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História Criminal Love - Confused


Escrita por: Senara

Notas do Autor


Bem, peço que prestem atenção nestes novos personagens, porque agora as coisas vão começar a pegar fogo, tudo bem? kkk mal posso esperar! XOXO

Capítulo 9 - Confused


Fanfic / Fanfiction Criminal Love - Confused

- Chuva de sapos.

- Árvore de Pizza.

- Cogumelos russos voadores.

- Tudo bem, você ganhou.

Já faziam algumas horas desde o pequeno incidente no restaurante japonês. Usui estava tremendamente atormentado com o que tinha acontecido ali... embora fizesse o possível para não demonstrar.

Ele só tinha uma coisa em mente: Beijá-la e deixá-la confusa.

Não esperava que causasse esse efeito em ambos. Ele riu e fez piada sobre o que tinha acabado de acontecer, mas estava tão perturbado quanto ela. Quantas mulheres já beijou em toda sua vida? Milhares. Mas aquele simples selinho fez seu coração retumbar e seus joelhos tremerem. Como se fosse o seu primeiro beijo... como se ele realmente se importasse com ela e com seus lábios de Iracema. Como se fosse simplesmente um garotinho bobo e apaixonado. O que acontecia ali era realmente confuso. Se torturou por horas afim... tentando se convencer de que era um trauma pelo soco ou alguma coisa assim... mas suportara torturas muito piores do que socos e estava bem. Não bem BEM mas relativamente bem. Isso é... confuso.

Achava tremendamente impossível que pudesse sentir alguma coisa por uma mulher que não fosse nojo ou ódio, mas Misaki... este era o seu nome. Que nome mais delicado... diferenciado de um modo rude da pessoa que o carrega. Ela o estava deixando maluco. Em um momento se sentia alegre, realmente considerando as palavras absurdas que eram “perdão” e “amor”, no outro, queria simplesmente resgatar suas armas, seus bens, tudo que fosse possível e exterminar todas as pessoas que ele não gostasse ou que não lhe causassem uma boa impressão.

Talvez, todo o seu tempo de tortura, assassinato, solidão e marginalidade tivesse, enfim, o alcançado e o estava mostrando o que fazia com pessoas normais, com mentes normais. Não a “aliens pervertidos” como ele.

Achou que o melhor a fazer seria descançar em sua mansão e conversar com alguém de sua confiança. Um terapeuta só o faria se sentir mais maluco do que já estava. Como poderia tentar explicar para alguém o que tinha sentido se nem mesmo ele sabia? Era um sentimento novo e nojento. Pulsava em sua caixa torácica como se ele tivesse um órgão realmente se agitando ali. O que não era provável. Seus joelhos ainda tremiam, sua boca continuava seca, os olhos não paravam de girar nas órbitas, as mãos se expandiam com os leves choques de adrenalina que recebiam ao se lembrarem de terem tocado aqueles lábios de mel.

Estava ficando maluco. Tais palavras doces só lhe eram de serventia quanto tentava enganar alguma dama e tentava roubá-la, mas tampouco tinha algum significado verdadeiro. Elas achavam que sim, mas Usui era simplesmente um ótimo mentiroso. Tanto que conseguiu fingir para todos que o beijo não significara nada. Mentira. Mentira suja e deslavada. Mas não poderia se deixar abalar. Continuaria com o plano.

 Remarcou com Erika. Eles jantariam naquela noite e ele tinha extravasado seu cardápio saudável que mantinha seu corpo perfeito. Carboidratos e gorduras eram mantidos afastados de sua boca perfeita e seu organismo favorável. Mas ele estava com fome e fora de si. Comera cheeseburguers. Vários deles.

Chamou Shiroyan, é claro. Estava na parte em sua consciência onde resolvia dar uma chance ás pessoas de tentarem mostrar o seu potencial. E além do mais, estava entediado e os cheeseburgueres tinham acabado.

Estava largado em sua sala de bilhar. (Tinha uma sala para todos os jogos imagináveis. Até mesmo uma sala toda decorada como um cassino. Adorava cartas). Tinha um sofá de veludo vermelho perto à janela de três metros, que estava coberta por cortinas grandes e grossas, de modo que os raios solares eram banidos daquela sala escura fedendo a álcool e a confusão mental. A penumbra era muito espessa, de modo que era quase impossível enxergar algo com clareza por ali.

Usui parecia em depressão. Deitado, relaxado e vestindo apenas uma bermuda informal (geralmente usava terno até mesmo dentro de casa) ele estava pálido e com o cabelo desgrenhado, os olhos estavam semicerrados como se estivesse sob o efeito de drogas e gemia baixinho, enquanto olheiras profundas castigavam-lhe os olhos verdes e belos. Estava suando e nada galanteador. Como que para completar o belo quadro, estava rodeado por embalagens de Fast-Food.

O segurança nunca tinha visto seu patrão daquele jeito antes. E ver Usui em um estado tão deplorável e maltrapilho era impensável, mas eis que surgia a sua frente, um mendigo que tinha um rosto de Deus. O que diabos tinha acontecido?

- Shiroyan... – Ele gemeu, exausto de tentar pensar em algum motivo plausível.

- Usui-san... está evitando a luz? – Shiroyan estava claramente preocupado. As roupas, a sujeira, a penumbra... não eram da praxe de seu Senhor.

- Vamos listar acontecimentos impossíveis. – Usui ordenou, sussurrando. Se alguém conseguia parecer respeitável até mesmo apenas de cueca... este alguém era Usui Takumi.

- Eu não entendo Senhor... que tipo de acontecimentos? – Ele se aproximou mais, porém muito devagar, como se estivesse tentando não assustar a seu Senhor.

- Aqui vai... um exemplo completa e totalmente hipotético. – Usui soluçou, enquanto levava um copo de uísque aos lábios e deixava respingar por ele. Sujando seu peitoral impecável e sua mobília vermelha. – Digamos que eu tenha beijado uma mulher. – Até ai... nenhuma novidade. – E digamos... repito que é um exemplo hipotético... e digamos que eu tenha gostado do beijo... isso é impossível, não é?

- Bem... – Shiroyan gaguejou, cruzando os braços, nervoso. – O Senhor quer a verdade?

- Não. Minta para mim, seu idiota.

Ali estava o Patrão que conhecia e respeitava. Shiroyan não pode deixar de sorrir e foi então que tiveram aquele diálogo estranho do início. Claramente, cogumelos russos voadores eram mais impossíveis do que uma árvore de pizza.

Usui estava rindo. Achou que se parasse de rir voltaria a pensar e ele não queria isso de jeito nenhum. Então, estava praticamente gargalhando.

- Está tudo bem com o Senhor? – O segurança indagou, se aproximando cautelosamente do homem, como se ele fosse um amontoado de explosivos.

- Cogumelos russos voadores... por que não pensei nisso antes? – Usui enfiou o rosto no almofadado, frustrado e desorientado.

- Acho melhor te levar ao médico ou...

- Não. – Usui respondeu de prontidão. Recuperando toda a sua pose de repente. – Nada de hospitais, nada de enfermeiras, nada de mulheres, nada de vida. Me deixe em paz.

- Nada de mulheres? – Shiroyan arregalou os olhos. – Mas Senhor...!

- Tem razão. – Usui levantou a mão como que para que Shiroyan se calasse e jogou o resto do uísque em um vaso de planta que estava ao seu lado. – Me ignore, eu não estou muito bem.

- O que eu posso fazer pelo Senhor, Usui-san?

Usui voltou a gargalhar e desta vez, fez um esforço enorme para se levantar. Foi cambaleando até o segurança, segurando uma garrafa de Bourbon e parecendo mais um zumbi do que o homem atraente e charmoso que ele realmente era. Respingou um pouco no tapete persa que tinha custado uma fortuna, mas continuou se arrastando.

- A única coisa que qualquer um de vocês neste mundo vadio e cruel podem fazer por mim é: nada. Se você realmente se importa comigo o tanto quanto faz parecer, Shiroyan... aonde você estava quando aquelas velhas imundas me estupraram? – Ele sorriu, de modo assustador e lunático. – Hum? – Ergueu as sobrancelhas, enquanto entregava a garrafa ao homem estático a sua frente. – Eu não preciso da sua ajuda, nem da sua compaixão. Não sou fraco, não sou ingênuo e muito menos um idiota.

- Mas, Usui-san...

- Ah, sim! Você ama dizer o meu nome, não ama? É tão bonito assim, Shiroyan? – Os orbes verdes faiscavam, mostrando a ameaça iminente. – Pois eu lhe digo que estou muito bem aqui. Sozinho. No escuro. Sem mulheres. Sem dor. Sem sofrimento. Sem nada.

Agora, seus olhos foram tomados por uma mágoa vã. Shiroyan estava impotente, embora quisesse ajudar seu Patrão com todas as suas forças. Afinal, era para isso que estava ali. Devia tudo a ele. Fora Usui quem o tirara da rua, lhe dera um teto, comida e emprego. O idolatrava como a um Deus.

- Portanto... se você não tem consigo alguns cogumelos russos voadores, eu sugiro que faça o que eu lhe pedi. Vá até o nosso mensageiro e peça a ele que converse com Igarashi. Como você sabe, ele não gosta muito de mim, então vou precisar que leve o Kuuga de novo... – Usui soou exausto, enquanto se jogava no sofá fedido e molhado novamente. - Igarashi com certeza tem todas as informações de que preciso sobre os detetives.... e vai querer nos ajudar por uma boa quantia, é claro. Você ainda tem o colar?

- Sim, Senhor. – Graças a Deus, Usui tinha voltado a sua pose arrogante e a sua determinação de sempre, não parecia mais um leproso em estado terminal prestes a morrer.

- Então dê a ele em troca de informações. Cuide para que Kuuga não se esqueça do seu lugar e não nos peça mais dinheiro do que já lhe demos. – Agitou a mão no ar. - Encontro com vocês mais tarde.

Assim que Usui terminou de falar, Shiroyan deixou a garrafa em cima de uma mesa e já estava ao pé da porta, praticamente correndo escada abaixo para obedecer o seu Senhor, quando ouviu:

- Shiroyan.

- Sim, Usui-san?

Usui sorriu, abobalhado. Se Shiroyan não conhecesse seu mestre como conhecia, podia jurar que era um sorriso de amor... de saudade... de carinho. Ou melhor, de obsessão. Pensava em alguém com a mesma intensidade que odiava todas as fêmeas do mundo.

- O nome dela é Misaki. – Disse, simplesmente.

***

Marcaram o encontro em um bar sujo.

Era um lugar peculiar e fedorento. As mesas de madeiras estavam podres, o teto praticamente estava caindo, as garçonetes eram mulheres quentes e com corpos esculturais, mas rostos carregados de maquiagem, o que as fazia parecer com um exército de palhaços com corpos magníficos.

A música ao vivo soava ao longe. Alguns homens bêbados cantavam desafinadamente com violões e algo parecido com um prato. Ah, não... espere. São pratos quebrados. Todos por ali fumavam e bebiam, um lugar hediondo que nunca serviria para um encontro de negócios e por isso era perfeito. Ninguém desconfiaria. Uma escada em espiral estava ao lado do balcão do bar, e o patamar acima era reservado para os clientes com mais dinheiro, e era por isso que eles ficavam no andar debaixo. Qualquer pista era perigosa.

Bêbados e prostituas se espalhavam pelo local, quebrando coisas e arranjando clientes noturnos, foi por isso que quando avistaram um belo homem em um terno entrando, praticamente todas se locomoveram para o lado de Igarashi Tora. Quando conheceu Usui Takumi, se encontraram em um lugar desses, e para sua surpresa, todas as prostitutas se impregnaram para cima de Usui, ignorando totalmente sua presença... isso só lhe acontecia ao lado dele, um homem consideravelmente mais atraente. Um cavalheiro, que tinha todas as mulheres na palma de sua mão e as dispensava educadamente.

Mulheres imundas. No sentido literal da palavra. Parece que a palavra “banho” não tinha significado para elas.

- Maki, tire-as daqui. – Ordenou, e no mesmo instante, seu mordomo as afastou com palavras gentis. Este era o mordomo requintado de Igarashi Tora, o melhor traficante do Japão. O que ele traficava? Informações. Sabia de tudo, sabia de todos. E se não tinha consciência, em algumas horas ele lhe daria até mesmo quantas vezes esta pessoa vai ao banheiro por dia, ou quando e por quem aquele objeto foi criado. Era o melhor neste ramo, e era por isso que sua riqueza e suas convocações não tinham fim.

- Igarashi-san, seu cliente acaba de me informar que está nos aguardando no patamar acima. – Relatou Maki, enquanto checava seu celular.

- Patamar acima? Geralmente nos encontramos aqui embaixo...

- Sim, Senhor. Mas parece que desta vez, o caso é de extrema importância, e precisam de um pouco mais de privacidade. – Explicou.

Igarashi suspirou, cansado.

- Vamos, então.

Subiram a escada que rangia e não tiveram dificuldades para encontrar seus clientes. Estavam em uma mesa reservada, longe de quaisquer janelas ou portas. O segurança e o ex-traficante se serviam de copos atípicos para aquele lugar, de cristal, pelo que puderam observar. O mordomo e Igarashi se sentaram, em silêncio.

- Shiroyan, que prazer revê-lo. Onde está o seu Patrão?

O segurança, trajando óculos escuros mesmo dentro do bar, colocou um saquinho pequeno e cinza em cima da mesa.

- Usui-san prefere não lhe encontrar pessoalmente, considerando os eventos anteriores. – Informou, relaxado. – Aqui está o seu pagamento.

Igarashi sorriu e se inclinou para frente, ameaçadoramente.

- Pagamento pelo que? Geralmente as pessoas me pagam pelos meus serviços, e pelo que eu saiba não lhe prestei nenhum recentemente.

Shiroyan ergueu as sobrancelhas e olhou para Kuuga. O garoto depositou uma pasta em cima da mesa, um tanto fina e que só continha um pequeno documento.

Maki recolheu a pasta e a abriu com cautela, revelando uma identidade de uma detetive de Tokyo. Entregou a Igarashi, que a analisou minuciosamente.

- Hum... e o que espera conseguir com isso? – Ele perguntou, roubando o copo de Kuuga e bebericando o liquido alcoólico.

- Queremos que descubra tudo sobre esta mulher. Tudo. E queremos saber sobre a missão na qual ela está ativa neste momento. Sabendo a missão, você conseguira puxar a ficha dos outros detetives. Queremos que faça isso e descubra o que puder. Principalmente de uma garota cujo nome é Misaki. – Shiroyan informou, enquanto ajeitava os óculos no rosto. – Dê preferência a ela, uma vez que o meu patrão parece estar mais interessado nesta mulher.

Kuuga prendeu o ar. Teve um vislumbre da identidade e reconheceu o rosto e o nome. Vira aquela mulher há alguns minutos atrás, na casa de Hachiko-san. Aquela mulher era uma detetive, e ele era um traficante. Estavam procurando por ela, e ele sabia com certeza onde encontrá-la.

- Algo errado, Kuuga? – Igarashi sorriu. Aquele homem tinha um humor estranho e diabólico.

- N-não... está tudo bem.

Shiroyan o lançou um olhar significativo de soslaio, indicando que iriam conversar sobre aquilo mais tarde.

- Perfeito. Eu vou ver o que eu consigo a partir destas informações e levarei ao seu Senhor.

- Não. – Shiroyan interrompeu. – Contatar Usui-san diretamente é muito perigoso. Peça a seu mordomo que marque outro encontro comigo, e nós nos veremos novamente.

Igarashi sorriu, mostrando seus dentes perfeitamente alinhados.

- Muito bem. Façamos como deseja. – Dizendo isso, ele abriu o pequeno embrulho, que revelava um colar genuíno de ouro branco. – Isso pode cobrir os custos, mas imagino que receberei o resto do pagamento mais tarde?

- Assim que entregar as informações requisitadas, Usui-san disponibilizará o resto de seu pagamento. – Shiroyan afirmou. – Mais alguma dúvida?

- Sim. Qual é o prazo?- Perguntou, analisando o colar com interesse.

- Urgente. Faça-o o mais breve possível. – O segurança respondeu para depois olhar para Kuuga. – Mais uma coisa. Quando tiver todas as informações, temo que não poderei estar presente, então, Kuuga vira até aqui para receber e lhe pagar.

- Ótimo. – Maki respondeu desta vez. – Com sua licença, se não há mais informações, vamos nos retirar por agora.

- Á vontade. – Respondeu Kuuga.

Levantaram e foram embora. Enquanto estavam indo, uma garçonete de cabelos curtos e óculos, não sensual como as outras, esbarrou em Igarashi que não conseguiu reprimir sua face de nojo.

- Cuidado, mulher. – Maki a repreendeu.

- Sinto muito, Senhor. – Dizendo isso, ela se afastou, de cabeça baixa e saiu pelos fundos.

Deixaram o restaurante e Maki dirigiu para a mansão Igarashi. O Patrão tinha deixado bem claro que cuidaria deste caso pessoalmente. Se Usui Takumi tinha tanto interesse por esta mulher... Misaki com certeza era uma mulher muito... interessante.

Assim que fecharam a porta do SUV preto, Kuuga disparou a falar:

- Shiroyan, eu conheço aquela mulher.

O segurança apenas ergueu as sobrancelhas, sem falar nada.

- Ela é a neta da velha de quem eu cuido. Estava com mais outra mulher... o nome dela era... Shizuko! Isso! Mas enfim, eu as conheço.

O segurança pareceu ponderar por alguns segundos.

- Devemos informar a Usui-san antes de tomarmos qualquer decisão. – Avisou ao motorista para mudar de rumo, e iriam direto para a mansão de Usui. Certamente, ele não esperava que as duas fossem se mostrar tão facilmente.

Embora, estivessem mais próximos da verdade do que jamais estiveram.

***

- Você é demais, Shizuko!

- Não sou não, eu não consegui pegar a pasta.

- Mas você conseguiu o celular dele!

Shizuko e Sakura logo que chegaram ao local, conseguiram achar a mesa que procuravam. Se disfarçaram de garçonetes (o que fez com que Shizuko quebrasse o seu recorde de se fantasiar duas vezes em dois dias) e ouviram toda a conversa. Quando descobriram que todos os quatro conheciam o rosto de Sakura, Shizuko teve que entrar em ação e tentar pegar a pasta com o distintivo. Já era bem ruim que todos soubessem o seu rosto e o seu nome... agora, descobrir o de todos os agentes seria péssimo e com certeza, todos seriam demitidos, uma vez que precisavam ser discretos e invisíveis.

Então Shizuko se trombou de propósito para tentar apanhar a pasta, mas tudo que conseguiu, foi o celular. Não era o bastante para Shizuko, mas Sakura contava como uma vitória. E além de todos os seus problemas, Kuuga agora conhecia as duas, e sabia que Sakura era uma detetive. Não demoraria muito para deduzir o resto.

- Nós temos de alertar Misaki. – Shizuko disse o óbvio, enquanto costurava os carros em alta velocidade, para chegar ao apartamento da amiga.

- Claro que sim, mas você poderia ir um pouco mais devagar, por favor? – Sakura pediu, se agarrando ao banco do carona, os dentes batendo.

- Não temos tempo. Quanto antes chegarmos lá, melhor.

Continuou indo como um raio pelas ruas de Tokyo até que avistou o edifício comprido e parou na portaria, afundando o dedo no botão do interfone.

- Olá, Lucius. Viemos ver Misaki. – Shizuko disparou, com uma voz séria, assim que o porteiro atendeu ao interfone.

- Ah, Shizuko-san e Sakura-san! Como vão? – Ele não esperou pela resposta. – Bem, Misaki-san está com visita em casa, mas acho que podem subir, já que ela deixou bem claro que sempre são bem vindas!

- Sim, obrigada. – Shizuko agradeceu, apressada. Assim que o portão abriu, ela disparou para dentro. Estacionou o carro nas vagas para visitantes e saltou dele, arrastando Sakura para o elevador.

A caixa metálica demorou um pouco para subir, mas logo estavam no sétimo andar. Correram pelo corredor, sem se importar com o barulho e quase caíram em cima da porta, ao avistarem o número 178. Shizuko bateu algumas vezes, quase socando a porta, e demorou a ser atendida, quando a irmã de Misaki apareceu á porta, usando um roupão de cetim e com o rosto distraído.

- Olá. – Foi tudo o que ela disse.

- Precisamos falar com a sua irmã. – Shizuko disparou.

- Ah... onee-chan não está muito bem no momento, seria melhor se vocês viessem uma outra hora. – Disse, calma e meio triste.

- O que aconteceu com ela, Suzuna-chan? – Sakura perguntou, ofegante.

- Eu não sei muito bem. – Disse, batendo o indicador nos lábios. – Mas acho que ela não esta muito bem agora para visitas.

- Suzuna, por favor. É importante. – Shizuko pediu novamente.

A Ayuzawa mais nova suspirou e abriu um pouco mais a porta, com espaço suficiente para elas passarem.

- Ela está no quarto dela. Podem subir.

Enquanto pulavam os degraus de dois em dois pela escada, viram que o famoso Shintani estava na cozinha, segurando uma caneca e usando um roupão também. Ele sorriu triste para as mulheres e depois se voltou para o seu café, intocado.

Suzuna trancou a porta e voltou devagar para a cozinha, se sentando no banco de frente para Hinata e bebericando o seu café.

- O que elas estão fazendo aqui? – Ele quis saber, encarando a janela.

- Precisam falar com a onee-chan. Parece importante. – Declarou, enquanto se inclinava para frente para agarrar o pacote de bolachas.

Hinata não queria reparar, mas reparou. Viu os seios da menor balançando suavemente por dentro do pijama. Eles devem ser macios... Corou violentamente e desviou o olhar. Não podia simplesmente ir entrando na casa da amiga e começar a ter pensamentos impuros sobre ela. Não era certo. Mas ela era tão bonita...

- Liguei para Shin, e ele me disse que vai cuidar de tudo por lá, e que eu posso tirar o dia para cuidar da onee-chan. – Ele disse, mastigando a bolacha doce.

- Quem é Shin? – Hinata perguntou, surpreso com seu próprio tom.

Suzuna parou de tomar o seu café e fitou os olhos de You-kun com curiosidade. Aquela tinha sido uma demonstração de ciúmes? Por que ele estaria tão interessado em alguma relação masculina com ela? De repente, uma ideia brotou em sua mente. Seria maldade, mas ela precisava descobrir o que significava, afinal... os olhos do amigo estavam pegando fogo.

- Ele trabalha na “Lucky me!” – casa de sorteios da Suzuna – e nós estamos... saindo.

- Saindo?! – Hinata quase se engasgou com o própria saliva. – Mas você ainda é muito nova, Suzu-chan!

A garota piscou algumas vezes, satisfeita com o resultado mas não acreditando.

- Eu já tenho 22 anos, You-kun. – Ela riu baixinho e depois confessou: - Eu só estou brincando. Ele é o meu vice-presidente. De muita confiança e um ótimo homem.

Hinata não pareceu aliviado, mas antes que ele fizesse mais um comentário constrangedor, Suzuna perguntou:

– Não está preocupado com o Naru, You-kun?

- Claro que sim! Eu deixei a Tomoka cuidando das coisas por hoje... vou ficar aqui até que não precise mais de mim.

- Então nunca poderá partir. – Ela sussurrou em um tom tão inaudível que ele só captou alguns ruídos.

- O que? – Ergueu uma sobrancelha.

- Eu disse que quando quiser ir, pode ir. Eu consigo cuidar da onee-chan sem problemas. – Mentiu, enquanto observava os olhos de chocolate e gentis encarando seu rosto delicado. Ofereceu uma bolacha e Hinata aceitou, enfiando logo três em sua boca.

Tinha tanta saudade dele. O garoto feliz e alegre que só pensava em comer. Era seu melhor amigo, e queria que fosse algo mais. Queria estabelecer uma relação com ele. Quando ele estava perto, ela sentia que não era somente a Suzuna que dependia da irmã forte. Sentia que poderia fazer qualquer coisa. Ela o amava com todas forças, mas nunca poderia deixar isso claro. Pelo bem dos dois.

 Era tão irresistível. Eles se davam muito bem juntos, desde quando eram crianças, eles brincavam juntos. Eram amigos de verdade. Ele sempre a defendia, ela sempre o protegia dos meninos que tiravam sarro do garoto gordinho. Mas hoje, ele não era mais assim. Tinha se transformado em um homem lindo e respeitável. Tinha muito dinheiro, e poderia ser considerado como desejável e realizado. Não era por isso que ela gostava dele. Gostava dele desde que era pequeno, gordinho e pobre. Ela o amava, é só foi perceber isso bem mais tarde. Sempre teve certeza de que ele amava Misaki... achou que nunca teria uma chance.

Hinata lhe passava uma certa segurança, e ela ficava muito feliz quando mostrava dependência dela, como quando ligou para que Suzuna pudesse socorrer sua onee-chan. Pensando naquilo, aquele homem parecia ser o único homem a despertar algum sentimento em Misaki e Suzuna se perguntou se aquele não seria o início de uma bela história de amor. Amor... não lhe servira muito bem até o momento. Mas ela não desistiria dele, custe o que custasse. Tinha um estranho sentimento de que eles ficariam juntos, só que levaria muito tempo.

Mas ali, olhando seu rosto, seus lábios entreabertos, como um convite para que ela o beijasse... era quase que impossível se manter longe dele, e antes que pudesse se impedir, estava praticamente inclinada sobre a mesa, para que pudesse colar seus lábios. Hinata se assustou ao vê-la assim, tão perto. Foi algo tão repentino, mas ele não a impediu. Enquanto fechava os olhos e esticava seu corpo para mais perto dela, sentiu um desconforto em seu coração, como se uma manifestação estivesse acontecendo. Estava dividido entre as duas Ayuzawas, e ele queria aquele beijo com Suzuna. Era como se sempre estivesse esperando por isso, mas não soubesse até o momento.

Estavam a milímetros de distância, e o coração de Suzuna gritava: “É agora! É agora!” Quando seus lábios se roçaram, ouviram um grito e se separaram, assustados.

- EU TE ODEIO, USUI TAKUMIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!!!!


Notas Finais


Só eu que notei a falta do Yukimura e do Kanou por dois caps? XP não se preocupem, eles estão chegando! XOXO


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