culpa se ela era tão linda assim.

 

- Yah! Parece até que estou falando sozinha! - reclama depois do meu quarto aceno de cabeça para o que ela acabara de comentar.

 

- Desculpa… - falei.

 

- O que deu em você hoje? Está distraída…- ela percebe tudo com relação a mim. Eu não queria ter que enganá-la, mas que escolha eu tinha? Digo para ela: “Nosso segredo do castelo será revelado se eu não fizer o que uma psicopata quer que eu faça”.   E então espero ela começar a se cortar compulsivamente e a ficar mal quando siso repercutir na vida inteira dela?

 

- Nada… Só estou cansada. - eu digo, ela me olha com curiosidade, tentando ver os sinais de cansaço em mim. Ela está sentada ao meu lado, no sofá.

 

- Ok… - desiste por fim. Antes dela voltar a atenção para a TV outra vez, eu toco em seu braço e trago seus olhos para mim.

 

- Fany-ah… - começo, na verdade não sei bem o que dizer.

 

- Hm?! - ela me olha com atenção.

 

- Você sabe que te amo, não é?! - ok, estou me sentindo uma completa idiota agora. Parece até uma despedida, tipo daquelas que a gente faz quando descobre que vai morrer daqui a 1 mês.

 

- Sim… - ela responde e vejo que está assustada. - Eu também te amo, Taetae.

 

- Jamais duvide disso, araso? - pergunto e aperto mais o seu braço para que ela entenda a importância do que digo.

 

- Não duvido… Não duvidarei. Mas por que isso?!

 

- Porque se um dia as coisas ficarem estranhas, se a gente lembrar que se ama, poderemos voltar uma para a outra. - ela me observa sem acreditar no que está ouvindo. Eu não costumo falar sobre essas coisas assim.

 

- Nada vai separar a gente, babo. - ela diz, colocando a mão em meu rosto.

 

- Vou te mostrar quem é babo. - falo antes de empurrá-la de costas para o sofá  e  colocar-me sobre ela. Que me olha surpresa.  - Quem é babo agora?

 

- Você, com a diferença que é uma babo com atitude.  - ela fala sorrindo.

 

- Você não viu nada ainda. - encosto meus lábios em seu pescoço e sinto ela reagir ao toque. Sorrio comigo mesma.. Subo devagar, beijando-a de leve e exploro lugares novos, onde não estive antes, sei que em alguns pontos deixei marcas. Não pensei muito sobre isso, pode-se dizer que foi sem querer, mas no fundo eu queria, sabe?! Essa minha atitude é nova para ela, que está estranhando, mas adorando. Decido me vingar por todas as vezes que ela me  provocou e faço o mesmo. Ela fica maluca, tanto que fica tentando sair da posição inicial, mas não deixo.  Empurro-a de  volta em sua segunda tentativa e dou o que ela quer. Ataco seus lábios de uma forma que nunca fiz antes, não deixo espaço para que ela controle nada. Quando o ar nos falta, desço ao seu pescoço outra vez e ela adora. Quando finalmente a liberto, ela me puxa para si outra vez e nos beijamos demoradamente, os corpos colados e suas mãos passeando deliberadamente pelo meu corpo.

 

- Já entendi… de babo você não tem nada. - diz por fim.

 

- Já falei… você não viu nada. - digo, sorrindo.

 

No fundo eu temia o que estava por vir, mas agora eu queria  criar uma boa lembrança. Ela merecia isso. Ela merecia tudo o que há de bom nesse mundo. Eu a protegerei, custe o que custar.

 

Jessica’s POV

 

Nesses dias todos trocamos apenas algumas mensagens. Ela disse que estava bem, levei as anotações de todas as aulas para ela durante esse tempo. Na maior parte das aulas, estudávamos juntas, nas que não estávamos, ela estava com a Tiffany e ela me fez o favor de emprestar-me suas próprias anotações. Quando a vi passar pelo portão meu coração pulou de alegria. Ela veio até mim e me abraçou forte, levantando-me do chão.

 

- Você veio. - falei.

 

- Uhum… Estou quase lá, Sica-ah. - ela diz, orgulhosa.

 

- Estou vendo, só falta eu agora. O médico disse que aumentei 2 kg. Só faltam mais 9. - digo, também orgulhosa por meu mínimo progresso.

 

- Isso é ótimo!

 

Neste dia passamos as aulas que tínhamos juntas de mãos dadas. Suas mãos eram quentes. No almoço a coisa mais estranha do mundo aconteceu: Suzy comeu conosco. Nenhuma de nós entendeu, mas a Taeyeon insistiu. O silêncio reinou até a maldita começar a falar.

 

- O campeonato está chegando, você tem que treinar muito Tae. - ela diz. TAE?! Tipo, desde quando ela chama a Taeyeon assim?!

 

- É… - Taeyeon responde sem animação.

 

- Pode deixar, treinaremos juntas, vou te dar umas dicas. - Suzy fala, simpática. A mim ela não engana, alguma coisa estava acontecendo aí. Vejo a Tiffany olhar atravessadamente para a Tae e sei que uma briga está bem próxima.

 

- Vou ao banheiro, pode vir comigo? - diz a Yuri e nem penso duas vezes. Mas em vez de ir para o banheiro ela subiu as escadas do terraço.

 

- Você não ia ao banheiro? - perguntei.

 

- Era  só uma desculpa. Tenho que matar as saudades de você. - ela diz e isso me deixa envergonhada por um momento. Ela põe uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha e abaixa sua cabeça em direção à minha. Nos beijamos devagar e a sinto sorrir no meio do beijo. Não entendo o motivo, mas ela fala. - Como senti falta disso! Senti falta disso desde os 13 anos de idade, talvez ou menos. Cara, sou muito apaixonada.

 

Sinto-me sem graça, ela falou tudo isso de olhos fechados.

 

- Também senti sua falta, Yul. Você não sabe o quanto.- falo.

- Estou aqui agora, Sica-ah. Nada irá nos separar. - ela diz isso e olha fundo dentro dos meus olhos. Não aguento mais ficar longe dela e a beijo. Ela gosta da atitude, pois responde à altura e travamos uma mini-batalha, a qual sinto que ela me deixa vencer.

 

O sinal toca, nos separamos assim.

 

- Nada exceto o sinal, né?! - falo e ela sorri.

 

- Não se não quisermos… - diz, sorrindo maliciosamente.

 

- Yah! Nada de faltar mais aulas! - reclamo com ela.

 

- Araso, araso…. - ela diz. Trocamos mais um pequeno beijo e seguimos de mãos dadas para nossa próxima aula.

 

Como era bom tê-la de volta. E o melhor... Sem drogas.