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História Crime in the city hall. - A verdade


Escrita por: moongirly_ e cpf

Notas do Autor


Bom dia, boa tarde, boa noite
Voltamos mais cedo, pq sim :)
Cap grande pq ninguem é de ferro dkkdlkldkd
Tenham um boa leitura <3

Capítulo 8 - A verdade


(...)

Saímos da casa de Horan por volta das 8h:50m da manhã, deixando dois policiais em nossos lugares. Seguimos direto para a delegacia, onde havia uma testemunha sobre o caso de Luke nos esperando. Eu havia dormido bem, mas estava muito desconfortável. É gostoso dormir abraçado com Ash, ele pode ser magrelo, mas é um bom travesseiro/coberta.

Entramos na delegacia depois de uma rápida viagem de carro e avistei Lucy, pelo jeito deve ser ela a informante. Ela me olhou pelo canto dos olhos e acenei. A menina se levantou e pedi que ele me acompanhasse até minha sala pra conversarmos a sós, ela me parece aflita. Nos sentamos e vi que suas mãos tremiam demais. Perguntei se ela queria algo para beber, vai que seu nervosismo para. 

– Água.

– Okay. – Fui até o bebedouro, peguei um copo de plástico que fica em um suporte acoplado na parede e o enchi de água. – Aqui está. – Voltei até a menina e dei o copo a ela.

– Obrigada. – Ela o tomou com pressa.

– De nada. – Voltei a me sentar em minha cadeira. – Então, Lucy, o que tem a me dizer?

– É sobre Luke...

– Eu havia imaginado. Pode dizer. – Peguei o gravador de dentro de uma das gavetas da mesa e o liguei.

– Eu quero... Eu quero dizer que...

– Então diga, não precisa ter medo, vou te proteger dependendo do que dizer. – Passei confiança a ela.

– Eu... – Ela começou a chorar. – Eu...

– Hey, se acalme. – Segurei suas mãos.

– Eu queria poder me redimir, mas é impossível.

– Só diga o que houve, depois verei o que posso fazer para te ajudar.

– Eu matei meu tio. – Confessou.

– Como? – A olhei assustada e soltei suas mãos.

– Eu matei Luke.

– Você? Por que fez isso? – O choque tomou meu corpo.

– Porque ele queria acabar com a minha vida. – Ela levantou desesperada.

– Espere! Me conte isso direito, tudo bem? Sente-se.

– Eu estou grávida de Harry e contei para Luke. – Lucy sentou. – Ele queria que eu tirasse meu bebê, mas eu neguei e o matei.

– Uau... – Eu não conseguia dizer algo melhor ou pior. Ela tirou a arma da bolsa e colocou em cima da mesa.

– Foi com ela... – Lucy se afastou e limpou suas lágrimas. – Ele disse que meu filho seria uma aberração.

– Se acalme agora, okay? – Era difícil pensar nisso com ela chorando muito. – Harry sabia desse bebê?

– Eu ia contar pra ele, mas Harry não iria gostar. Ele iria querer que eu retirasse também por causa de sua esposa... Eu não sei.

– Vou ver o que posso fazer, mas é que você matou alguém, isso é grave. – Lembrei.

– Eu sei, mas eu só quero que meu filho fique bem.

– Sei disso e é por conta dele que você ficará bem.

– Eu serei presa? – Ergueu as sobrancelhas.

– Sim, será, mas com um bom advogado você consegue responder em liberdade. Nunca trabalhei em casos dessa forma.

– Me desculpe por complicar sua vida. – Suspirou.

– Você não complicou minha vida, Lucy, complicou a sua. – Parei o gravador. – Foi você que matou Harry?

– Não! – Berrou de forma estridente. – Isso nunca! Eu não conseguiria matá-lo, nem ao menos fazer mal a ele. Tudo que eu queria era viver com Harry, ter uma família... Ele me deu essas esperanças e eu me iludi. Cai de cabeça e só depois, percebi o quanto fui idiota porque isso não aconteceria. Eu o amava... Eu o amo e está sendo tão difícil viver sem ele.

– Tem alguma ideia de quem poderia ter o matado? Seu tio talvez? – Torci os lábios.

– Luke o odiava, mas nunca o mataria. Ele apenas tinha vontade de bater em Harry porque sabia onde eu estava me metendo.

– Eu vou te prender agora e arrume um advogado bom, por favor.

– Não sei se será possível.

– Por que? Você é rica.

– Não sou, o dinheiro é do meu tio e ele está bloqueado.

– Você conhece tanta gente e nenhum advogado? – Fiquei incrédula.

– Não sei se os amigos de Luke gostariam de defender quem o matou.

– Você fez isso para seu bem, sua segurança. Okay, não foi certo, mas agora já foi e o único que pode julgar aqui é Deus.

– Tudo bem... – Ela estendeu os braços. – Pode me levar.

– Desculpe. – Coloquei minhas algemas em seus pulsos e nos levantamos.

Lucy abaixou a cabeça e saímos da sala. Todos em volta já começaram a nos olhar meio assustados, pedi que voltassem aos seus trabalhos enquanto andava devagar com ela. Meu chefe apareceu perguntando o que estava acontecendo e contei que havia achado quem matou Luke. Ele também ficou surpreso e foi conosco até a sala da delegacia, aonde Lucy ficará até ser transferida. Ela chorava tanto que dava até dó. Quero ajudá-la da melhor forma que conseguir, ligarei para todos meus contatos atrás de um advogado. Lucy não merece ficar presa, ela só queria proteger seu bebê e eu também tinha feito o mesmo em seu lugar. Ninguém me obrigaria a tirá-lo só porque é de uma pessoa que não me dará futuro. Eu cuidaria dele de qualquer forma, até com toda dificuldade do mundo. É uma parte de mim, uma boa parte e ninguém pode me dizer o que devo ou não fazer com ela. Saímos de onde fica as celas e suspirei pesado. Até que foi mais fácil do que pensei. 

Voltei para minha sala e no caminho chamei por Ashton. Nós ficamos a manhã toda atrás de um advogado para Lucy. Ash meio que achou um, ele é amigo de Calum, sempre tira esse idiota da cadeia, é um ótimo advogado, mas pra conseguirmos falar com ele tivemos que chamar Calum aqui, que só aceitou ligar para o amigo se ele pudesse publicar em primeira mão quem matou Luke. Fiz uma proposta para o mesmo: ele só vai publicar se escrever do jeitinho que eu mandar, não vou deixá-lo acabar com a menina e publicar meias palavras. Calum aceitou porque ele precisava dessa matéria, seria o primeiro a publicá-la. Ele ligou para o cara, que aceitou ajudar Lucy só depois que eu disse que ela estava grávida de Harry. Enquanto o advogado não chegava, passei tudo para Calum. Pedi que ele colocasse assim: 

“Para sua segurança e do filho que está esperando, Lucy Hemmings, sobrinha de Luke Hemmings matou o próprio tio, que estava a forçando a cometer um aborto.”

Ele queria por quem é o pai, mas não deixei. Mesmo achando que todo mundo se tocaria já, eu queria preservar a criança e Lucy. Não quero que as pessoas achem que foi Luke que matou Harry pelo fato de nosso prefeito ter engravidado a menina. Então, deixaremos isso por fora. Quando o advogado chegou, ele foi falar com Lucy e eu recebi uma ligação de Niall. Isso fez meu coração congelar, mil coisas passaram por minha cabeça ao ver seu nome piscando na tela do meu celular. O atendi com pressa e só pude o ouvir chorando, ele estava desesperado. Pedi que Niall se acalmasse e me falasse o que estava acontecendo. Ele contou uma história que eu não entendi nada, falava tudo embolado. O avisei que estava indo para lá e desliguei chamando Ashton.

Saímos da delegacia, entramos na camionete e seguimos para casa de Niall às pressas. Eu tremia e estava mais desesperada que Niall. Deve ter acontecido algo sério. 

Chegamos a casa dele e desci do carro com a arma em mãos. Ashton fez o mesmo e quase atirou no próprio pé, sorte que a arma travou bem na hora que ele apertou o gatilho. Revirei os olhos e corremos para dentro da casa. Ao entrarmos, chamei por Niall enquanto olhava ao redor. Havia algumas coisas jogadas no chão, a casa estava meio revirada. 

Ouvi um barulho e o segui até o segundo andar. Entrei em seu quarto com a arma já pronta para disparar, mas parei, ao vê-lo todo encolhido no canto esquerdo do cômodo. Guardei a arma no cinto de couro e fui até Niall devagar. Quando estava próxima, ele se ergueu e se jogou em cima de mim.

– O que aconteceu? – Retribui o abraço.

– Eu preciso ir embora o mais rápido possível. – Ele disse e alisei suas costas.

– Fique calmo.

Caminhamos até a cama e sentamos nela para que ele deixasse o pânico de lado. Segurei sua cabeça com as duas mãos e olhei em seus olhos, suas pupilas estavam dilatadas, ele está visivelmente drogado, sem contar que fede a álcool. Alisei suas bochechas com carinho porque sinto que ele está precisando disso. Niall é um perdido, coitado, ele deveria estar em uma clínica se tratando, não tentando virar prefeito. Encostei sua cabeça em meu peito e ele agarrou meus braços com força, voltando a chorar de forma desesperada. 

Olhei para a porta e vi Ashton rindo, o mandei parar com isso e achar Louis. O mesmo se foi e comecei a contar uma história para Niall. Foi a única coisa que pensei para acalmá-lo. Espero que dê certo, não o quero com esse pânico todo. Ele deve estar entrando na abstinência. Ouvi Ashton me chamando e ele disse que Louis estava a caminho.

Pouco tempo depois, Tomlinson apareceu, ele pediu desculpas pela demora, contou que havia ido ao mercado e não fazia ideia de que toda essa confusão poderia acontecer depois de sua saída. Respondi que estava tudo bem e pedi que ele ficasse de olho em Niall e que colocasse na cabeça dele pra desistir de virar prefeito, porque ou ele faz isso por bem, ou vai ser por mal, eu não vou deixar um drogado mandar na minha cidade.

– Me desculpe por ter saído. – Louis pediu. – Eu não queria que ele causasse alguma confusão ou algo do tipo. Já disse a ele para deixar essa ideia para lá, mas Niall insiste muito nessa coisa. – Deitei Niall na cama e o cobri enquanto o mesmo tremia.

– Eu falo sério, Louis, faça com que ele desista de ser prefeito, é um pulo pra mim acabar com sua imagem, coisa que eu não quero.

– Não deixarei que faça isso, Niall não merece essas coisas. Ele está desesperado, está em pânico!

– Ele está drogado! – Levantei-me da cama. – Em pânico está eu, ele fez isso consigo mesmo.

– Não o julgue! – Louis me olhou com raiva. – Niall precisa de ajuda e se você não irá fazer isso, caía fora daqui!

– Eu não vim porque quis, ele me ligou!

– Então, quando ele te ligar, não venha. Niall não precisa de você.

– Se não precisasse não havia me chamado. Dê um jeito nele, ou eu darei. – Sai do quarto com Ashton e descemos.

– Acha que Niall ficará bem? – Ashton me olhou.

– Não me interessa. – Saímos da casa e entramos na minha camionete. – Eu só quero que ele fique longe da política.

– E se ele não ficar?

– Eu vou contar para todos o que houve aqui hoje. – Liguei o carro e dei partida de volta para a delegacia,

– Como?

– Você não é burro, Ashton, só se faz.

– Não faça isso. – Ele segurou minha mão quando paramos em um semáforo. – Niall não pode ser prejudicado.

– Qual é o seu lance com ele? – O olhei. – Ele te paga pra defendê-lo?

– Não. É que Niall é tão jovem... Ele precisa de ajuda, não de julgamentos.

– Cala a boca, ele sabe o que faz, não é burro.

– Ele não tem saída, Holly.

– Ele tem sim! É só desistir de tudo e ir embora daqui! Niall nem nasceu aqui, ele surgiu do nada depois que Harry conseguiu achar petróleo nessa cidade.

– Você deveria conhecê-lo melhor. – Ashton abriu a porta do carro.

– Aonde vai? – O segurei.

– Vou ali.

– Vai ali aonde?

– Comer. Estou precisando.

– A gente tem que ir trabalhar! – Comecei a ouvir as buzinas de carro quando o sinal abriu.

– Pode ir na frente.

– Ashton! – Ele fechou a porta no carro e tive que sair dali, estava atrapalhando o trânsito.

Dei meia volta e quando sai naquela rua novamente, não o vi mais. Meu celular começou a tocar e o atendi, era da escola de Savannah, parece que ela fez alguma coisa e está na diretoria. Avisei que estava a caminho e segui para lá. Sav nunca foi pra diretoria, então ela deve ter aprontado algo grave. Isso até me preocupa e muito. Cheguei no colégio e fui para secretaria com pressa. 

Entrei e logo vi Savannah sentada no canto, ao seu lado está Michael, na hora, saquei o que havia acontecido. Ela me olhou e abaixou a cabeça. Ouvi alguém me chamando e olhei em volta, vendo o diretor Tanner na porta de sua sala. Esse velho não morre, né? Desde que estudei aqui ele está vivo. O cumprimentei e entrei em sua sala. Ele pediu que eu ficasse à vontade e sentei na cadeira a frente de sua mesa, já ele sentou em sua cadeira atrás da mesa.

– O que houve com Savannah?

– A inspetora a pegou aos beijos com Michael Clifford atrás da arquibancada do ginásio.  – Sabia.

– Peço desculpas por ela.

– Esse tipo de atitude não é aceito aqui, não quero que isso repita novamente. – Ele falou sério.

– Tudo bem, eu conversarei com ela.

– Muito obrigado. – Apertamos nossas mãos. – Pode levá-la se quiser, ela está suspensa por dois dias.

– Okay. Muito obrigada.

Sai da sala e fui até os beijoqueiros. 

– Vamos?

– Me desculpe. – Michael falou e o olhei.

– Pelo amor de Deus, só foram beijos, deixem de drama.

– É que me sinto mal.

– Por que? – Sentei ao seu lado.

– Sinto que fiz algo de errado.

– Mas não fez, aquele velho que é dramático.

– Vai me deixar longe dela? – Ele segurou a mão de Sav.

– Não é só o velho que é dramático. – Revirei os olhos. – Vamos logo pra casa.

– Me responde! – Insistiu.

– Por que eu faria isso se foi eu que juntei vocês?

– Não sei... Por termos sido pegos. – Michael olhou para o chão.

– Sabe quantas vezes eu fui mandada pra diretoria por beijar meninos? – Negaram. – Várias vezes.

– Mas é sua irmã.

– E daí? – Balancei os ombros.

– Sei lá.

– Vamos logo pra casa, estou com fome.

– Vou pegar nossas coisas. – Ela avisou.

– Tudo bem. – Minha irmã se levantou e foi atrás das bolsas. – Ela beija bem?

– Beija. – Ele sorriu.

– Danadinhos. – Ri.

– Idiota.

– Você gosta dela, né? – Bati em seu braço.

– Gosto. – Michael ficou vermelho.

– Que fofos. Não a magoe.

– Nunca. – Falou como se fosse um juramento.

– Acho bom.

– Vou cuidar dela muito bem.

– Vai mesmo, não quero ter que fazer coisas que eu não deveria com você.

– Não precisará.

– Que bom. – Alisei seu cabelo.

– Pare de me amedrontar.

– Só estou te dando carinho.

– Não está.

– Estou sim.

– Está sim!

– Sh... – Tampei sua boca com a minha mão.

– Vamos? – Sav voltou.

Assenti sorrindo e nos três saímos da escola juntos a caminho da minha camionete, entramos nela e segui para casa. Savannah e Michael ficaram conversando baixinho no banco de trás e eu só observava pelo retrovisor. Eles são fofos juntos. Acho que eles dão certo para algo a mais do que beijos atrás da arquibancada do ginásio, eu super apoio.

Chegamos em casa e entramos. Perguntei se eles queriam que eu pedisse comida e de que tipo, ambos responderam japonesa juntos e ri. Peguei o telefone na sala e fiz o pedido da comida. Sentei no sofá e fiquei descansando enquanto os dois bobões ficaram na sala de jogos jogando videogame. Eu acho que estavam jogando videogame. Não estava ouvindo o barulho da TV. Esses dois são bem danandinhos, devem estar se beijando. Isso me lembra de quando eu tinha a idade dela. Eu beijava Calum e uma vez Harry e Luke também. Nós estudávamos todos juntos, mas cada um seguiu seu caminho. Eles eram bons beijoqueiros... Calum é até hoje. Que saudade dele. Ouvi a campainha tocando e levantei depois de pegar o dinheiro da carteira. Tocaram de novo a campainha e gritei que já estava indo. Que pressa é essa?

Abri a porta e dei de cara com o entregador e Calum. Dei o dinheiro para o cara e peguei a comida. Olhei para Calum enquanto o cara ia embora.

Perguntei se ele estava com fome e o mesmo assentiu. Entramos e gritei pelas crianças, avisando que a comida já tinha chegado. Os dois surgiram enquanto limpava a boca e Calum fez um sinal para Michael, o avisando que havia batom em sua bochecha. Ele limpou com rapidez com a manga da blusa de frio que vestia e isso me fez rir. Nos servimos e fomos comer em cantos diferentes. O casal voltou pra onde estavam e eu fiquei com Calum na cozinha. Comíamos quietos e nos olhávamos algumas vezes. Calum e eu não estamos bem pra ele vir por outro motivo. Ele deve ter vindo mesmo por trabalho.

Terminei de comer e fiquei o esperando fazer o mesmo enquanto isso, lavei um pouco de louça que havia na pia. Só tinha coisinhas fáceis, alguns copos, talheres. Virei para Calum e ele estava me observando. Sequei as mãos no pano de prato e voltei para a mesa. Me sentei e ele me seguiu, perguntei se ele queria a gravação da confissão de Lucy, o mesmo negou e respirou fundo. O fitei e perguntei porque ele estava aqui então. 

– Eu vim te ver. – Confessou com um olhar baixo, mas logo, olhou para mim.

– Por que?

– Porque eu quis.

– Okay... Savannah foi pra diretoria por ser pega beijando Michael. – Ri. – Isso me fez lembrar de antigamente.

– Antigamente? – Franziu o cenho.

– É. Eu, você, Harry, Luke. Bom, não nós 4 juntos, foi um de cada vez, mas no mesmo lugar que pegaram minha irmã e Michael aos beijos. Atrás da arquibancada.

– Eram bons tempos. – Ele sorriu.

– Sente falta?

– Muito, foram anos maravilhosos.

– É...

– Vamos pra sala?

– Claro. – Nos levantamos e seguimos para lá.

– Não quer mesmo a gravação de Lucy? – Sentamos no sofá.

– Não.

– Tudo bem.

– Já disse que não vim a trabalho. – Reforçou.

– É, eu ouvi, é que quando te vi na porta achei que tinha vindo pra isso. – Torci os lábios.

– Mas não foi.

– Você já disse.

– Está bem? – Perguntou sem interesse.

– Estou seguindo como sempre e você?

– Também.

– Que bom. Eu vou tirar férias quando descobri quem matou Harry.

– Que maravilha. – Ele sorriu.

– É. Tô pensando em ir viajar, Paris talvez. Sinto falta de lá.

– Será um bom lugar.

– Lá é romântico, talvez eu volte com francês. – Sorri animada. – Seria chique.

– É, seria. – Riu sem humor.

– Mas não sei se vou, não posso deixar Sav sozinha.

– Ela não estará sozinha, tem Michael.

– Não tem ninguém de maior pra olhá-los.

– Ele tem família.

– Não vou deixá-la na casa deles, Mike e ela estão começando agora.

– E daí? Ele vive no porão.

– Exatamente, não quero que minha irmã engravide.

– Ele não é irresponsável a esse ponto.

– Está me chamando de irresponsável? – O fitei com os olhos cerrados.

– Não.

– Parece.

– Não é. – Balançou a cabeça.

– Okay.

– Bom, me desculpe.

– Pelo que?

– Por ser um idiota.

– Te desculpo.

– Obrigado.

– De nada. – Desviei o olhar para tv.

– Está incomodada?

– Não, é que eu lembrei do dia que meus pais foram viajar e eu fiquei uns dias na sua casa. Tínhamos uns 15 anos, Sav havia ido junto com eles e eu engravidei. – O olhei e ele parecia assustado. – Eu nunca contei pra ninguém, estamos começando e no outro dia eu fiquei com Luke na escola.

– Por que nunca me contou isso? – Ele se levantou quando me aproximei devagar.

– Faria diferença? Éramos ficantes na escondida, seu pai era melhor amigo do meu e todos sabiam que eu ficava com Luke na época.

– Faria diferença! O que fez com a criança?

– Abortei... – Olhei para o chão.

– COMO VOCÊ PODE FAZER ISSO? – Não me assustei com o seu berro.

– Eu tinha 15 anos! Estava assustada e não sabia o que falar! Era irresponsável e não pensava nas consequências!

– Deveria ter perguntado para mim!

– Éramos duas crianças! Dois adolescentes que saía toda sexta pra beber em festa de desconhecidos.

– E daí? Isso não te dá o direito de acabar com uma vida!

– Até 26 dias eles não sentem nada. – Tentei defender meu ato.

– Você prende quem acaba com vidas, mas você já fez isso! Como pode se olhar no espelho?

– É fácil, é só ficar na frente dele. – Me levantei e fiquei em uma postura seria. – Era melhor um feto morto, do que sofrendo, porque meu pai ia me expulsar de casa, como ele fez com meu irmão, que descanse em paz. Isso já faz tanto tempo, Calum, eu só disse porque não quero que Savannah cometa os mesmos erros. E eu não matei ninguém, não era um bebê ainda e não me arrependo nem um pouco, sei que fiz a escolha certa, pra mim e pro feto.

– Que ótimo que pensou apenas em si própria. – Ele virou e andou para longe de mim.

– Calum, não haja assim. Eu pensei mesmo em mim, naquela época, há anos atrás! Eu penso bem diferente agora, deveria saber disso.

– Não parece!

– Por que não?

– Estou com tanta raiva de você. – Fechou e abriu as mãos várias vezes.

– Meu Deus, faz tanto tempo! Mais de 10 anos! Vai me falar que nunca fez uma escolha errada? Não me faça rir, Calum! Okay. – Respirei fundo. – Não me arrependo do que fiz, mas se pudesse voltar no tempo nunca que eu tiraria essa criança, nunca faria isso, eu teria pensado em mil coisas antes de chegar ao ponto de matar.

– Não pensou em mim! Por que nunca me contou? Por que me fez ter tanto esforço após anos, sendo que já poderíamos ter tido um filho?

– Imagina como estaríamos agora, Calum, eu não estaria feliz de qualquer forma, teríamos um relacionamento desgastado, sofreríamos, Sav também. Seriam 4 pessoas sofrendo.

– Eu sabia que não deveria ter vindo aqui.

– Não queria nada disso. – Me aproximei dele. – Eu te amo, estou cansada de brigas. Me desculpe por tudo, Calum. – Comecei a chorar. – Eu nunca fiz nada por mal pra fazermos com que nos separássemos. Longe disso, muito longe.

– Não parece. Você sempre me afasta e me deixa longe pra sofrer.

– Desculpe, meu amor, me desculpe. – Andei mais pra perto dele e o mesmo ficou encurralado por causa da parede. – Eu só achei que seríamos mais felizes se não fôssemos pais tão cedo.

– Não importava o momento, só importava a nossa felicidade que nunca acabaria.

– Não estava pronta pra ser mãe, era minha fase de curtir.

– Você acha que só por que teria um filho seria a condenada que é agora?

– Sim, eu achava.

– Tenho pena de você.

– Eu não penso mais assim, eu quero um filho, quero você de volta, quero um tempo do meu emprego, parar e sossegar um pouco.

– E como quer se não demonstra?

– Eu não sei como, tá legal? Sempre achei que não precisaria passar por isso, então não me preparei, sabe que não gosto de fazer as coisas de última hora e que minha vida é toda organizada.

– Quando decidir o que quer dá vida, me procure, mas não demore, não estarei aqui pra sempre.

– Eu sei o que quero! Eu quero você. – Coloquei as mãos em seu rosto. – Eu quero você!

– Prove!

– Quer casar comigo? – Sorri meio tímida.

– Que? – Ele arregalou os olhos.

– Você quer casar comigo? – Me ajoelhei em sua frente e segurei uma de suas mãos.

– Ca-Casar?

– É! Você pediu pra provar que te quero e estou te provando da melhor forma que alguém poderia provar. Te pedindo em casamento. Você não quer? – Soltei sua mão devagar.

– É claro que quero! – Ele me ergueu e me colocou em seu colo, nos girando.

– Ai meu Deus! – Gritei com animação e voltei a chorar. – E-Eu... Eu vou casar...

– Nós vamos casar.

– Calum, eu não... Não... – Meu coração disparou. – Eu te amo, mas não quero casar e continuarmos brigando. – Ele me colocou no chão. – Tudo tem que ser perfeito.

– E será. Confie em mim.

Sorri e nos beijamos com vontade, estava explodindo de felicidade, mas de algumas incertezas também. Nos separamos e viramos vendo Michael e Savannah. Minha irmã chorava nos braços de Mike, ela logo correu para os meus e de Calum. A abraçamos e ela começou a contar o quanto estava feliz. Falei que sentia a mesma coisa que ela. Sav afirmou que seriamos uma família feliz e Calum concordou enquanto me beijava novamente. Sentamos no sofá e começamos a conversar. Eu não parava de olhar Calum e pensar se fiz a escolha certa em tê-lo pedido em casamento. Ele estava tão feliz, mas até quando isso durará? Não brigamos demais e por que isso mudaria? É tão estranho. Eu o amo de verdade e quero muito ter um futuro com o mesmo, o que me restar agora é ter fé. Quanto mais fé, mais positivo será.

Alisei o cabelo de Sav e avisei que precisava voltar a trabalhar. Ela assentiu e me desejou bom serviço, agradeci e perguntei para Calum se ele queria uma carona pra casa. O mesmo assentiu e fomos para a minha caminhonete. Entramos nela e dei partida para casa de Calum, que fica no caminho da delegacia. Parei o carro a frente dela e ele desceu após me beijar. Acenamos um para o outro e fui para delegacia, de volta para a investigação. 


Notas Finais


Esperamos que tenham gostado e que possa deixar deixar sua opinião, ela é muito importante para nos ❤
Nos vemos no próximo❤
Tha&Nany


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