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História Cristais de Sangue - Como cães


Escrita por: MarceFC

Capítulo 10 - Como cães


Capítulo 10 

As duas voltaram para a mesa, mas Hinata não conseguia parar de acompanhar Naruto com trocas de olhares rápidas, o que fazia Ten Ten interromper as suas falas e chamar pela amiga distraída com o olhar pelo salão. 

- O que você tanto olha?!- Ten Tem perguntou, nervosa.

Hinata se assustou com o tom de voz que lhe foi deferido e se ajeitou na cadeira. 

- Estava observando o salão. - deu de ombros - Você disse que Sasori irá fazer a briga de cães hoje, você tem certeza? Há muitas pessoas aqui. 
        - Ele falou com Neji mais cedo, pode ter certeza, mas parece que são para os membros da família mais próximos e mais importantes. 

As tentativas de Sasori se parecer com o pai já cansavam Hinata. Essas atitudes vinham desde que eles se conheceram e só se intensificou com o tempo. Para ela, ele devia parar de gastar com bobeiras para impressionar e agir, senão iria acabar ganhando mais inimizades dentro da família siciliana por gastos excessivos. Estas festas não se faziam necessárias para manter relações diplomáticas, eram só para trabalho e dinheiro, uma coisa que Sasori poderia ter feito era: acabar com essas festas criadas no governo do pai e tentar reestabelecer uma conexão com a máfia grega, por exemplo, traria muito mais vantagens para a siciliana, que acabara de se formar, no entanto ele só se importava em ser o pai. 

- O que estava falando com o Uzumaki? 

Hinata olhou para a amiga alarmada. 

- Não falei com ele. 
        - Mas você disse que estavam conversando. - Ten Ten franziu o cenho. 
         - Eu disse? - Hinata limpou a garganta - Falei errado então. 
      - Ouvi dizer que ele recebeu propostas de casamentos. - Ten Ten sorriu - Muitos velhos com filhas empacadas. 
         - Nós fomos filhas empacadas. - Hinata retorquiu.
     - Sei disso. - Ten Ten devolveu desgostosa - Objetos de troca. 
      - Sabe se ele aceitou alguma? 
      - Nem se deu ao luxo de responder. - Ten Ten deu de ombro- Parece que ele não se interessou por nada daqui, nem com a proposta de Sasori. 

Hinata ergueu uma sobrancelha.

- Neji disse que Sasori está olhando com vista grossa para o Uzumaki porque o russo ainda está pensando na proposta de apoio e está na cara que não pretende aceitar. - Ten Ten procurou por Naruto no salão. 

Um ponto positivo: Hinata não o veria com frequência e não precisaria fingir sua atração, o que quase a matava. Um ponto negativo: ela não o veria com tanta frequência. 

- Ouvi dizer que os russos apoiam os gregos. - Hinata comentou. 
             - E o que tem? - Ten Ten ergueu uma sobrancelha. 

Naquele momento Hinata lembrou que estava falando com uma mulher empacadora e que Ten Ten não teve a mesma educação que ela teve, sempre ao lado do pai e dos assuntos políticos da máfia. Hinata nunca foi obrigada a acompanhar o pai, ela fazia isso por vontade e admiração, sempre adorou ver ele dar seus discursos para os outros membros e ser tratado como se fosse um imperador, a força que ele tinha no olhar quando dirigia uma possível operação ou recebia membros diplomáticos em casa era motivo para aquele olhar ser gravado em sua memória a fogo. Este era o motivo principal por sentir falta da presença do pai, no começo do casamento. Agora, a saudade havia se transformado em rancor; ele nunca havia a tratado com muito esplendor, ela era mulher e ,não, um homem; quando Sasori apareceu; ele a despachou como se estivesse se livrando de lixo; nunca mais procurou ter contato. 

No fim, toda aquela admiração nutrida durante a pré-adolescência até a fase adulta se tornou um misto de amargura e rancor. Ela não queria sentir aquilo pelo pai, mas sentia e não sabia evitar. 

- Mas podemos concordar: ele é gostoso pra caralho. 

O comentário de Ten Ten tirou Hinata dos pensamentos do pai. Ela sorriu. 

- É uma carne fresca no meio das estragadas daqui. - concluiu. 

Ten Ten riu e lançou: 

- Quantos anos acha que ele tem? 
         - Talvez uns 30. - Hinata deu de ombros - Não deve passar disso. 
       - 30 aninhos e sem aliança... - Ten Ten estalou a língua- Que desperdiço eu ter uma aliança. 

As duas riram. 
                           *** 
Sasori iniciava seu breve discurso, alcoolizado. Embora não fizesse muita diferença, pois todos ali já tinham o álcool alojado na cabeça. Esta era a deixa para Hinata deixar o salão sem ser percebida e vagar pela área da piscina. 

- Já disse que este vestido caiu bem em você? 

Por cima dos ombros, ela notou Naruto fumando. 

- Estou esperando dizer que fico melhor sem ele. - ela rebateu, sorrindo. 

Naruto ergueu as sobrancelhas de forma momentânea e se aproximou. 

- Não posso afirmar algo que eu não vi. - ele rebateu.

Ela se virou enquanto ele se aproximava, mantendo contato visual com os olhos azuis piscina, descendo pelas cicatrizes até o maxilar anguloso; os cabelo com o penteado desfeito - por suas mãos; a pele macia; sobrancelhas grossas; cílios volumosos. Ela pintava o rosto dele em sua mente, cada detalhe, para nunca se esquecer. 

- Você irá para o negócio dos cachorros?
            - Sasori irá me obrigar. - ela concluiu. 
         -Irei também. - ele deu de ombros e subiu sua mão até tocar no rosto dela - Quando iremos nos encontrar de novo? 
           - Eu estava pensando no nosso problema. 
           - Nosso problema? 
         - Você irá voltar para a Rússia. - ela declarou, com uma agulhada no peito - Não vamos mais nos encontrar, então por que nutrir isso?

Ele não respondeu, apenas acariciou seu rosto com o polegar e suspirou. Ela tinha razão, em menos de três dias ele estaria partindo para o México e depois voltaria para a Rússia. 

- Você já ouviu falar em Carpe diem? - ele murmurou. 
            - Sim, mas o que tem a ver? 
            - Você precisa parar de se preocupar com o futuro e com o que pode acontecer e viver o que está acontecendo. 

Com um puxão inesperado, Naruto a arrastou para atrás da parede do bar, um ponto cego para alguém que possa sair do salão. A prensou contra a parede. 

- Não consigo ficar perto de você sem te tocar. - ele sussurrou.
         - Então me toque. - ela pegou as mãos dele e guiou para seus seios e nádegas - E me beije. 

Naruto não tardou em obedecer aos pedidos dela. Suas mãos afundaram na carne de seu corpo por cima das pérolas e seus lábios cobriram os dela. As mãos de Hinata passaram para o rosto dele e passearam por seus fios dourados. 

O contato dos corpos ficou o mais próximo possível, as respirações ficaram ofegantes e abafadas pela conversa dentro do salão. Ela desceu a mão dela por dentro da calça dele e apertou sua ereção, sorrindo contra os lábios dele. 

- Naruto, Naruto... - ela sussurrou e o empurrou contra a parede do bar. 

Seus dedos abriram a fivela do cinto dele e realizaram o caminho já conhecido. Ergueu um pouco a saia do vestido e conseguiu ajoelhar. 

- O que você... Levante... E se pegarem a gente aqui? - Naruto hesitou, mas não queria que ela parasse. 
         - Carpe diem,russo. - ela sussurrou enquanto abaixava a sua calça junto com sua cueca, liberando-o. 

Sorriu e deslizou a mão por toda a sua extensão, fazendo Naruto prender a respiração e depois buscar uma boa lufada de ar. 

Ela ficava excitada só de pensar que o corpo dela o deixava assim. Deu mais pressão ao aperto de sua mão e um pouco mais de velocidade. 

Sua boca envolveu a glande e deu uma leve sucção. Naruto segurou o gemido e se apertou contra a parede, inclinando sua cintura na direção da boca dela. Hinata desceu sua boca até onde conseguia e terminou com sua mão.

- Porra! - ele soltou, contido. 

Hinata o acariciava com a língua e o apertava com a mão, aumentando a velocidade e a intensidade da sucção, salivando. 

- Caralho, Hinata, assim... Continue assim... - ele levou as mãos ao cabelo e gemeu. 

Ela retirou a boca e passou a língua pelas veias que saltaram pela extensão da ereção, sem deixar de passar a mão por sua extensão com pressão. Seu corpo esquentava a cada gemido que escapava pelos lábios de Naruto, era como ser estimulada apenas por sons. 

- Você chupa muito bem... Porra... Se continuar assim... 

Hinata voltou a envolveu-lo com a boca e ir até onde conseguia. Naruto investia o quadril contra a boca dela e tinha os gemidos abafados pelas saudações ao discurso de Sasori. Ela voltou a lamber todas as veias saltadas, encostou a glande nos lábios e chupou devagar, masturbando-o com as duas mãos. 

- Merda, vou gozar! 

Ela voltou ao ritmo de antes, usando a língua para estimula-lo mais. Ergueu os olhos para ver sua expressão quando ele abaixou os olhos para olhá-la, os olhares se cruzaram e no calor do momento, Hinata sorriu para ele, dando o xeque-mate. Naruto gozou em sua boca sem nem avisar que o faria, mas Hinata não se importou, engoliu sem pestanejar. 

Voltou a se levantar e ajeitar o vestido enquanto Naruto se recompunha. A porta do salão foi aberta. 

- Hinata! 

Era a voz de Sasori. Os dois arregalaram os olhos e os corações dispararam. Hinata saiu apressada, tropeçando nos pés e avistou Sasori a poucos metros dali. 

- O que eu faço com você?! - ele estava nervoso. 

Ela engoliu em seco e continuou caminhando.

- Que porra estava fazendo aqui que não escutou meu discurso?! 
             - Estava fumando. - ela tentou se manter imparcial. 
          - Não sei o que devia fazer com você. - ele estreitou os olhos.

Quando chegou perto o suficiente, beijou-o para amenizar a situação. 

- Sei que fez um ótimo discurso, amor. - ela sorriu. 
         - O que andou comendo? - ele franziu o cenho e ela queria rir.
         - Caviar. - deu de ombros.

Sasori sorriu e lhe deferiu uma palmada nas nádegas.

- Vamos ver um pouco de sangue. - ele espalmou as costas dela e começou a guia-lá para dentro. 
 
                              ***
O ginásio onde acontecia as brigas dos cães ficava logo à frente do canil. Era uma propriedade isolada no meio do deserto a quase uma hora e meia de distância da concentração de Las Vegas. A polícia sabia da existência das brigas, mas não se manifestava- até porque muitos policiais apostavam e faturavam ali. O proprietário era conhecido de Sasori e sempre faturava o dobro quando recebia a visita do mafioso. 

A arena onde colocariam os cães ficava a uns três metros abaixo do local onde os apostadores se sentavam ou debruçavam no parapeito. As apostas eram feitas nas cabines de cada camarote, que comportava até 20 pessoas. Havia televisões que apresentavam os lutadores e excitavam as apostas. 

Hinata já esteve ali algumas vezes, mas nunca se acostumava com a sensação sufocante de ver os cães lutarem até morrerem. 

Sasori sentou em uma cadeira próxima ao parapeito e tinha uma vista privilegiada da pista, Hinata preferiu não se sentar, ficando ao lado do marido em pé, como uma estátua.

Avistou Naruto no camarote do outro lado da pista, em frente ao seu. Estava junto com outros apostadores que não faziam parte do grupo de Sasori- que ocupou dois camarotes, dos cinco que havia. 

Ela achou algo muito melhor para observar. 

 

 

A última luta era anunciada nas telas das televisões, os dois favoritos da noite causavam exclamações e apostas altas: Nikita e Bruce. 

Nikita era uma pitbull de três anos, que já havia ganhado mais lutas que cães que estavam ali há mais de cinco anos. Mesmo sendo menor que os machos, ela tinha golpes rápidos e de grande impacto, o que era fatal para seus adversários. Tinha pelagem caramelo claro e o peito branco, seus músculos se pronunciavam a cada passo que dava. Possuía uma beleza bruta.

Ela foi posta na gaiola e atiçada com cutucões.

As gaiolas foram abertas e os dois cachorros se encontraram no meio da arena ao som dos gritos dos apostadores. Hinata se aproximou do parapeito. 

Nikita havia nascido naquele meio e a ele foi subordinada, não poderia sair dali viva. Era obrigada a lutar, mesmo se relutasse em atacar e com o tempo foi se acostumando a matar. Todo aquele meio sugava seu corpo e força para benefício próprio e sua única recompensa era um tapinha nas costas e pomada para os machucados. A sua jaula no canil a deixava claustrofóbica e ainda mais nervosa.

Tudo ali a deixava preparada para atacar ou ser atacada, era mais um treinamento psicológico do que físico; ou ela resistia a tudo, ou morria tentando. 

Nunca uma luta foi tão decisiva quanto esta. O proprietário colocou a prova seus dois melhores cachorros visando o lucro momentâneo, sem pensar no futuro. Ali, um deles sairia morto e assim, não haveria dois favoritos, o que diminuiria as apostas pela metade. Mas ele não se importava, não iria demorar para outro cachorro se tornar favorito, por isso gostava daquele meio, as coisas fluíam rápido e nunca decepcionavam.

Hinata se viu espelhada em Nikita e em sua luta sangrenta. Ao se comparar com a cachorra, ela apertou a grade do parapeito e perdeu o fôlego. Nikita estava perdendo, tanto sangue quanto a luta. 

A pitbull caiu no chão sem sentidos e Bruce aproveitou o momento para ir para cima. Os apostadores de Nikita começaram a xingar e tacar seus bilhetes no chão enquanto os de Bruce comemoravam. Mesmo sendo massacrada, Nikita não emitiu um som de dor.  

Bruce saiu de cima dela quando cansou e se afastou, babando sangue. Nikita ainda resistia, respirando com dificuldade e espumando sangue. Estava quase morta. Um homem entrou na arena com um revólver engatilhado, Nikita sentiu a morte e tentou se afastar, mas a única coisa que teve foi um espasmo nas pernas.

Hinata não pensou quando gritou: 

- Não! Por favor, não! 

Todos silenciaram, para rir logo em seguida. Sasori se levantou e foi até a mulher, segurando em seu braço. 

- O que acha que está fazendo? - ele apertou seu braço e a virou para encara-lo.
         - Não deixe que a mate. - Hinata suplicou e sua voz fazia eco, os murmúrios só aumentavam - Compre ela, por favor.
           - Não vou gastar com uma perdedora. - ele rebateu.
        - Sasori, por favor. - ela voltou a olhar para a cadela no chão - Podemos pagar um veterinário.
      - Hinata, não comece! Morrer é melhor para ela. - ele começou a afastar a mulher do parapeito, constrangido pelos murmúrios dos outros.
         - Eu tenho dinheiro, então eu compro! - Hinata puxou o braço, o que piorou a situação.
              -  Eu compro. - a voz de Naruto fez todos se calarem.

A impressão inoportuna da relação dos dois se fez presente, exposta, e isso fez Sasori ferver em raiva. Estava se passando por corno na frente de todos. Os olhares dos presentes se dividia entre os dois acusados e o clima pesou, comentários maldosos saiam sussurrantes da boca de mulheres ali presente. Hinata se sentiu nua e desarmada. 

Com a raiva borbulhando, Sasori foi até o parapeito e sacou sua arma, descarregando todas as balas no corpo agonizante da cachorra. Hinata paralisou. 

- Agora, ninguém mais compra esse caralho. - Sasori retorquiu e guardou o revólver, agarrando Hinata pelo braço e saindo do lugar. 
                            ***

No corredor do hotel, Sasori seguia mais à frente. Hinata tinha receio de entrar no quarto, queria dar meia volta e correr. 

Sasori abriu a porta e esperou que ela entrasse. O coração de Hinata batia tão forte que parecia querer estourar suas costelas, sua cabeça pesava e ela podia sentir sua morte. A porta fechou e o silêncio se instalou. 

Hinata continuou encarando-o, parada no meio do quarto.

Sasori se aproximou, afrouxando a gravata. Hinata engoliu em seco e segurou o medo. 

O estralo rompeu o silêncio pesado dos dois. A mão de Sasori cobriu a bochecha direita de Hinata e a força do tapa a jogou no chão. O movimento repentino e bruto fez algumas fileiras de pérolas estourarem. 

Hinata estava desnorteada e um apito ressoava em seu ouvido direito. A dor era quente e começava a se espalhar por todo o seu rosto. Sasori ajoelhou ao seu lado e pegou seu rosto entre os dedos. Ela sentiu gosto de sangue; a parte interna da bochecha havia sido ferida. 

- Espero ter sido apenas uma impressão. - ele ameaçou- Não me importo se ele é russo, mato os dois. 

Sasori empurrou o rosto dela para trás e levantou, saindo do quarto. 

Hinata se deixou estar no chão, entre as pérolas soltas e com a boca acumulando sangue. Ela nunca havia apanhado do pai e, agora, se sujeitava a isso. 

Uma lágrima escorreu do canto de seu olho e pingou no chão. Por um deslize, sentiu inveja de Nikita.


Notas Finais


Hey, consegui postar mais cedo, vamos comemorar 🎉 Mas queria avisar para não esperarem por capítulo essa semana, vai ser bem difícil escrever.
Tenho perguntas:
- não se notaram, mas mudei algumas personalidades e queria saber se isso é algum problema.
- Estão gostando?
- O que acham do enredo?
- Narrativa?
- Estou sabendo escrever as situações ou vocês acham que eu preciso aumentar ou diminuir a descrição?
- Estou conseguindo passar as impressões dos personagens?


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