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História Cristais de Sangue - Escolha


Escrita por: MarceFC

Notas do Autor


Voltei mais cedo hihihi

Boa leitura!

Capítulo 21 - Escolha


Hinata 

Ela seguia na frente com passos rápidos e trêmulos. A ideia de ter Naruto a seguindo era angustiante e pesada. Ele estava em completo silêncio e isso deixava a situação ainda pior. 

As dúvidas começaram a chegar. Ela virou e os corpos se bateram. 

- Por que você não me procurou depois de Las Vegas? Por que você sumiu? É impossível que tenha esquecido... Que não tenha sentido nada. – ela o encarou nos olhos como nunca tinha feito antes; com clemência e dor. 

Ele arregalou os olhos e sua feição se transtornou. Com um olhar rápido, ele buscou uma saída dali e quando a encontrou, agarrou Hinata pelo braço. 

Ela não se queixou de ser arrastada por Naruto pela casa enquanto ele procurava por alguma coisa.

- Onde eu posso conversar com você longe de todo mundo? – ele sussurrou sem olhar para ela.

- Em nenhum lugar. 

Ele começou a puxá-la de volta para a entrada da casa.

- Não podemos sair agora! Naruto! – ela tentou puxar o braço.

- Cala a boca! 

Ela calou no mesmo segundo com os olhos arregalados em espanto. Definitivamente, Hinata não conhecia este Naruto. 

Os dois saíram da casa e seguiram pelo lado contrário ao jardim que Tenten e Hanabi estavam. Foram para o lado oeste da propriedade, caminhando para o mais longe possível da casa e de ouvidos curiosos.

- Como você tem coragem de dizer que eu não te procurei?! – ele a puxou e soltou, fazendo-a rodar sobre o pés – Como você pode me acusar assim depois do que eu te mandei? 

- Eu posso acusar sim! – ela levantou a voz – Porque apenas eu te procurei, mesmo correndo risco. Eu pedi para a Tenten te encontrar porque eu ainda não tinha desistido de você! 

- E você acha que eu não correria riscos? Por acaso você anda vendo televisão ou bancar a boa esposa ocupa tempo integral?! Você não tem o direito de jogar a culpa nas minhas costas sendo que a errada é você! 

- Errada?! Só porque eu pensei nas consequências e em tudo o que enfrentaríamos eu sou dita como errada?! Você só pode estar ficando louco! 

- Você não pensou porra nenhuma! – ele elevou a voz – Você foi covarde e preferiu ficar a ter que enfrentar o mundo, porque você não passa de um cachorro que segue as ordens dos outros sem ter a própria independência! Você não quis deixar o conforto da vida com o Sasori e ter que colocar os sentimentos a prova. Foi isso que fez e é o que está fazendo. Me arrependo amargamente por ter me apaixonado por uma mulherzinha como você. 

As lágrimas brotaram nos olhos de Hinata.

- Você que não passa de uma falsa que passava a ideia de repugnar o marido, mas na hora da verdade virou uma corninha correndo pra debaixo da perna dele e ainda teve a coragem de dizer que era por causa da honra da família e o caralho que for! Estou cansado de você, Hinata, cansado do teatro que você faz para mim. 

Não, ela não estava escutando aquilo dele. 

- Eu mandei um e-mail pra você e disse tudo o que eu tinha que dizer a você. Você fez sua escolha e eu fiz a minha. 

Ele estava tão arrogante e de alguma forma diferente.

 O e-mail que o Sasori chegou falando! 

- A porra desse e-mail foi lido pelo Sasori porque ele passou a monitorar tudo o que eu fazia! Eu passei todos os dias procurando por você e pedindo a qualquer força misteriosa que chamam de Deus para trazer você de volta e eu só desisti de te procurar uma vez, mas não demorou muito para eu voltar a mudar de ideia. Agora vem você tacar essas merdas na minha cara! Quem você pensa que é, porra?! Que escolha você fez pra vir tacar essas merdas em mim? 

- Eu escolhi casar com a Sakura.

Ela não queria saber quem era Sakura ou como ela era. A única coisa que ela sentia era uma dor no peito que lhe arrancava o fôlego e a fazia querer chorar. 

- Então é por isso que está falando tanto desaforo pra mim! – ela o empurrou – Está tentando tirar a culpa das costas agora que viu que fez merda. Como você pode ser tão baixo, Naruto?! Como você se transformou em um homem tão medíocre assim? – ela socou o peito dele – Eu nunca desisti de você! Não irei culpar você por ter escolhido casar com uma pessoa até porque eu continue com o Sasori, mas eu não sou desgraçada para jogar a minha escolha em cima de você! Como você pode fazer isso?! 

Ela passou a mão no rosto e começou a chorar. 

- Eu... Eu engravidei  – ela o encarou com os olhos marejados – de um filho seu. 

Naruto arregalou os olhos e abriu a boca para dizer alguma coisa, porém não disse nada. 

- Foi quando, talvez, eu fiquei com mais medo na minha vida e não sabia o que fazer. 

- Por que você não me procurou antes? – ele passou a mão no cabelo – Por que não me disse isso logo? 

- Eu iria te procurar, mas antes que eu fizesse qualquer coisa o Sasori matou o bebê. 

- Ele fez o quê?! – Naruto a agarrou pelos ombros – O que aconteceu?

- Eu tive crises de dores de cabeça tão fortes que nem conseguia sair da cama – ela começou a chorar – e então ele chegou com um suposto remédio para as dores e... Ele... O remédio... Era abortivo. Eu sinto muito. Não consigo me perdoar pelo o que eu fiz ao meu bebê... Não devia ter aceitado o remédio dele! Mas eu estava tão debilitada que não pensei duas vezes para ficar sem dor... Se eu soubesse... Juro que aguentaria aquela dor nem que fosse pelos nove meses. 

Naruto se afastou dela como se tocasse uma panela fervente. Hinata colocou as mãos no rosto e não impediu as lágrimas. 

- Ele fez isso de propósito? – a entonação da voz de Naruto havia mudado para algo muito pior que raiva. 

- S-sim. – ela tentou controlar os soluços – Ele me deixou sangrando na sala do apartamento por quase uma  hora e depois me jogou na porta do hospital como se eu fosse lixo. 

Naruto passou as mãos no cabelo. Seu maxilar estava trincado. Seus olhos pareciam um mar revolto.

- Você me perdoa? – ele se aproximou dela – Nunca passou por minha cabeça que você estava passando por isso... Eu... Minha nossa... Não devia ter dito aquelas coisas...Eu sou um filha da puta... Hinata, por favor. 

- Agora é tarde para perdão. – ela enxugou as lágrimas, no entanto voltou a chorar.

- Eu fiquei... Não sei o que me deu, não devia ter dito isso... Por favor, eu nunca seria tão rude com você se soubesse disso antes. 

- Foi bom não saber, assim você mostrou sua verdadeira face. – ela endireitou o corpo. 

- Hinata, eu estava com raiva por você ter me rejeitado e não quis saber do seu lado da história... Eu nunca gostei tanto de alguém antes e não consegui lidar com a situação... Eu só... Um filho meu! – a voz dele fraquejou e ele parecia querer chorar.

- Se tinha um jeito de acabar comigo, você encontrou. – ele sussurrou. 

As circunstâncias os separaram e os destruíram de tal forma que não sobrou nem um caco para se juntar ou guardar. 

Naruto caiu de joelhos a sua frente e a abraçou pela cintura, apoiando a cabeça em seu ventre e envolvendo seu corpo com as mãos fortes. Ela pôde sentir um leve tranco do corpo dele e então descobriu que ele chorava. 

Repousou as mãos na cabeça dele e acariciou o couro cabeludo com a ponta dos dedos.

Ela escorregou aos poucos por seus braços e ajoelhou, descendo as mãos até seu pescoço e o abraçando. Nunca precisou tanto de um abraço; um abraço dele. 

- Me perdoe. Eu preciso que você me desculpe pelo o que eu disse a você. – ele subiu as mãos para a nuca dela. 

- Sim... Eu desculpo você. – ela sussurrou – Eu amo você. 

Naruto afundou o rosto no pescoço dela e a apertou contra seu corpo. Hinata podia sentir o quão rápido o coração dele batia. Ela envolveu os braços com mais propriedade pelo pescoço dele e encostou a bochecha na cabeça dele. 

Suas lágrimas paravam aos poucos.

- Meu pai disse que grande homens não choram, mas eu não sei o que fazer agora. – ele murmurou. 

- Não, Naruto, apenas grandes homens sabem chorar. – ela sussurrou. 

- Eu vou acabar com aquele desgraçado. – Naruto disse, entre dentes- Ele irá se arrepender de ter feito isso a você. 

Naruto levantou e sacou a arma que tinha guardada na cintura.

- Naruto, o que vai fazer? – ela levantou alarmada. 

- Vou mandar um recado para o Sasori. 

- Naruto, pare com isso! 

Ele caminhou a passos largos de volta para a casa e Hinata precisou correr para alcançá-lo. Seu coração parecia bater na cabeça. 

- Naruto! – seu grito saiu agudo, o que chamou a atenção de Hanabi e Tenten no jardim. 

- Aconteceu alguma coisa? – Tenten gritou. 

- Tenten, me ajuda! – Hinata gritou enquanto entrava na casa, sem olhar para a amiga – Naruto! 

Ele parecia não escutá-la ou sabia ignorar muito bem. 

Os dois correram pelo corredor a caminho do escritório e a gritaria chamou a atenção de Hiashi, que saiu do cômodo para ver o que acontecia. Shino estava no corredor. 

- Mas o que está acontecendo aqui? – Hiashi encarou Naruto. 

- Saia da minha frente. – Naruto empurrou Hiashi para o lado e caminhou até Shino.

- Naruto, para! – Hinata tentou segurar os ombros dele, mas não foi o suficiente para impedi-lo de atirar em Shino. 

Gotículas de sangue voaram no rosto de Hinata quando as balas atingiram a cabeça. Uma grande mancha de sangue manchou a parede branca. 

Hiashi ficou sem reação. 

O grito de Tenten foi ouvido no final do corredor e ela conseguiu ser rápida o suficiente para evitar que Hanabi visse o estrago.

- Caralho, Naruto, o que você fez?! – Gaara esbravejou.

- Cala a boca, porra! – ele limpo a área dos olhos com a manga do terno e se dirigiu a Hiashi: 

- Entre no escritório. 

Hiashi entrou e Naruto levou Hinata consigo. 

- Preciso pegar minha arma ou você agirá como um homem e me explicará o que está acontecendo aqui? – Hiashi desviou os olhos para o rosto molhado de Hinata. 

Naruto guardou a arma. 

- Eu tive um caso com sua filha. – ele disse, sério – Hinata se recusou a ir comigo para a Rússia e preferiu manter essa sua honra de merda.

Hiashi olhou incrédulo para Hinata e depois voltou a olhar para Naruto. 

- Eu não criei filha minha para ser puta! 

Naruto se colocou entre Hiashi e Hinata. 

- Antes de falar da sua filha ou de qualquer outra coisa dessa situação, você deveria ter vergonha de si e de todos os Hyuugas por permitir que uma de vocês fosse tratada da maneira que foi. Onde estava a honra de ser Hyuuga quando o siciliano quase quebrou a cara dela de tanto bater? Onde estava a honra de ser Hyuuga quando ela precisou de ajuda? Onde estava a honra de ser Hyuuga quando ela quase morreu com um aborto?! 

- Um aborto? – Hiashi franziu o cenho. 

- Um aborto provocado pelo marido dela! – Naruto chutou o pé da mesa – Se o Sasori queria guerra, ele terá guerra, mas com a pessoa errada! 

- Ele estava no direito dele como marido. – Hiashi retrucou – Nenhum homem tem culpa se a mulher não passa de uma prostituta.

Hinata sentiu vontade de chorar de novo. 

- Não jogue a culpa nela por uma covardia dessa. – Naruto interviu – Não existe motivos que expliquem uma agressão, assim como não há motivos que deem o direito dele cometer um assassinato! Era o meu filho! 

- Por que não levou ela com você? Nada disso teria acontecido. 

Naruto revirou os olhos.

- Eu já disse que ela não quis ir para não comprometer você e a Hyamaki. Por incrível que pareça, sua filha ainda respeita o senhor mesmo depois de ser tratada como uma puta de troca por um acordo bunda que você fez. Francamente, quem junta duas máfias apenas interessado em território? Se bem que Sasori não teria mais nada de bom para oferecer. – Naruto olhou para Hinata de relance- Admita na cara dela que você fez isso para despachá-la da herança da máfia; diga que você a deu para qualquer imbecil que se interessou porque achou que ela não era boa o suficiente para cuidar da Hyamaki; fale na frente dela que você a vendeu por trocados que mais beneficiaram os italianos só para se ver livre dela; diga que você nunca a achou digna de liderar a máfia por ser mulher e fraca; admita que você destruiu a vida de uma filha porque sempre achou a outra melhor e mais forte para as responsabilidades! 

Naruto ia continuar, contudo foi interrompido por Hinata:

- É verdade, pai? – a voz saiu trêmula – Você não iria ceder a liderança da Hyamaki para mim? Iria dar a Hanabi? Por isso você a está casando com o grego? 

Hiashi sentou na cadeira e passou a mão no rosto. 

- Sempre te achei bobinha demais para a máfia, mesmo você sempre andando atrás de mim e sabendo dar palpites. Você nunca possuiu uma opinião própria e sempre estava à mercê dos outros e do que os outros queriam de você. Você hesitava demais para tomar uma decisão e quase nunca a fazia. – Hiashi disse, calmo demais – Te casei com o italiano porque sabia que eles dependeriam mais de nós que nós deles e assim seu casamento fluiria sem problemas, porque eu sabia que se algo acontecesse comigo você ficaria desamparada e colocaria tudo a perder enquanto Hanabi saberia exatamente o que seria preciso ser feito, mesmo que fosse algo terrível a seu conceito, ela o faria para manter as coisas. 

Ele suspirou. 

- Só quis te proteger. – declarou por fim. 

Hinata não podia acreditar que tudo o que sofreu podia ter sido evitado. Que tudo não passou de uma manipulação do pai para se ver livre dela ( da manipulação ela já tinha ciência, mas o motivo era nojento demais). Ela encarou o pai e não achou uma reação plausível para a declaração. Sentia repugnância. 

Todo aquele tempo aguentando Sasori e achando que aquilo estava valendo alguma coisa... Na verdade, nada nunca valeu nada ali e nem em qualquer outro lugar que ela foi exposta. Ela só foi um despacho do pai, um peso morto descartado. 

Ela sabia que não sabia agir sozinha ou pensar em alguma coisa sem a ajuda de alguém, mas porque ela foi criada assim! Sem liberdade de expressão ou de possuir opinião própria e ela via isso na mãe também. Hinata não era um pedaço de pedra sem valor nenhum; fora uma pedra de mármore destruída por marteladas erradas. 

As palavras fugiram de seu cérebro e a voz de sua boca. Não conseguia encontrar sentimentos para expressar o que sentia naquele momento. 

- Como você sabe disso? – ela encarou Naruto.

- Porque o Gaara me contou no avião e foi por isso que ele se interessou no casamento. Seu pai escolheu a Hanabi como próxima líder da Hyamaki e isso está até na lista. 

- Eu quero ver a lista. – ela olhou para o pai e trincou o maxilar – Me mostre a lista! 

- Ela não fica comigo, está sob os cuidados de outro membro da Hyamaki. – Hiashi repouso as mãos  na mesa. Estava tratando da situação com muito naturalidade e calma, como se já estivesse esperando por esse confronto há anos – Mas eu mudei o herdeiro, sim. 

Hinata sentiu como se os tiros que Naruto deferiu em Shino tivessem sido nela. 

- Vamos embora. – ela segurou no braço do Naruto – Vamos! 

Naruto não disse nada, apenas pegou na mão dela e saiu do escritório, encontrando todos aglomerados na porta. Ele passou sem olhar para ninguém, mesmo com os chamamentos de Gaara. 

Hinata olhou para o primo. 

- Você sabia disso? – ela estreitou os olhos – Sabia dessa traição?

- Desde antes do seu casamento, mas era só uma hipótese. Nunca achei que Hiashi colocaria pra valer mesmo. – ele cruzou os braços. 

Ela colocou a mão na cabeça e Naruto voltou a puxá-la pelo corredor. 

Hinata não teve tempo para se despedir da irmã ou de Tenten. Ela só queria sair daquela casa, daquele país, daquele inferno. 

Naruto destravou o carro de Shino. 

- Onde conseguiu a chave? – ela franziu o cenho. 

- Ele pendurou junto com a de Gaara. – Naruto deu de ombros – Creio que ele não vá precisar de um carro agora. 

- Onde vamos ficar? – ela questionou ao entrar no carro.

- Vamos para o aeroporto. – ele disse ligando o carro. 

- E ir para onde? 

- Para a Rússia. 

Ela ergueu as sobrancelhas.

- Está falando sério? 

Ele a encarou de soslaio. 

- E você não poderá dizer que não vai. – ele retrucou. 
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- Por que preciso comprar roupas de frio? – ela disse a porta de uma loja de roupa do aeroporto, ainda passando lenço para limpar o sangue do rosto.

- Porque irá congelar se usar apenas esse vestido lá. – ele colocou as mãos no bolso – Escolha o que quiser. 


As vendedoras abusaram da boa vontade de Naruto e da indecisão de Hinata. 

- Acho que não congelo mais. – Hinata disse segurando as sacolas com os casacos e blusas.

Naruto sorriu de lado e pegou uma das sacolas de Hinata. Os dois seguiram para o portão que indicava o número do voo deles. 

- Como conseguiu uma passagem tão rápido? 

- Eu tenho os meus truques. 

Ela sorriu. 
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- Onde estamos? – ela disse enquanto eles passavam pela passarela que ligava o avião ao aeroporto.

- Em Moscou. 

- Você mora aqui? 

- Não. 

- Vou ficar em um hotel? 

- Por hoje, sim. 

- Não pretendo ficar muito tempo. – ela olhou para o chão – Só preciso pensar um pouco e logo já vou arranjar um lugar para ir. 

Naruto ergueu uma sobrancelha. 

- Do que está falando? 

- Não vou ficar na Rússia, quero seguir para outro país. Começar minha vida de novo, longe de tudo e de todos. Em um lugar onde Sasori e nem meu pai me encontrem.

- Você sabe que a Rússia é grande e- ele foi interrompido: 

- Não vou atrapalhar a sua vida, Naruto. – ela disse, até convicta demais – Você irá casar e está com problemas sérios nos meios políticos. Não quero ser mais um problema seu. 

- Um problema meu? Você não é um problema! 

- Não quero que você mude de opinião só por causa da gravidez e tudo mais. Você mesmo disse que havia feito uma escolha. 

Eles passaram para o aeroporto e seguiram as placas que indicavam o caminho para o estacionamento. Conforme iam seguindo para o andar que o carro de Naruto estava, a movimentação de pessoas diminuía. 

Os passos de Hinata ecoavam pelas pilastras de concreto do estacionamento. Eles saíram para a parte aberta e o vento frio bateu no rosto de Hinata. Ela se encolheu no casaco.

- Minha nossa! – sussurrou. 

- Pra quem está acostumada com Las Vegas, você irá odiar o clima daqui. 

- Onde está seu carro? 

- Logo ali na frente. – ele apontou, mas ela não visualizou nenhum veículo. 

Naruto a segurou pelos ombros e deu um vislumbre rápido pelo lugar antes de empurrá-la contra a grade do estacionamento. Hinata abriu a boca para protestar pelo ato repentino e foi calada por um beijo de Naruto. 

Os lábios gelados e rachados se tocaram sem hesitação e o corpo de Hinata queimou. A língua de Naruto passou por seus lábios sem qualquer empecilho. Os corpos começaram a esquentar e os lábios a umedecer. 

As mãos dela estavam na cintura de Naruto, sempre o puxando para mais perto e as dele repousavam no rosto dela.

Ele se afastou ainda de olhos fechados e suspirou. 

- Você sempre foi minha escolha. – ele sussurrou – Sempre será. E não vou deixar você fugir de mim dessa vez.

Ela sorriu.

- Não irei. 

Eles beijaram-se de novo de uma forma mais lenta. 

 


- Conheço um bom hotel para você passar a noite. – ele comentou ao parar o carro no farol. 

Ela deu um sorriso rápido. Não se importava onde passaria a noite, apenas queria passar ao lado dele. 

Ele ajeitou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha e apoiou a não em sua nuca.

- Você é ainda mais bonita do que eu me lembrava. 

Ela o respondeu com um beijo. E eles se beijaram tanto que o farol ficou verde e vermelho e verde de novo. 
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Naruto conseguiu uma estadia de duas semanas para ela, mesmo que ela acreditasse que não precisaria de todos esses dias para conseguir alugar algum lugar com o dinheiro que conseguiu colocar em uma conta privada. 

O quarto era espaçoso demais para apenas uma pessoa residir nele. A cama ficava em um quarto separado e era ainda maior da que ela tinha na Italia. 

Ela não tinha malas ou troca de roupas, apenas casacos de frio. O que a obrigaria passear pelas lojas de roupa no dia seguinte para renovar o guarda-roupa. 

Tudo pelo qual ela passou pareceu ser um flash de uma câmera. Ela não conseguia acreditar em nada ou ao menos sentir alguma coisa, só não acreditava ter encontrado o Naruto de um modo tão peculiar e explosivo. 

Não sabia quanto tempo Sasori levaria para descobrir a traição e agir; talvez ele já estivesse sabendo por Hiashi ou o pai, uma vez na vida, estaria a ajudando e mantendo sigilo. A única coisa que ela pedia era que Naruto acabasse com isso antes mesmo que a revolta de Sasori tivesse tempo para começar. Assim como ele fez com o seu bebê. 

A porta bateu. 

- Eu preciso ir avisar os outros sobre o que aconteceu e o que virá a acontecer. Você precisa de alguma coisa? 

- Não. Estou bem.  Avisar quem? 

- As outras famílias e membros russos. Como líder, não posso tomar uma atitude antes de comunicar os outros, mesmo que eles não apõem minha investida. 

- Eles não irão apoiar uma guerra com esse motivo. – ela retirou o casaco.

Naruto se aproximou e pegou seu rosto entre as mãos. 

- Você é um ótimo motivo para lutar. – sussurrou antes de beijá-la. 

Ela podia imaginar como Naruto se sentia em Las Vegas, pois ela se sentia assim agora. Não se importava em saber que ele estava noivo de outra mulher porque sabia que era ela a quem ele desejava. Ela era a sua escolha.

Hinata deu alguns passos para trás até encostar com as costas no vidro da sacada. Estava gelado. Um arrepio percorreu seu corpo e se intensificou quando a ponta dos dedos de Naruto encostaram em suas coxas para subir a barra do vestido. 

Ele subiu a peça devagar, como se a torturasse. E com a ponta dos dedos raspou em toda parte de pele que alcançou. A pele era macia e estava completamente arrepiada. Enfim, o vestido passou pela cabeça dela e revelou que ela não usava sutiã. As pupilas de Naruto dilataram e o azul de seus olhos pareceu ficar mais escuro. 

- Você está com frio? – ele envolveu um dos seus dela e apertou. Notou que ela havia sofrido uma perda de peso drástica. 

- Sim. – ela soprou as palavras – Preciso que você me esquente. 

Ele inclinou o rosto e beijou o pescoço dela, depois chupou forte com a intenção de marcar. Agora, ela era dele. 

Hinata inclinou o corpo para frente e deixou o pescoço com um maior acesso para a boca quente de Naruto. 

Seus músculos internos se contraíram e ela gemeu entre os lábios. Seu corpo não se arrepiava mais por frio e, sim, por excitação. 

Naruto desceu os beijos por seu pescoço até o começo dos seios. Ele deixou de tocar os lábios na pele dela para dar atenção exclusiva para os seios, que logo foram sugados. 

O vidro contra suas costas equilibrou com a temperatura de seu corpo. 

A mãe dele desceu pela lateral de seu corpo, dando um aperto no músculo farto de seu quadril e terminou de descer por sua coxa. Por onde as mãos ou boca de Naruto passava, deixava uma marca vermelha ou rosada na pele branca de Hinata. 

Ele ergueu os olhos para ela enquanto lambia o outro seio e Hinata sentiu um calafrio na nuca. Quase soltou um xingamento e para se controlar, contorceu o corpo e afundou os dedos no cabelo loiro. Ela estava na ponta dos pés. 

A mão de Naruto passou pelo tecido da calcinha azul que usava e tocou o ponto que irradiava calor para o resto do corpo de Hinata. 

A carne carente pelo toque dele se contraiu com o contato e ela espalmou o vidro em um tapa – quase tirando a porta dos trilhos. 

Naruto sorriu contra o seu mamilo eriçado.

Ele aumentou o estímulo de seu dedo nela e desceu a boca por sua barriga. Hinata inclinou o corpo na direção da boca dele e gemeu quando ele parou de estimulá-la. 

A boca dele tocou a região do seu ventre em um beijo seguido de um chupão. Os olhos azuis encontram os perolados com um olhar terno. 

- Você terá mais filhos meus. – ele sussurrou contra a pele dela. 

Ela sorriu e os olhos marearam. 

- Quantos você quiser. – ela sussurrou de volta. 

Ele ergueu o corpo de repente e tomou os lábios dela em um beijo urgente, esfregando o corpo contra dela. Sua mão guiou a dela até a sua ereção que apertava a calça social. 

Hinata mordeu seu lábio inferior e sorriu lasciva. 

- Parece que alguém está apertado.  

Ela levou as mãos até o cinto de couro e soltou a fivela, abriu o único botão da calça e deslizou o zíper para baixo. O elástico da cueca se tornou visível. A calça caiu até as canelas e a cueca foi puxada para baixo até a metade das coxas. 

Hinata deslizou pela porta de vidro e ajoelhou diante dele. Passou as unhas pelas parte interna das coxas dele para torturá-lo e beijou a região abaixo de seu umbigo. Ele sibilou entre os dentes. 

Com um sorriso, ela segurou na base de seu membro e envolveu a cabeça com a boca, fazendo vaivém no resto da extensão com a mão. Ele fechou os olhos e curvou o corpo, apoiando-se na porta de vidro. 

A boca dela estava tão molhada e ela estava chupando tão gostoso... 

Ele não conseguiu segurar e investiu contra a boca dela, fazendo uma boa parte de seu membro deslizar para dentro da boca escorregadia de Hinata. Ele gemeu baixo. 

Ela intensificou a pressão de sua boca como sabia que ele gostava e passou a fazer vaivém com os lábios, usando a mão para auxiliar. 

Naruto afastou os cabelos dela do rosto com uma mão e após o ato, ela passou a olhá-lo. O corpo dele esquentou e ele sentiu o orgasmo se aproximar. 

- Hina, eu não... Vou gozar... Pare de chupar. – ele disse com a voz falha e ofegante. 

Ela não o obedeceu e chupou com mais força, arrancando um gemido mudo de Naruto. Usou mais pressão com a mão e salivou. Os músculos da barriga dele se contraíram e ela sentiu o gosto do pré-gozo. 

Os dedos da mão dele apertaram seus fios negros e ele investiu contra a boca dela de novo. Ela buscou pelos olhos dele ávida para ver cada feição que ele faria enquanto ela lhe dava prazer. 

- Se você quiser fazer qualquer outra coisa, é melhor não me deixar gozar agora. – ele disse sentindo espasmos e ela o obedeceu dessa vez. 

Ele a levantou pelos braços e a ergueu, fazendo-a envolver as pernas em seu quadril. Ela voltou a pressionar as costas contra o vidro e gemeu ao sentir Naruto remexer a cintura contra a sua. 

- Naru... To. – ela gemeu, manhosa. 

Com uma mão ele a segurou pela cintura e com a outra afastou a calcinha para o lado e a penetrou.

Ambos gemeram. 

Hinata sentia tanta a falta dele que achou que seria capaz de gozar com a primeira investida. Seu corpo bateu contra o vidro e ela o apertou com as pernas. 

Naruto apoiou a cabeça na curva do pescoço dela e o chupou enquanto deslizava nela mais uma vez. Ele ainda usava o terno. 

Estava tão quente, molhada e apertada. 

- Isso... – ela gemeu e o apertou ainda mais. 

Ele investiu contra o corpo dela e a porta de vidro balançou. Hinata tombou um pouco a cabeça para trás e amassou o terno entre os dedos. 

O vidro começou a embaçar pelo calor dos corpos e a escorregar, o que ajudava no movimento vaivém. 

Um calor começou a condensar entre as pernas de Hinata e ela gemeu alto com a estimulação que as estocadas dele causavam. 

Com um movimento rápido, Naruto a desencostou do vidro e foi até o sofá de dois lugares de couro branco. Ele a deitou no sofá e os corpo se afastaram. 

- Os dois deitados não vai dar aqui. – ele disse ofegante – Vire.

Ela mordeu o lábio inferior e virou de bruços, apertando a lateral do sofá. Naruto passou o braço pela cintura dela e ergueu o quadril dela no ar, sustentado pelos joelhos.

Naruto voltou a deslizar pelo corpo dela. Nessa posição ela podia o sentir maior e mais duro. Ela empinou a bunda e gemeu. Ele prendeu a respiração e passou as mãos pela cintura dela. 

Hinata apertou o estofado do sofá e não controlou os gemidos quando Naruto passou a estimulá-la enquanto investia contra seu corpo. 

Todo aquele tempo sem o corpo e o toque dele a deixou sensível demais e ela sentia que não aguentaria muito tempo daquela maneira. 

Afastou as pernas ao máximo e tentou equilibrar o corpo contra as estocadas fortes de Naruto. Seus músculos internos contraiam no membro dele é isso o fazia sibilar forte entre os dentes. 


- Naruto! – ela fechou os olhos. 

Ele estocou com mais força e o corpo dela sofreu um tranco. 

- Oh, porra! – ele empurrou o quadril contra dela de forma lenta e Hinata gemeu baixo – Você é fodidamente gostosa. Tão quente e molhada – ele soltou uma respiração forte para controlar o gemido – e apertada. 

- Só pra você. – ela fechou os olhos e controlou o gemido quando ele intensificou o estímulo no meio de suas pernas. 

- Diga de novo. – ele pediu saindo de dentro dela. 

- Só pra você. – ela repetiu baixo e ofegante, olhando para ele. 

Ele a estocou rápido e segurou o corpo dela, marcando a pele. Hinata fechou os olhos e abriu a boca em um grito mudo enquanto as estocadas de Naruto ganhavam um ritmo mais forte e rápido, atendendo um pedido sôfrego de seu subconsciente. 

Seu corpo foi tragado pelo frenesi da situação: dos corpos se chocando, das mais fortes de Naruto em sua pele, da voz grossa dele sussurrada ao pé de seu ouvido, dos gemidos e da sensação quente que as estocadas dele causavam em seu corpo. 

Ela se envolveu na sensação de ser abraçada por trás por Naruto e de, sensualmente, fazer amor com ele. 

Seu corpo clamava por ele; sempre pedindo mais. Ele era a única coisa que foder com ela e ela ainda seria capaz de pedir por mais. 

- Ah, merda, você parece tão perto. – ele disse, rouco – Vou fazer você gozar comigo. 

Ela não precisou pedir de novo. 

Não soube ao certo o que a fez perder a consciência: as estocadas atingindo um ponto sensível dentro de seu corpo ou as palavras sujas que Naruto dizia ao seu ouvido ou o trabalho que a mão dele fazia no vértice de suas coxas; tudo isso misturado com a satisfação e finalmente ser tocada por ele. 

Quando ela recobrou a realidade, estava deitada de costas e ele apoiava a cabeça no pescoço dela, respirando seu perfume. 

Ainda estava dentro dela e estava duro. 

Ela acariciou os cabelos dele. 

- Isso foi... Nossa! – ela respirou fundo e sorriu. 

- Hm... Eu ainda quero outra vez. – ele ergueu a cabeça e ela, a sobrancelha.

Sua risada fraca ecoou para os ouvidos de Naruto e ele sorriu, remexendo o corpo para cima e segurando no braço do sofá. Seu membro afundou mais dentro dela e a risada se transformou em um gemido prolongado. 

- Preciso de você de novo. – ele sussurrou em meio ao toque de lábios que trocou com ela – Preciso estar dentro de você mais uma vez. – ele escorregou a mão até o ponto fervente do corpo dela e massageou. 

Hinata ergueu o corpo e fechou os olhos, entreabrindo os lábios. 

- Preciso foder você mais uma vez. – ele disse de forma rouca e carregada de desejo, mordendo o lábio inferior dela logo em seguida. 

Não foi preciso muito para eles se perderem no corpo um do outro de novo e esquecerem do espaço e tempo; concentrando toda as atenções para as respirações ofegantes e gemidos. Consolando o amor selvagem que os unia e que tanto negado foi.



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