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História Crazy? Im not crazy. - The First Cut is The Deepest


Escrita por: kidleader

Notas do Autor


Oi pessoas!

às vezes eu fico mais tempo pensando no que escrever nas notas do que na fic. x3
Eu sinto que é por aqui que posso falar com vocês então talvez por isso eu fique um pouco acanhada.

Estou tendo um tempinho para escrever mais, isso me deixa feliz. Eu percebi que escrever me ajuda a passar por certas coisas e me faz feliz... parte do processo que é escrever aqui, são os leitores, né? Falar com vocês é algo que aprecio bastante. Eu perdi coisas que são importantes para mim, estou perdendo elas desde a primeira fic que postei. Mas no fim, eu acho que escrever me ajuda a "perder melhor" se é que me entendem.

Enfim, obrigada pessoas.

Capítulo 52 - The First Cut is The Deepest


Taeyeon’s POV

 

Eu ficara feliz de não ter que me mudar para a cidade que vou estudar, afinal só gasto 1 hora daqui até lá e agora tenho um carro. Isso faz toda a diferença, não me entendam mal, não é que eu não goste de liberdade, mas depois de tudo o que passei há tão pouco tempo atrás, ainda era prudente ficar perto de pessoas que posso confiar: meus pais. Eu não me sentia “segura” para dar grandes passos ainda, sem falar que a cidade ficava ainda mais longe de Seul e eu queria encontrar a Tiffany pelo menos 1x por semana. Era justo, não era?

 

Um dia iríamos ter nossa casa e viveríamos nossa vida como queríamos, mas enquanto isso ainda haviam coisas que precisávamos fazer. Era por isso que viveríamos separadas, focadas em nossas vidas profissionais, para que pudéssemos usufruir do resto da vida juntas, sem nada que nos impedisse. Minhas aulas começariam na próxima semana, as dela demoraria ainda mais alguns dias. Tentávamos passar todo o tempo possível juntas, agora era esse o caso.

 

Eu estava deitada com a cabeça em seu colo, ela tinha uma das mãos em minha testa, brincando com minha franja e a outra em um livro que estava lendo há alguns minutos já.  Às vezes ficávamos assim, sem fazer nada de “útil” ou sem estar em contato físico direto, mas apenas assim, passando o tempo uma do lado da outra, sem trocar mais do que algumas palavras e alguns carinhos.  Não se engane, não sentíamos que estávamos perdendo tempo assim, muito pelo contrário, era como se ficar perto dela me fizesse bem de um jeito  que só ela conseguia. Eu estava ali, pensando em minha vida, ela estava lendo seu livro e estar ali com sua mão tocando os fios do meu cabelo e minha pele era o suficiente para me sentir completa.

 

Peguei-me admirando os traços finos do seu rosto enquanto ela mexia os olhos, concentrada, lendo as linhas daquele livro que, olhando com atenção, descobri ser O Pequeno Príncipe em uma edição muito antiga.

 

- Omo, você nunca leu ele antes? - pergunto curiosa. Todo mundo que conheço já leu esse livro.

 

- Hm?! - pergunta, tirando os olhos das páginas e olhando para mim. Ela ficava fofa com seus óculos de leitura. Não era a primeira vez que eu tinha esse pensamento.

 

- O livro, é a primeira vez que está lendo?! - repito a pergunta.

 

- Ah. - diz, marcando com o dedo a página atual e fechando-o de leve para ler a capa, como se precisasse ter a visão que eu estava tendo para entender o motivo da pergunta. - Não… Acho que já devo tê-lo lido umas vinte vezes. Ele era da minha mãe, ela costumava ler para mim quando eu era pequena…

 

A expressão que ela fez ao dizer isso me doeu o coração, você pode pensar que é exagero de minha parte, mas garanto que não. Quando a pessoa que você ama sente dor, você é quase capaz de senti-la também, faça o teste, quando alguém que você ama estiver passando por uma crise, olhe para seu coração e veja se ele também não está machucado.

 

- Você sente falta dela, não sente? - pergunto. Não sei de onde veio a coragem, eu sabia que esse era um assunto sensível demais para ela, mas eu sentia que a mesma precisava falar sobre ele, colocar para fora.

 

- Sim… Mas não importa. - percebo que suas carícias em minha franja pararam. Seu tom é frio,  comedido, calculado. Este é o primeiro sinal de que ela está sofrendo muito com isso. Ela é, normalmente, uma pessoa que transborda. Seja de alegria, seja de tristeza. Quando ela tenta se conter significa que há algo de muito errado, algo que não esta resolvido dentro dela e que vai magoá-la até o limite. É aí que o perigo dos cortes fica maior, para onde vai toda essa dor que ela sente se não está colocando para fora?

 

- Por quê? - eu vou ter que falar sobre isso até ela resolver se abrir, ou seu sofrimento será maior.

 

- Eu não quero falar sobre isso. - ela diz. Noto que sua mão agora está bem fechada. Ela fecha o livro e o coloca de lado.

 

- Você não acha que falando pode se sentir melhor?! - falo com os olhos nos dela. Ela os desvia.

 

- JÁ FALEI QUE NÃO QUERO FALAR SOBRE ISSO! - diz, exaltada, se levantando no processo. Minha cabeça, que antes estava em seu colo, fica em sua cama, sem apoio.

 

Nada digo, apenas permaneço no mesmo lugar, quieta. Aprendi pela experiência que quando alguém está muito bravo ou chateado, jamais devemos responde-los à altura, isso só prolonga ou causa uma discussão. Quase um minuto se passa antes dela subir em cima da cama, se colocar sobre meu corpo (como se estivesse sentada sobre mim, mas com as pernas na cama e meu corpo entre elas) e me olhar arrependida.

 

- Desculpe-me, não quis gritar. - diz sem coragem para me encarar. Apoio-me em meus braços para ficar meio sentada e logo depois ergo um deles para tocar-lhe o rosto.

 

- Tudo bem, Fany-ah. Desculpe-me por ter insistido em um assunto desses.  - eu digo e ela me abraça forte. O tipo de abraço que grita “eu preciso de você”.

 

- Não, Tae, você está certa. Eu preciso falar sobre isso… Ainda está disposta a ouvir? - pergunta com o rosto enterrado em meus cabelos.

 

- Uhum. - falo baixinho para ela, então ela sai de cima de mim e, dessa vez, deita a cabeça sobre meu colo.

 

- Meus pais se separaram quando eu ainda era uma criança, tinha dez anos. Ela foi viver na América, eu queria ter ido com ela, mas lembro-me como se fosse hoje ela dizendo que precisava de uma casa bonita antes de eu poder ir morar com ela. Disse que depois me buscaria, ela nunca veio. - seu rosto estava vermelho e eu podia ver as lágrimas se acumularem nos cantos dos seus olhos.

 

Respira fundo.

 

- Um ano depois fui passar as férias com ela. Tudo estava diferente…. ela já não sorria como antes e parecia bem mais estressada. Meu pai disse que ela estava assim porque o trabalho na filial da América era duro e ela trabalhava demais. Eu não acreditei, meu coração (que ainda era meio de criança) sentia que ela não estava feliz em me ter ali… Fiquei quase dois meses por lá e ela mal saiu comigo nesse tempo, apenas meu irmão brincava comigo e me levava para  conhecer a cidade. Na época eu pensei que minha mãe virara uma chata e “parei de gostar dela”.  Depois disso não a visitei mais com tanta frequência… Ela vinha aqui às vezes, mas eu não quis mais ir lá “sozinha” apenas para vê-la. Tanto é que faz quase dois anos que não a vejo. - ela faz uma pausa, vejo quando uma lágrima cai timidamente por seu rosto, ela o vira para escondê-la e limpá-la. - Mas tudo bem… não é como se ela fizesse falta.

 

- Ela sabe que você foi para o Castelo? - pergunto. É aí que vejo que ela realmente está sofrendo, pois mesmo tentando controlar-se para não chorar, em um pequeno soluço todo ele (o choro) sai e ela não é mais capaz de esconder suas lágrimas.

 

- A alternativa ao Castelo…. - ela fala com dificuldade, eu afago-lhe os cabelos. - a alternativa ao Castelo era morar com ela… mas ela não quis… ela não me quis lá. Não queria a filha louca dela lá, com ela. Virou as costas para mim. - neste ponto ela não consegue mais falar e enterra o rosto em minha coxa em um choro incontrolado e cheio de dor.  Tudo que faço é tentar acalmá-la, me sinto sem muito valor agora. Nunca fui muito hábil em consolar as pessoas, mas eu estava feliz por ela estar se abrindo. Ela tinha muito dor dentro dela e isso teria que sair em algum momento e eu temia que,se não fosse em forma de lágrimas, seria em forma de sangue.

 

- Talvez ela tenha um motivo, Fany-ah. Eu não estou defendendo ela. - acrescento antes que ela brigue comigo. - Um dia, talvez, ela te fale.

 

Fiquei lá com ela o resto do dia, ela ficou com a cabeça em meu colo até cochilar e eu fiquei ali com ela o tempo todo. Velei seu sono, beijei sua testa quando acordou e a senti mais leve, como se um grande peso houvesse sido tirado dos seus ombros.

 

Depois do jantar, preparado por seu pai que, diferente da filha, era um ótimo cozinheiro. Tiffany nos fez chocolate quente  com marshmallow e fomos até a sala do piano. Ela queria voltar a tocar, ela parara na mesma época em que sua mãe foi embora, porque foi a mesma que insistiu para que aprendesse, mesmo sem gostar muito, Tiffany se esforçara por ela, mas parou quando ela foi embora.

 

Pedi para me mostrar o que sabia e fiquei surpresa com o quanto ela ainda lembrava. A convivência com a música talvez a tenha feito aprender mais coisas mesmo sem nunca ter voltado a tocar o instrumento. De fato, a única coisa em que ela precisava mesmo melhorar era o posicionamento de suas mãos, ela estava tendo dificuldade em alcançar as notas desejadas devido ao seu posicionamento errado. Seu conhecimento musical era perfeito, isso pouparia-nos um bom tempo. Em menos de uma hora ali, sentada, tomando sua primeira lição comigo, ela já se aventurava em uma música.

 

Eu estava em pé, escorada na parede mais próxima ao piano, vê-la ali sentada tocando uma melodia tão doce e tão concentrada no que estava fazendo, isso me causava um efeito estranho. Ela estava, linda, sexy e, ao mesmo tempo, fofa, naquela posição.  A olhava sentindo pequenas borboletas em meus estômago fazendo uma grande festa. como se eu estivesse me apaixonando outra vez, como pode?! Eu ainda era apaixonada por ela, como posso me apaixonar pela mesma pessoa pela qual já sou apaixonada?! Que loucura!

 

Mal pude esperar que parasse de tocar, assim que ela tocou sua última nota e me encarou querendo saber o que eu achara, minha boca já foi de encontro com a sua.  Ela sentada em frente ao piano e eu em pé, me inclinando sobre ela. Minha língua reivindicou a sua e a “atacou”, literalmente, ao fazer os primeiros contatos. Ela suspirou em meio ao beijo, foi pega desprevenida. Não sei de onde tirei forças, mas a “levantei” dali ao sentir seus braços se entrelaçarem em meu pescoço. A coloquei de pé contra a parede e mais uma vez a beijei com avidez. Meu corpo pressionado contra o dela, em algum momento, mordi seu lábio e senti sua resposta por meio de suas unhas enterradas repentinamente em minhas costas. Foi inevitável abrir os olhos e encará-la também de olhos abertos, encarando-me de volta e interrompendo o beijo para soltar um sorriso malicioso.  Eu queria possuí-la ali mesmo, mas sabia de todo o risco que estávamos correndo só com o que acabáramos de fazer.

 

Afastei-me, ofegante, e senti sua mão puxar-me de volta, mas não cedi.

 

- Não podemos aqui, Fany-ah. - digo-lhe e a vejo bufar, reclamando. - Seu pai pode entrar…

 

Neste momento é exatamente isso que acontece. O pai da Tiffany entra na sala, eu estou a apenas um metro dela, que ainda está escorada na parede. Agradeço por ter tanta força de vontade ou então eu estaria em muitos maus lençóis agora.

 

- Filha, venha até a sala. Há alguém aqui que quer te ver. - ele diz, animado. Fico feliz por ele não questionar o que estávamos fazendo ali no canto da parede.

 

- Quem?! - ela pergunta, indo de encontro à ele.

 

- Você verá. - ele diz, sorrindo. - Vamos Tae.

 

Sigo-os para fora e vamos até a sala. Assim que os alcanço sei que há algo errado. Tiffany está parada, dura, sem se mexer logo na entrada. Meu olhar vai para a ponta dos seus dedos e confirmo que ela está tremendo. Olho para o visitante e vejo que se trata de uma mulher de meia idade, muito bonita, por sinal. Ela é alta, usa uma calça de seda creme e uma blusa de mangas longas de algodão com um design completamente moderno, jamais vi uma blusa assim antes. O primeiro pensamento que me veio é de que ela sabia se vestir bem. Paro ao lado da Tiffany e coloco a mão em seu ombro, me perguntando quem era aquela mulher e porque ela estava com medo dela.

 

- Mãe? O que… O que você está fazendo aqui? - esse é o momento em que não sei se devo me sentir feliz ou triste pela Fany. Espero que o primeiro.

 

- Não vai dar um abraço em sua mãe? - diz a mulher que sorri igual à Tiffany. A mulher que vi na fotografia no primeiro dia que estive no Castelo. A mãe da pessoa que amo.

 


Notas Finais


Como será que é essa mulher, hein?!
O que será que vai acontecer?!
Cadê SooSun?!
Por onde andará YulSic?!
E DongYoong? Ou seria YoonHae?! Ou YoongDong?!
E SeoTeuk? Ou TeukHyun?! Ou LeeHyun?! Ou SeoLee?! (hahaha tem mil combinações, peraí)
Será que Hyo fantasma vai aparecer?!

Não perca o próximo capítulo de Crazy?! Yes, we are!

Sorry pelos erros. Até o/


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