História Criminal - Seria uma pena se eu não transasse contigo

Pov's Justin

As luzes coloridas e a fumaça que poderia ser algum efeito especial, mas, com certeza, era de algum fumante próximo a mim. Camila estava jantando com Lauren, e decidi aproveitar a noite sozinho mesmo, não tenho intenção de traí-la nem algo parecido. Porém, o fato de permanecer em casa sem minha namorada e sem ter o que fazer, não é algo vantajoso. E eu tinha planos para aquela noite. Fazia tempos que eu não respirava, sentia os olhares em mim e percebia a atração das outras garotas. E, isso faz muito bem para a auto-estima.

O bar estava cheio de pessoas com a cabeça baixa, os olhares turvos - típico daqueles que não aguentam tomar um gole de algo muito forte. Mas tinha uma menina de corpo esbelto, nariz erguido e os olhos focados no líquido do copo, que ela movimentava com um canudo. O gelo parecia estar acabando, e ela estava suando, notei pela gota em sua testa. Confesso, também suava, havia muitas pessoas reunidas no mesmo ambiente. Qualquer ser humano com o mínimo de roupa sentiria calor e o suor seria uma consequência.

A música dançante foi substituída por um sucesso da Lana Del Rey, Summertime Sadness, que apesar de ser um tanto antiga não deixava de ser excelente. Além de que aquela mulher, meu Deus, é como uma hipnose com curvas e lábios sedutores... Bem, a batida mais romântica me permitiu sentar ao lado da garota misteriosa que bebia ocasionalmente. Claro,não falei com ela, ocupei o banco disponível ao seu lado e pedi para o garçom em voz alta para que ela me olhasse:

- Uma dose de uísque. - virei-me e tive certeza de que ela havia reparado. A sua forma de sorrir e balançar o copo, o gelo se mexendo, o barulho que fazia ao tomar seu suco. Uma garota daquelas com um suco realmente chamou a minha atenção, assim que ela deixou o copo vazio em cima do balcão, puxou a minha mão para que eu a acompanhasse.  Larguei o copo de uísque, bebendo o último gole e deixei que ela me guiasse.

- Não quero que beba. - ela sussurrou no meu ouvido, mas com a voz elevada devido ao volume da música. - Desejo que se lembre desta noite. - pronunciou, e começou a dançar de forma sensual, se eu não visse o suco que ela bebeu, apostaria que estava bêbada ou alterada. Ah, mas quem sou eu para reclamar? Uma garota incrível, que não está bêbada, louca por mim? Há tempos não sei o que é isso. Camz me adora, mas é o lance do amor, o sexo decai em função disso. Não tem aquele fogo do início.

- Qual o seu nome? - perguntei, enquanto dançava, acompanhando a batida. Nossos olhares se encontravam mesmo que estivéssemos envolvidos com a música e inclusive, cantávamos o refrão a plenos pulmões. Ela aproximou seu rosto, muitas vezes, quando cantarolávamos e eu senti o seu hálito de abacaxi com hortelã. Do jeito que ela me olhava, ela gostaria de me conhecer melhor, se é que me entendem.

- Bem, vamos lá. - ela abriu um sorriso, enquanto rebolava a sua bunda no meu corpo, e então, segurou meu peito. Ela colocou o seu queixo no meu ombro, e os seus lábios praticamente estavam colados no lóbulo da minha orelha e, naquele instante, a batida havia perdido o volume, os sons das pessoas conversando e tudo o mais... Éramos somente ela e eu, naquela noite. - Invente um apelido carinhoso.

- Certo, boneca. - suspirou, entrelaçando os dedos das nossas duas mãos e fiz questão de questionar que tipo de garota não diz seu nome em uma boate. Contudo, deixei os pensamentos, a batida contagiante invadiu minha cabeça e dançava e a olhava. - E qual apelido me dará?

- Isso depende de como você é na cama. - murmurou com malícia.

- Seria uma pena se eu não transasse contigo. - soltei por fim, quebrando as expectativas dela.

- Por quê? - os seus olhos adquiriram um tom escuro, o olhar tornou-se de carência e seus lábios pediam os meus. Ela me desejava. Ou fingia bem, oras Bieber, quem fingiria para te ter na cama? - Não sou bonita o suficiente? - pronunciou, perdendo o fôlego diante do fora que estava prestes a tomar.

- Você é interessante, e isso inclui a beleza e tudo o mais. - devolvi com certo aperto por não transar com ela. Camila é uma ótima garota e não iria colocar chifres na sua cabecinha, laços são um enfeite melhor. E nunca seria capaz de magoá-la, talvez por isso ela esteja comigo. Quem sabe, me ama. Na verdade, não sei por que estamos juntos. Mas algo me diz que sempre estaremos. É como não conhecer o final, mas pressentir que os mocinhos, ou no caso, vilões da história ficam juntos.

- Então...? - interrogou, parando de dançar e me encarou por um tempo.

- Você meio que não faz meu tipo. - menti. 

- Qual é, dançou comigo esse tempo todo. - disse como se exigisse explicações, e realmente, ela merecia respostas.

- Eu namoro, certo? E, sei lá, a gente está junto há muito tempo e não sou capaz de estragar isso.

- Certinho? Imaginei que você fosse mais durão. - ela engoliu em seco.

- É, vai dar no pé, eu sei. - murmurei, um tanto chateado. - Tem muitos caras por aí.

- Na verdade, aprecio sua fidelidade. - ela riu pelo nariz. - E é desconcertante como isso só me faz te querer mais.

- Vocês gostam mesmo de caras compromissados. - pronunciei, com um sorriso.

- Não é isso. - ela forçou um sorriso, olhando para o bar. - Talvez precise entender como funciona as garotas, não desistem fácil do que querem... Conhece um tal de Bieber?

Que droga ela falou? Óbvio que sim. Sou eu.

- Por que não conheceria? - perguntei, como se ele fosse o homem mais irado, o que não deixava de ser. Todos me conheciam e ela, simplesmente, não. E fazia questão de mencionar o meu nome, aleatoriamente por aí? Achei que eu tivesse mais valor.

- Ele é tão popular assim? - ela abaixou a cabeça, decepcionada. - As pessoas de hoje não sabem admirar um cara legal como você, e ficam babando por um idiota.

Como. Assim. Ela. Me. Chamou. De. Idiota. E ainda agiu como se fosse mesmo, e depois me elogiou, essa garota existe? Os seus olhos fixaram-se aos meus, como se estivesse encontrado algo importante neles, somente molhei os lábios e fiquei pensando sobre o que faria nessa situação. Camila com Lauren Jauregui e eu encontrando alguém que me odeia, embora não me conheça. Uau.

- Ah, Bieber é elegante e tal, além de ser um sucesso na cama com as mulheres. - falei com naturalidade, enquanto via o seu rosto sério mudar para um semblante risonho e descontrolado.

- Tenta outra vai. Certeza que Bieber é péssimo na cama, ouvi boatos de que ele não consegue nem fazer a sua garota com mentalidade de dez anos, e lacinhos na cabeça, gemer com vontade. - disse, com tanta rapidez que as palavras se transformaram em um amontoado de ideias. Fiquei alguns segundos tentando captar o que ela disse, a música de fundo não ajudava.

Ela só pode estar de brincadeira com a minha cara? Vem dar em cima de mim, na maior cara de pau, e depois fala todas essas coisas de mim. Aliás, ela nem sabe que eu sou Justin Bieber... O que me dava uma vontade de ferrar com ela, os seus olhos verdes causavam um estrago a quem olhava, com certeza. E esse seu desprezo me fazia querer... Querê-la gemendo o meu nome.

- Posso ser melhor que qualquer boato que ouviu sobre ele. - murmurei, convicto de que ela cairia aos meus pés.

- Ah, é, mesmo? - ela abriu um sorrisinho malicioso. - Podemos marcar algum dia de sairmos, você e eu. Mas e a sua namorada?

- Ela vai entender. - suspirei, tentando esquecer da imagem de Camila.

- Prefiro você assim. Pervertido sem coração. - balbuciou, deixando um bilhete na minha mão e eu guardei no bolso. Vendo-a caminhar em direção ao bar, com a sua bunda apertada em um vestido colado. Era sexy, gostosa e tinha uma voz firme que falava merda algumas vezes. Odiava o tal de Justin Bieber, como reagiria ao gemer para ele? É, Camila entenderia.

Pov's Lauren

Estava no bar, bebendo enquanto via Bieber sair da boate. Nada mais perfeito do que ele pensar que estava saindo por cima, com o endereço da vadia que o odiava, mas essa era a intenção. Todas as falas, os olhares, as provocações. Podia ver o desejo ardente preso em seu maldito olhar, e apostaria que Camila questionaria o por quê de ele não estar em casa. A não ser que seja frouxa demais, e pelo menos hoje, ela não é.

A atitude desta noite, fará com que ela note a mancha de batom vermelho que deixei quando falei ao pé do seu ouvido, e que perceba o bilhete escondido quando ele for tirar a roupa. E se não estiver enfurecida até agora, possivelmente ficará quando perceber a semelhança entre o endereço escrito no bilhete do bolso do seu namoradinho, e o meu endereço. Ficará confusa se foi traída ou não. E talvez nem comente com ele.

Os relacionamentos são destruídos aos poucos, a falta de confiança é apenas o começo, ela não vai berrar com o garoto que gosta por um deslize sem ter fatos concretos sobre isso, vai observá-lo. Cada nova marca diferente ou os cabelos despenteados significará uma traição para ela, e o pior: quando ela souber que a sua relação está em ruínas por causa de Lauren Jauregui. Aí notará que pode ser sexy o quanto desejar, porém, jamais conseguirá o que ela quer.

Além de que, eles não formam um bom casal. Nunca formaram. Destruir essa relação não é nem um pouco difícil, quem sabe algum dia me agradeçam. Ou queiram me matar mais ainda por acabar com o romancezinho de quinta deles, e, para ser sincera, amaria que sentissem ódio de mim por isso. E é exatamente o que pretendo. Se alguém te odeia, é porque está fazendo a coisa certa.