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História Criminal Blood - Williams


Escrita por: Capulet_

Capítulo 36 - Williams


Fanfic / Fanfiction Criminal Blood - Williams

4 anos atrás  

Com cuidado, tiro o braço de Andrew de cima de mim, calmamente e sem presa alguma, me levanto da cama.  

Visto minhas roupas e deixo que meus olhos apreciem a cena de Andrew dormindo.  

Tão calmo 

Fecho a porta da casa de Andrew com cuidado, o sol já começava a aparecer no subúrbio de Atlanta.  

-Bom dia, Candice. - Me assusto com a voz de Caleb, que estava encostado na bancada e me encarava.  

-Me esperando? - Pergunto me aproximando dele.  

-Não perderia uma noite de sono por sua causa.  

-Eu avisei que ela estaria com Andrew. - Claire aparece na cozinha, bocejando. - Eu disse a Caleb pra não nos preocuparmos, enquanto você estava fodendo, estávamos aqui.  

Ignoro suas palavras de proposito, Caleb vendo que eu estava constrangida, ri e prossegue com o assunto. - A julgar pela hora, ele apenas notará sua falta quando acordar. 

-Saiu sem avisa-lo mais uma vez? - Claire me encara, enquanto enchia seu copo com café.  

-Não finja que está surpresa. - Respondo rapidamente. Vou até a sala, ligando a tv.  

Caleb se aproxima, se sentando ao meu lado. - Já faz quase 1 mês, Candice. Não acha que já teriam descoberto quem teria feito aquilo? 

Mais uma vez, como quase todos os dias, a foto de Calvin aparece na tv.  

-Completando quase 1 mês do assassinato de Calvin Smith, um dos grandes empresários de Atlanta, a polícia não tem respostas sobre quem supostamente o matou. Testemunhas o viram entrar em um dos quartos da boate com uma moça, mas não temos nenhuma informação sobre ela.  

-O caso tem sendo um verdadeiro mistério para a polícia, que não sabe como e se irá solucionar o caso.  

A tv é desligada, observo que Caleb estava com o braço esticado e com o controle em mãos. - Eu te disse, você não deixou nenhum rastro. 

-E se deixei? 

-Não deixou. 

-Mas e se? - Insisto.  

-Eu verifiquei. - Responde, se levantando. - Irei resolver algo daqui a pouco. 

Me sento na escada de frente para a porta de entrada, vejo Caleb entrar em seu carro e sair.  

Claire aparece e se senta ao meu lado, apoiando sua cabeça em meu ombro.- Ele já foi? 

Balanço a cabeça, concordando. - Ele vai voltar? 

-Quem sabe. - Murmuro, não ligando muito. 

-Candice...Podemos ir para casa agora? 

-Sim. - Sussurro. - Calvin está morto, não tenho mais nada a fazer 

 

-Porque raios tem tanto petróleo nessa casa? - Pergunto no pé da escada, vendo os seguranças de Bieber arrastando vários barris de petróleo para a sala.  

Conto que havia cerca de 6 barris ali  

-Verá por si própria - Bieber responde, se aproximando de um dos barris e o examinando. 

-Kenny está na Irlanda? - Pergunta para Christian. 

-Foi o que ele falou. - Responde. - Sua mulher está gravida, ele não quer se afastar dela, por isso não veio pessoalmente.  

Bieber concorda lentamente com a cabeça, abrindo um dos barris e levantando uma tampa pequena dali.  

Com cuidado ele a coloca em cima da mesinha de centro, me aproximo e verifico se realmente era petróleo. 

-Vem com o papai, belezinha. - Fala tirando uma arma de dentro do barril.  

-Tinha que ser. - Falo me aproximando dele. - São AKs? 

-Você é boa. - Com a ajuda dos meninos, tiramos todas as armas que tinha dos outros barris 

-Estamos nos preparando para a guerra? 

-Nós sempre estamos. - Bieber responde. - Kenny mandou um presente para você.  

-Para mim? - Pergunto entusiasmada  

-Tome.  

Pego a arma que ele segurava de sua mão, a analisando com cuidado e com tamanha felicidade.  

A arma era prata e cheia de brilho. - São..diamantes? 

Bieber concorda, sorrindo. - Gosto de sua arma, ela é boa.  

-Pode ficar com ela, eu não ligo. - Responde com indiferença. - Essa é uma Sig Saue.. 

-P226, eu sei muito bem. - Completo por ele. - Agradeça Kenny por mim.  

-Pode deixar.  

Me afasto dos meninos para atender uma ligação. 

-Olá querida, pode me encontrar? 

-Claro, aonde? 

-No centro, na frente da hm..Eu te passo por mensagem, okay? 

-Okay, estarei aí em poucos minutos. - Finalizo a chamada e subo para pegar minha bolsa, me despeço dos meninos que nem notam quando eu saio, eles estavam distraídos demais com as armas. 

Pattie me esperava na frente de uma enorme loja de roupas, seu sorriso aumenta assim que me vê.  

Correspondo seu abraço e me viro para encara a vitrine que ela encarava a minutos atrás.  

-O que estamos fazendo aqui? 

-Não é obvio, querida? - Fala ainda sorrindo. - Estamos aqui para ver o meu vestido de noiva. 

P.O.V Justin Biebe

-Certo, o que temos?  

Christian vira seu computador para que eu e os meninos possamos ver as fotos que ali tinham.  

As fotos que estavam ali eram do irmão e do pai da Candice, na época em que desapareceram.  

Candice era realmente uma versão bizarra de seus pais, ao mesmo tempo que se parecia muito com sua mãe, também se parecia muito com seu pai 

E seu irmão não era muito diferente disso 

Os mesmos traços, os mesmos olhos, basicamente, poderíamos jurar que ambos eram gêmeos.  

-A mãe dela era medica. - Christian fala. - Morreu quando ela tinha 14 anos. 

-Câncer. - Ryan comenta, atraindo nossos olhares para ele - Ela já falou isso para mim. 

-Eu pegaria a mãe dela. 

-Idem. - Chaz concorda  

-O que mais tem aí? 

-Tenho, hm...Acesso ao último vídeo do pai e do irmão dela.  

Os dois conversavam animadamente, o pai dela estava com roupas casuais, enquanto seu irmão usava um boné de um time qualquer. Eles estavam abastecendo o carro, pareciam animados com alguma coisa 

O pai de Candice olha fixamente para a câmera, balança e cabeça e entra no carro. - Nenhuma câmera depois disso pegou eles? 

Christian balança a cabeça. - Nenhuma. Tudo o que restou deles foi apenas o carro, que foi encontrado quilômetros depois. 

-Situação do carro? 

-Tecnicamente impossível alguém ter sobrevivido.  

-Mas? 

-Nunca encontraram o corpo deles.  

-Aonde encontraram o carro? 

-Perto das montanhas, próximo onde o pessoal fazia trilha, se lembram? 

Todos concordamos, mas ignoramos um fato importante. 

A trilha foi fechada naquele ano, e continuou assim até ano passado. 

Muitos acidentes aconteciam no caminho da trilha até as montanhas.  

Muitos corpos foram encontrados ali, junto com rituais satânicos e outras coisas bem esquisita.  

-Vamos ao último lugar em que eles estiveram, talvez alguém ainda se lembre de algo.  

-Tem mais. 

-O que mais poderia ter? 

-O pai de Candice deixou cerca de 5 milhões para ela..mais alguns imóveis, do qual, ela vendeu todos.  

-Isso significa que.. 

-Candice tem mais de 10 milhões em sua conta, ela não estava brincando quando disse que era milionária.  

-Interessante. - Falo. - Ela nunca mexeu nesse dinheiro, não é mesmo? 

-Como sabe disso? 

-Apenas uma intuição. - Respondo rapidamente. - Tem mais alguma coisa? 

-A casa em que ela morava, foi o único imóvel que ela não vendeu.  

Me aproximo do computador de Christian, e verifico o endereço da casa 

-Isso explica tudo.  

-Explica o que? 

-Vamos indo, temos muito o que fazer. 

(....) 

Jogo meu cigarro no chão e o apago com meu pé. Dou uma boa olhada pelo local antes de entrar na loja de conveniência.  

-Consegui isso da polícia.  

 Era a gravação do dia em que eles foram vistos pela última vez. Christian aproxima o vídeo, focando na cara do frentista que foi a última pessoa que os viu vivos. 

A frentista me encara com desdém assim que me aproximo. - Em que posso ajudá-lo? 

-Quero falar com esse cara. - Aponto o celular para ela 

-Desculpe, isso é impossível. - Diz, voltando a prestar atenção em sua revista.   

Pego minha arma da cintura e coloco em cima da bancada.  

Seus olhos se arregalam de medo, e ela começa a tremer. - T-em c-cameras a-aqui. 

-Quais? Aquelas que estão desligadas? - Aponto com o dedo, ela se vira rapidamente para encarar as câmeras, para confirmar se realmente estavam desligadas 

E estavam. 

-Agradeça ao meu amigo Christian aqui, ele é o melhor que faz. 

Christian sorri irônico, levantando sua camisa e mostrando a arma que estava em sua cintura. 

-Agora, podemos ou não falar com esse cara? 

-Será i-impossível. - Diz com a voz tremula. - Ele morreu a 3 anos.  

-O que descobriram? - Chaz pergunta ainda encostado em seu carro, com Ryan do lado. 

Eles ficaram do lado de fora, apenas observando se algo suspeito acontecesse. 

-O cara está morto. - Falo. - Morreu semanas depois que o pai e o irmão de Candice desapareceram. - Me viro para encarar Christian. - Descobriu algo? 

-Obvio que sim. - Responde. - Henri Winston, tinha 22 anos na época. 

-Causa da morte, Christian. - Falo sem paciência. 

-Estou chegando lá. - Responde com ignorância. - Estava no terceiro ano de administração, morreu em um acidente de carro. O motorista fugiu sem prestar socorro. 

-Não acham estranho o ultimo cara que viu o pai e irmão de Candice vivo, morrer semanas depois?  

-Coincidência? - Chaz arrisca dizer. 

-E é claro, as câmeras de segurança não estavam funcionando na hora. 

-Poderia ser um problema nas câmeras, mas para mim, tem algo a mais nisso.  

Estava prestes a responder, quando meu telefone toca. - Bieber falando. 

-Merda, certo..obrigada por avisar. Vou te recompensar pela informação. - Falo quando desligo o telefone. - Vamos embora, AGORA. 

-O que aconteceu? 

-A polícia federal tem um mandado para vasculhar a mansão. 

(....) 

-Não tem como tirarmos essas armas daqui, Drew. Tem policiais na esquina de casa, é impossível. - Chaz fala, reaparecendo no escritório. - É uma questão de minutos até que a polícia apareça por aqui.  

-Peguem todas as armas que conseguirem encontrar, e me encontrem na piscina. AGORA.  

Pego as armas que tinham no meu escritório e subo para meu quarto, pegando as outras. Vasculho o quarto inteiro de Candice, pegando a arma que ela tinha acabado de ganhar de Kenny.  

Dou mais uma vasculhada rapidamente pela mansão, pegando as drogas que tinham ali, torcendo para que os meninos fizessem o mesmo  

Coloco todas as armas em uma bolsa grande, tiro algumas que ficavam embaixo da mesinha de centro e vou até a piscina  

Os meninos também estavam segurando algumas bolsas, que pareciam ainda mais pesadas que a minha 

Christian chega minutos depois, arrastando a bolsa o chão. - Nunca percebi que essa casa tem arma pra caralho. 

-E então? Qual o plano? 

Estávamos na beira da piscina, encarando nosso reflexo na água. - Esse é o plano.  

Todos encaravam a piscina quando eu aperto o botão, a cara de surpresa de todos é impagável 

O chão da piscina abriu lentamente, revelando um compartimento secreto que tinha ali, não grande o bastante, mas o suficiente para escondermos as armas. 

-Quando diabos você fez isso? 

-Na última reforma. - Falo tirando minha camisa e entrando na piscina com uma das bolsas. - Joguem as bolsas aqui, tentarei ao máximo fazer com que elas caibam.  

Prendo a respiração e mergulho, puxando a bolsa comigo, abro o zíper delas e jogo todas as armas ali dentro, as arrumando rapidamente antes de ficar sem ar.  

A última bolsa que eu carregava era a de Christian, e é claro, era a que estava mais pesada. Estava quase ficando sem ar, quando finalmente consigo endireitar todas as armas.  

 Ryan me encarava, e aperta o botão. O chão começa a se fechar novamente 

Volto para a superfície e respiro com dificuldade. - Deu certo. - Chaz fala.  

-Porque demorou tanto lá embaixo? 

Encaro Christian com raiva. - E-essa casa não p-precisa de tantas armas assim. -Falo ainda com dificuldade. 

Saio da piscina e troco de roupa o mais rápido possível, os meninos e eu nos sentamos na entrada da mansão com nossas cervejas na mão, apenas esperando o momento em que a polícia aparecesse.  

Alfredo é o primeiro a aparecer, ele corre até nossa direção. 

-Federais.chegando. O que diabos eles querem aqui? 

-É o que vamos descobrir.  

Carros em alta velocidade passam pelos portões, oito carros pelo o que consegui ver.  

-AGENTES FEDERAIS, NINGUEM SE MEXE. - Armas são apontadas para nós, que tranquilamente, ainda bebíamos nossas bebidas. - MÃOS AONDE EU POSSA VER. 

-De cara no chão, desgraçado. - Meu corpo é jogado bruscamente contra o chão, havia agentes para todo lado 

Ratos que estavam sujando minha casa 

-Abram as pernas. - Levanto meu olhar para o policial que gritava para mim.  

Um agente se aproxima lentamente de nós, retira seus óculos de sol e nos encara. 

-Agente Williams. - Fala mostrando seu distintivo  

-De qual departamento? 

-Isso não interessa a nenhum de vocês. Estou procurando por Justin Bieber proprietário dessa linda e bela mansão. E a julgar pelas tatuagens, já o encontrei. - Fala me encarando. 

-Que honra tê-lo aqui, Agente Williams. 

-Vejamos o histórico de todos vocês. - Ele segurava uma pasta em mãos, da qual a abre. - Tudo perfeitamente limpo, como fizeram isso? 

-Sendo um bom exemplo para a sociedade, agente. - Falo com sarcasmo 

Williams encara tudo a sua volta, seus olhares pairam sobre meus seguranças, que estavam parados com armas apontadas para eles, mas ainda assim, eles nos encaravam 

Prontos para atacar a qualquer comando meu 

-Para que tantos seguranças, Bieber? Deve gastar um dinheirão com o tanto de segurança. 

-Sou um homem importante no mundo dos negócios, agente. Minha segurança e a de minha família é o que importa para mim. 

-E aposto que todos eles têm licença para andarem livremente com uma arma, estou certo? 

Concordo lentamente com a cabeça. - E quanto a vocês, garotos?  

-Temos licença também. - Ryan responde por mim. - Como viu no nosso histórico, não tens nada que nos comprometa.  

-Ainda não. - Responde sorrindo. - Fui informado por uma de minhas fontes que vocês estão contrabandeando armas, e é claro, vim aqui pessoalmente para verificar cômodo por cômodo desse maldito lugar.  

-Você não tem nada para nos incriminar.  

-Como vai seu amigo Kenny? Aposto que ótimo, nossos policiais estão cuidando bem dele nesse exato momento. Como sabe Bieber, seu amigo já foi incriminado por contrabando ilegal de armas pelo país. 

Solto uma risada alta. - A filha da Kenny deve ser linda, visto que, acabei de receber uma foto dele e de sua mulher no hospital. Jennifer, esse é o nome da criança.  

O sorriso na cara do agente se fecha, ele estava me testando.  

Ele tira uma foto de seu paletó e me entrega  

A foto era de um dos caminhões que haviam chegado hoje cedo para mim, com os barris de petróleo.  

Merda 

-Como sabe, é ilegal transportar produtos petrolíferos pelas estradas. 

-Isso não prova nada, você não me viu com esses barris, não é mesmo? 

-Uma testemunha minha confirma que viu os barris chegando aqui, hoje de manhã. E é claro, antes que eu me esqueça, aqui está meu mandado.  

-VASCULEM TUDO. - Grita alto.  

-Vasculhem o quanto quiser, mi casa es tu casa.  

Três policiais apontavam as armas para mim e os meninos 

O resto, entrou para dentro da mansão. 

Escuto gritos vindo de dentro, tento me levantar quando levo um chute no rosto 

-Eu disse para não se mexer, Bieber.  

A dor que sinto no meu rosto era insuportável, cuspo no chão e volto a encarar um dos agentes que apontava a arma para mim 

-Se tocarem nela, eu acabo com cada um de vocês. 

-Isso é uma promessa? - Diz com deboche. 

-Ora seu imundo, selvagem, desgraçado.  

Maria aparece diante de nós, sendo puxada pelo braço por outro policial.  

-Agente Bryan, essa senhora está dificultando nosso trabalho.  

-Eu tenho certeza que ela não quer dificultar nosso trabalho, não é mesmo? -O agente Bryan encara Maria, que o ignora.  

-Se tocarem em minha cozinha, não responderei por meus atos. - Ela encara o policial que ainda a segurava no braço. - Gostaria de manter meu braço em meu corpo, caso o senhor queira saber.  

-Não era minha intenção machuca-la, senhorita. - O policial responde, soltando seu braço. 

-Sei.  

-Comporte-se, senhora. Tenho certeza que você não quer ficar igual esses vermes estão. - Bryan nos encara com ar de superioridade 

Encaro Christian que estava ao meu lado e pisco para ele 

Resolveríamos esse problema com o agente Bryan mais tarde 

Minha casa estava sendo toda destruída, Maria nos olhava apreensiva, eu sabia que ela estava com medo dele descobrirem algo  

Sorrio para Maria que suspira, balançando a cabeça em sinal de negação  

Minutos depois, Agente Williams sai da mansão 

Sorrio de satisfação assim que vejo sua cara de decepção e de raiva ao mesmo tempo.  

-Tudo limpo. - Fala nos encarando.  

O agente Bryan o encara, completamente surpreso. - Não é possível, chefe. Tem certeza? Vasculhou em todos os lugares? 

-Ao menos que queira me ensinar meu trabalho Bryan, não tem nada nessa casa. Nenhuma arma, nenhum tambor de petróleo, absolutamente nada que incrimine esses homens a algo. 

Williams nos encara com desdém, sorrio para ele.  

Sem falar nada, ele se vira e faz um sinal para seus homens que estavam ao seu lado e apontavam suas armas para nós.  

Todos abaixam suas armas e recuam, voltando para perto de seus carros. 

Me levanto e arrumo minhas roupas, Maria vem para perto de nós, se mantendo atrás de mim.  

-Como eu disse, agente Williams, não tem nada para nos incriminar.  

-Ainda, Bieber. - Responde. - Ainda não. 

Todos os agentes o encaram, quando ele assobia e faz um sinal para que eles vão embora. - Isso é só o começo, Bieber. Eu voltarei, e quando eu voltar, você e seus amigos irão direto para a prisão.  

-Estarei te esperando, agente. 

Vejo todos os agentes entrando em seus carros e indo embora.  

-Christian, veja nas câmeras que estão escondidas pela mansão. Verifique que eles não colocaram escutas. 

-É pra já, Drew.  

Abraço Maria de lado e deposito um beijo em sua cabeça. - Muitas emoções estão rolando nessa casa, Senhor Bieber. 

-Nem me fale, Maria.  

Tudo estava destruído, nenhum móvel saiu intacto da busca dos federais pelas armas ou qualquer coisa que pudesse nos incriminar.  

-Ryan, chame Pietro. Fale para ele vir aqui imediatamente, quero que tudo seja substituído o mais rápido possível.  

-Eles sabem dos barris - Chaz fala. - Precisamos achar um modo diferente e mais inteligente das armas chegarem até nós, ligarei para Kenny mais tarde e contarei o que aconteceu. 

-E quanto as armas? - Ryan pergunta.  

-Tiraremos elas de lá a noite, por enquanto, deixe-as lá.  

Christian aparece perto de nós. - Olhei nas câmeras escondidas, eles não colocaram nada aqui. Mas, por via das dúvidas, irei fazer o mesmo que fizemos quando Calvin veio aqui. Irei emitir um sinal alto o bastante para que qualquer escuta que estiver aqui, caso as câmeras não pegaram, irá parar de funcionar no mesmo momento. 

-Quanto tempo você precisa para fazer isso? 

-1 hora, no máximo.  

-Certo. Quero todos fora dessa merda em até 5 minutos.  

Maria chorava baixo na cozinha. - Porque diabos você está chorando, mulher? - Pergunto me aproximando.  

-M-minha c-ozinha. - Diz, soluçando. - E-eles d-destruiram m-inha c-ozi...Ó meu Deus. - Seus soluços começaram a ficar mais altos, Maria me abraça pela cintura e começa a chorar mais ainda. 

-Ora, se recomponha, mulher. - Falo a afastando. - Amanhã você nem lembrará que isso aconteceu. 

-Q-que tragedia, m-minha cozinha. 

-Pare de chorar ou não responderei pelas minhas atitudes, porra. - Falo lhe entregando um lenço. - Vá para a casa, e o resto você deixe comigo. - Falo a empurrando levemente para fora da cozinha 

-T-tons neutros, nada de cozinha preta e e-sscura. 

-A casa é minha, mulher.  

-T-tons n-neutros e nada além disso. - Fala limpando rosto com o lenço e se recompondo.  

-Pode ir para a casa, amanhã você verá como estará esse lugar.  

Assim que consigo enfiar Maria dentro de um carro, vou a procura de Chaz e Ryan. - Vamos a delegacia.  

-Fazer? 

-Iremos atrás de mais informações. 

(....) 

O delegado Anderson já nos esperava fora da delegacia, ele se aproxima de meu carro e esbanja um sorriso.  

-Aqui está o seu pagamento. - Falo lhe entregando um envelope. - Pode conferir, se quiser. 

-Eu confio em você, Bieber.  

-Sua informação foi bastante útil, espero que no futuro possa nos ajudar mais ainda. 

-Tudo o que quiser.  

-Pegou o que eu queria? - Ele concorda lentamente, me entregando uma pasta. - O boletim de ocorrência está aí, junto com os documentos de identificação e as fotos dos desaparecidos. E é claro, mais algumas coisas sobre o caso, é tudo o que temos. 

-Isso já vai ajudar. Obrigada.  

-Meus homens estão a postos, tentando descobrir porque a polícia federal apareceu aqui. 

-Seria muito útil, nos vemos em breve, Anderson. 

-Isso não é nada. - Falo enquanto lia novamente o boletim de ocorrência. - Nada que possa ajudar em algo, foi em vão essa merda toda. - Entrego o boletim para Chaz que começa a ler.  

Meus seguranças estavam espalhados pelo parque, todos em sinal de alerta se caso algo acontecesse.  

-Um bom dinheiro foi gasto para procura-los.  

-Mas nunca acharam nem sequer o corpo deles. - Completo. - Candice nunca vai se livrar dessa merda.  

-Isso sempre vai voltar pra ela. Já imaginou? Ela vai ficar a vida toda sem respostas sobre isso.  

-Não tem mais o que fazer aqui. É perca de tempo 

-Tem mais alguns papeis aí.  

-Não vão nos levar a lugar nenhum, irei guardar isso. - Tomo a pasta das mãos de Ryan. - Candice vai ficar a vida toda a mercê disso e nunca vai saber o que aconteceu 

Os meninos ficam em silencio, encarando o chão sem saber o que dizer. - Christian já deve ter terminado, Pietro já deve estar chegando, é melhor irmos. 

Quando chegamos na mansão, homens corriam de um lado para o outro, cerca de 3 caminhões enormes estavam estacionados no jardim, enquanto homens tiravam alguns moveis de lá.  

-Preciso perguntar o que aconteceu para essa casa estar essa zona? 

Nego. - O mesmo de sempre, Pietro. 

-Farei o melhor que eu puder.  

-Assim espero. - Passo por ele e entro em casa, Christian estava sentado na escada, com seu computador no colo. 

-Eai? 

-Tudo certo, se a polícia colocou alguma coisa aqui, foi em vão.  

Me sento ao seu lado, respirando aliviado por tudo aquilo ter terminado. - Candice chegou.  

-Agora? 

-Nesse exato momento, está lá em cima.  

-Eu posso saber o que raios aconteceu nessa mansão enquanto eu estive fora? - Viro minha cabeça para encarar Candice, que estava no topo da escada com as mãos na cintura. - Meu.quarto.está.uma.zona 

-A polícia esteve aqui. - Christian fala tranquilamente, enquanto digitava rapidamente.  

Segundos depois, Candice se senta ao meu lado. - As armas? 

-Escondidas.  

-Desde o começo, por favor.  

Explico brevemente os acontecimentos das últimas horas, sem citar que estávamos quase a manhã toda a procura de informações sobre seu pai e seu irmão 

Naquele momento, eu iria esconder aquilo dela 

Mexer com essa história, era algo doloroso para Candice 

E eu sabia o quanto ela ficaria mexida com isso 

-E não teve riscos de eles colocarem escutas em algum lugar? 

-Sim, mas já resolvi isso. Verifiquei as câmeras escondidas pela mansão, e não vi eles colocarem nada. 

-Espere, câmeras? Escondidas? Mansão? - Pergunta. - Tem alguma maldita câmera no meu quarto? 

-Acha que faríamos isso? 

-Sim? 

-Candice, se eu quisesse te ver pelada, não acha que eu teria meios mais fáceis de fazer isso? - Pergunto a encarando.  

-Christian, continue. - Fala, ignorando o que eu disse.  

Mas percebo que ela ri fraco logo em seguida 

-Emiti um sinal alto o bastante, que corta o efeito de qualquer escuta que estiver nesse lugar, até mesmo as nossas.  

-Deixe-me adivinhar, criação sua? 

-É obvio, minha querida. - Christian responde. - Por isso esse lugar está essa bagunça toda, todos tiveram que estar fora da mansão para que eu pudesse fazer isso. Na última construção, mandei colocarem um aparelho em quase todas as paredes, o sinal é emitido por elas e passa pela casa toda. O som é alto o bastante para deixar uma pessoa atordoada, apenas eu tenho os equipamentos necessários para fazer isso. 

-Isso é... altamente inteligente. 

-Eu sou o melhor no que faço, Candice.  

-A propósito, preciso que faça um favor para mim. - Ela estica sua mão para que Christian possa pegar seu celular. - Tem um número, que vem me ligando a..não sei, bastante tempo. Eu sempre atendo, mas ninguém nunca fala nada. 

-Irei rastrear esse número para você agora mesmo. 

-Eu ficaria grata. Irei ver se Pietro precisa de algo. - Christian e eu a encaramos até que ela desaparece pela mansão, indo a procura de Pietro 

-Porque não mencionou que estamos atrás do pai e do irmão dela? 

-Não é o momento certo. Ainda não. Já tenho coisa demais para me preocupar, não quero ter que me preocupar ainda mais com isso. 

-Devia avisa-la, Drew. Ela precisa saber que além de toda merda que vem acontecendo, Abruzzi a quer. 

-Ela já sabe disso. - Respondo. - Cuidarei disso depois, tem muita merda enchendo minha cabeça nesse momento. 

-Como o casamento de Pattie? 

O encaro. - Irei ignorar essa merda que acabou de sair da sua boca. 

-Não seria algo tão ruim assim. - Fala. - Pattie e Michael, quero dizer. Até que de alguma forma, eles dão cer... 

Aponto minha arma para sua cabeça. - Mais alguma palavra referente a Patrícia e a Michael e eu te mato.  

Ele ri levemente. - De qualquer forma, tem algo que sei que vai deixa-lo feliz..por enquanto. Aquela amostra que peguei dos caras que atiraram contra os nossos homens aqui na mansão, consegui achar quem é o cara. 

Ele vira seu computador para que eu possa olhar. - Lorenzo Santiago. 

-Pela sua cara, tem alguma merda aí. 

-Santiago morreu a dois anos atrás, vítima de um câncer.  

Solto uma risada baixa. - Nem tão morto assim pelo o que parece. - Analiso as informações que tinha na tela do computador. - Vamos até esse endereço.  

-Agora? Em meio a essa bagunça toda? 

-Está surdo, Beadles? Eu disse agora. Escolha alguma roupa que esconda suas tatuagens.  

Atravesso meu quarto ignorando a bagunça que o mesmo estava, pego uma blusa de manga longa e a visto, vendo que ela conseguia esconder todas as minhas tatuagens 

Ou pelo menos, metade delas. 

-Foi o melhor que eu consegui fazer em pouco tempo. - Christin aparece em meu quarto, segurando alguns crachás na mão. - Iremos passar despercebido, eu espero. 

-Vamos acabar logo com isso. 

(...) 

Paro na esquina e desço, vendo que os meninos fazem o mesmo. Ajeito meu cabelo rapidamente e toco a campainha.  

Uma mulher mais velha atende, arrumo meus óculos e lhe lanço um sorriso simpático. - Boa tarde, Sra.Santiago, como vai? 

-Olá..Eu vou bem. - Responde rapidamente, nos encarando de cima a baixo. 

-Me chamo Martin, Martin Smith. Sou enfermeiro do hospital Piedmont. Creio que a senhora não se lembra de mim, eu era um dos enfermeiros que cuidava de seu filho Lorenzo.  

Ela nos encarava com certa desconfiança, mas assim que cito o nome de seu filho, a expressão em seu rosto fica suave. 

-Me desculpe, eu realmente não me lembro de você..De nenhum de vocês, para ser exata.  

-É compreensível, até porque, faz bastante tempo. - Falo. - Aqui estão os nossos crachás. - Lhe entrego meu crachá com uma foto minha sorrindo.  

Christian e Chaz fazem a mesma coisa. - Podemos falar um instante com a senhora? 

-Claro, queiram entrar queridos. - Ela se afasta e nos deixa passar. Nos indica um sofá para sentarmos, enquanto ela senta em uma poltrona que ficava na nossa frente.  

-Tem uma casa bonita, Sra. - Chaz fala. 

-Oh, é muita gentileza a sua. - Sorri. - Lorenzo a comprou para mim, meses antes de descobrir que estava com câncer. Desculpe, não perguntei, querem uma xicara de chá? 

Chaz faz menção de aceitar quando eu dou uma cotovelada nele disfarçadamente. 

-Não, muito obrigada. Isso não irá demorar muito. 

Ela concorda lentamente, se encostando na poltrona.  

Christian segurava um caderno em mãos, ele me olha e eu balanço a cabeça, compreendendo.  

-O Hospital está com um programa novo. Sabemos o quão dolorido é quando alguém que amamos parte. Com isso, o novo programa estabelece que fizéssemos uma visita de 2 em 2 anos para as famílias dessas pessoas tão queridas. 

-Qual o propósito desse programa? - Pergunta curiosa.  

-Bem, sabemos o quanto é sofrido e dolorido para nós quando alguém que amamos parte dessa para melhor. Queremos ter certeza que mesmo com isso, as pessoas conseguiram seguir em frente. 

-I-isso é..muito bondoso e gentil da parte de vocês.  

-Se não se incomodar, queremos fazer algumas perguntas para você. Precisamos atualizar o nosso sistema. 

-Claro, o que quiserem.  

- Lorenzo morreu prestes a completar 35 anos, estou correto? - Ela balança a cabeça, confirmando. - Ele não se casou? Não teve nenhum filho? 

Ela nega. - Não, meu filho era muito..Livre, quanto a isso. Ele não queria se prender a ninguém, dizia que o trabalho dele tomava todo tempo dele. 

-Certo. - Encaro Christian pelo canto do olho e vejo que ele escrevia o que ela falava. - E se me permite perguntar, para ver se o prontuário está correto, ele trabalhava do que mesmo? 

-Era segurança de uma boate. Às vezes, fazia alguns bicos para um empresário famoso aqui da cidade. 

-A senhora lembra o nome desse empresário? Para podermos atualizar no sistema, é claro. 

-Ablu..Abru?Abrozi? Não consigo me lembrar, perdão.  

-Não se preocupe. - Sorrio. - Essa próxima pergunta vai soar estranho. Alguma vez, depois da morte de seu filho, algo estranho aconteceu? 

-O quer dizer com ‘algo’ estranho? 

-Muitas famílias veem o espirito de seus entes querido. Muitas pessoas até afirmam com toda convicção que eles estão vivos. 

-Você irá achar loucura o que eu direi agora. 

-Nós não julgaremos, senhora. - Chaz responde calmamente. - Sabemos o quão dolorido é. 

-Semanas após a morte de Lorenzo, eu estava dormindo quando escutei a porta de meu quarto ser aberta. Fiquei parada na cama, com os olhos fechados, quando senti um movimento na cama. Era meu filho, Lorenzo. - Fala, seus olhos se enchem de lagrimas. - Ele me abraçou por trás e falou coisas maravilhosas, que agora ele tinha a paz que tanto desejava e que estava em um lugar melhor.  

-E que não era para eu sofrer com a morte dele, que tudo iria ficar bem. É claro que eu sabia que era um sonho, o que mais poderia ser?  

-Compreendo.  

Formulo mais algumas perguntas em minha mente e as faço para ela, que responde com toda sinceridade que tinha.  

-Terminamos por hoje, Sra.Santiago. Sentimos muito pelo o que aconteceu com seu filho, queríamos ter feito mais por ele.  

-E-está tudo bem. Vocês fizeram todo o possível, tenho total compreensão disso. 

-Em respeito a memória dele, sabemos que não é muito, mas o hospital está oferecendo isso as famílias. - Lhe entrego um envelope, ela o abre rapidamente. Seus olhos se arregalam de surpresa. - Sabemos que não é muito, mas é o que podemos dar. 

-T-tem c-cinco mil aqui. - Fala nervosa. 

Concordo lentamente. - O hospital não faz isso para todas as famílias, apenas algumas pessoas foram sorteadas. Esperamos que isso fique só entre nós e não seja mencionado para mais ninguém. 

-C-claro, p-ode deixar.  

Nos despedimos dela rapidamente, antes que ela começasse a chorar. 

Novamente  

-O quanto essa mulher ficaria traumatizada ao descobrir que o filho fingiu a própria morte? 

-Não está pensando em voltar até lá e falar para a mulher, não é? Isso a destruiria. 

Não o respondo e entro em meu carro.  

(....) 

-O que quer que façamos com o carro, chefe? 

-Se livre dele, ele não é mais importante para mim. - Respondo bebendo meu whisky logo em seguida. - Não deixem vestígios.  

Meus seguranças concordam e saem de meu escritório, me deixando sozinho com meus pensamentos.  

Analiso novamente a foto de Candice com seu irmão, ambos estavam sorrindo. 

Estico meu braço para pegar meu celular. Atendo a ligação e permaneço em silencio. - Tem um corpo mutilado em frente à minha casa.  

-Isso é uma das coisas que acontecerá se eu souber que errou com ela. - Falo calmamente.  

-Isso é sim para o nosso convite, filho? 

Fecho o punho quando ele me chama assim.  

-Me certificarei que esse corpo chegue à pessoa certa. - Responde. 

-Aproveite seu almoço, Michael. Espero que goste do que eu mandei preparem para você. 

-Ora, seu fedelho, se você ousou fazer algo com... 

Finalizo a chamada, Alfredo entra em meu escritório minutos depois. 

-Esqueceu dos modos? - Pergunto sem encara-lo. 

-Desculpe, chefe. Mas você tem visita. O agente Williams quer vê-lo. 

- Pode manda-lo entrar. 

Fico na espera de Williams na sala, quando o mesmo entra acompanhado de Alfredo.  

-Pode nos deixar a sós, Alfredo.  

Alfredo concorda lentamente, ainda encarando Williams que estava ocupado demais olhando a mansão. 

-Nem parece que destruímos esse lugar. - Fala.  

-Caso tenha um mandato, poderá ir embora agora mesmo. 

-Não sou bem vindo aqui, Bieber?-Pergunta se aproximando. 

-Não. - Respondo. - Nem você, nem seus amigos da polícia. 

-Algo tem me deixado bastante intrigado, Bieber. E é claro, quando algo me deixa intrigado, sou obrigado a ir atrás de respostas. 

-Vá atrás delas sozinho, não venha até minha casa sujar meu carpete.  

Ele ri fraco. - Estou pensando, porque alguém como você está atrás da família Johnson? 

Não esbanjo nenhuma reação quando vejo o sobrenome que ele menciona 

-E desde quando isso é da sua conta, agente? 

-É da minha conta, desde que alguém como você esteja interferindo em um desses casos. Se alguém como você está indo atrás dessa história é porque tem algo ai.  

-Volto a perguntar, desde quando isso é da sua conta? 

-É da minha conta desde que...- Williams é interrompido, a porta da frente é aberta bruscamente, Candice passa por ela.  

-Está um inferno no centro da cidade, nunca vi nada igual. - Fala. Williams se vira para encara-la  

Assim que os olhos de Candice pousam sobre Williams, ela para 

Percebo rapidamente que seu corpo fica tenso, seus olhos se arregalam e sua boca fica seca 

-Agora vejo o porquê de você ir atrás dessa história, Bieber. - Williams fala depois de algum tempo.  

Ele e Candice ainda se encaravam. 

-Candice, você conhece esse homem? - Pergunto a encarando. Seus olhos me encaram brevemente, ela não responde 

-É claro que ela me conhece, garoto. Quem você acha que ensinou tudo o que ela sabe? 

-Bieber, esse é Williams...Meu padrinho. 

P.O.V Candice Johnson 

Me sento na frente de Williams, que sorri assim que me vê. - Está atrasada.  

Dou de ombros. - Deveria estar comemorando que eu tenha vindo. 

-Esse lugar era seu favorito.  

-Sim, quando eu tinha 12 anos. - Respondo com indiferença. - Pode ir logo ao assunto? 

-Vejo que não mudou nada.  

O ignoro, não ligando para o que ele diz. 

-Faz bastante tempo em que não nos vemos, Candice. Você se tornou uma linda mulher, igualzinha sua mãe. 

-Já me falaram isso antes. 

-Aposto que atrai muitos olhares mascul... 

-Escute, o que você quer? Não fique enrolando, querendo puxar papo como se fosse a coisa mais natural do mundo, pois nós sabemos que não é. 

-Veja como fala, mocinha. Eu ainda sou o seu padrinh.. 

-É indiferente para mim agora. - Respondo. - Não haja como se fosse meu pai. 

-Quer citar seu pai nessa conversa? Pois vamos lá. - Se ajeita no banco. - O que você está fazendo com alguém como Bieber?  

-Isso é da sua conta? 

-No dia em que te batizei, prometi ao seu pai que daria minha vida para protege-la. Respondendo sua pergunta, é da minha conta. 

-Como pode ver, não preciso que cuide mais de mim. 

-Eu estou vendo, se virou muito bem sem mim por perto. É claro, depois que conseguiu matar Calvin Smith. 

Respiro fundo, contando ate dez mentalmente 

-Como sabe disso? 

-Eu sei de muitas coisas que você não sonha, Candice. Achou que eu nunca iria saber? Não se esqueça que eu te ensinei tudo o que sabe. 

-Quase tudo. - Corrijo. - Você me ensinou a como me defender, apenas isso.  

-É claro, o resto você mesmo correu atrás para realizar a sua vingança, não foi? Vejo que não conseguiu o que queria, já que está metida com esse tipo de gente. O que seus pais pensariam sobre isso? 

-Não meta meus pais nessa história. Minha mãe está morta, e meu pai..e-le.. 

-Não sabemos. - Fala. - Nunca descobrimos, Candice. Há uma possibilidade, você sabe que há.. 

-Eu estou me enganando esse tempo todo, e vejo que não estou tão diferente de você. Quantos anos fazem, Williams? Acha que meu pai e meu irmão estão por aí me ignorando esse tempo todo? É a coisa mais maluca de se pensar. 

-Nunca achamos os corpos deles, Candice. 

-É isso que me prende nessa história. Caso contrário, não estaríamos tendo essa conversa aqui agora. 

-Era minha obrigação manter você fora dessa bagunça tudo e ajudá-la a ficar longe disso.  

-Bem, você caiu muito fácil na minha. - Respondo. - ‘Me defender’, sério? Com o que você achou que uma garota de 17 anos poderia se defender? 

- Interrogamos Calvin, você sabe. Não obtemos nenhuma confissão dele, fora que, ele não estava na cidade no dia que eles desapareceram. 

-Isso não muda nada. Eu o ouvi, ouvi meu pai falando claramente o quanto Calvin estava complicando a candidatura dele. E assim que ele some, Calvin desiste da candidatura também? Ah, mas claro..Eu fui chamada de louca, não é mesmo? 

-Apenas uma coincidência Candice, eu te deixei por dentro de tudo isso naquela época. 

-Idiotice. 

-Poderíamos ter arrancado uma confissão dele, mais cedo ou mais tarde a verdade iria aparecer, e... 

-A verdade não apareceu. - O interrompo. - Não existe isso de ‘mais cedo ou mais tarde’ a verdade não apareceu, ainda não temos respostas. E além do mais, o que os policiais poderiam fazer? O máximo que fizeram foi arquivar o caso e seguir a vida normalmente.  

-Eu deveria ter ficado aqui, com você e sua vó. Não deveria tê-las deixado, não deveria ter aceitado aquele emprego. 

-É um pouco tarde demais para falar isso, não acha? E além do mais, foi a melhor coisa que você fez. 

-’Seja padrinho de Candice, Williams. Você é o melhor amigo e a pessoa que eu mais confio para cuidar bem dela’, para que essa honra, não é mesmo? - Fala irônico.  

-E cuidou. - Levo minhas mãos até meu pescoço onde tiro um dos colares que eu usava, o seguro firme em minhas mãos. - Caso contrário, eu ainda não usaria isso.  

Ele toma o colar de minhas mãos e sorri, enquanto o examina. - Te dei isso no seu aniversário de 15 anos, não sabia que ainda o usava.  

-Eu nunca o tirei desde aquele dia. - Respondo. - Foi e ainda é bastante especial para mim. 

Williams sorri. - Sinto que falhei com vocês duas.  

-Comigo não, estou no melhor momento da minha vida. E quanto a você e ela? Ela ainda... 

-Sim. - Responde rapidamente. - Finge que eu não existo. 2013 foi o pior ano de nossas vidas.  

Williams percebe o quão pesado e constrangedor o clima fica. Ele me devolve o colar e volta a me encarar. - Não queria voltar para essa cidade nessas circunstancias, mas foi preciso. Fui chamado até aqui por causa do seu..perdão, namorado? 

-Amigo.  

Ou melhor, meu chefe 

-Kenny, está sendo acusado de contrabando ilegal de armas. Você vive naquela casa, sabe do que eu estou falando. Armas que apenas militares tem, sem fácil acesso. 

-Kenny é ligado a várias pessoas, sabemos que muitos compram armas dele. Mas temos um alvo principal, a pessoa que é mais ligada a Kenny. 

Bieber 

-O cara que você está morando. - Fala. - Visitei Oma, ela me contou que você está morando com ele a bastante tempo. 

-Oma sempre foi muito boca aberta, não é novidade nenhuma para mim. - Apoio minha cabeça em minhas mãos.  

-Sabemos que Bieber está ligado diretamente com o tráfico de drogas, sabemos que ele comanda o tráfico nessa cidade. Precisamente, não apenas nessa cidade, mas em várias outras. Se tivéssemos provas concretas, conseguiríamos colocá-lo na prisão facilmente. 

-Continue. Sei que tem um ‘mas’ nisso.  

-Bieber é esperto, ele tem tudo na palma da mão. A polícia aqui é facilmente comprada por ele, sabemos que metade das pessoas que moram aqui, mentiriam facilmente por ele. Por medo, mas também porque ele as ajuda de alguma forma.  

-Ele é inteligente, e todos de sua equipe também. Queremos justiça, queremos colocá-lo na prisão. Para isso, precisamos de uma pessoa ligada a ele, no caso... 

-Eu. - Respondo. - Está perdendo seu tempo, não conseguirá nada de mim. 

-E porque não? 

-Uma pessoa sábia uma vez me disse que uma de minhas qualidades era minha lealdade.  

-Você ainda se lembra disso?  

-Nunca irei me esquecer disso. Boa memoria, se lembra? 

-Esqueci desse detalhe. - Fala. - Por um momento...ainda me lembro quando a peguei no colo pela primeira vez. Tão pequena, e indefesa. Seu pai...Seus pais, eles te amavam mais que tudo, Candice. 

-Eu sei disso. - Forço um sorriso. - Nunca me esquecerei disso.  

-Vejo que ainda os carrega consigo. - Fala, observando o resto dos colares que eu usava. 

Pego um dos colares, em que coloquei as alianças que meus pais usavam. - Ele parou de usar a dele logo quando ela morreu. Era muita dor carregar isso consigo sem ter a pessoa amada ao lado. 

-Sinto falta deles.  

-Sentimos. - Suspiro, ainda encarando as alianças. - E dela também. 

Williams desvia o olhar, encarando qualquer coisa a nossa volta.  

-Quero que olhe nos meus olhos, e seja sincera, Candice. - Ele volta a me encarar. - Dependendo de sua resposta, eu arquivo esse caso e volto para casa.  

-Você está metida nessa história toda de Bieber? Ou é apenas algo inocente? 

Respiro fundo, o encarando. - Apenas algo inocente.  

Williams concorda. - Meus homens voltaram para casa, assim como eu. O caso será arquivado, por enquanto. Ninguém sabe da sua existência nessa história, e espero que isso continue assim.  

-Estou apenas fazendo isso por você, porque a amo...como minha própria filha.  

-P-posso..abraça-lo?- Pergunto. 

A expressão no rosto de Williams muda, seu rosto se ilumina.  

O cheiro de Williams me faz ter memorias que eu mesma não sabia que ainda me lembrava.  

Williams ainda usava o mesmo perfume que usava quando eu era criança, ele tinha o cheiro de casa, algo que eu não sentia a muito tempo. 

Seus dedos fazem carinho em meu cabelo, quando percebe que estou chorando. - Está tudo bem, filha. Tudo vai ficar bem.  

O abraço mais forte ainda, não querendo que seus braços parem de me cercar.  

Ter Williams ali, era como se um pedaço do meu passado tivesse voltado para mim, um pedaço que eu ignorava todos os dias.  

Lembranças dele rindo na sala com meu pai, em como ele sorria animado sempre que via eu e meu irmão juntos. Como fazia questão de ver a afilhada preferida dele e a ouvir chorando por garotos da escola. 

Em meio a tantas memorias, a minha favorita era quando ele e meu pai estavam juntos, geralmente, bebendo na sala e jogando o papo fora. Em como a amizade e a relação deles era o meu refúgio, e o quanto eu esperava ter aquilo com alguém. 

E eu tinha. 

-E-eu tenho que ir. - Anuncio, enquanto me afastava dele.  

-Mantenha cuidado, Candice. Muitas pessoas estão atrás de Bieber.  

-O deixarei ciente disso.  

Me viro de costas e começo a andar, querendo sair dali o mais rápido possível. 

-Candice. - Me chama, me viro para encara-lo. - Eu te amo, filha. 

Sorrio. - Eu te amo, Tio. 

Afundo meu rosto no volante, controlando as lagrimas. 

-Inferno. - Murmuro, mas começo a rir logo em seguida.  

-Que idiota. - Falo, lembrando-me de quando insisti para Williams me ensinar a lutar, para me defender. 

E ele caiu.  

Mas Williams não caiu no meu papo por tanto tempo, quando ele se ligou de quais eram meus planos.  

Assim que descobriu que eu queria vingança pelo desaparecimento de meu pai e meu irmão, ele surtou.  

Mas já era tarde, naquela época, eu já havia conhecido Caleb.  

E tudo apenas favoreceu para que eu matasse Calvin 

Williams não pode fazer nada, já que na mesma época, recebeu um convite importante e uma grande promoção, o que o custou a carreira na Policia Federal.  

E então, ele foi embora. 

O quanto minha vida havia mudado nesses 3 anos era extraordinário e totalmente louco  

Me dirijo até o escritório de Bieber, mas o mesmo estava vazio. Subo as escadas, bocejando de sono e cansaço. 

Meu corpo estava implorando por um descanso, Pattie me mandava mensagens toda hora, perguntando se podíamos nos encontrar amanhã novamente, para voltar a saga de procurar um vestido ideal para ela.  

Ela estava animada, e isso me contagiava.  

-INFERNO. - Solto um grito assim que abro a porta de meu quarto e Bieber se encontrava deitado na minha cama.  

-Você demorou. - Fala, enquanto se sentava.  

-Privacidade para que, não é mesmo? 

Encaro todos os cantos de meu quarto, a procura de alguma câmera. - Já disse que não tem nenhuma câmera aqui.  

-Apenas me prevenindo. 

-Já disse, se eu quisesse te ver nua, teria outros meios para isso. 

-Não me tente, Bieber. 

-Essa proposta te deixa excitada, Johnson? 

O ignoro. - O que está fazendo aqui? 

-Apenas te esperando. 

Me sento de frente para ele, cruzando minhas pernas. - Williams não vai mais ser um problema, ele e seus homens voltaram para casa. 

-Mais alguma informação para mim? 

-A polícia está atrás de Kenny, é melhor avisa-lo.  

Ele balança a cabeça, concordando.  

-A polícia sabe que você e Kenny tem uma longa relação. Ele está sendo acusado de contrabando ilegal de armas. Sabem que você está diretamente ligado ao tráfico.  

-Isso não é nenhuma novidade, Candice. - Diz, rindo. - Acha que eu já não sei disso? 

Dou de ombros. - Williams queria que eu desse algo para incrimina-lo.  

-E então? Acha que laranja ficaria bem em mim? 

-Ficaria perfeito. - Respondo. - Mas ainda não é sua chance de vestir aquela roupa.  

-Eles vão precisar de mais para me incriminar e me colocar na cadeia. 

-Eu sei disso. 

-Porque não me contou sobre seu padrinho? 

-Certas coisas precisam ser mantidas no passado. 

Ele concorda e se levanta, percebo que um convite estava em cima da cama. O pego em mãos, o analisando. Ele era todo preto, e não continha nada no mesmo. 

-Isso chegou para nós.  

-Para nós? 

-Vai precisar disso. - Me viro para encarar Bieber, que segurava em suas mãos um isqueiro.  

Ele volta a se aproximar de mim, ainda segurando o isqueiro. O fogo se aproxima do papel, mas diferentemente do que eu pensei, a cor preta do convite ia sumindo, surgindo assim, a cor dourada.  

 

‘Patricia Lynn Mallete  

Michael LeBlanc 

 

Tem a honra de convida-los para seu casamento. 

 

Um pouco abaixo, havia uma caligrafia linda.  

 

‘‘Candice Susan Johnson e Justin Drew Bieber 

Aceitariam ser nossos padrinhos?’’ 

 

Encaro Bieber, completamente chocada, enquanto o mesmo tinha uma expressão fria no rosto. - O que isso significa? 

-Significa que em menos de 1 mês, temos um casamento para ir. 


Notas Finais


Sei que demorei um pouco dessa vez, infelizmente, entrei na fase do ‘estou sem criatividade’ e os capítulos demorem um pouco para sair (não desistem de mim, se não eu choro horrores, juro).

Sei que o cap não foi tão empolgante como a maioria costuma a ser, mas daqui pra frente, irei abordar um pouco mais sobre o passado e os mistérios que a vida de Candice escondem.

Postarei um cap antes do final do ano (é pra glorificar o pai ou não é, minhas irmãs?)
Preparem seus looks, o casamento do ano vem ai.

Até o próximo capitulo, meus amores. Obrigada por tudo, vocês são as melhores.!!!❤️❤️


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