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História Crazy in Love - Capítulo 9


Escrita por: HauntedYou

Notas do Autor


Olá amores!!
Esse capítulo é meio mortinho, mas é necessário para o andamento da história. E antes de quererem matar a Hinata, se coloquem no lugar dela e tentem intender as suas motivações.
Boa leitura!!!
Seleção musical:

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Adele - Set fire to the rain ( vejam a tradução! Será de ajuda para entenderem o capítulo!!)
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Kisses

Capítulo 10 - Capítulo 9


Fanfic / Fanfiction Crazy in Love - Capítulo 9

Capítulo 9

 

 

       Já era segunda-feira, quando o elevador se abriu dei de cara com Patrícia

- Bom dia Hina. – como seu sorriso era lindo

- Bom dia Tri. – sorri meigamente.

Quando ia girar os calcanhares para ir para minha sala, Fanny apareceu sorridente

- Bom dia girls! – a gente murmurou um bom dia de volta. Suspirei, iria soltar a bomba

- Meninas.

- Sim. – disseram em uníssono.

- O Sr. Namikaze está aí? – por favor, digam não, digam não!

- Não, ele está no City Club, parece que o Arold ataca de novo. – ri com o comentário da Patrícia

- Por quê? – Fanny curiosa como sempre

- Porque, vou pedir demissão e não quero dar de cara com ele. – isso mesmo, iria colocar um ponto final nesta estranha história. Seria melhor para todos, principalmente pra mim, que já estava apaixonada por ele.

           Elas se entreolharam

- QUE?? – gritaram. Presumia esta reação

- Por quê??- falou Patrícia

- Poxa! Vocês não estavam tendo um caso? – nossa a Fanny era bem direta

- É! Ele ta até diferente! Com certeza é por causa sua! Nunca o vi assim. Hinata eu acho que ele realmente gosta de você. – Cara Patrícia, meu amor, tem diferença entre gostar e estar apaixonado!! E eu estou no segundo estágio

- Gente! Eu vou esclarecer isso com vocês – pois é, nós havíamos nos tornado grandes amigas, teria que falar com elas e com Ino e Saky sobre tudo, infelizmente! – agora me ajudem a arrumar minhas coisas.

- Isso não é nada bom, nada bom. – Fanny estava angustiada o que contagiou a Patrícia

- Sim, quando ele souber que ela pediu demissão, vai voltar a ser o Sr. Demônio Namikaze. – gargalhei do comentário de Patrícia. Ela podia até ter razão, ele era um demônio, mas era O demônio.

- Voltar? – perguntei

- É – resmungaram as duas

- Como assim!?

- Ele era uma peste antes de você aparecer aqui. – dizia Fanny com a voz baixa, parecia que estava com medo que alguém ouvisse

- Eu que diga! Era um tal de Patrícia pra cá, Patrícia pra lá, incompetente! Criatura medonha! E a lista era extensa.

- Mas ele nunca foi assim comigo

- Pois é, contigo né! Depois que você chegou aqui Hina, ele mudou, começou a ser mais calmo e flexível, mas antes! – Fanny riu sem graça – ele era bem pior do que agora. Só gritava, resmungava, nunca nada estava bom, e o pior, adorava humilhar a todos. – foi como um balde de água fria, “você é diferente” as palavras de Matsuri ecoavam em minha mente, poderia aquilo ser verdade?

- Lembra quando ele me chamou de lesada? – começou Patrícia

- E quando ele me chamou de acéfala.

- Sim! E quando ele me mandou fazer o relatório do cargo da Filândia dezessete vezes!! – minha mente se espremia em várias hipóteses, tentava juntar todas as peças deste tenebroso quebra cabeça, as frases ambíguas, as evidências que apontavam que ele poderia ser um serial killer, o comportamento estranho, esquivo, intimidador, frio, as suas mudanças repentinas de humor, a noite de sexo, suas frases no café, no parque, sua insistência, a cena do carro, tudo! Tudo rodava no meu pobre cérebro que clamava por piedade

- Parem de falar e me ajudem! – Gritei, tentando amenizar o clima da minha mente e cortando o falatório das meninas, elas apenas assentiram, e então, nós dirigimos até minha sala. Fanny trazia uma caixa de papelão nas mãos, a qual enchi com meu bloquinhos, cadernos, canetas, livros, o laptop e celular.

         Descemos até o RH, onde as duas continuaram a me bombardear de perguntas

- Por que você quer pedir demissão? – Patrícia realmente não entendia, nem eu entendia direito...

- Ele te assediou? – perguntou Fanny

- Não!

- Então o que é?! – as duas gritaram. Antes de responder peguei a prancheta de papéis com uma caneta que a ruiva de olhos arregalados, que denunciavam a sua confusão mental por estar presenciando aquela escandalosa cena, me estendia. Olhei os papéis, uma assinatura e eu colocava um ponto final ali. Uma assinatura. Suspirei, uma grande tristeza se instaurou em mim, tamanha que fez com que meus olhos ficaram úmidos, “não chore! Não chore!! Não aqui. Agora.”, dei ouvidos a minha deusa interior e assinei a maldita papelada. Tentei devolver o laptop e celular, mas a ruiva me disse que agora aquilo era minha propriedade, não tinha por que devolver. Apenas assenti e peguei a caixa nas mãos. As duas ainda tagarelavam

- Nós saímos sábado. Transamos. – desabafei

- E?? – sério, às vezes confundia a Fanny com Sakura. Tinham personalidades parecidas.

- Não me diga que ele é broxa! Ou o amiguinho dele é muito pequeno!? – Patríca não seja idiota, te garanto que não! E como garanto...

- Não! – elas se entreolharam, estavam confusas

- Não entendemos!

- E não precisam! É uma promessa. Vou esclarecer depois. – elas iam de novo me encher de perguntas, mas uma voz as calou

- Meninas queridas, acho melhor subirem. Pois o Kakashi está entrando no elevador, e acho que ele não vai gostar de chegar no último andar sem suas assistentes aos seus postos. – Elas assentiram murmurando um “depois você conta Hina. Boa sorte!” e correram até o elevador. Fiquei ali, olhando a criatura que havia me salvado. – Eae, vai como para sua casa?

- De metrô.

- Então te dou uma carona. – aquilo não foi um pedido, mas nem liguei. Naquele ponto estava confusa, triste, deprimida e sabia qual era o nome daquilo tudo. Paixão. Estava muito apaixonada por ele, mas não iria sofrer a prestações, não mesmo, não eu! Logo eu, Hyuuga Hinata. Uma mulher vacinada, desvirginada, que já se tatuou e tomou vários porres, está emancipada, e mora sozinha no Brooklyn! Ou seja, tinha fibra, e não seria por uma aparição repentina de um loiro super atraente, misterioso e intimidador, que havia fisgado meu coração, que eu iria me mudar, me curvar, não mesmo!!

 

[...]

 

         O carro era bem silencioso, um lindo Audi A1     azul marinho. Sem perceber, lágrimas solitárias escorriam pelo meu rosto, e eu, recitava um poderoso mantra que meu pai havia me ensinado no dia que eu lhe comuniquei que iria sair de casa. O que não te mata te fortalece, o que não te mata te fortalece, o que não te mata te fortalece...

- Então. Por que pediu demissão?

- Acho que já sabe.

- Hum... ele sabe onde você mora?- por que da pergunta!?

- Sim. Mas por que está aqui, não é de Seattle!? – Matsuri me olhou risonha

- Adivinha. O rabugento do Arold decidiu abrir uma filial em New York e eu fui encarregada de ser a chefona de tudo! É mole. – sortuda ela, iria mudar de estado. – mas não sei se aceito.

- Tem algo que te prende em Seattle? – ela riu

- Não.

- Então aceite. – como que por mágica começamos a falar sobre banalidades. Novos empregos, coisas que te prendem, e sobre como a vida era uma merda. Dei o endereço a ela e Matsuri me levou para casa.

 

[...]

 

 

        O chá estava delicioso. Quente e aromático

- Olha Hina, se eu fosse você, viria morar comigo. – engasguei no copo, olhando-a rir, sentada no sofá.

- Está louca Matsuri?

- Não. Nós duas sabemos muito bem que ele vai vir aqui, fazer uma “visitinha” – dizia fazendo aspas com os dedos.

Pior que ela tinha razão, ele iria vir, tinha certeza, ainda mais pelo meu ato covarde de me demitir e sumir assim, do nada, sem um motivo aparente.

- Mas eu não tenho dinheiro para rachar um aluguel! Estou desempregada e ... – comecei a chorar, Que droga!

- Shiii... Você quer esquecer ele? – assenti – então, venha morar comigo. Só vai pagar algumas despesas quando tiver um emprego.

- Mas se eu demorar a arranjar um. – ela sorriu com todos os dentes

- Fica relex, ganho muito bem, dou conta das despesas. – naquele momento senti inveja, como queria ser uma executiva bem sucedida como Matsuri, uma mulher independente que tinha ainda a opção de aceitar uma atrativa promoção ou não.

- Tudo bem então. – sim, tinha que virar a página. Vida nova, emprego novo, amiga nova ( que algo me dizia que se tornaria bem próxima ), ou seja, queria novidades!

Ela sorriu meiga

- Então vamos fazer suas malas. Se muda hoje mesmo! – não sei porquê, mas ela me dava segurança, parecia que me compreendia. Talvez porquê Matsuri conhecida muito bem Naruto e sabia, provavelmente, o que se passava entre nós, ou, na minha mente e na dele. 

 

[...]

 

 

       Todas minhas roupas e pertences cabiam em três malas, graças a Deus só aquilo me pertencia, pois os móveis eram do sobrado mesmo.

       A viagem de carro foi muito tranquila, paramos em frente a um lindo prédio que ficava frente ao Central Parck. Pelo visto, deveria ter que mudar minha rota de corrida. Apenas, queria esquecer tudo, queria esquecer ele. Sabia que era covarde, mas afinal... a vida em si é covarde.

 

[...]

 

 

      - Chegamos! Minha casa é sua casa! – pensando bem, aquilo era bem louco. Havia conhecido Matsuri a pouco, mas mesmo assim, havia uma conexão entre nós. Parecíamos amigas de infância.

      O apartamento era lindo, tinha ainda algumas caixas de papelão pelos cantos, devia ter se mudado recentemente

- Você não estava ainda considerando a ideia de ser chefe Matsuri?

- Ahh, sim. Mas Arold me deu o apartamento só para eu ver se consigo me adaptar.

- E consegue? – me sentei no sofá, ainda coberto por uma manta branca

- Sim. Aqui é mais caótico, e mais rápido, bem mais agitado. Mas consigo me adaptar. E você, consegue se adaptar a um apartamento deste tamanho? – ri do comentário e ela me acompanhou.

Realmente, aquilo era metade do meu antigo lar. Apesar de morar no Brooklyn, o sobrado era enorme, alto padrão, daí o aluguel ser caro.

- Acho que consigo.

- Se é assim, então vou te apresentar our home. – percebi que ela era bem humorada, tinha traços “Ino” ali.

         A morena me apresentou o aconchegante apartamento. O chão era todo feito de madeira clara super polida. A sala e cozinha se uniam, pois a cozinha era aberta. Era bem pequena, mas utilitária. A sala era composta de um sofá bege de camurça de três lugares e dois pufes marrons, uma TV e um tapete. O apartamento detinha dois quartos, pequenos, mas tinham uma vista deslumbrante para o Central Parck. Os dois eram suítes, bem feitas com lindas pastilhinhas azuis. O banheiro social era mais simples e menor, mas era ainda “usável”.

        Matsuri abriu um vinho, que não parecia barato, e me deu uma taça. Brindamos á uma vida nova, sem complicações, na cozinha decorada com mármore preto e eletrodomésticos em aço inox, bem sofisticada.

        A noite finalizou-se para mim, com eu arrumando meu quarto e adormecendo em seguida, sonhando com aquela tórrida noite no barco com o Sr. Namikaze, meu pecado capital.

 

[...]

 

        Acordei bem cedo no dia seguinte.

- Bom dia perolada! Gostou de dormir na nova home? – ri ao vê-la sentada na mesa de quatro lugares na cozinha. Comia um mamão e iogurte com granola

- Bom dia Matsuri! – sorri pra ela – sim, adorei. Posso? – disse apontando para geladeira de duas portas

- Qual parte do our house você não entendeu? – disse se fingindo de ofendida. Ri alto e abri a geladeira pegando aquilo que me chamou mais atenção: um prato com dois deliciosos cupcakes de chocolate. Sentei-me na mesa

- Vai ser difícil me acostumar à rotina da desempregada. – Matsuri riu alta

- É feliz e nem sabe! – parou de sorrir e me olhou séria – Hina, sei que não é o melhor momento, mas eu realmente preciso saber tudo da história de você e o Naruto. – suspirei, até que seria bom desabafar, então contei tudo nos mínimos detalhes a ela, desde o princípio até a noite de sábado.

Depois de uns assustadores momentos de silêncio, Matsuri se pronunciou

- Entendo, já está muito apaixonada e tem medo de se machucar, mas, por conhecer muito bem ele, sei que ele não vai desistir de você, ele é bem insistente – ahh, disso eu sei, lembrei do quanto ele insistiu para eu aceitar o maldito emprego, que agora não era mais meu – Hina, acho que ele está apaixonado por você. – ao ouvir aquela frase meu coração bateu acelerado em meu peito. Suspirei voltando ao planeta Terra.

- Não seja louca. – ela sorriu

- Hina, ele está apaixonado! Nunca que ele seria tão carinhoso em uma transa!

- Carinhoso!?? Ele me estocou violentamente Ma! – ela balançou a cabeça de leve

- Sim, Hina uma vez ele me arregaçou tanto que no dia seguinte tive que ir ao ginecologista, pois ele deixou as minhas paredes vaginais com pequenos ferimentos tá! - me assustei com o comentário, se bem que ele tinha uma cara de ninfomaníaco mesmo. O que me assustou ainda mais foi a pontada de ciúme que senti ao ouvir aquilo, apesar de tudo, não gostei de saber que ele transou tão loucamente com Matsuri.

A morena suspirou pesado – sei que é difícil de acreditar nisso, mas ele está apaixonado.

- Mas que tipo de paixão doentia é essa??

- A paixão de Naruto Namikaze. Ele tem uma maneira estranha de demonstrar sentimentos, mas isso não quer dizer que não os sinta! Tente entender Naru... – parou de falar abruptamente.

Fechou os olhos e suspirou – esqueça a parte do tente entender o.k. – se levantou jogando de qualquer jeito a louça na pia e caminhando a passos rápidos até a porta – já vou indo, a diferença de alguém aqui, eu trabalho. – sorriu abrindo a porta, mas eu me catapultei frente a ela

- Nem tente fugir, termine a frase. – ela revirou os olhos nervosamente

- Não há nada a ser terminado. – tentou passar por mim, mas a reti de novo.

- Você não vai a lugar algum sem terminar a merda da frase. – estava começando a ficar nervosa. Algo me dizia que aquela infeliz frase poderia ser uma peça superimportante do enigmático quebra-cabeça Naruto Namikaze.

Ela suspirou me encarando, vi angústia em seus olhos

- Digamos que ele não teve um ótimo passado.

- Como as.. – fui cortada por ela

- Hina entenda, tem certas coisas que eu realmente não posso contar. – suspirou pesada e determinada - Agora me deixa ir ao trabalho please! – suplicou. Abri passagem e ela saiu esbaforida, deixando-me super confusa, “digamos que ele não teve um ótimo passado”, aquela maldita frase rodeava minha mente.

        Passei o dia inteiro assim, encabulada com a merda da frase: “digamos que ele não teve um ótimo passado”.

Porra! Caralho! Cacete!

Tinha que parar de pensar naquilo, assim, decidi divagar com a mente e chamei Sakura e Ino no Skype, em dois segundos elas apareceram na tela do laptop

- Oi!! – falaram as duas, apenas sorri e devolvi o cumprimento. Estava decidida, iria colocar absolutamente tudo para fora, sem omissão, tudo mesmo!

         Ao terminar a minha dramática história as duas ficaram paradas, sem esboçar reação alguma. Aquilo me assustou

- Por que você não contou tudo pra gente!! – gritaram as duas. Previsível

- Porque eu sou cretina. – elas assentiram. Vacas! – Mas, enfim, o que vocês acham?

- Ele ta louco por você. – falou Ino

- Concordo. – completou a rosada.  Suspirei, meu coração palpitava, mas sabia que aquilo era uma mera ilusão, mesmo assim, uma linda e doce ilusão

- Ta. – após isso, dando o assunto como encerrado, começamos a falar de outras coisas do tipo: Quem é Matsuri? Por que está morando com ela? Ela é legal? Etc.

         Sem notar, já eram seis horas, então encerrei a vídeo chamada.

         Comecei a pesquisar sobre estágios em jornais, afinal, estaria formada em breve. Sim, pois é, em breve. Graças a Deus, na minha universidade, o curso de jornalismo era apenas de três anos, sim era bem mais puxado do que uma universidade normal, mas era três anos! Poxa já seria jornalista com vinte anos! Só me restava aguardar a fatídica data: 05 de Dezembro de 2014.

O dia que eu receberia o meu tão aguardado diploma!

         Formatei um curriculum digno do selo de aprovação Namikaze, e comecei a enviá-lo para vários jornais, não me importava se deveria começar como a menina do cafezinho, só queria um emprego para rachar as contas com Matsuri e ocupar minha mente com algo diferente do Sr. Gostoso e Intimidador Namikaze. Quase que de imediato recebi um e-mail do New York Herald Tribune

 

De: New.[email protected]

Para: [email protected]

Assunto: Re: Curriculum

Data: 24/ 09/ 2014 - 18:56

Olá Srta. Hyuuga, meu nome é Melinda, sou a gerente do departamento dos Recursos Humanos do New York Herald Tribune. O seu e-mail foi encaminhado para o gerente do departamento 04 (notícias forenses), ou seja, o possível emprego a ser oferecido seria um estágio de três meses neste departamento.

Seu possível chefe se chama Joshua Mairink. Ele é muito exigente e extremamente pontual, portanto, não se atrase na possível entrevista.

Ficamos felizes pelo seu lisonjeiro curriculum, e suas maravilhosas referências.

Se for do seu agrado, queríamos fazer uma entrevista com a Senhorita ás duas da tarde do dia 27 de Setembro.

Aguardamos ansiosamente sua resposta,

 N.Y.H.T.  

 (Atenciosamente, Melinda Roubrock.)

 

 

       Bati minhas mãos de tanta alegria. Era minha chance!! Incrível como um simples: “trabalhei como assistente pessoal do Sr. Namikaze”, muda tudo! Aposto que se esta frase não existisse no meu curriculum, nunca que um jornal do porte do Herald Tribune iria marcar uma entrevista comigo.

Digitei freneticamente

 

 

De: [email protected]

Para: New.[email protected]

Assunto: Obrigada pela oportunidade!

Data: 24/ 09/ 2014 - 19:03

 

Boa noite,

Cara Melinda Roubrouck, aceito a estonteante entrevista, confirmando presença no dia 27/ 10/ 2014 – 14:00, ou seja, presente sexta-feira.

Não se preocupe, não irei me atrasar, serei bem pontual.

Mais uma vez, obrigada pela oportunidade, não irá se arrepender.

Atenciosamente

Hinata Hyuuga.

       

 

      Meu dedo apertou enter, enviando a mensagem.

Espremi o laptop contra mim tamanha felicidade. Possivelmente o meu novo chefe seria um homem chamado Joshua Mairink, nome exótico, parecia que tinha alguma descendência árabe.

      Sou tirada da minha momentânea felicidade por uma mensagem que havia acabado de chegar ao meu celular

“ De: Sr. Namikaze.

24-09-2014 / 19:09

Por que fugiu?

Sabia que isso é um ato bem covarde Srta. Hyuuga!?

Se pensas que deste jeito tão infantil irá me afastar de sua lisonjeira presença, está enganada. Não estou obrigando-a a me aturar, mas se quiser colocar um ponto final nesta deliciosa loucura, terá que ser pessoalmente, ao vivo e a cores.”

Meu coração parou, sabia que ele iria fazer alguma coisa, mas não esperava, que seria tão rápido assim! Respirei fundo e formulei uma resposta

“ Sabe muito bem dos meus motivos, não se finja de sono, pois isso não lhe cai bem.

E sim, sei muito bem que isso é covarde, mas pense bem, a vida em si é covarde, tão covarde que fez com que o senhor aparecesse em minha vida! Se tiver alguém que está fervilhando de “Por quês” aqui sou eu!

1. Por que o Senhor é sempre esquivo em relação ao assunto “família”?

2. Por que o Senhor me assusta, intimida, seduz e ao mesmo tempo excita!?

3. Por que isso está acontecendo?

4. Por que insiste tanto em mim!?

5. Por que tudo que tem relação ao Senhor é estranho e misterioso?

Já que condena atos covardes, responda aos meus “Por quês”!”

Sabia que aquela mensagem era ousada de mais, mas não me importei, enviei-a do mesmo jeito.

      - Olá perolada, voltei! – disse Matsuri entrando em casa se dirigindo a cozinha com uma sacola em mão. Eu estava ainda segurando o celular, sentada no sofá, aguardando a resposta para aquela ousada mensagem, até que ela chegou vibrando em minhas mãos.

“De: Sr. Namikaze.

24-09-2014 / 19:11

 Eu não disse que condeno atos covardes! E a diferença de alguém, não fujo de algo!

Bom, não acho que a vida foi covarde com você, em si, comigo, pois se me lembro bem, foi você que precisava de um emprego, e eu fui amigo de alguém no momento errado.

 Acha mesmo que não sinto isso em relação a você!?

Sim Srta. Hyuuga, às vezes a senhorita me assusta, pois percebo que já estou dependente da senhora, viciado, não consigo me distanciar, creia eu tentei, inventei aquelas reuniões de trabalho em outros estados para espairecer as ideias, mas não consigo. Sempre um par de olhos perolados invade minha mente, e isso é assustador para mim.

Entenda, fui ferido no assunto “amor” e esta cicatriz não se curou ainda. Não sei se estou pronto para mudar, a única coisa que sei é que não consigo ficar longe de você, e não vai ser seu ato de criancinha mimada que vai me afastar!

Agora, respondendo aos seus “Por quês”:

 

1. Sou antissocial, já disse, então é normal ser esquivo em tudo. Outro fator é que eu não tenho uma boa relação com minha família, nem boas lembranças. Há fatores que fazem com que eu seja assim, isto está além de sua compreensão, e por favor, não tente compreender.

2. Fico feliz de saber que causo este mix de sensações na Senhorita, mas creio que isso não é uma pergunta que deva fazer a mim, em si, a si mesma.

3. Acho que isso vai bem além da minha e da sua compreensão, é como perguntar por que o universo existe. Várias teorias, nenhuma conclusão concreta. Apenas sacie-se em saber que está acontecendo.

4. Já sabe o porquê. Estou atraído, enfeitiçado por você, em conseguinte não te quero longe de mim, entenda isso de uma vez por todas!

5. Prefiro me omitir desta resposta. Apenas saiba que eu sou assim, aceite que será bem melhor.

 

Obs: Não se faça de sonsa, isto não lhe cai bem.”

 

Tive uma vontade louca de tacar o celular longe com aquela resposta. Como ele conseguia me irritar daquele jeito??? “Prefiro me omitir desta resposta”, ah pelo amor de Jová! Estava muito, muito, muito nervosa. Apertava o pobre Iphone com força entre as mãos

- Ta tudo bem Hina? – Matsuri me despertou, ela estava abrindo algumas caixinhas na mesa. Era comida chinesa, que delícia!

Analisou-me minuciosamente

- Aham.

- Já te disseram que não sabe mentir?

- Sim. – ri daquilo, Naruto já tinha me dito. A morena se sentou ao meu lado

- Desembucha logo.

- Ele me enviou uma mensagem e eu respondi. – ela riu

- Típico, como era a mensagem? – apenas dei o celular pra ela. Depois de um minuto ela devolveu o artefato – Sabe que ele tem razão, você foi covarde. – suspirei pesado.

- Ta. Er... sabia que tenho uma entrevista de emprego esta sexta-feira?? – ela sorriu pra mim 

- Sério?

- Aham. – nos levantamos e fomos pra cozinha.

Comíamos conversando, aquilo me fez esquecer momentaneamente das mensagens, iria só “continuar com a conversa” na minha aconchegante cama de solteiro com o meu macio edredom lilás.

 

[...]

 

         “ O Senhor sempre diz que não foge de nada, mas se contradiz, pois é sempre esquivo.

Em relação à resposta e pergunta número dois, acho que já sabe da resposta. Dever estar se vangloriando por compreender a resposta né? Típico.

Em tese não estou fugindo, apenas tomando um novo rumo.

Nova vida, novo trabalho, nova casa, novo tudo. Ou seja, virar a página.

Seria mais saudável para nós, esquecer de tudo. Eu estou tentando fazer isso, não vou mentir, está sendo mais doloroso do que eu pensava, mas é necessário.

Nunca o entenderei, até quando quer ser claro é turvo, bem sua cara mesmo.

Digamos que isto é um adeus Sr. Namikaze.”

Apertei meu travesseiro com força. Aquilo doía, e como doía. Imediatamente ele respondeu

“De: Sr. Namikaze.

24-09-2014 / 23:08

     Sim, estou me deleitando com a tal resposta. Me sinto lisonjeado em ter uma linda mulher em todos os sentidos possíveis e imagináveis apaixonada por mim, mas é com muito pesar que devo lhe alertar que, infelizmente, não consigo nutrir algo tão profundo por alguém. Não se sinta culpada, mas não consigo nem me amar, que dirá amar outra pessoa.

Mesmo assim, não estou pronto para esquecer, para dizer adeus. Não estou pronto, não consigo e não quero.

Não iriei me conformar.

Doí-me também em saber disto tudo, em pensar que quer dizer-me adeus, que ato mais cruel Srta. Hyuuga!

Isto não é um adeus, não para mim e sei que também não é para você.

Até Srta. Hyuuga, até.”

Pronto, aquilo foi demais para meu pobre coração. Rompi em um agoniado choro. Cada palavra daquela mensagem, massacrava meu órgão pulsante ainda mais.

Com os últimos esforços que tinha, escrevi uma mensagem

“ Boa noite, foi bom enquanto durou.

Adeus Naruto, adeus Sr. Namikaze.”

E enviei. Dois segundos depois

“De: Sr. Namikaze.

24-09-2014 / 23:09

Até Hinata, até.

Só te peço uma coisa, não desista de mim, pois eu não desistirei de você.

Boa noite Srta. Hyuuga.”

Chorei mais ainda, adormecendo em seguida. Mas uma frase reinou em meu sono:

Não desista de mim, pois eu não desistirei de você.”


Notas Finais


???


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