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História Criminal - Reecontro


Escrita por: theloveofyourlife

Notas do Autor


Então tá aí pessoal. Boa leitura.

Capítulo 33 - Reecontro


Fanfic / Fanfiction Criminal - Reecontro

METRÓPOLIS

14:00

Eu estava na praça do centro de Metrópolis, sentada em um dos bancos de madeira. A alguns metros a minha frente estava a imponente estátua do Superman, era engraçado isso, como tinha uma estátua do cara no meio da praça sem ninguém sequer ter visto seu rosto.

Eu já havia saído da casa da minha mãe, obviamente. Eu havia tomado banho e colocado um preto que marcava bem a cintura e era em estilo de saia godê, com um par de sapatilhas vermelhas. Havia marcado com Alfred para que ele me buscasse ali as 14:45, eu teria que esperar um bom tempo já que eu fiz um grande favor esquecendo meu celular. Eu não tinha nada pra passar o tempo, então começo a prestar atenção nas minhas unhas, raspo a unha da minha mão direita na esquerda descascando o esmalte rosa que antes tinha ali.

Eu estava bem concentrada nessa tarefa que mal percebo quando alguém se senta ao meu lado. De canto de olho observo a pessoa ao meu lado e percebo que era uma mulher, ela usava um sobretudo marrom, em seus pés um par de sapatos pretos, suas panturrilhas estavam a mostra então supostamente ela estava de saia. Ignoro a mulher ao meu lado e volto minha atenção para o esmalte que agora mal existia em minhas unhas, passo a mão pelo meu colo por cima do vestido para tirar as lascas rosa de esmalte que ali estavam.

-Abandonou os óculos, doutora?- Doutora? Como ela... A voz não me era estranha, aquela voz rouca e tão feminina que faria qualquer homem ficar de quatro. Imediatamente olho para o lado pra me certeza que era mesmo ela. O óculos vintage combinava com o corte chanel de cor castanha. Ela olhava para frente e eu a observava como uma retardada, eu estava alucinando?

-Hera?- A pergunta idiota sai entre meus lábios por impulso. Um sorriso se abre em seus lábios carnudos, suas mãos vão até seus óculos os tirando de sua face, ela olha com aqueles olhos verdes e logo depois sorri.- Puta que pariu!- Levanto rápido do banco e ela continuava me olhando com um sorrisinho no rosto.ç

-Achei que tinha me esquecido...- Ela fala me olhando dos pés a cabeça e mordendo a ponta do óculos, eu fico incomodada, um meio sorriso se abre no canto de lábios.- Senti saudades...

-Hera...- Passo a mão por minha testa levando alguns fios de cabelo que caiam ali para trás.- O que faz aqui?- Pergunto paciente.

-Visitar uma amiga...- Ela fala calmamente, até por que ela estava calma, diferente de mim. E se a policia a visse?

-Meu deus você deve estar sendo procurada!- Falo um tanto quanto alto, ela olha ao redor e percebe que eu chamei atenção de algumas pessoas ali.- Eu posso ligar pra a policia!- Digo, mas dessa vez em voz baixa.

-Você não faria isso...- Ela fala ainda em tom calmo... Eu faria? Talvez não.- Vamos conversar em um lugar reservado.- Não pareceu uma pergunta.

-Não sei se devo.- Falo receosa. Ela era uma fugitiva, e se a policia a pegasse e eu fosse presa como cúmplice?

-Porque? Sua mãe não vai deixar?- Ela se levanta e aponta com a cabeça pra outro lado da rua onde havia um tipo de hard rock café. Ainda meio incerta aceito seu convite, pego minhas sacolas com as roupas novas e outra com a roupa de academia que usei hoje pela manhã e a acompanho até a lanchonete. Eu ainda não havia entrado ali, era praticamente uma viajem a 1950, as paredes em tons de azul e vermelho, um chão quadriculado havia mesas próximas as paredes que continha fotos de pin ups como Bettie Page e Temperst Storm. O que mais me encantou naquele lugar foram as mesas que ficavam ao redor de um palco no centro, as mesas eram como carros clássicos, só que um pouco mais modificados pra que as pessoas pudessem entrar dentro e se servir. O lugar estava um tanto vazio a essa hora da tarde, devia lotar a noite. – Vou ao banheiro.- Ela avisa, eu ainda continuava calada.- Vem comigo?- Saio de meu transe observando o lugar.

-Ah... Ok.

Entramos no banheiro feminino que tinha azulejos com vários tons de rosa pastel e amarelo, as cabines eram todas do mesmo tom de rosa. Hera para a frente do espelho e toca as pontas dos seus cabelos.

-Eu quase não te reconheci.- Ela sorri pra mim, me olhando através do espelho.- Você realmente cortou o cabelo?- Pergunto. O chanel ficou ótimo nela, mas aquele tom de ruivo tão vibrante acompanhado dos cachos era lindo.

-Eu roubei essa peruca...- Ela fala tranquilamente e levanta um dos lados da peruca castanha e posso ver uma mercha ruiva bem ali.

-Interessante como foras da lei continuam foras da lei até pra conseguir uma peruca.- Digo sarcástica. Sua mão com unhas muito bem feitas vai até o bolso frontal do seu sobretudo tirando uma embalagem que logo percebo ser um batom, ela tira a tampa e aproxima o objeto de seus lábios, em movimentos lentos a cor rubra preenchia sua boca carnuda por inteira. Ela percebe minha atenção descomunal a tal movimento feito por ela e sorri agora ficando de costas para o espelho e de frente para mim, ela coloca o batom de volta no rosto. Ela mantinha um sorriso um tanto sarcástico como se tivesse pegado uma criança em ato arteiro.

-Tem tendências homossexuais doutora?- Mas o que? Ela achou que eu tava secando ela? Acho que eu fiquei vermelha na hora, sim eu fiquei, olho no espelho e percebo que eu realmente estava corada.

-Eu... não...- Eu ia tentar explicar mas ela me interrompe.

-Vamos comer.- Dito isso ela me puxa pelo braço para fora do banheiro, ela abre seu sobretudo e o tira revelando uma blusa social branca com uma saia lápis que ia até em cima do joelho. Nos sentamos em uma mesa um pouco mais afastada para que pudéssemos conversar sem que ninguém nos ouvisse. Uma garçonete com madeixas lilás presa em um coque alto, usando um avental vermelho que fazia parte do seu uniforme.

-Posso ajudar?- Ela pergunta educada.

-Hm...- Olho para Hera e ela olha pra mim de volta.- Apenas um suco de melancia, por favor.-Digo. A garçonete se vira para venenosa e ela faz um sinal com a mão avisando que não ia querer nada.-Porque disse “vamos comer” se não vai pedir nada?

-Comer não é uma necessidade pra mim...- Ela fala despreocupada enquanto mexia nas folhas de um pequeno jarro que ficava no centro da mesa.

-Se acha gorda?- Pergunto, ela apenas solta uma risada nasalada.- O que foi?

-Clorofila corre em minhas veias...- Ainda observando o movimento que seus dedos faziam na planta noto alto. Uma raiz verde e já madura sai da pequena porção de terra que continha ali e se enrosca no dedo dela o rodeando pra passar pela palma da mão e depois nos pulsos.-Minha sobrevivência e saúde só depende da natureza.- Folhas crescem pela raiz, aquilo era magnífico. Eu já sabia sobre a origem de tais habilidades dela, ela agradecia imensamente por isso ter acontecido a si.

-Hera?- Chamo sua atenção e ela para de olhar para a planta e foca em mim. Ela murmura um “hm?!” pedindo para que eu prossiga.-Como saiu do Arkham?

-Não foi difícil.- Ela faz as raízes que rodeavam suas mãos agora se largarem dela e se enroscarem ao redor do vaso.- Um guarda entrou na minha cela comendo uma maçã... Bem, maçã tem sementes. Graças a ele eu consegui fazer um pequeno estrago na minha cela e sai de lá.

-Hera, devem estar te procurando!- Falo com as mãos na mesa com o corpo um pouco debruçado sobre ela.

-Eles não vão me procurar em Metrópolis, gracinha.- Ela fala como se fosse óbvio.- A noticia sensacionalista como “Mãe natureza á solta” passou em toda América. Mas o único departamento de policia que está a minha procura é o de Gotham.- Ela põe os cotovelos na mesa com ambas as mãos unidas e seu queixo apoiado em cima do torço.- Não tenho com o que me preocupar.

-Com licença.- A garçonete põe meu suco sobre a mesa e eu a agradeço. Quando ela estava longe o suficiente volto minha atenção para a falsa morena a minha frente.- As autoridades podem descobrir quem você é!

-Eu nunca ando pela cidade, Harleen.-Ela explica. – E devo ressaltar que é um fato muito raro sair da floresta...- Levo o copo do liquido rosa até meus lábios e experimento o gosto adocicado da fruta.- Você tem uma bela casa...- Ela comenta me encarando, minha garganta fecha e eu me engasgo com o suco. Tusso algumas vezes para logo depois voltar ao meu normal. Como ela sabia onde eu estava morando?

-Você andou me vigiando?- Pergunto massageando meu pescoço pelo desconforto do engasgo.

-Não achou que eu vim para Metrópolis só pra fugir não é? Na verdade eu vim por isso sim.- Ela pega meu copo que estava em cima da mesa e leva até sua boca tomando um gole... Mas ela não disse que não precisava dessas coisas?- Mas seria legal rever a futura senhora Wayne.- Seu tom era sarcástico assim como sua feição.

-Nós não pensamos em casamento ainda.- Foi a única resposta que eu consegui. Prendo meus cabelos em um coque alto, usando o próprio para sustentar o coque.

-Ainda?-O copo é empurrado de volta pra mim, pego o mesmo e bebo mais alguns goles até que ele é esvaziado.- Eu te vigiei por um tempo... Mas não fui a única pessoa a te vigiar.

-Como assim?- Pergunto. Tinha mesmo duas pessoas me vigiando secretamente e eu fui tão anta que não percebi nada.

-Um loiro com uma câmera fotográfica instantânea.- Quem?- Eu não sei o nome dele, mas eu o observei pelos arredores da sua casinha.- Ela faz aspas com as mãos quando pronuncia “casinha”.- De inicio admito que eu só estava interessada em me esconder, eu poderia ter ficado na floresta, mas então percebi que o bonitão estava um tanto interessado em você.

-Então quer dizer que tem um possível maníaco atrás de mim?- Um frio sobe minha espinha apenas com tal idéia, então me lembro de Coringa, mas sinto um alivio ao saber que ele estava morto.

-Ele não está atrás de você por conta própria. Ele falava muito ao celular, suponho que é a mandado de alguém.

-Quem iria querer fotos minhas?- Eu não conseguia pensar em alguém sem ser o Coringa, mas eu sequer sabia se ele estava vivo ou não, a primeira hipótese me assustava.

-Só sei que esse alguém sabe tudo sobre você. Ele sabe onde seus pais moram, onde você mora... Quem você namora todo mundo sabe, já que seu rosto já esteve em páginas do jornal local como “A bela namorada de Bruce Wayne”...- Ela para e coça o queixo como se estivesse pensando.- Sabe... Não acha ruim ser vista como a sombra dele?

-Não estamos falando sobre isso Hera!- Me irrito. Ele ergue as sobrancelhas como se estivesse falando “isso é sério?”.- Eu quero saber quem é esse homem!

-O chefe dele deve ser rico, ele tinha boa aparência, usava terno caro. Cogitaria que fosse um detetive, mas ele parece amador.-Ela respira fundo ficando séria.- Tome cuidado Harleen.- Seu tom agora era preocupado. Ela segura minha mão por cima da mesa.- Somos amigas. Certo?

-Eu não sei...- Tiro minha mão de baixo da sua rapidamente como se uma corrente elétrica tivesse me atingido.- Porque apareceu? Porque escolheu Metrópolis?- Ela baixa a cabeça como se estivesse pensativa.

-Eu gosto bastante de você Harleen...

-Eu não sou lésbica!- Isso saiu bem mais desesperado do que eu imaginei.

-Existe vários tipos de “gostar” Harleen.- Ela sorri levemente.- Você cuidou de mim no Arkham me tratando como humana enquanto todos me viam como aberração.- Era melancólico.- Eu queria me aproximar mais de você como amiga invés de apenas continuar como uma paciente daquele lugar. Eu soube que você estava em Metrópolis e vim para cá, eu não teria saído da floresta, mas eu precisava de avisar sobre isso.- Hera era humana, era alguém que eu acho que posso confiar, eu não tinha muitos amigos. Eu só tinha Selina. Eu podia dar uma chance a ela.

-Podemos ser amigas.-Ela sorri animada com a idéia. Olho para o relógio na parede e vejo que faltava cinco minutos para que Alfred chegasse ao local marcado, eu precisava ir.-Preciso ir. Ainda quero conversar com você.- Me levanto pegando minhas sacolas, ela apenas acompanha meu movimento com o olhar.- Amanhã as sete da manhã me encontre no final da trilha sul por favor. Ela confirma com a cabeça e se levanta, eu a abraço mas ela não retribui.- O que foi?

-Eu não posso te tocar por muito tempo.

-Por que?

-Meu sobrenome é venenosa por algum motivo não é?


Notas Finais


Então donas do meu clitóris, o que acharam do cap?

Queria fazer uma perguntinha simples pra vocês. O que vocês acham do fato da fic já ter passado do cap 30 e a Harleen... Bem, ainda ser Harleen? É que eu sinto que eu enrolo um pouco deixando a história extremamente longa e talvez vocês achem cansativa. Quero opinião de vocês pois pretendo reescrever a fic para outros sites e talvez fazer uma adaptação interativa ainda baseada no universo Batman, Arkham, Harley, Joker, mas com personagens um pouco mais "reais".


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