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História Criminal - Adeus


Escrita por: theloveofyourlife

Notas do Autor


Capítulo narrado como um Flashback do Jack Napier.

Capítulo 20 - Adeus


Fanfic / Fanfiction Criminal - Adeus


-Jack Napier! Você vai se atrasar para a escola!- Desperto e levanto em um pulo. Olho para o outro lado da cama e Candice estava rindo de mim.- Eu não acredito que um marmanjo desse tamanho achou que tinha se atrasado para a escola.

-Eu não estou atrasado?- Ela nega com a cabeça. Eu paro pra raciocinar o que me deixa um pouco tonto por ter levantado tão rápido. Me sento na cama e apoio os cotovelos nas coxas com as mãos na cabeça.

-Está tudo bem, amor?- Sinto suas mãos alisando minhas costas as alisando e seu queixo pousa em meu ombro.

-Foi só uma tontura, está tudo bem.- Digo levantando a cabeça e me virando para ela, eu ia beija-la então ela vira o rosto.

-Eca, sai.- Ela se afasta e eu franzo a testa em questionamento.- Você acabou de acordar! Vai escovar esses dentes.- Dou risada e seguro seu rosto entre as mãos e passo minha língua pelo seu rosto e ela se encolhe.- Meu Deus. Nunca mais faça isso Jack Napier.- Levanto deixando-a na cama e vou direto para o banheiro fazer minha higiene matinal.

Volto para o quarto e Candice já não estava mais lá, então vou até a sala e a mesma estava vazia, então ouço um gemido de dor vindo da cozinha e corro até lá encontrando Candice agachada no chão com a mão encima do ventre, sua outra mão estava apoiada na bancada da cozinha para que não caísse.

-Candice! Candice!- Me abaixo ao seu lado para poder ergue-la. A coloco em meus braços e a levo até o sofá da sala. Quando ela já estava devidamente deitada me sento ao chão pra poder vê-la de perto. – Vou chamar uma ambulância. Ok?- Eu ia levantar pra ir até o telefone quando sinto sua mão segurando meu pulso e ela tentando se levantar mas eu a impeço.- Você não pode se levanter, ok? Está sentindo dor. Fique ai e eu ligo pra ambulância.

-Eu estou bem, Jack!- Ela diz dando um sorriso amarelo. Mas eu não acredito muito.- Isso já aconteceu antes. É normal o bebê dar alguns chutes fortes.
-Se aconteceu antes... por que nunca me disse?- Pergunto.

-Eu não gosto quando você fica preocupado a toa! Está tudo bem. Não precisa ficar assim.- Ela se senta no sofá e faz uma careta.- Quando o bebê já está grandinho, é normal algum desconforto.
-Sério?- Me sento ao seu lado.
-Sim.- Ela responde.- Que horas você vai ao tal jantar mesmo?
- As dezenove.-Digo.- Que horas são?- Ela olha em seu pequeno relógio de pulso.

-Quatro e meia.

- Eu dormi o dia todo!

-É, eu sei. Se eu não tivesse te acordado ainda estaria dormindo.- Ela fala e depois descansa a cabeça no meu ombro.

-Acho que não vou a esse jantar.- Digo. Ela levanta a cabeça pra olhar pra mim.

-O que?- Ela fala não acreditando no que eu digo.- É sua chance Jack. Sua chance de ter o que sempre quis.

- E quanto a você?

- Eu?

- Eu não posso te deixar sozinha. Você pode passar mal outra vez e se eu não estiver aqui, pode acontecer algo pior.

-Relaxa, não vai acontecer nada.- Espero que não.- Eu chamo a sobrinha do Sr. Tompkins e ela passa a noite comigo.

-Tudo bem.- Digo e a beijo em seguida.- Vou comer algo.- Levanto e vou em direção a cozinha preparar alguma coisa pra comer.

...

Ouço o soar da campainha e logo após escuto a voz de Jessie, a sobrinha do nosso vizinho Tompkins. Olho no relógio que fica no criado mudo ao lado da cama e vejo que são seis e vinte e cinco. Coloco minha jaqueta de couro por cima de uma camisa de flanela azul e borrifo um pouco de perfume nos pulsos e no pescoço. Pego minha carteira em cima da cômoda e a guardo no bolso interno da jaqueta.

Saio do quarto e vou até a cozinha me despedir de candice. Encontro ela e Jessie rindo de algo na cozinha.

-Qual a piada?- Pergunto rindo.

-Não te interessa Jacco.- Jessie responde. E eu ponho a mão no peito e faço uma feição de ‘o’ fingindo estar ofendido.

-Candice! Você vai deixar essa menina com cabelo de pônei falar assim comigo?- Ela só ri em divertimento do que eu falo.- Ela me chamou de Jacco.

-Cabelo de pônei?- Jessie sempre estava com uma cor de cabelo diferente, eu sempre fazia piadas com a nova cor de cabelo dela. Dessa vez ela tinha o cabelo inteiro rosa o que me lembrou um pouco o pônei de um desenho aí.- Pois a sua esposa gostou do meu cabelo.- olho pra Candice e ela confirma com a cabeça.

-Por favor Candice. Não faça isso com seu cabelo.- Jessie revira os olhos.

-Como adivinhou que eu pensava em mudar meu visual?- ela brinca.Olho no relógio da parede e já se passaram dez minutos.

-Ótimo papo, mas tenho que ir.- digo e ouço Jessie resmungando um “já vai tarde” e eu retruco com um peteleco na sua testa.

-Vou te deixar até a porta.- Candice fala e vai me puxando pelo braço em direção a porta.

-Isso é pressa pra que eu vá logo embora?- Pergunto rindo.

-Sabe como é... noite das garotas.
-Candy!- Jessie grita da cozinha.- Posso fazer pipoca?

-Claro!- Minha esposa responde. Ela olha pra mim e toca meu rosto com as mãos.- Você vai voltar cedo?

-Eu não sei. Mas espero que sim.- Digo. Eu podia ver algo diferente em seus olhos, ela parecia nervosa, inquieta. Seguro suas mãos e elas estavam suadas, um suor frio.- O que te incomoda?- Pergunto.

-Uma sensação estranha. Eu não sei explicar Jack.- ela diz e seus olhos começam a marejar.

-Ei, ei, ei. Não chora.-Tento acalma-la.- Não vai acontecer nada. Fica calma ta?-Ela confirma com a cabeça e ouço uma trovoada logo depois.

-Vai chover. Cuidado para não se molhar.- Dito isso então ela me abraçou, me abraçou forte, como se fosse a ultima vez. Enrosquei meus braços ao seu redor e aspirei o delicioso cheiro que exalava de seu cabelo. Nós continuamos abraçados de olhos fechados e...

- A pipoca ta pronta.- A cabeleira rosa aparece na sala avisando. Eu dou um sinal com a cabeça para que ela se retire.- Ah.- Desfaço o abraço e a beijo uma ultima vez antes de sair. Aquele beijo tinha tanto sentimento que parecia que ia explodir.

-Eu te amo.- Ela diz.

-Eu também te amo.- Digo e ela dá um sorriso singelo. Como era lindo o sorriso dela.- Eu tenho que ir. Cuidado com as más influencias.- Digo a ultima frase alto para que Jessie ouça.

-Eu escutei isso.-Ela grita da cozinha.

-Volta pra lazytown.- Digo alto.

-Vai pra merda Napier.- Ela retruca.

-Vocês podem parar?- Candice fala dando risada.

-Até mais.-Abro a porta já pronto para sair.

-Até.

...

Eu estava sentado em uma das mesas de um restaurante... bem, aquilo não era exatamente um restaurante. Estava mais pra um bar. Havia alguns homens mal encarados, alguns comiam, outros bebiam, havia mulheres acompanhando os mesmos, havia algumas se oferecendo por uma bebida paga.

O sino que ficava perto da porta que tocava cada vez que a mesma era aberta tocou. Olho em sua direção e vejo Big e Joseph com uma mochila em mãos vindo em minha direção, se juntam a mim na mesa então pedem uma cerveja para o garçom.

-Vamos ser breves.-Joseph começa a falar. É estranho ouvir ele falando por que ontem estava a todo momento calado.- Então está tudo certo pra esta noite?

-Hã... Bem... claro! Seria loucura desistir agora!- Digo.- A pior parte é mentir pra Candice... mas já passou. Ela acha que estou em um jantar com alguns empreendedores.

-Está certo.-Big se pronuncia.- Não há razão para deixar a moça preocupada. Você fez bem.- Ele me passa confiança.

-Precisamos que use um smoking.-Joseph fala. Smoking? Eu não tenho dinheiro nem pra comprar uma jaqueta nova vou ter pra arranjar um smoking de ultima hora.- Como você não passa de um fodido. Nós trouxemos um pra você.- Ele me entrega a mochila.- Deve ter amassado um pouco... tanto faz.- O garçom traz nossas cervejas e eles começam a beber, igualmente como eu. Sinto algo vibrando em meu bolso do jeans e apanho meu celular. O visor piscava em verde o nome da minha esposa.

-Merda.-digo

-O que foi cara?- Big pergunta.

-Minha esposa.-Respondo

-Atende.

-Devo?

-Claro. Não preocupe a moça.- big diz. Resolvo atender o telefone.

“oi amor.”

“Jack! Jack!” Escuto uma voz diferente. Não era Candice, era Jessie aos prantos. Porque ela estaria com o celular de Candice?

“Jessie? Jessie, é você?” ouço soluços.” Por que está com o celular de Candice? Onde ela está? O que aconteceu? Espero que seja uma das suas brincadeiras!” Por favor que seja uma das suas brincadeiras.

“Escuta. Eu quero que tenha calma.” Ela pede.

“Como eu vou ter calma porra me fala o que ta acontecendo!” aumento o tom de voz o que chama atenção de algumas que estavam no local. Então levanto e vou até o lado de fora.

“ Candy entrou em trabalho de parto.” Meu deus. “ Eu e meu tio a levamos para o hospital. O medico disse que o bebê está natimorto. Eles estão fazendo de tudo pra manter Candice acordada.” Natimorto. Meu bebê. Meu Junior. O que eu vou fazer agora? As lagrimas invadem meus olhos, caio de joelhos ao chão e grito com todas as minhas forças. Eu nunca iria tocar nele, eu nunca iria ensinar ele a jogar bola ou a conquistar a garota dos sonhos. Eu nunca o levaria para a escola. Ele estava morto. Eu o perdi e ainda poderia perder Candice. Eu precisava ir até esse hospital. Pego o celular e Jessie ainda estava na linha.

“ Onde é esse hospital?”

“ O mesmo que ela ia marcar a cesariana. Você sabe onde é.” Depois disso desligo o celular. Olho em volta e não havia nenhum taxi por perto. Eu estava tremendo, eu estava nervoso, confuso, isso não podia estar acontecendo. Não podia... sinto mãos me tocando e me viro pronto pra bater em quem quer que seja. Mas sou impedido pois me seguraram antes. Era Big e Joseph. Ambos me olhavam assustados.

- O que foi, cara?- Big pergunta.

-Eu preciso ir ao hospital... ao hospital... minha esposa...

-Calma, a gente te leva.- eles me levam até um carro preto que eu entro prontamente no banco de trás. Eles não me perguntaram nada, apenas me deixaram onde eu pedi.
...

Chegamos a frente do grande hospital e eles ficaram dentro do carro. Apenas eu sai. O céu relampeava coberto de nuvens cinzentas, aquele clichê quando algo vai dar errado. Corro em direção a entrada do hospital, tento passar reto pela recepção. Mas uma moça me chama.

-Ei! Não pode entrar assim.- olho pra ver quem era e era uma moça do balcão usando aquelas roupas azuis de enfermeira.

-Minha esposa! Ela está aqui tendo um bebê! Ela... Ela... – Eu não sabia o que falar. Eu estava ficando tonto, com uma vontade de vomitar.- Está morrendo.- Concluo o que eu não queria dizer. Eu não queria que fosse verdade.

-Meu deus.- Ela me olha com pena.- Por favor assine seu nome aqui.- Ela me entrega uma folha com algumas coisas escritas e uma caneta.- Sua identidade. Por favor.- Abro minha carteira as pressas e jogo meu RG no balcão.- Você está com uma garota de cabelo rosa?

-Sim! Sim!- Digo.- Jessica. Jessica Tompkins.- Ela me entrega um crachá escrito “visitante”.

-Quarto andar.- Ela diz.- Os elevadores são no final desse corredor.- Corro para onde ela aponta. Elevadores nunca pareceram demorar tanto. Resolvo ir pelas escadas e finalmente chego ao quarto andar. Eu estava suando, tanto de nervosismo quanto o cansaço de ter subido quatro lances de escadas. Logo vejo a cabeleira rosa de Jessie e o senhor Tompkins sentado mais a frente. Jessie vem em minha direção e me abraça. Ela nunca me abraçou, o que achei um pouco estranho mas eu retribuo o abraço.

-Onde está Candice?- Pergunto quando a solto. Ela ia falar mas logo é interrompida por uma voz.

-Jessica Tompskin.- Uma mulher negra usando um jaleco a chama e Jessica vai em sua direção.- Precisamos falar com você sobre Candice Elise Napier.

-Doutora! Doutora!- Chamo sua atenção.

-Sim?- Ela pergunta.

-Eu sou marido dela. Eu preciso saber o que está acontecendo. Eu não agüento mais.-Ela me olha com pena. E me chama com uma mão para um corredor em que começamos a caminhar.

-Jack? Certo?- Ela pergunta.

-Sim.

-Não podemos fazer muito pelo bebê. Infelizmente ele veio natimorto. Sua esposa contraiu uma bactéria durante a gravidez, nós tentamos de tudo.- Meu coração acelera.- Temo que ela tenha poucos minutos de vida.-Começo a chorar.- Você pode vê-la. Caso queira.

-Eu... Claro que eu quero.- Ela me leva a uma porta e logo a abre. Entro imediatamente e lá estava ela... me aproximo pra olha-la de perto, nunca a vi tão fraca, ela estava branca e com olheiras profundas em seus olhos. Seguro em sua mão e a sinto gelada. Ela usava um tipo de respirador para manter sua respiração normal.

-Jack.- Ouço sua voz fraca me chamando. E me aproximo dela.
-Meu amor. Minha Candice.- Toco seu rosto temendo que seja a ultima vez que poderei fazer tal ato.

-Eu perdi ele Jack.- ela fala já aos prantos.- Eu não pude trazer seu bebê.

-Não é culpa sua.- Beijo sua mão.- Vai ficar tudo bem.

-Jack. Eu vou morrer.- Meu deus!

-Não fala isso. Não fala isso! Não seja boba. Vai ficar tudo bem! Nós vamos sair bem dessa.- Eu a abraço do jeito que consigo, minhas lagrimas dessem como rajadas.

-Eu quero que escute o que eu vou falar.- Confirmo com a cabeça e presto atenção ainda segurando sua mão.- Eu quero que seja feliz Jack.

-Não fala como se fosse a ultima vez que nos iremos nos ver.

-Eu sinto que não vou passar dessa. Por favor me escute.- Fico calado para escutar o que ela tem a dizer.- Eu quero que seja feliz Jack! Eu não pude te dar um filho...- Ela da uma pausa para recuperar o fôlego.- mas eu quero que você arranje outra pessoa. Que seja feliz com ela e proporcione a mesma felicidade que você me proporcionou.- meu maxilar tremia pelo choro, eu sentia meu nariz escorrendo. Ela levanta seu braço e passa pelo meu rosto enxugando minhas lágrimas.- Você é um homem maravilhoso... os momentos que tive com você me fizeram a mulher mais sortuda do mundo... mas outra vai merecer sentir isso... eu te amei Jack...
...

(N/A: INICIO DA NARRAÇÃO EM TERCEIRA PESSOA.)
O homem de olhos fechados sentindo o ultimo suspiro dado da mulher amada. Jack não podia acreditar no que estava acontecendo quando o aperto de Candice em sua mão se afrouxou, a mão que estava em seu rosto despencou e ficou estendida ao lado da cama. Um apito soou do aparelho que contava batimentos cardíacos da moça. Ele chamava seu nome alto “CANDICE! CANDICE! CANDICE!” era o nome ouvido pelos corredores do hospital. O abraço forte foi dado ao corpo morto.

O desespero em seu coração. Ele jamais amaria alguém com a ternura que amou tal mulher. Jamais tocaria alguém ou sentiria tanto amor, era o que ele achava, o amor não parecia mais haver sentido para ele se não fosse com ela. Ele ainda a chamava na esperança de que a mesma voltasse a piscar invez de olha-lo com um olhar vazio.

Ele tocou suas pálpebras para fecha-la pois não agüentaria vê-la olhando para ele de tal modo. Concientizado da perda de sua amada, o homem a deixou em leito para tocar seus lábios em um beijo terno de despedida para logo após sussurrar um “Eu te amo”.
Ele acreditava que ela poderia ouvir. Que ela estaria com ele a todos os momentos. E ela realmente estaria, até quando ele não achasse merecedor de tal presença. Pessoas vestidas de cor branca invadiram a sala expulsando o pobre homem com lágrimas nos olhos, ele tinha deixado seu coração naquele quarto de hospital.

Ele mal pode vê-la sorrir.


Notas Finais


Passei meu dia tentando fazer esse capítulo todo certinho.
Eu tive um dó de matar a Candice. Fiz a personagem já sabendo que ela ia morrer mas acabei me apegando a ela.
O que acharam do capítulo? Comentem muito.
(Obs: desculpem se as vezes não respondo comentários. Mas leio todos OK?)


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