S/n p.o.v.'s
— Sinto-me muito, mas eu acho que preciso ficar um pouco sozinha. — Digo colocando o pano de prato no balcão e retirando o avental.
Caminhei de volta para o meu quarto, e lá descarreguei minha vontade de chorar incessantemente. Afoguei meu rosto ainda mais no travesseiro. O êxtase que pouco tempo atrás estava sentindo, evadiu-se em tristeza e em diversos motivos. O porquê era bem claro, o responsável por tudo isso que vêm acontecendo é o meu pai!
— Por que aconteceu isso com ele? Eu me sinto tão culpada...
Me oscilo um pouco na cama e passo a observar para cima, com as minhas costas no colchão. Tentei arranjar alguma maneira de tentar ajudá-lo, porém todas as minhas ideias eram de fato estúpidas. Por conta de seu orgulho, não posso cogitar algo tão fantasioso pois de certa forma não serei levado a sério.
Ji Yong, não se preocupe pois consertarei tudo isso!
[...]
Neste momento estou jantando ao lado do meu "inimigo". Usei este termo já que praticamente fui responsável pela toda sua desgraça durante sua infância. No ambiente apenas preservava o som dos talheres pelo prato, algumas vezes observava discretamente sua feição onde encontrava-se em desconforto.
Quando estava prestes a dizer algo, fui interrompida com o toque de seu celular no bolso. O mesmo atendeu e em segundos mudou de expressão de espanto, ele agradeceu e em seguida guardou o aparelho dentro do bolso.
— Está tudo bem? — Perguntei preocupada, mas o mesmo levantou-se e me levou consigo até o exterior do galpão apertando fortemente meu braço. Paramos em frente ao seu carro, onde retirou de seu casaco as chaves. Abrindo a porta em seguida, fazendo sinal para que eu entrasse. — O que houve Ji Yong?
— Não temos tempo para conversinha, entre logo no carro! — Vociferou empurrando minha cabeça para dentro do automóvel. Vejo o quanto está apavorado. Ji Yong entra no banco do motorista e logo acelera o motor para bem longe do local. — Coloque o cinto.
— Agora já vai me contar o que está acontecendo? — Perguntei puxando o cinto em meu corpo. Observo sua expressão de nervosismo pelo retrovisor, e o mesmo tentava procurar as palavras certas para me explicar.
— O seu pai está na minha cola. Estão duvidando que a mantendo em cativeiro naquele mesmo local, então mandaram alguns de seus comparsas para checar. — Soltei um urro de surpresa. Meu pai não chegaria até esse ponto em mandar seus homens atrás de mim, e matar Ji Yong. Ou eu estou errada? — O que eu estou querendo dizer é que precisamos ficar em um lugar afastado das pessoas.
— Vamos fugir? — Perguntei inclinando meu corpo até o seu banco. Ji Yong assentiu com sua cabeça, enquanto eu negava repetitivas vezes não acreditando no que escutei. — Cadê os seus amigos para nos ajudarmos?
— Taeyang está com a sua esposa. Ele se cansou de seguir meus comandos e se mandou sem ao menos concluir uma parte do plano. — Observo o quanto exaltado estava, apertando fortemente suas mãos no volante do carro. — Daesung também se cansou mas logo que descobriu isso, veio me ligando para dar a notícia. Pelo menos foi o único que sobrou para me ajudar.
Sua concentração na estrada não o permitiu que olhasse para mim, mas boa parte disso era querer negar o quanto magoado estava em relação aos amigos. Eu posso até não concordar à essa vida que leva, mas os amigos devem estar ao nosso lado no momento que seja.
— Yah, você também tem a mim. — O peguei surpreso com a minha pronúncia. Soltei um fraco sorriso e sentei-me corretamente no banco, observando o movimento pela janela. — Eu reconheço seus méritos, e se for para fugir ao seu lado... — Dei uma pausa pensando se realmente quero finalizar essa frase. Eu não posso abandoná-lo nesse momento, meu amigo está querendo reverter todos os seus problemas que a minha família causou. — Faremos isso juntos Ji Yong.
— Você quer estragar a vida do seu próprio pai? S/n o meu plano é pegar tudo o que era da minha família. Roubar algo de sua família não é um pouco demais para você?
— Negativo. Meu pai criou-me como uma filha de um gângster, porém farei o contrário do que o Kim Jong faz. — Ele concordou com sua cabeça e deu atenção para a estrada.
[...]
Um bom tempo se passou dentro daquele carro, eu já estava quase dormindo no banco mesmo porém fico acordada logo após Ji Yong ter estacionado frente a uma residência. Saímos do automóvel e damos continuidade a um enorme portão de segurança. Fiquei boquiaberta quando adentramos em sua propriedade.
— Essa é a minha humilde residência. — Diz me direcionando ao saguão com grandes escadarias em espiral. Humilde residência? — Venha comigo. — O sigo até uma ampla sala de estar à direita onde ficava uma enorme TV digital, um lindo sofá de couro além de um aquário particular com pequenos peixes. — Sabia que está babando muito?
— O que? — Saio do meu transe com Ji Yong chamando a minha atenção. — Não, é que...
— Pensou que a minha casa não seria tão espaçosa assim? Aos poucos consegui me reerguer, mas boa parte ainda foi roubada pelo seu pai.
— Como conseguiu se reerguer?
— Com o dinheiro que trabalhava como mordomo de sua mansão, e grande parte foi pelos golpes dos bancos internacionais. — Respondeu enquanto caminhávamos até a parte de cima da casa. Conforme o seguia, observo cada canto da casa pelos mínimos detalhes. Sem perceber, acabo travando meus pés fazendo com que trombasse em suas costas. — É aqui que você irá dormir.
Kwon Ji Yong abriu a porta, dando a visão de ao um enorme quarto com apenas uma cama de solteiro e uma penteadeira espelhada.
— E-esse é o meu quarto?
— Não está bom para você? — Perguntou arqueando uma de suas sobrancelhas. Minha vontade de respondê-lo impropriamente com palavrões era imensa. Como um ser humano pode ter uma casa chiquérrima e dar um quarto vagabundo para eu dormir? — Por acaso está querendo mais do que isso? Deveria agradecer por eu estar lhe dando uma moradia e alimentação adequada. É uma ingrata mesmo.
— Eu falei algo a respeito sobre o quarto?— Cruzei meus braços batendo meu pé direito no chão. O mesmo revirou seus olhos e retirou de seu bolso o celular. — O que está fazendo?
— Avisando ao Daesung trazer suas roupas e algo a mais que deixei lá no galpão. Eles devem esconder todas as armas que sirvam como evidências para o Kim Jong.
Respondeu guardando o aparelho no bolso. Logo dirigiu seu olhar para mim enquanto minha atenção se dava ao quarto.
— Se estiver desconfortável, é só me chamar pois estarei ao seu dispor.
— Você falando assim me lembra da época quando era mordomo. Obrigada Ji Yong.
— Por que está agradecendo?
— Por ter dividido seus problemas para uma simples garota como eu. Não se preocupe pois irei devolver o que era seu.
— Oh...Obrigado pela compreensão. Eu realmente pensava que você não sabia disso, pensei que seu pai havia lhe contado.
— Você deveria saber que eu não sei a metade do que se passa lá na minha casa.
— Eu julguei mal. Desculpe-me mais uma vez... — Abro um pretensioso sorriso e me aproximei para lhe abraçar, fazendo com que o pegasse de surpresa. — Por que está fazendo isso?
— Estou com saudades do seu perfume. Abraçá-lo faz com que minhas tristezas sejam embora. — Apertei mais seu peitoral negando que uma lágrima escorresse em meu rosto. Mesmo não recebendo retribuição, ficar ao seu lado já era de extrema gratificação para mim.
Pelo visto o G Dragon que tanto admirava está voltando aos poucos.
Seungri p.o.v.'s
Com ajuda de profissionais especializados em espionagem, Kim Jong e eu descobrimos que poderia haver uma probabilidade enorme de Ji Yong estar escondendo S/n em um galpão próximo à estrada.
Sem procrastinar as coisas, o meu futuro sogro pediu-me para que fosse até o local conferir se havia pistas. Nossa relação mudou muito logo após nosso acordo, agora tenho bastante reconhecimento e certamente darei medo as pessoas que passarão ao meu lado.
— Chegamos senhor Lee Seung hyun. — Saio de meus ambiciosos pensamentos com o motorista avisando que havíamos chegado ao galpão.
Peguei minha máscara do meu bolso e o coloquei no rosto, saio do automóvel e caminho em direção ao vazio local. Meus passos não ecoavam devido a falta de som, porém os arrulhos das pombas ainda estavam presente no recinto.
Um pensamento veio em mente. Talvez os espiões estivessem errados e S/n não estaria aqui. Solto um ar pesado e retiro de meu bolso, o meu celular.
— Alô sogrinho? Eu não encontrei nenhum vestígio ou a sua filha aqui. Talvez estejamos no caminho errado.
— Não há sinal nem do desprezível do Kwon Ji Yong?
— Não, e se tivesse ele seria bem esperto em deixar o local tão rápido assim. O que faremos agora?
— Volte para a mansão e avisam aos meus comparsas checarem a localidade. Iremos retornar desde o início e arranjar outro meio para que se possa encontrar S/n.
— Entendi senhor, já estou voltando. — Encerro minha ligação e guardo novamente em meu bolso.
Passo minhas mãos em meu cenho franzido e solto um urro. Se esse mordomozinho pensa que se livrou de nós, está muito enganado.
— Aguarde Kwon Ji Yong, seus dias estão contados. Se quis ter um inimigo, encontrou a pessoa certa.
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