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História Crônicas de Paragon - Caos


Escrita por: Alexianka

Notas do Autor


Imagem do capitão Logan junto com Alexian e Ashira

Capítulo 12 - Caos


Fanfic / Fanfiction Crônicas de Paragon - Caos

Treze estava prestes a matar Alice, ela estava de joelhos com a cabeça baixa olhando o ferimento em sua barriga. Ela o pressionava com as duas mãos que estavam tingidas de vermelho, a espada caída a alguns centímetros dela. Alice não tinha mais forças para revidar, Treze com a espada erguida mirou o peito dela e atacou. Uma flecha porem o atingiu no ombro detendo o ataque. Treze olhou para a flecha como se tentasse compreender como ela havia chegado lá, ele a segurou arrancando-a do ombro, em seguida a quebrou. Uma pequena gota de raiva em um oceano sem emoções caiu dentro de treze mudando sua expressão passiva para um arquear das sobrancelhas. Ele olhou de onde a flecha tinha vindo.  Assim como todos os outros presentes.

 Há uns 10 metros o pai de Alice e Irikami, Edgar estava parado com seus guardas pessoais, um deles com o arco na mão novamente apontando uma flecha para Treze.

- Eu vou acabar com todos vocês por terem ferido meus filhos seu bando de miseráveis! Guardas matem todos! Mas aquele ali que feriu minha filha é meu! Edgar gritou sacando uma espada de duas mãos das costas, a lendária espada da família Lacy, a assassina de almas.

 Guardas e assassinos lutavam criando uma cena quase teatral, os movimentos e golpes eram como uma dança macabra e mortífera que a cada segundo levava um corpo ao chão. O pai de Alice atacou jogando todo seu peso e força no ataque. Treze se esquivou contra-atacando lateralmente sendo aparado logo em seguida. Thalita queria se aproximar de Alice para poder ver seus ferimentos, mas a luta entre os guardas e assassinos era travada em volta dela.

 Alice permanecia ajoelhada com as mãos no ferimento, mas agora ela acompanhava a luta do pai, Edgar nunca fora um pai carinhoso com seus filhos, sempre autoritário, severo, mal humorada. Mas Alice podia ver neste momento nos olhos do pai preocupação, carinho e medo.

 Treze era mais agiu que o pai de Alice por causa da juventude, porem Edgar era mais experiente e forte, ele começou a pressionar Treze que ficou apenas na defensiva, Edgar avançou em um forte encontrão levando Treze ao chão. Em seguida Edgar subiu por cima de Treze forçando a lamina da grande espada contra a espada de Treze que começou a cortar seu ombro e peito, a expressão de Treze franziu mais, foi quando o pai de Alice falou para ele cara a cara.

- Seu monte de estrume, eu vou fatiá-lo e dar seus pedaços aos meus cães para comer, só para você se torne o que é! Pura bosta!

 Raiva! Treze não entendia esse sentimento, mas o sentiu pela primeira vez. Puro e vivo pulsando em suas veias. Treze agarrou o rosto de Edgar com uma das mãos enfiando os dedos, indicador e polegar em seus olhos, continuou a enfiar até perfurá-los e cegar Edgar. O pai de Alice largou a espada gritando de dor e arqueou o corpo para trás, Treze aproveitou a oportunidade e com a outra mão cortou o pescoço de Edgar com a espada, treze continuou cortando segurando a cabeça com os dedos dentro dos orifícios oculares, a lamina travou na vértebra do pescoço, ele forçou mais um pouco arrancando a cabeça. Treze se levantou segurando a cabeça de Edgar entre os dedos e foi na direção de Alice que acompanhava tudo de olhos arregalados, Treze se abaixou ao lado dela e colocou a cabeça de Edgar gentilmente em seu colo, Alice chorando olhou a cabeça de seu pai em suas mãos e então enlouqueceu de pura Ira.

 

Dutos de água

 Destruição, morte e caos. Era tudo o que se via na outrora área comercial de Divinity’s Reach, este ataque covarde havia sido planejado por meses pela irmandade, um sindicato formado por criminosos, políticos e separatistas. A teia de hierarquia no comando das chamadas células era extenso e secreta, mas havia suspeitas que a White Mantle era na verdade os verdadeiros mestres da irmandade. Os grupos criminosos de bandidos embora mais números eram os que possuíam menor influencia e poder de palavra dentro da irmandade, algo que muitas vezes gerava conflitos internos. Uma das lideres criminosas em destaque se chamavam Sabetha, ela era uma eximia engenheira especialista em sabotagens, demolição e explosivos.

 Há alguns anos atrás Sabetha arquitetou um plano para eliminar toda a família real de Divinity’s Reach, ela apresentou o plano para a irmandade e a seus lideres. Mas estes líderes não gostavam das atitudes imprevisíveis de Sabetha. Ela era gananciosa demais e seu grupo de crianças seqüestradas leal demais a ela. E isto podia se tornar um problema no futuro, a única maneira seria eliminá-la. Mas para isso era necessário que Sabetha fracassar em seus planos duas vezes. Dois erros consecutivos dentro da irmandade e a ordem de eliminação seria aceita pelo círculo interno da liderança. Sabetha já havia fracassado parcialmente no primeiro plano, ela eliminará o rei e a rainha no atentado durante o King Jubille, mas falhara ao matar a princesa Jennah. Desta maneira uma conspiração interna para eliminá-la começou, arquitetada pelos dois lideres mais influentes da irmandade. Caudecus dos políticos corruptos de Divinity’s Reach e Sebastian Solar Cran dos separatistas de Ascalon.

 Sabetha estava nervosa, ela não esperava tanta resistência durante o ataque. Seus batedores informaram que algumas pessoas estavam lutando contra suas crianças sem emoção e que isso estava causando um atraso na preparação do Big Bang. Ela mordeu o lábio inferior, se fosse necessário sacrificaria todas usas crianças na realização de seu plano. Mas somente se tudo corresse perfeitamente. O Big Bang era uma seqüencia de explosões nas criptas existentes embaixo de Divinity’s Reach, A intenção era criar um grande colapso na área, destruindo completamente o distrito oeste deixando apenas uma cratera no lugar, matando toda a guarda da cidade que chegavam para deter o ataque de suas crianças. Um belo plano para deixar toda a cidade indefesa, plano que precisava ser concluído.

 

Distrito Oeste

 Algo incomodava Alexian e não era só o fato de estar preocupado com Ashira e com as crianças. Ou de estar lutando por sua vida sem parar. Ou de ter sido obrigado a matar 10 invasores até o momento. Ou de ter presenciado destruição e morte em sua cidade.

 O que incomodava de verdade Alexian era o fato deste ataque não fazer sentido algum. Os invasores eram suicidas, se entregando a uma luta que sedo ou tarde mataria a todos eles, os reforços da guarda chegariam a qualquer momento e mesmo que tenham conseguido fazer toda esta destruição a perda que o lado inimigo teria era maior do que a perda da guarda de Divinity’s Reach, algo estava faltando neste quebra-cabeça.

 Remmy olhou para Alexian notando tensão em seu olhar, o recruta deveria ter 3 ou 4 anos a mais que ele, provavelmente 18 anos. Mas demonstrava confiança de alguém mais velho, Remmy acreditava ser capaz de aprender muito com Alexian caso conseguisse ser aceito na guarda.

- Algo esta me incomodando Remmy. Alexian falou do nada cortando o silencio. Os dois haviam vencido duas wave de inimigos e agora avançavam correndo pela rua.

- O que o incomoda?

- Tudo! Algo não se encaixa neste ataque! Deve haver algo mais. Um objetivo específico, além de somente destruição de propriedades e morte de inocentes.

- Qual é sua suposição?

- Que isto tudo é uma grande armadilha, só não descobri para quem.

 

Entrada do Distrito Oeste

 

 A guarda de Divinity’s Reach era formada por 3 unidades. Eram elas os guardas urbanos que protegiam a cidade contra perturbações rotineiras como assaltos, furtos e brigas domésticas. Os guardas seraph que lidavam com as ameaças externas como criaturas hostis, centauros e bandidos que atacavam a região e por último a Shining Blade encarregados de proteger a família real. As 3 unidades raramente agiam juntas, existindo uma rivalidade entre elas, somente em casos de emergências consideradas alerta máximo as 3 atuavam juntos.

 Hoje este era o caso disso. Todas as 3 unidades se deslocavam para o distrito oeste, Logan fazia parte da guarda urbana. Ele era um capitão de equipe e estava com um desfalque de 3 membros, Alexian, Ledox e Zelos que não retornaram a academia, Logan acreditava que ao chegar ao distrito oeste encontraria os 3, só esperava encontrá-los com vida.

 

Distrito Oeste

  Ashira girou a maçaneta, mas a porta estava emperrada, ela forçou com o ombro até finalmente abri-la. Uma onda de calor atingiu as 3 garotas, elas estavam na entrada do restaurante, várias mesas e cadeiras dispostas ao longo de um grande cômodo com largas portas de vidro semi-abertas. Na frente do restaurante fogo consumia a fachada, mesas e cadeiras ao ar livre. A temperatura aumentava gradativamente conforme elas avançavam para a entrada. Ashira puxou uma toalha de mesa envolvendo a cabeça e o rosto como um turbante com véu. Depois cobriu os braços com outra toalha imitando uma capa fazendo sinal para que Mary e Shuurei a imitassem.

- Vamos ter de saltar por cima das chamas e rolar logo em seguida no chão para podermos sair daqui. É provável que nos queimemos ao fazer isso, mas não temos escolha.

- Você é louca? Porque não tentamos a outra porta? Disse Mary olhando assustada para o fogo na entrada.

- A outra porta deve ser a cozinha e poucas delas têm portas de saída. Cairíamos em uma sala fechada. E não podemos perder tempo, aqueles homens devem...

 As palavras não terminaram porque Ahira perdeu a fala ao presenciar o que acontecia diante dela. Algo atingira a cabeça de Mary bem no centro do crânio, sangue escorreu pelo rosto dela sujando o vestido de vermelho. Os olhos de Mary desfocaram e ela caiu de joelhos com um facão preso ao crânio, atrás dela o assassino com o n° 19 tatuado no pescoço e seus companheiros entraram pela porta do corredor. Ashira saiu do choque inicial agarrando Shuurei pelo braço, praticamente a pegando no colo, em seguida correu com ela ao longo do restaurante, quando chegou próxima a entrada em chamas ela saltou girando o corpo ficando de costas para a porta de vidro protegendo Shuurei em um abraço. Ashira estilhaçou a parede de vidro colidindo com mesas e cadeiras, terminando no chão em um rolamento. Ashira ficou com os braços cortados e chamuscados junto a suor e fuligem. 

 Quatro assassinos mascarados saltaram pelo mesmo espaço que Ashira fizera, caindo em pé em frente as duas garotas com as espadas em punho. Ashira e Shuurei não tinham mais tempo, forças ou esperanças de escaparem com vida. Os quatro cercaram as duas com as armas preparadas prontos para matá-las. Foi quando dois vultos saltaram sobre os assassinos, todos indo ao chão numa confusão de braços e pernas que Ashira tentava identificar quem eram seus salvadores. Um soco atingiu um dos assassinos e um rapaz se levantou já golpeando o segundo com a espada, Ashira não o reconheceu, em seguida olhou para o outro que continuava em uma luta corpo a corpo com outros 2 assassinos. Ashira ouviu o primeiro rapaz falar e seu coração se iluminou.

- Precisa de ajuda Alexian?

- Não. Obrigado Remmy. Estou perfeitamente bem, eu os tenho exatamente onde queria. Disse Alexian socando o rosto de um dos inimigos enquanto chutava o outro na costela.

 Outros 4 assassinos saiam do restaurante o que deixaria Alexian e seu companheiro em muita desvantagem. Ashira apanhou a adaga e saltou em um dos invasores desferindo golpes em seu peito, o assassino pego de surpresa não conseguiu reagir, caindo morto. Dos 3 restantes, dois se voltaram contra ela que recuou com a adaga na mão suja de sangue, o terceiro atacou Remmy que já lutava incansavelmente com dois inimigos iniciais.

 Alexian socou mais uma vez seu oponente conseguindo se livrar dele, rolou pelo chão e num movimento rápido de ombro e pernas ficou de pé em guarda, ao fazer isso sentiu a dor no joelho esquerdo, deu um passo para o lado e mancou, em algum momento da queda ou na luta havia se machucado, agora sua movimentação estava prejudicada. Os dois oponentes se levantaram com as espadas em punho parecendo que os chutes e socos nada haviam feito com eles. Alexian olhou para frente e seus olhos cruzaram com os de Ashira e ambos sorriram. Se Alexian tinha de morrer hoje seria ao lado de Ashira e ele fez uma promessa que seria a beijando.

 

Kim se odiava. Odiava sua incapacidade, sua inutilidade e sua total falta de amor pela irmã. Kim deveria estar com ela, nunca deveria ter deixado Shuurei sozinha com Ashira. A vida já havia lhes ensinada que quando os dois irmãos não estavam juntos coisas horríveis aconteciam a eles. Mas Kim havia deixado a irmã aos cuidados de Ashira, mesmo dizendo que não queria que elas fossem sem ele, no fundo Kim desejava um pouco de espaço e liberdade. Queria poder pensar um pouco nele mesmo, ir visitar Corvo e aprender sobre necromancia sem a irmã o seguindo. E ao fazer isso, ao demonstrar total falta de amor a ela, Kim foi castigado novamente. Se algo acontecesse a Shuurei, Kim não se perdoaria, jamais teria descanso ou absolvição. Porque esse seria seu pecado.

 Corvo corria logo atrás de Kim, uma revoada de corvos voavam a muitos metros acima dele o seguindo. Um mistério que Corvo queria desvendar. Por que os corvos o seguiam? Porque o obedeciam? E porque quando olhava para Kim não via um garoto e sim a face da própria morte.

 Anise corria ao lado de Ledox e Zelos, os três não haviam trocado uma única palavra a mais desde que começaram a correr ao centro comercial, passavam por inúmeros cadáveres de civis, mortos por espadas, homens, mulheres, crianças e velhos. Não havia piedade para nenhum deles, todos assassinados e deixados para queimar ou apodrecer nas ruas, a fumaça tornava grande parte da rua dificultando a respiração, o calor intenso minava as forças, fazendo escorrer suor pelo corpo. Um círculo de fogo lentamente se fechando, consumindo casa após casa, a população sobrevivente provavelmente escondida ou se defendendo no centro da loucura que se tornou o distrito oeste, Anise notou algo a frente e acelerou ultrapassando os garotos. Logo em seguida os deteve erguendo uma das mãos e a colocando no peito de Kim que a encarou com raiva.

- Pare garoto. Temos companhia.

 Kim não queria dar atenção a ela. Mas uma dúzia de assassinos vinha pela rua, um deles parecia carregar um objeto nos braços, quando eles os avistaram 10 inimigos avançaram para atacar enquanto o que carregava o objeto se afastava do local sendo protegido pelo que havia ficado com ele.

 Ledox e Zelos passaram a frente desembainhando as espadas, Anise sacou uma pistola e um florete sorrindo para os invasores.

- Vamos brincar queridos. Anise disse a todos os presentes.

 Então ela correu em direção dos 10 inimigos, 2 cópias foram criadas correndo ao seu lado. Anise disparou a pistola acertando a testa do primeiro oponente que curvou o corpo para trás com o impacto da bala, depois ela atacou com o florete. O segundo inimigo aparou o golpe, mas isso era um truque, as cópias o perfuraram, mas nenhum dano foi causado neles. A distração criada pelas cópias atingiu seu objetivo, Anise se aproximou colocando o cano da pistola no pescoço e disparando, sangue voou sujando a pistola e as roupas dela.

  Ledox e Zelos não pareceram se incomodar com o modo de lutar de Anise e entraram na batalha, Zelos atacou 2 oponentes que se aproximavam pela direita, girando a espada e forçando o recuo dos inimigos, Ledox se esquivou de um ataque passando uma rasteira no adversário que foi ao chão. Em seguida começou um duelo com outro oponente, no total 6 inimigos estavam sendo enfrentados.  Dois mortos por Anise jaziam no chão, os dois últimos avançaram contra Corvo e Kim, Corvo recuou alguns passos sem saber o que fazer, enquanto Kim mostrava os punhos.

 Kim seria morto e Corvo não poderia fazer nada para impedir. Ele gritou e a revoada atacou os dois assassinos bicando e arranhando com as garras a cabeça dos invasores, um deles derrubou a espada, Kim aproveitou a chance e a pegou, depois a fincou na barriga do assassino que tombou arfando, Kim continuou a puxar e fincar a espada em um frenesi insano, o segundo inimigo conseguiu uma brecha no ataque dos corvos e girou a espada para atacar Kim, foi quando mãos cadavéricas saíram do chão agarrando as pernas e em seguida o corpo dele, o assassino foi sendo puxado para um buraco que se abriu, sendo engolido até não restar mais nada dele. Kim olhou para Corvo com espanto que balançou a cabeça negativamente dizendo.

- Não fui eu.

- Fui eu meninos. Mas estou curiosa, um filhote de necromantes e um amaldiçoado. Como será que vocês se encontraram e acabaram nesta confusão?

Quem havia falado era uma jovem mulher de cabelos e olhos pretos, com traços orientais de Cantha, não mais de 20 anos, ela estava vestida de preto e verde escuro com duas adagas nas mãos.

- Prazer em conhecê-los. Meu nome é Marjory, depois acertaremos meu pagamento.

 Ledox, Zelos e Anise terminaram de vencer seus oponentes, seis corpos sem vida jaziam aos seus pés. Anise enrijeceu o maxilar ao olhar para Marjory, ela marchou na direção da necromante apontando o dedo acusador para ela.

- O que você faz aqui sua aberração?

- É bom ver você também condessa.

 Ledox e Zelos chegaram logo atrás de Anise olhando de um para o outro parecendo tão espantados e curiosos quanto Kim e Corvo.

- Vocês duas se conhecem? Perguntou Ledox.

- Infelizmente sim. Marjory tem contatos entre os nobres, muitas amigas íntimas que ela gosta de manter contato pessoal. Se vocês dois me entendem.

- Ai está algo que gostaria de assistir. Disse Zelos com um sorriso cafajeste.

- Não tenho culpa de ser uma mulher de gosto exótico e requintado e Kasmer ter bom gosto para amigas...

- Algumas amigas minhas dizem que tenho um ótimo gosto. Zelos comentou animado.

- Desculpe. Não gosto do que você tem a me oferecer.

- Parem! Vocês dois antes que eu vomite o café da manhã. Marjory diga logo o que está fazendo aqui. Ordenou Anise.

- Acredito que o mesmo que vocês. Salvando pessoas inocentes. Eu deixei alguns abrigados no depósito do outro lado da rua e vim procurar mais sobreviventes. Antes de isso tudo acontecer fazia compras.

  Kim não tirava os olhos de Marjory, mas seu olhar não era de raiva como o de Anise, nem de desejo como o de Zelos ou curiosidade como de Ledox e Corvo. O olhar de Kim era de inveja.

- Você é uma necromante? Kim gritou se aproximando.

- Sim garoto. Uma das poucas autorizadas pelo reino após o incidente. Ela olhou para Corvo e então sorriu.

- Eu conheci seus pais. Pessoas maravilhosas e ótimos necromantes. Infelizmente não tinham paciência para finalizar suas pesquisas e estudas. Sinto muito por eles.

- Obrigado. Corvo disse com os olhos úmidos.

- Não temos tempo a perder com você Marjory. Um dos invasores carregava algo e caso minhas suspeitas estejam certas todos corremos perigo. Temos de segui-lo.

- E como espera encontrá-lo no meio deste caos Anise?

- Eu mandei uma de minhas cópias o seguir a uma distancia segura. Eu sei exatamente onde ele está no momento. Há duas quadras nesta direção e ainda correndo.

- Não! Minha irmã está para cá! Eu posso sentir. Kim gritou sem tirar os olhos de Marjory e apontando outra rua.

- Não podemos deixá-los ir sozinhos. Vão acabar se matando. Disse Ledox.

- Eu acompanho os garotos. Vocês 3 vão brincar de heróis. Marjory disse mandando-os embora com as mãos.

- Acha uma boa idéia? Disse Ledox.

- Não temos escolha. Vê se não os mata Marjory. Disse Zelos.

- Não faça besteira Marjory ou juro que a prendo. Anise disse.

- Tá, ta. Agora sumam da minha frente. Muito bem moleque mostre o caminho.

 Kim então liderou o trio e por algum motivo desconhecido se lembrou de um antigo conto. Um que ele odiava com todas as suas forças, mas que estava gravado em sua mente. Um conto que ele e Shuurei conheciam como.

“O conto da sombra e da adaga“

“Um ser de luz uma vez veio visitar uma vila para conhecer as pessoas que lá viviam, ele era invisível para elas. Desta maneira ele podia observá-las e conhecê-las.

 O ser de luz vagava entrando nas casas de cada habitante vendo o amor, a amizade, o trabalho árduo e a união dos que lá viviam.

 Quando estava para partir encontrou um casal de irmãos perto de uma cabana as margens de um lago, os irmãos emanavam tristeza, medo e solidão.

 O ser de luz se aproximou se revelando aos irmãos, uma menina e um garoto e perguntou.

 - O que aflige seus corações pequenas crianças? E a menina respondeu.

- Eu temo a noite que penetra nossos quartos. E o garoto acrescentou.

- Eu temo a noite que me toca sobre os lençóis.

 A luz compadeceu do sofrimento dos irmãos e então falou.

- Na próxima vez que a noite cair, você garoto a sombra se tornará não permitindo a noite escapar. E você menina a adaga possuirá e a noite o fim dará.

 A luz então se foi, dando lugar a noite tão temida que penetrou novamente no quarto dos irmãos. E esta foi a última vez que a noite os visitou, porque o garoto nas sombras a agarrou e segurou permitindo a menina agora com a adaga nas mãos a noite dar um fim.

 E no raiar do dia os irmãos a noite não mais temiam, mas agora neles só restava a escuridão que nos seus corações agora vivia”.



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