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História Criminal - Inicio do Terceiro Arco - UNDOING


Escrita por: chaotic_vhs

Notas do Autor


Olaaa <3

Como estão? Espero que bem! Esse capitulo é a junção de dois (um e meio, na verdade) pois eu simplesmente não sabia como encerrá-lo, então uni os dois! Bem, a fanfic esta realmente chegando ao fim, eu a roterizei e está otima, ao meu gosto, então temos alguns capítulos em breve, eu já havia comentado que ela estava acabando então sim, acho que até o 25 ou 30, no mais tardar, acabamos. Estou preparando alguns especiais para depois que acabar a fanfic como um pós explicando como cada casal irá terminar, como Madara e Hashi ficaram juntos e outras coisinhas a mais.

Mas, me digam por favor; preferem capítulos como esse de 7-10k de palavras para que acabe mais depressa ou capítulos menores mas que sejam mais capitulos? Por favor digam aqui para eu saber como preferem!
Aliás, leiam minhas outras duas fanfics; uma é outra NaruSasu e uma KakaObi!

Capítulo 20 - Inicio do Terceiro Arco - UNDOING


Fanfic / Fanfiction Criminal - Inicio do Terceiro Arco - UNDOING

* Leiam as iniciais* 

 

      Estava frio, mesmo sentindo o vento quente do aquecedor e Menma apoiado em meu colo e, sinceramente, só acordei por um enjoo e pelo bebê chutando em mim. Meu corpo estava tão pesado e tão cansado que levantar os olhos foi doloroso e minha coluna reclamou quando eu me remexi no banco, me fazendo gemer de dor e tocar a barriga. Deidara estava dormindo ao lado do irmão, apoiado no vidro levemente embaçado Sakura no banco da frente com Hashirama. A paisagem mudou drasticamente da noite anterior até essa manhã; a cidadezinha acabada e com prédios caindo aos pedaços de Shigakure se transformou em um espaço limpo e adorável, com construções clássicas em madeira escura e enfeites tipicamente japoneses pelas ruas estreitas que estávamos subindo e subindo. Era uma encosta de montanha. 

 

— Titio. — chamei respirando fundo e me apoiei no banco de Sakura para elevar as costas, ambos pareceram se assustar com minha fala. — Para o carro, por favor, eu quero vomitar. 

 

— Acordou enjoado de novo? — a rosada se virou para mim, soltando o cinto e segurou meu rosto, puxando um pouquinho meus olhos para baixo e eu acenei positivo. — Você está começando a ter anemia, precisa manter as vitaminas, tenta isso aqui. 

 

Ela se virou de volta e pegou um potinho com balinhas de gengibre, colocando duas abaixo de minha língua e eu me encostei novamente fazendo careta com os olhos fechados, realmente tentando focar em algo que não fosse a comida voltando. Menma se levantou, esfregando os olhos, tão confuso quanto eu estava. 

 

— Vamos parar. — ouvi a voz de meu tio, grave e irritadiço, Sakura pareceu tentar falar algo, mas fora rapidamente cortada. — Não importa o que Obito diz. 


 

O carro dobrou uma ruela e estacionou na sombra, aumentando a sensação de frio, mas eu não tive tempo de pensar sobre isso antes de abrir a porta e vomitar em um bueiro no meio fio, toda a pouca comida que eu tinha comido naquele hotel horrível voltou praticamente inteira e aquele caldo preservou a mesma aparência que ele tinha no prato, me enjoando ainda mais. Senti meus cabelos elevados enquanto tossia tentando tirar tudo do estômago, estava enjoado de mais e só queria a sensação de limpeza por dentro, era Sakura quem estava me amparando e tio Hashi estava do outro lado olhando os braços enfaixados de Deidara com alguns pontos de sangue.  

 

— Calma, é só uma fase ruim. — ela passou alguns lenços de papel na minha boca e me deu uma garrafa de água a qual fiz um bochechar e cuspi antes de a beber. — Bem, as coisas estão meio complicadas, mas você precisa se manter calmo, ok? 

 

Antes que eu pudesse questionar o motivo, o entendi bem quando Obito estacionou atrás de nós com os pneus cantando, ele saiu do carro extremamente irritado com os braços abertos e o peito estufado. Ele estava realmente irritado com algo e pronto para começar uma briga. Tio Madara saiu atrás, tentando para o filho. 

 

— Eu disse sem paradas. — ele vociferou, as sobrancelhas unidas. — Estamos chegando, seja lá o que for, eles aguentam mais duas horas. 

 

— Não, não aguentam. — Hashirama disse no mesmo tom, cruzando os braços com o rosto fechado. — Os cortes de Deidara estão sangrando desde as quatro da madrugada, Sasuke precisava vomitar, estamos com dor de ficar na mesma posição, Óbito! Pelo amor de Deus, estamos com uma criança assustada no carro! Ninguém entra ou sai daqui sem a permissão de Orochimaru, o que mais você quer?. 

 

— Eu não quero saber, Deidara troca os curativos depois, de uma sacola para Sasuke vomitar, vamos continuar subindo. — ele revirou os olhos e me encarou, eu estava nervoso e meu primo me assustava, outra onda de enjôo pelo nervosismo e voltei a vomitar no bueiro. — Ou… ok, mas depois que ele acabar vamos continuar seguindo. 

 

— Vamos parar, comer, descansar e seguimos. — o mais velho voltou a dizer. 

 

Antes que a discussão começasse, Madara interveio, ficando entre os dois e os olhou com o olhar mais tenso que eu já havia visto em alguém, ficaram alguns bons segundos assim até ele se virar e segurar o rosto de Obito nas mãos. 

 

— Eu sei que quer falar com ele e tirar essa história a limpo, mas colocar a saúde dos outros em risco não vai ajudar, nem brigar com seu pai, ele não tem culpa. — o vi fechar os olhos e descansar a cabeça no ombro do pai, recebendo um abraço. — Direcione esse ódio para as pessoas certas. 

 

Obito não respondeu, se limitou a fazer que sim e murmurar um “desculpe” para o outro pai, antes de dar meia volta e se deitar no banco de trás do próprio carro. Fazendo Hashirama ter toda a atenção do marido. 

 

— Desculpa, meu bem, ele tá’ com sono! Dirigiu a noite toda.  

 

— Madara ele tem trinta anos, você usa essa desculpa desde que ele nasceu! — o Senju suspirou frustrado, mas se rendeu ao afago na cabeça. — Esse ódio vem do seu lado, sabia? 

 

— Claro, claro. — resmungou revirando os olhos e o empurrou, indo até Deidara. — Me deixa ver isso. 


 

Madara desenrolou as faixas aos poucos dos braços do loiro, fazendo ele gemer de dor ao ter algumas cascas puxadas pelos tecidos e pelo frio, estava horrível com bolhas e camadas de pele descamando. Menma e eu olhávamos aquilo em pânico e, talvez por isso, Sakura nos puxou para fora do carro dizendo para irmos para qualquer lugar além dali antes que eu voltasse a vomitar, não demorou até sairmos da ruazinha a qual estávamos para as ruas principais que seguiam um ziguezague montanha acima. Era um vilarejo agradável e pitoresco, com as construções clássicas que pareciam diretamente do período edo, tudo clássico  o bastante para eu sequer ver celulares nas mãos das pessoas, mesmo dos poucos jovens ali. 


 

— Onde estamos, afinal? — perguntei e senti Menma segurar em minha mão, se escondendo atrás de mim. 

 

— Não sei, acho que eram umas duas ou três da madrugada quando Obito nos fez trocar de carro e ai ele e Madara sumiram até umas seis, aí mudamos de rumo e viemos para cá. — vi a rosada apontar para baixo. —  Tem portões enormes no pé da montanha com vários onis desenhados entre serpentes serpentes, é bem sinistro. 

 

— Quando meus pais voltam? — o garoto ao meu lado perguntou, ele estava assustado. —  Seu primo pegou nossos celulares, Sasuke… Quero meus irmãos, meus pais! 

 

Me perguntei o quanto eu tinha dormido para sequer notar tudo o que tinha acontecido à minha volta e em como eu estava cansado ainda que tivesse, aparentemente, apagado no banco de trás do carro. Me limitei a acariciar seus cabelos escuros e o prensar contra meu corpo, tentaria cuidar dele por Kushina e Minato e por tudo que fizeram por mim. 

 

— Aposto que vão voltar logo, ok? — disse ainda acariciando seus cabelos e ele se focou em me abraçar e deitar a cabeça em minha barriga, sentindo o bebê lhe chutar. —  Vamos comprar porcaria no cartão do tio Hashi, ele deu pra Sakura e vamos comer a vontade, ok?


Isso pareceu animá-lo e voltamos a acompanhar, eu sabia que minha amiga estava com o cartão de meu tio quando ele lhe deu antes de sairmos e, apesar de não estar com fome e meu estômago ainda se revirar eu me sentei com eles em uma cafeteria para comermos, me limitei a um chá verde e um mochi de peixe, comendo aos pouquinhos para não passar mal. Apesar da cadeira confortável e acolchoada eu me estiquei com os quadris para frente as pernas levemente abertas, mas as costas encostadas no encosto, o bebê estava bem para cima e chutando minhas costas e estômago, fazendo uma sensação estranha de dor e incômodo que eu não conseguia fazer passar, por mais que eu o empurrasse para baixo. 

 

— Uau, como está agitado! — a rosada a minha frente sorriu, puxando sua cadeira para ficar próxima a minha e colocou a mão. 

 

— Ele é filho do Naruto, com certeza vai ser uma peste igual a ele! — comentei, mau humorado apesar de estar quentinho no sol, o suficiente para não me deixar com frio mas não para me deixar derretendo, roubei sua colherzinha e peguei um pedaço do dorayaki de morango dela, fazendo careta por ser doce de mais. — Alguém pode me explicar o que aconteceu de madrugada? 

 

— Bem, Obito nos levou a uma estrada deserta onde havia outro carro esperando, sem ninguém, pegou nossos celulares e jogou tudo fora . — Menma começou, era sempre tão animado mas agora estava apático, coitadinho. —  Ele trocou e foi com Madara e seguimos para montanha, eles sumiram algumas horas e nos encontraram algumas horas antes de virmos para cá, parece um… Santuário, eu acho, tinham várias estátuas do lado de fora e templos pequenos de orações. 


 

Fiz que sim e empurrei o prato com o chá quase acabado e o bolinho de mochi para frente, me levantando em seguida avisando que ia ao banheiro e dei as costas, estressado e enjoado, só queria dez minutos sozinho. Me tranquei no banheiro e não demorei até me ajoelhar na frente do vaso e colocar tudo pra fora de novo e de novo, eu vomitei tanto dessa vez que tenho certeza ter apagado por alguns segundos, só queria que isso passasse como na gravidez comum e os enjoos simplesmente parassem de vez, mas eu permanecia curvado colocando tudo pra fora até ter somente bile para cuspir. Quando terminei fiquei apenas sentado contra a parede tentando respirar fundo enquanto limpava minha boca com papéis. 

 

— Você precisa deixar o papai comer… — murmurei sentindo algumas lágrimas caírem, porém senti meu bolso vibrar, estranhando, achei que estávamos sem celular, porém, o meu não foi pego por estar em meu bolso de trás provavelmente. —  Naruto?

— Graças a deus, porra! — o loiro suspirou aliviado e eu ouvi Kushina gritando estridente do outro lado da linha. —  Cade meus irmãos? Onde você está? Como está o bebê?

 

— Deidara e Menma estão bem. —  eu disse tentando normalizar minha pressão baixa. —  Menma está assustado e Deidara ainda está com dor, mas estamos indo bem, eu acho… Não sei onde estamos, só sei que estamos em uma montanha e o Obito ta puto. 

 

— Eles estão bem. — o ouvi repetir seguido uma prece de minha “sogra”. — E o bebê?

 

— Me fazendo vomitar até a alma. —  murmurei agitado, queria chorar novamente. —  Onde vocês estão? 

 

—  Deserto, esse seu priminho de merda  estava certo, tinha mesmo alguém seguindo a gente, mas já resolvemos, estamos… interrogando eles. — “estamos torturando até que falem”, era algo não dito mas eu entendi, apenas a ideia de Naruto e Minato, sempre tão amorosos e calmos torturando alguém fez minha pressão despencar novamente e senti meu estômago revirar mais uma vez, me fazendo tossir e cuspir algo como um bile e um restinho de comida no vaso. —  Você ta bem? 

 

— Si-sim… eu acho que sim. —  murmurei e me encostei na parede novamente, colocando uma mão sobre a barriga. —  Naruto… eu não aguento mais. — solucei e neguei, enxugando as lágrimas grossas. — Não aguento!

 

—  Eii, calma, eu sei que esta uma merda, mas lembra o que a médica disse… Repouso e calma, eu não vou deixar nada acontecer com vocês dois, eu sempre vou dar um jeito de encontrar você, ok? Prometo que se preciso eu corro o mundo todo, até se você me mandar embora eu vou ficar com você. —  eu ri dele e funguei, fazendo que sim mesmo que não pudesse ver. — Ah porra, Sasuke deixa minha mae falar com o Menma? Ela não vai parar. 

 

— Espera um pouco. — disse e me apoiei para levantar, dando descarga e fazendo um bochecho com água novamente antes de sair e voltar a mesa, esticando o celular para Menma. —  Sua mãe. 


 

O garoto pegou o meu celular e se levantou falando com a mãe um pouco mais afastado de nós, por vezes eu o via afastar o celular da orelha devido a um grito ou outro mas estava feliz, mais aliviado ao menos. Desta vez apenas bebi meu chá, sem ânimo e força para continuar comendo com  os olhos quase fechando de exaustão e o corpo dolorido. 

 

— Você está bem? — Sakura segurou minha mão preocupada, eu neguei. 

 

— Eu só quero voltar a ter cinco anos quando minha vida não era um inferno. — me debrucei sobre a mesa. —  Eu não paro de vomitar, to com dor, com sono, meus pais me odeiam, estou rodando o pais porque tem a porra de um doido atrás de mim por alguém que eu sequer cheguei a conhecer. 

 

Eu senti a mão dela em meu ombro, mas junto também veio a voz de Madara descendo a rua nos dizendo que voltaríamos a partir pois ainda tínhamos mais duas horas de carro, ele parou apenas para comprar comida para ele, Deidara e Hashirama antes de voltarmos, agradeci mentalmente por Kenma não ser burro e ter escondido o celular quando meu tio chegou então meu aparellho estava seguro, só havia uma grande icognita em minha mente pois, quando fomos pagar nossa conta, os atendentes se recusaram a cobrar e se curvaram, agradecendo imensamente um algo a qual não fazia ideia ter feito, o mesmo com tio Madara mas este pareceu sequer ligar, apenas nos chamando para ir logo. 




 

O resto do caminho foi difícil, o ar parecia mais rarefeito e pesado, estava frio e eu estava de mal jeito apesar de cochilar frequentemente — embora acordasse alguns momentos depois. Sem livros, sem poder tocar no celular e apenas pedra e árvore em volta de mim, o caminho pareceu durar quatro horas até uma outra casa no topo da montanha; era grande e bem aberta, fresca e com um enorme jardim pela frente com pessoas trabalhando nele. Havia um caminho de cascalho que levava da estrada principal até o fundo da propriedade em um túnel de árvores delicadas e finas cheias de florzinhas. A casa em si era enorme, tradicional japonesa com a madeira escura e paredes claras, o telhado alto e curvado com máscaras e de proteção em cada “voltinha”, frente a porta de entrada estavam de pé quatro pessoas; um homem alto com cabelo longo e escorrido, a pele pálida e os olhos marcados por sombra roxa, ao seu lado um outro mais baixo com o cabelo e pele brancos, com grandes óculos redondos e escorado o primeiro, ao lado de ambos dois garotos idênticos, exceto por um ser maior e ter uma cicatriz grande no rosto.


 

— Aqueles são Orochimaru e Kabuto, seus filhos Log e Mitsuki. —  titio comentou, estacionando e descemos um a um, ele ficou ao meu lado explicando. — Há um tempo atrás eu estava muito doente, Orochimaru era o melhor médico de que se tinha notícias e só estou vivo graças a ele, quando melhorei Madara e eu investimos nas clinicas dele, enfim, uma longa história, aqui é seguro para você e ele vai cuidar de vocês dois, vai ficar tudo bem, ok? Só precisa relaxar. 

 

 

Relaxar não era bem a palavra frente a frente com uma família tão branca quanto papel e que sequer piscava enquanto nos encarava, Menma agarrou em meu braço, Sakura no outro e Deidara veio atrás enquanto andávamos por trás de Hashirama, Madara e Obito. O três a frente, pois uma das crianças ainda estava no colo, se curvaram em sinal de respeito mas eu ainda não conseguia confiar totalmente neles, eu me sentia um ratinho jogado no meio de uma ninhada de cobras. 

 

—  Sejam bem vindos. — o cara com o óculos falou com um breve sorrindo, ajeitando o filho no colo. —  Hashirama-sama e sua família, é bom recebê-los e servi-los novamente. 

 

— Deixe disso! Vocês salvaram minha vida uma vez e agora estou pedindo outro favor, estou devendo duas vezes! — meu tio disse bem humorado, se abaixando um pouquinho para cutucar a criança no colo. —  Nós quem somos gratos a vocês! 

 

— Esse deve ser Sasuke. — o homem com a sombra pesada roxa desviou os olhos para mim, o sorriso aumentou e eu senti meu corpo ser abandonado por meus amigos quando ele se aproximou, segurou meu rosto entre as mãos. — A semelhança com Izuna é realmente surpreendente, quase como clones… Claro que o rosto de Izuna era mais fino e os lábios um pouco maiores, mas ainda sim. — sua voz era, de alguma forma, ardilosa como sentir serpentes escorrendo em minha pele, mas logo ele me soltou e levantou uma mão, várias pessoas vestidas exatamente iguais saíram de dentro da casa. — Levem nossos convidados.

 

— Não se esqueçam de aquecer a casa e servir-lhes o café da tarde. — o de óculos voltou a falar quando viu as pessoas passando entre nós, eles pareciam mais afeiçoados a ele, abaixando a cabeça e o cumprimentando com sorrisos enquanto ao outro se limitavam a abaixar a cabeça. — Lembrem-se que Sasuke fica ao lado do quarto de Itachi, Madara e Hashirama na suíte principal, Sakura será pupila de Orochimaru-sama… Vocês se lembram de todo o treinamento? 


 

Todas as quinze pessoas estavam vestidas de forma idêntica; com algo roxo amarrado na cintura, calças pretas e uma espécie de tecido roxo cobrindo até os joelhos, as camisas eram todas tradicionais mas diferenciavam el algumas com pequenos selos no peito; “treinamento”, outros com “enfermagem” e até “guarda e segurança”. Foram os que consegui ver. Não tive tempo de falar com meus amigos, fomos separados quando nossas malas começaram a serem tiradas do carro e as pessoas começaram a nos levar para dentro, mas ao que entendi, Sakura ficaria na ala dos estudantes, Deidara iria para a sala de recuperação e Menma se recusou a me soltar e a ir para seu próprio quarto e eu disse que tudo bem ele ficar comigo, então nós dois fomos levados para dentro da mansão tradicional com quartos e salas de mais para eu contar, passamos por um jardim de inverno e uma estufa até um portal adornado com serpentes negras e olhos vermelhos, o símbolo Uchiha em prata no arco de cima; era como uma espécie de casa dentro da casa maior, com uma grande sala de estar com futons, lareira e televisão, uma cozinha ao fundo com um deles preparando comida e um corredor com mais quartos, cada um com um nome e até mesmo para “Mikoto e Fugaku”. 

 

— O desjejum vespertino será servido em breve. — os gêmeos Sakon e Ukon nos deixaram frente a uma porta com meu nome, eles eram exatamente iguais e com o cabelo liso e branco tampando um dos olhos, se curvaram brevemente. — Desejam comer algo em específico? 

 

— Qualquer refeição pode ser prontamente preparada. — foi a vez de Ukon falar. 

 

— Bolo de chocolate com bastante cobertura? — Menma se arriscou, me abraçando por trás. — Com refrigerante? 

 

— Será providenciado. — disseram juntos e os olhos se voltaram a mim e neguei. — O quarto tem tudo o que precisam, no ármário tem roupas limpas, no banheiro produtos para higiene e existe um bar com água, café e snacks, se precisarem de algo mais é só apertar a campainha. Até breve, Sasuke-san, logo traremos as roupas para Menma-san. 

 

Eles sinceramente me assustavam e eu apenas fiz que sim para tudo que falavam e puxei o garoto comigo antes que alongasse a conversa pedindo mais doces, entramos rapidamente, sem nossas malas pois as roupas “precisavam ser limpas”, segundo eles. O quarto era realmente bonito com a madeira clara no chão e bem espaçoso, haviam duas portas ao fim do cômodo, provavelmente banheiro e closet, duas poltronas perto de uma janela aberta, deixando uma brisa gelada balançar as cortinas de organza pretas com o símbolo Uchiha suavemente, realmente havia uma bancada com um frigobar, armários com comidas e uma máquina que podia preparar qualquer bebida com cápsulas, desde refrigerante até bebidas alcoólicas. A cama era de futon e bem grande, com o local para dormir separados com shōji e havia uma linda pintura de uma árvore negra e sem folhas na parte, frente a um sol vermelho atrás dela. 


 

— Vou tomar um banho, tudo bem? — me virei ao garoto, entregando meu celular secreto a ele. —  Estou sujo e suado, todo vomitado, se alguém chegar é só atender. —  Menma fez que sim e caminhou pelo local, olhando as coisas enquanto eu fui atrás de toalhas e as trocas de roupas mencionadas. 


 

O closet era bem grande e espaçoso, havia realmente muitas trocas de roupas embora todas fossem tradicionais, algumas mais ornamentadas e outras mais simples. Pensei em colocar um dos hakama mais simples, mas duvidei que fossem servir com a minha barriga já que elas se amarram justamente abaixo do peito então apenas me serviu um yukata preto com simbolo do meu clã nas costas. O banheiro também seguia o estilo tradicional com uma banheira de bambu grande e quadrada, uma ducha com bancos para sentar e uma sauna, talvez o que mais destonava fosse a pia dupla, mas ainda tinha o mesmo estilo que o resto do lugar. 


 

Uma ducha era o suficiente. Tirei minhas roupas e coloquei no cesto de roupa suja, separando um tempinho para me olhar no espelho enorme acima da pia. Eu devia engordar mas eu parecia mais magro, e era estranho como minhas costelas marcavam e do nada subia para a barriga que, apesar de não ser grande para o quinto mês, estava redondinha e meu umbigo estava mais cheinho, ainda não estava para fora, mas eu conseguia ver a bolinha subindo. Acariciei meu bebê e sorri, lhe contando baixinho o quanto eu estava com medos e estressado e, talvez para me consolar, ele chutou de volta. 


 

Quando sai do banho, já vestido e penteado Itachi estava conversando com Menma, ambos sentados nas poltronas e os olhos caíram sobre mim quando entrei, não tive muito tempo antes de correr até meu irmão e o abraçar com força, esfregando o rosto em seu peito enquanto ele me fazia carinho. 

 

— Itachi-nii! — murmurei sentindo os braços dele me rodeando e esfregando minha nuca. — Como estão os gêmeos? E o Shisui? 

 

— Estão bem! Você tem de vê-los depois, são gorduchos e pequenos. — disse e nos separou, segurando meu rosto entre as mãos. —  Fiquei tão preocupado, não pude ir com você… Me desculpe. — ele deixou alguns beijinhos em meu rosto e se virou ao meu “cunhadinho”. — Eii, Sasuke e eu precisamos conversar, Tayuya fez alguns doces na cozinha, o que acha de ir pedir alguns? 

 

O garoto fez que sim e gritou animado, correndo para fora e logo a porta foi batida, neguei levemente rindo de como era adorável o fato de estarmos no meio de fogo cruzado e Menma continuar tão feliz com apenas doces. Meu irmão me ajudou a sentar na poltrona e me serviu de cappuccino quentinho da máquina enquanto tomava café preto. 


 

— Obito disse que temos um espião. —  comentei assoprando o copo e deixei o pires em cima da minha barriga, rindo de como ele pulava com os chutes do bebê. —  Quem você acha…? 

 

— Sasori. —  respondeu sem sequer me deixar terminar. —  Talvez Hidan, talvez os dois. 

 

Um arrepio percorreu minha espinha e eu me endireitei na poltrona, finalmente tomando o líquido sentindo meu corpo ficar quentinho por dentro. 

 

— Como foi com eles? — perguntou esticando a mão e tocando minha barriga, fazendo carinho pelos montinhos, ele sorriu. 

 

— Eles discutiram comigo que seria menino sendo que claramente eu sei que é uma menina. — resmunguei irritado e o vi elevar uma sobrancelha, talvez fosse comentar algo mas estreitei os olhos e ele desistiu se focando na barriga novamente. —  E queria colocar o nome do bebê de Uzumaki! Ele precisa ser Uchiha.. 

 

 

Antes que pudéssemos sequer continuar a conversa ou algo parecido fomos interrompidos pelo choro de crianças e algo quebrando, barulhos de coisas caindo. Itachi foi o primeiro a correr na frente e, quando sai, haviam muitas pessoas no corredor, inclusive meus tios correndo só de toalha até o que parecia ser o quarto de Shisui. 

 

—  Vagabunda imunda! — era a voz de Obito, me aproximei da porta colocando só os olhos para dentro para ver meus tios segurando o filho enquanto meu irmão estava de braços abertos protegendo Shisui no chão, frente ao berço dos gêmeos chorando e o quarto estava uma desordem. —  Conta pro seu precioso Itachi, vadiazinha burra do caralho! Conta que você chupou meu pau até engasgar, conta que você me dava todas as noites depois de falar com ele. Conta, arrombado de merda! 

 

— Jesus. — dei um pulinho ouvindo Deidara atrás de mim, ele estava todo enfaixado e com curativos, mas parecia bem atento. — O que ta rolando?

 

— Não sei não. — sussurrei também, afastando quando Obito tomou impulso para avançar novamente pra frente. —  Eles estão brigando, eu acho. 

 

Vi meu primo se afastar um pouco e pegar o celular, digitando um pouco enquanto meus tios tentavam falar para o tirar dali e Itachi se virou para puxar Shisui do chão, o colocando na cama e limpando seu nariz que sangrava, tudo pareceu ter se acalmando mas lentamente o celular foi passado a Itachi. 

 

— Eu nem sei de quem são essas crianças. — desta vez a voz de Obito estava assustadoramente calma, todos se aproximaram, inclusive eu e Deidara, mas meu irmão mantinha o controle da tela. 

 

—  Itachi não lê isso! — Shisui disse em desespero, segurando nos braços de meu irmão, mas foi empurrado na cama. —  E-ele ja me mostrou isso! É falso! Ele inventou, ele… 

 

—  Você deu pra ele e pra mim? — Itachi disse, incrédulo. —  Eu ia pedir o Deidara em casamento e você arruinou tudo com as crianças sendo possivelmente de Obito? 

 

Coloquei a mão na boca e meu olharse cruzou com o do meu tio Hashirama, nós dois estávamos incrédulos, meu tio Madara colocou as mãos na cintura e uniu as sobrancelhas e Deidara tomou a frente, puxando o celular dele e leu alguns bons momentos. 

 

—  Você é a porra de uma vadia. — Obito disse novamente, mais calmo, mas a voz tão afiada quanto navalha. — Eu quero um teste de DNA nos bebês, se forem meus ficarão comigo, se forem de Itachi com ele, nenhuma criança merece um surtado igual a você. 


 

Todo mundo ficou em silêncio além das crianças gritando assustadas no berço, ninguém sabia o que fazer e até mesmo Shisui apenas olhava incrédulo para Obito que agora sorria. Meu irmão e Deidara ainda olhavam as conversas no celular e Hashi e eu estávamos chocados para sequer agir, mas então tomei a frente também. Já que a merda estava no ventilador então eu ia jogar mais um balde. 

 

—  O que você deu pro meu irmão? — perguntei, incerto quando todos se focaram em mim, e dei passos à frente. 

 

— Seu irmão dormiu comigo por que quis. —  ele disse e fez questão de sorrir e enfatizar o "dormir"  olhando para o loiro furioso. — Não queira aparecer em um momento que não é seu, Sasuke. 

 

— Deidara foi drogado para transar com Sasori, quem garante que você não fez o mesmo? É tão estranho vocês dois terem se beneficiado tanto com isso. —  disse no mesmo tom de deboche e senti os olhos azuis me queimando pelas costas, me inclinei levemente. —  Recuperamos as filmagens de segurança da casa, sabe como papai é neurótico e só apaga o HD de segurança a cada cinco ou seis anos, estamos analisando, é bom não ter nada mesmo, Shisuizinho, ou eu… 


 

— Já chega! — foi a voz de Madara que ecoou, entrando a minha frente e colocou as mãos em meus ombros, me tirando do quarto, mas então foi a vez de todos sairem também, inclusive Obito. — Sei que estão com raiva, Shisui é um arrombado e vamos entender isso tudo, mas querendo ou não ele está no pós parto ainda, está cansado e com dor, e isso é algo que nenhum de vocês entende, nenhum de vocês entende o quanto é horrível essa fase das crianças então, odiando ele ou não, errando ou não, ele vai descansar agora. 

 

—  Nem fodendo! Eu… — meu primo tomou a frente, mas se calou com o olhar do pai. 

 

— Obito, as crianças estão assustadas e chorando, Shisui não deve dormir a dois dias, eu conversei com ele e o peito dele está machucado, ele está com dor, Deidara está machucado, temos outro adolescente grávido aqui, você e Itachi já estão errados pra inicio de conversa por terem transado com um adolescente um ano mais velho que Sasuke. — suas mãos foram até os ombros do filho, suspirando. — Por favor, me deixe só acalmar as crianças, deixe ele descansar, então eu deixo você gritar o quanto quiser. 

 

Obito se virou bruscamente, saindo das mãos do pai e segurou em meu pulso, me puxando dali para fora, me fazendo trancar a respiração e fora tão rápido que eu sequer tinha visto onde estávamos indo, nem mesmo Itachi conseguiu nos seguir. Era como se tivéssemos entrado em um buraco de minhoca, nos teletransportado. De repente estávamos no jardim de inverno no meio da casa, eu sentado em um banco feito no próprio tronco de uma árvore velha e colocado a o lado do pequeno laguinho, tive que deixar os quadris para frente para minha barriga ficar no mínimo confortável. Ele estava tateando os bolsos com pressa enquanto um charuto pendia nos dentes, finalmente achou o esqueiro e o acendeu. 

 

— Fale. — disse tragando aquilo, se afastou um pouco para que não pegasse em mim, olhei em volta, para ter certeza que não havia ninguém ali. 

 

— Bem, Deidara disse que Sasori o drogou, ele é químico e sabe dessas coisas… disse que estava zonzo e não se lembrava das coisas, com Itachi foi mesmo então eu imaginei que… — Obito fechou os olhos, soltando a fumaça pelo nariz e andou de um lado para o outro, parecia querer socar algo, ou alguém. —  Menma sabe como analisar as filmagens, ele só precisa do código de rastreio e de um bom computador! Deixa a gente ajudar, por favor! 

 

— O pirralho? — ele parou, elevando uma sobrancelha e bateu as cinzas na caixinha do próprio charuto, fiz que sim. — Muito bem, um computador. Ele vai ter um. — juntei as mãos animado, finalmente alguém não me tratava com um bebê de porcelana. —  Aliás, Naruto e os outros estão vindo para cá. 

 

— Achei que tínhamos um espião e ninguém fosse vir… — o encarei confuso, tossindo pela fumaça, mesmo ele estivesse meio longe. —  Onde estamos afinal? 

 

— Confio em alguns, em outros não. Duvido que Kushina e Minato ou seus filhos fossem trair a organização e entregar o neto de bandeja. — ele suspirou, mais calmo e se sentou nas escadas entre a casa e o jardim, ele molhou a mão no pequeno laguinho que passava por baixo das escadinhas de madeira, circundava o local até o meio onde havia o local principal, então apagou o charuto e o guardou novamente. — Há um tempo atrás, antes de tudo ficar ruim meu pai teve um problema, era tipo um câncer nas células, eu nunca entendi isso bem, mas basicamente era uma desordem celular e o corpo dele simplesmente parou de desenvolver anticorpos então além do tumor ele começou a ficar doente por tudo, desde resfriados até infecções alimentares por mínima que fosse a bactéria, achei que estivesse tudo perdido, todos achamos, até… — ele abaixou a cabeça e apoiou os braços tatuados nos joelhos, rindo baixinho e negou antes de me olhar novamente. —  Até fomos com ele escolher um terno pro enterro, ele mesmo escolheu seu caixão, inclusive era bem brega cheio de pinturas de árvores e flores e strass e todo o tipo de parafernalha que uma perua escolheria. — nós dois rimos desta vez e deixei as mãos sobre meu ventre. —  Enfim, nenhum médico queria operar ele ou tratar porque isso poderia ser pior do que não fazer, nada ajudava, então achamos o Orochimaru e sua pequisa celular ambiciosa, toda a comunidade médica julgou insana e ele não tinha credibilidade nenhuma, a clínica estava falindo então fizeram um acordo, se desse certo papai poderia ser seu modelo vivo de exibição da teoria e ele poderia apresentar o caso como prova e, de desse errado… bem, não o denunciariam pela morte dele. No fim deu tudo certo, apesar de ter sido meses de um tratamento horrível e doloroso, mas deu certo e desde então meus pais financiaram todas as pesquisas dele e ele foi voltando a se erguer, é uma faca de dois gumes, entende? Então eles montaram uma espécie de orfanato para crianças problemáticas e rejeitadas, então eles vem para cá, são tratados e ensinados em cursos na aréa da saúde e quando estão prontos se mudam, mas a maioria prefere ficar na vila aqui em baixo fora da clínica, sabe… Kabuto é muito maternal com todas as crianças, todos o chamam de mamãe então nenhum que realmente se afastar. 

 

Fiquei o encarando, absorvendo toda a história, era bem pesada e eu sentia minha mente zonza, mas ainda sim permaneci ali, tentando entender tudo. Meu primo era oito anos mais velho que eu, dois anos que meu irmão e alguém assustador, grande e forte, cheio de tatuagens — literalmente dos pés até a cabeça — piercings e muito mal encarado, com um olho falso negro muito sinistro. Sempre irritado e fumando. Era estranho pensar nele vulnerável pois, desde que eu era pequeno e ele adolescente sempre fora assim, só que com menos tatuagens. 

 

— Por que todos da Akatsuki obedecem a você? — perguntei também afinal, não era todo dia que havia alguém disposto a me explicar as coisas sem um filtro para “amenizar” tudo. 

 

Obito suspirou e elevou uma sobrancelha, talvez incrédulo, mas então revirou os olhos e se recostou nas escadas, esticando as costas. Talvez eu já devesse saber de algo. 

 

— Esqueci que você é protegidinho da família… bem, os Uchihas tem todas aquelas empresas de investimentos como uma renda secundária e de fachada, você deve saber, então eu… — ele parou quando me viu abrir a boca e me inclinar para frente, prestando mais atenção na historia. — Puta merda, você não sabe… Enfim, achou que a gente tem dinheiro só investindo na bolsa? O caralho que é, Sasuke, o caralho. Os Uchiha exportam obras de arte e armas para fora do país a anos, antes até de eu mesmo nascer, tem umas outras coisinhas ainda mas enfim, o principal é isso, a gente tinha muitos homens entrando e saindo pra segurança e coisa assim, mas muita gente entrando e saindo abre espaço para traição e pra furos, então montei a Akatsuki, como um grupo fixo e de elite para fazerem o que cem homens faziam. Escolhi os melhores assassinos, os melhores ladrões, escolhi tudo, quando Tobirama fez o que fez os mandei atrás dele, confesso que é decepcionante não terem o pegou ainda, mas eu também não consegui então dou um desconto.   

 

Meu estômago embrulhou e tremi, muita coisa pra minha cabeça digerir. Mas senti raiva, como podem me esconder tudo isso  de mim por fodendos anos? Uni as sobrancelhas e cruzei os braços. 

 

— Inferno! —  disse e ele deu um pulinho para trás. — Odeio eles por ficarem disfarçando essa merda, por que eu não sei de nada? Puta que pariu que caralho. 

 

Obito riu e se levantou, vindo até mim e me deu um braço para me apoiar ao levantar e colocou uma mão em minha lombar para ajudar. 

 

—  Come e descansa, amanhã te fofoco mais podres e.. não conte ao meu pai que eu fumei perto de você. — ele me deu uma nota de cem, eu não contaria de qualquer jeito, mas aceitei o suborno. — Nem do que eu te contei… — outra nota e eu estava começando a gostar de saber das fofocas mais do que eu já tinha gostado, ele fechou a carteira, mas a abriu de volta e me deu mais duas notas. — Nem nada, vamos… falar que eu só perguntei das filmagens, ainda hoje levo o computador do pirralho. 


 

*



 

Eu acordei com um arrepio na espinha por uma respiração estar espiralando em mim, Menma havia adormecido nos meus braços durante a tarde após o café mas agora já não estava aqui mais, mas eu sabia quem era pois era impossível ter um Uzumaki em uma residência e simplesmente não saber que ele estava lá. Eu podia ouvir Kushina falando e ela provavelmente ainda estava na porta de entrada. 

 

— Boa noite pra você, Naruto. — sorri sonolento e ainda nem havia aberto os olhos quando senti um beijinho em minha testa e o bebê acordando. 

 

— Eu sou inesquecível, não é?  —  ouvi aquela risada de pirralho e senti sua mão escorrer em minha barriga. — Meu meninão já acordou?

 

— Menina. 

 

O corrigi e me virei para ele, os olhos azuis estavam brilhando e a janela ao lado da cama estava aberta, o céu naquele meio termo entre o azul escuro e o rosado-alaranjado do sol se despedindo. O abracei com mais força o puxando para um beijo mais fundo e mais intenso, suspirando quando senti sua língua escorrendo na minha e suas mãos puxando uma de minhas coxas, algo duro encostou em mim e fez questão de esfregar aquilo em minha coxa. 

 

— Sabe o que é isso? — perguntou mordiscando meu pescoço e eu ri baixinho, ele levou uma mão para o local e puxou de volta. — Isso mesmo, uma caixinha! — simplesmente desatou a rir sem parar e a gargalhar, revirei os olhos e subi em seu colo, ficando sentado sobre sua cintura. 

 

— Insuportável, eu odeio você. — bufei e revirei os olhos, sentindo as mãos apertando minhas coxas antes de me dar alguns tapinhas. 

 

— É que eu queria fazer uma surpresa, ok? — ele se levantou também, ficando sentado comigo no colo e me deu mais um selinho. —  Eu meio que tinha planejado uma coisa mais… romântica, mas duvido que seu irmão vai me deixar sair com você ou algo assim, então… — ele suspirou e segurou a caixinha com as duas mãos, meu coração estava tão acelerado que eu senti ele brigando com o bebê para quem pulava mais. — Ham… apesar de tudo e todas as tretas que a gente arrumou, do fato de eu te ter engravidado na sua primeira vez e… enfim, todo o resto… Sasuke eu meio que gosto de você, gosto muito e eu sei que estamos pulando muitas etapas, tipo um namoro oficial e coisa assim, mas juro que quando isso tudo acabar e você estiver seguro eu quero morar só eu, você e nosso filho juntos, em um lugar só nosso, com nossa vida e, apesar de eu brincar, juro que não me importo com menino ou menina, um, dois ou vinte crianças, nem com um maldito sobre nome, Sasuke…  — ele abriu a caixinha, deixando um anel prateado com uma pedra azul bem discreta no centro, meus olhos ficaram embaçados e eu tampei a boca chorando baixinho, eu mal conseguia acreditar. — Eu só quero casar com você, onde for e como for. 


 

Eu solucei alto fazendo “sim, sim, sim” várias vezes, eu estava chorando e, por mais que odiasse admitir, não era apenas pelos hormônios. Era o melhor momento da minha vida e eu mal conseguia respirar de tanto que estava surtando, mas lutei mas não tremer quando ele segurou minha mão para colocar o anel, assim como eu fiz com a dele depois. Senti as mãos dele rodeando meu corpo. 

 

— Não é um diamante super caro como está acostumado, mas é com o mesmo carinho. — sorriu, deixando um beijo em meu pescoço. 

 

— É perfeito. —  sussurrei e o abracei de volta, enxugando as lágrimas. —  Fiquei tão preocupado com vocês… Com você, com saudade.. 

 

— Estou aqui agora.  — murmurou baixinho chupando a mesma área que ele beijou, deixaria marca e suas mãos foram a minha bunda. — Com muita saudade… 

 

Naruto deslizou a língua em meu pescoço, mordendo a região em seguida, eu rebolei sobre ele algumas vezes suspirando e agora eu estava certo de que aquilo duro não era outra caixa. Rebolei ali, com mais força e devolvi os beijos em meu pescoço no dele, mordendo a pele bronzeada. 

 

— Espera… —  sussurrei, olhando em volta. —  E os outros? Cadê seu irmão? E se ouvirem? 

 

— Menma ganhou um computador de Obito e nem sequer piscou quando eu entrei, meus pais estão fofocando com seus tios la na entrada e eu tenho certeza que Pain e Konan estão transando já, eu peguei eles tentando umas tres vezes nos últimos dias, foi horrível! —  ele dramatizou me fazendo rir, o senti me puxar com mais força sobre o membro duro e eu gemi baixinho, desviando o olhar. —  Vamos… prometo que não tenho mais nada nos bolsos. 


 

Suspirei olhando as portas fechadas entre a cama e o resto do quarto e fiz que sim, voltando a beija-lo tão intensamente quanto antes, continuei rebolando e levei uma de suas mãos aos meus seios levemente inchados, eles encaixavam perfeitamente em suas mãos agora e estavam tão sensíveis que senti que podia chegar ao ápice apenas com ele torcendo meus mamilos. Eu pedi por mais e joguei a cabeça para trás quando ele abriu meu yukata e deixou meu corpo exposto para ele, sua boca tocou meus mamilos e mordeu, chupando em seguida, continuei rebolando sobre ele, mais e mais, o apertei pelos ombros quando senti meu membro contrair e minha roupa íntima ficar molhada. 

 

— A porra, eu… — não consegui terminar e apenas acabei gozando contra a barriga dele, ainda na minha cueca. 

 

—  Já? —  questionou com uma sobrancelha elevada e sorriu, afastando a boca de meu peito. —  Ta’ saindo leite do teu peito. 

 

Minhas bochechas coraram violentamente com aquilo e abaixei o olhar, apertando meu peito algumas vezes vendo os jatinhos voarem ainda finos. 

 

—  Meu deus tá saindo leite mesmo. —  murmurei assustado, verificando o outro que teve o mesmo processo, olhei para Naruto que me olhava com um riso contido, um filete de leite caindo em seu queixo. —  Tava mamando em mim? Por isso estava sugando tão forte?

 

Naruto riu e balançou os ombros, estava furioso por ele estar literalmente mamando e sequer avisou ou teve o senso de que esse leite não era para ele. Lhe dei um tapa no braço e me tampei, levantando da cama para arrumar yukata. 

 

— Estranho insuportável! — resmunguei me preparando para sair. 

 

— Eii, não! — senti seus braços em mim. —  Eu fiz porque você estava gostando, mas estava caindo leite em mim, era pra eu cuspir em você? — resmunguei e voltei a me sentar, sentindo seus beijinhos em meu pescoço. —  Vamos, antes que alguém venha aqui…

 

Me rendi a ele mais uma vez, agora deitamos e, enquanto ele me beijava, senti novamente as faixas do yukata caindo e ele se encaixou entre minhas pernas, segurando com uma mão na parede e a outra no futon como apoio para impulsionar o quadril sobre o meu. Forte o bastante para me fazer gemer baixinho e eu só o queria dentro de mim, coloquei as pernas em sua cintura, puxando um pouquinho minha cueca para o lado para sentir na pele aquela elevação. Menma que me perdoasse mas eu precisava foder com ou sem ele no cômodo ao lado. 


 

Mas é claro que não temos paz na vida e Kushina entrou de uma vez no quarto, junto a Minato e, aparentemente, todos os irmãos juntos. Sussurrei um “merda” e tentei me levantar, mas Naruto acelerou ainda mais a cintura, se esfregando desesperadamente em mim e eu estava prestes a surtar, sem poder gemer e com pessoas bem a nossa frente enquanto eu estava literalmente ficando duro novamente. 

 

— A gente precisa sair, Naruto. — sussurrei e fechei os olhos, o abraçando quando ele aumentou a força mas diminuiu o ritmo. 

 

— Não.. — murmurou ao meio tom, apertando meus seios e enfiou a cara entre eles. — Quase… Eu só preciso acabar…

 

— Oh cadê Naruto e Sasuke? — ouvimos a voz de Minato. — Dormindo? 

 

— Ah nem fodendo. — vi os olhos azuis se revirando e ele parou, ofegante e levantou, abrindo um pouco as portas e colocou somente o rosto para fora, dizendo baixo. — Sasuke esta com dor de cabeça e um humor horrível, nós vamos sair logo, deem só mais um tempinho a ele. 

 

Ouvi alguns murmúrios e finalmente eles saíram, me desejando melhoras, e Naruto voltou  a mim, desta vez, sequer fechando a porta entre o quarto e a cama, apenas tirou a camisa e se deitou sobre mim novamente, sorrindo. 

 

—  Hum.. agora sim posso te comer todo. — murmurou puxando minha cueca de vez do corpo e a jogou no chão, tomando um tempo para beijar minhas coxas e eu as abri, o deixando ter visão total de mim, ele sorriu. — Você é tão adorável, rosinha e fofo…— disse baixinho, abrindo a calça e deixando o membro lustroso e grande para fora, estava duro e empinando. — Abre bem. 

 

— Dor de cabeça? Mas ele estava bem agora pouco. — era a voz de meu irmão.

 

Então um de meus piores pesadelos aconteceu; a porta abriu novamente e Itachi entrou junto a Minato e Kushina. A porta de entrada era, alinhadamente e bem milimétrica, com a cama. Eu apenas vi o casal arregalar os olhos de uma vez e, lentamente, meu irmão se virou arregalando os olhos também. 

 

— Ai meu deus! — gritei fechando as pernas e puxando as cobertas para cima de mim. 

 

— O que foi? Machucou? Eu ainda nem tinha colocado… — Naruto se levantou da cama de uma vez, elevando as mãos e suas calças acabaram de cair até os tornozelos, me fazendo gritar ainda mais e apontar para a porta. 

 

Naruto gritou, eu gritei, eles gritaram. Todo mundo gritou. O loiro estava tentando puxar as calças de volta, mas era inútil e ele só caiu para trás e minha vergonha ficou ainda pior quando Pain veio correndo com uma arma engatilhada, pronto para atacar quem quer que estivesse ferindo sua mãe que gritava “meu deus” desesperadamente, mas então ele parou na porta do quarto, olhando entre o irmão caído no chão e eu, só para cair no chão de joelhos rindo enquanto segurava a barriga. 

 

— Isso ai Sasuke tem que aproveitar mesmo! —  agora era Tio Hashirama com uma caneca de café na porta. — Quando você fica velho dura só quinze minutos! 

 

O encarei incrédulo e Naruto finalmente conseguiu colocar as roupas de volta, me jogando minha roupa intima e se levantou, esticando os braços. 

 

—  Calma, calma, não é assim também! — o loiro disse e vi meu irmão sair da estática pronto a soca-lo. —  Nós… 

 

— Dura quinze minutos teu cu, Hashirama. — Tio madara apareceu cheio de bobes no cabelo e uma máscara verde na metade da cara, aproveitei a chance e fui para trás das portas, onde ninguém conseguia me ver e me vesti, arrumando a roupa em mim. — Dura quinze minutos por que você é broxa! 

 

Desta vez até eu mesmo ri, mas Obito que seguia o pai com um tubinho em uma mão e dois pepinos cortados na outra não parecia tão feliz assim com as declarações da vida sexual dos pais. 

 

— Está insatisfeito por acaso? — o Uchiha mais velho começou a gritar novamente, descendo a chinelada no marido que se encolheu. — Porque não pede pro Orochimaru um viagra? 

 

— Ainda bem que eu não preciso disso… — fiquei incrédulo quando Minato comentou, ele era uma dessas pessoas que você meio que não acredita que faz sexo, para mim todos os filhos deles vieram da cegonha. 

 

— Ah pois talvez precise. — Kushina cruzou os braços e eu comecei a rir também. 



 

O jantar fora estranho. Claro que Pain fofocou para todo mundo e agora a metade prendia o riso, Kushina e Minato, Madara e Hashirama estavam brigados uns com os outros e meu irmão parecia querer queimar Naruto vivo, o olhando fixamente na mesa. O resto se segurava para não rir e agradeci por Hidan e o resto não estarem aqui. 

 

— Alguém pode, por favor, me passar o molho de salsichas? — Deidara comentou, fazendo todos darem uma tosse tentando disfarçar a risada. 

 

— Vai querer essa grandona aqui? — foi Nagato quem tomou a frente empurrando a bacia de louça amarela para o irmão. — Apesar que eu acho que uma bem pequenininha deve ser do tamanho certo hein.

 

Os irmãos riram e eu percebi que Minato e Hashi também queriam rir, mas não o faziam por seus cônjuges bravos. 

 

— Sasuke quer suco ou prefere um leitinho bem quente? — foi a vez de Obito provocar e eu nem sabia que ele tinha humor. — Quer na boquinha? Cuidado pra não derramar no resto da cara, hein? 

 

—  Que isso, acho que leite não combina com ovos. — agora era Pain, colocando dois ovos cozinhados no meu prato. —  Aliás, quer uma almofadinha? 

 

Suspirei profundamente, enfiando comida na boca para  não matar ninguém ali, nesse ponto Minato e Hashi estavam literalmente se contorcendo na cadeira de tanto segurar o riso. Naruto se limitava a comer quieto e de cabeça baixa, estávamos separados com ele ao lado da mãe e eu ao lado de meu tio. 

 

— Naruto. — foi Itachi quem chamou, vi o loiro levantar a cabeça do outro lado da mesa. — Cada piada é um chute a mais na sua bunda. 

 

— Na dele porque a do Sasuke não da. — Obito comentou e finalmente o riso estancou e todos começaram a rir, até Madara e Kushina e eu os olhei incrédulos. — Que cara é essa, Itachi? O pior que podia acontecer já aconteceu, ele ta gravido já, daqui pra frente é só ladeira abaixo. 

 

— Ai ai esse Sasuke viu… — Deidara começou mexendo seu suco despreocupadamente. —  Desceu a ladeira todinha escorregando no tronco. 

 

— Naruto, essas duas últimas contam por dez, cada uma. — meu irmão voltou a dizer enquanto todos riam. 

 

—  Gente vocês sabiam… — agora foi Menma e eu perdi as esperanças, até a criança era corrompida. — Que Naruto e Sasuke não foram os únicos a terem avanços hoje? Consegui decodificar as filmagens e tem tanta coisa interessante… — ele sorriu maldoso e os olhos dele se focaram no corredor onde Shisui parecia escorado no batente, voltando para dentro em seguida. —  Vamos ter uma reunião depois de amanhã à noite, não é? Com todo mundo, vou mostrar as filmagens lá.


 

O encarei e ele sorriu e eu soube que eu estava certo. Shisui e Sasori fizeram merda. Haviamos o pegado, finalmente, os pegamos! 


 

— O que é isso no seu dedo, querido? — tio Madara segurou minha mão com a aliança e a elevou. — Oh é de noivado? Não parece de namoro.. Você está noivo, Sasuke? 


 

Silêncio total. Ninguém falou nada e o próximo som foi o grito esganiçado de Naruto e um prato se espatifando no chão. Tinha certeza que estávamos expulsos no dia seguinte pois em nem vinte e quatro horas já tínhamos quebrado metade da ala Uchiha. Eu estava realmente com um humor de merda agora, uma cólica insistente pela irritação. 

 

— Boa noite. 

 

Empurrei o prato pela metade e sai da mesa, tentando disfarçar a cólica  crescendo em mim enquanto caminhava para o quarto, ignorando enquanto me chamavam, fiz questão de trancar a porta e ignorar todos que me chamavam sem parar para continuar comendo, não me importei de ser um chato ou sei lá, eu só queria ficar em paz. Emoções de mais, eu sabia que eram emoções de mais para um curto período de tempo e eu precisava o contrário disso, a cólica em mim dizia o que eu já tinha tido o bastante. 

 

Resolvi tomar um banho de banheira enquanto os deixava falando sozinhos fora do quarto, então enchi a banheira bem quentinha e com os sabonetes que achei no armário, ignorei as ligações e batidas, até tranquei as janelas para não pularem. Apaguei as luzes e deixei apenas algumas velinhas acesas. 

 

— Paz, finalmente. — sussurrei ligando meu celular com música e tranquei a a porta do banheiro também, me sentei na água perfumada e fiz carinho na barriga. —  Somos só nós, não é? 

 

Fiquei ali curtindo minha música e fazendo massagem em mim mesmo, diminuindo a dor e aliviando minha preocupação. Apesar de toda a confusão e raiva dos últimos dias, aquele momento era perfeito, calmo e eu me sentia realmente conectado com meu bebe, me sentia acolhido com ele e me sentia importante, era uma sensação realmente inexplicável a qual eu queria  manter para o resto da vida. 

 

— O que você acha de Sarada… ou Himawari? — perguntei vendo os montinhos subindo. —  Oh deus e se você for menino mesmo? Boruto…? Não, muito igual ao seu pai… Kawaki? Hima e Kawaki, que lindinho! —  sorri abraçando a barriga novamente. 

 


Notas Finais


Deixem mimos para a autora, me incentiva a continuar e me deixa animada e querida <3 sinto falta dos comentário!


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